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Diplo é o convidado especial para abrir o show de Madonna

DJ norte-americano Diplo é o convidado especial para abrir o grande show da cantora Madonna na noite de 04 de maio.

Diplo | Foto: Maria Jose Govea

O DJ norte-americano, Diplo, é o convidado especial para abrir o grande show da cantora Madonna na noite de 04 de maio, na Praia de Copacabana. Diplo sobe ao palco às 20h para um set com curadoria de músicas brasileiras. Amante do funk carioca, Diplo já trabalhou com diversos artistas como Deize Tigrona, Pabllo Vittar, Anitta e Bonde do Rolê.

Nascido no Mississipi e criado no estado da Flórida, sua carreira teve início há cerca de 20 anos no Hollertronix, clube noturno na Filadélfia. Três vezes vencedor do Grammy Awards, Diplo colaborou com as maiores estrelas do mundo. Suas gravadoras Mad Decent e Higher Ground trabalham com uma diversidade de gêneros e artistas, e atuam com uma editora e vários projetos de livros, filmes e TV.

Diplo também é membro do icônico Major Lazer, parte do LSD – o supergrupo psicodélico com Sia e Labrinth cujo álbum de estreia foi transmitido mais de 6 bilhões de vezes – e metade do Silk City com Mark Ronson – cujo álbum de platina “Electricity”, com Dua Lipa, venceu o Grammy e liderou as paradas em todo o mundo. Seus últimos lançamentos incluem Diplo Present Thomas Wesley: Chapter 2 — Swamp Savant do ano passado, seu segundo álbum como o personagem country Thomas Wesley, e Diplo de 2022, seu primeiro álbum completo de música eletrônica em 18 anos.

Sobre Madonna in Rio

Madonna fará no Rio de Janeiro o show de encerramento de sua elogiada The Celebration Tour – uma das turnês mais comentadas do ano – no dia 04 de maio, sábado. O evento será o maior show da artista até hoje, um agradecimento aos fãs por celebrarem mais de quatro décadas de carreira.

O show de Madonna será exibido pela TV Globo, pelo Multishow e pelo Globoplay, que terá sinal aberto para não assinantes logados. A transmissão do show tem direção geral de Pedro Secchin e direção de gênero de Raoni Carneiro. O desenho de captação do show está sendo concebido em parceria com Jonas Akerlund, diretor sueco, colaborador de longa data da cantora.

Informações sobre o evento podem ser encontradas no site oficial.

The Celebration Tour – Madonna na Praia de Copacabana
Data: 4 de maio, sábado
Diplo: 20h
Início do show de Madona: 21h45
Local: Praia de Copacabana

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A coletânea de remixes da Madonna “Finally Enough Love”

Madonna seleciona seus remixes favoritos de um catálogo repleto de retrabalhos de clubes, mas suas escolhas oferecem uma visão curiosamente distorcida de sua história nas pistas de dança.

Foto: Warner Records

Enquanto não temos mais detalhes do show de Madonna no dia 4 de maio na praia de Copacabana, nós fizemos um review especial dos melhores e mais recentes remixes lançados para começar o aquecimento do maior show da carreira da cantora.

Madonna lançou o álbum de compilação, intitulado “Finally Enough Love: 50 Number Ones” que abrange todo o seu reinado no dance club, com dezenas de remixes dos principais produtores do mundo. Além das favoritas dos fãs, o projeto inclui, também, uma seleção de gravações raras de remixes.

Com mais de 220 minutos de remixes, “Finally Enough Love: 50 Number Ones” flui em ordem cronológica, apresentando as muitas reinvenções musicais que fizeram de Madonna um ícone internacional, de “Holiday”, de 1983, a ‘I Don’t Search I Find’, de 2019, com remixes de alguns dos maiores e mais influentes DJs de todos os tempos, incluindo Felix Da Housecat, Offer Nissim, Dubfire, Honey Dijon e Avicii.

Madonna – I Don’t Search I Find (Honey Dijon Radio Mix)

Madonna – Girl Gone Wild (Avicii’s UMF Mix)

Madonna – Turn Up The Radio (Offer Nissim Remix Edit)

E lembrando que o show da Madonna na Praia de Copacabana marca o encerramento da “The Celebration Tour”, além de ser a única passagem da turnê pela América Latina. O evento, que começa a partir das 21h45, terá transmissão pela Globo na TV aberta e no canal a cabo Multishow, bem como no streaming Globoplay no dia 4 de maio.

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Ray of Light, o disco eletrônico da Madonna, faz 26 anos

Mudando sua sonoridade e flertando fortemente com a música eletrônica, Madonna lançava o ‘Ray of Light’ em 1998, 26 anos atrás.

Em 1998 o álbum da rainha do pop fez seu grande lançamento ‘Ray of Light’ e representa um dos ápices do final do século. O som era uma mistura de pop e música eletrônica, de uma forma completamente diferente de tudo o que Madonna já havia feito. Em todo o disco, traços de techno, trip hop, drum’n’bass, trance, ambient, rock, soft rock e música indiana e até clássica.

O sucesso do álbum foi tamanho que Madonna foi indicada a nada menos que seis categorias do Grammy Awards, levando para casa quatro estatuetas; mais do que isso, a obra carrega um legado tão extenso quanto ‘Like a Prayer’, lançado em 1989, e, segundo a própria artista, é uma de suas evoluções mais satisfatórias. E não é por menos: em um momento em que as boybands e os girlgroups ganhavam força no cenário adolescente, Madonna precisava manter-se ativa e, depois de seu sétimo lançamento de estúdio, credita-se a ela a globalização da música eletrônica, que, até então, restringia-se às inventivas inflexões europeias.

A primeira forte influência do electro-dance aparece na propositalmente dissonante ‘Skin’, uma rendição dark que resgata a utilização dos sintetizadores em construções que premeditariam o EDM dos anos 2000. ‘Nothing Really Matters’ explora isso em todas as suas camadas, ainda mais por ser acompanhado por pinceladas instrumentais divertidas e envolventes.

Madonna – Ray Of Light

Uma das principais novidades trazidas pelo disco foi a música eletrônica – uma permissibilidade que fez o gênero cruzar os oceanos e se infiltrar na cultura  norte-americana. Afinal, à época de seu lançamento, o cenário mainstream estava dominado pelo pop chiclete das boybands e das cantoras adolescentes que ganhavam força. Madonna, dessa forma, aproveitou as guinadas em sua carreira para amadurecer uma vez mais, explorando temáticas profundas como religião e metafísica, através de alguns dos melhores versos.

É um fato dizer que ‘Ray of Light’ serviria de base a todas as outras investidas da performer, incluindo ‘Music’ e o até o último lançamento de inéditas ‘Madame X’. Madonna, como nenhuma outra artista de sua época, baseava-se bastante em sua história para permanecer viva na cultura mainstream e nunca deixava de mencionar a si mesma em cada construção.

Nothing Really Matters – Live Grammy 1999

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Blond:ish libera novo remix para ‘Sorry’, assinado por Tibasko

Após o sucesso de sua versão para a música ‘Sorry’, ao lado de Darmon e Eran Hersch, Blond:ish apresenta novo remix assinado por Tibasko.

A renomada artista Blond:ish, conhecida por suas criações inovadoras e estilo único na música eletrônica, presenteia seus fãs com um remix para sua versão da icônica música ‘Sorry‘ de Madonna, em parceria com Darmon e Eran Hersch. A faixa, que já é uma das favoritas dos fãs, recebeu anteriormente um toque especial com os remixes dos talentosos produtores Franky Rizardo e Miss Monique. Agora, é vez de Tibasko nos mostrar a sua visão sobre a música. Ouça aqui.

A decisão de remixar uma música de uma lenda como Madonna é um feito corajoso, mas Blond:ish mostrou sua habilidade excepcional de reinventar clássicos com uma abordagem ousada e criativa. ‘Sorry‘ é uma música atemporal, e Blond:ish a transforma em uma jornada eletrônica hipnotizante, mantendo o espírito e a essência da música original, mas adicionando sua própria assinatura única.

Na versão de Tibasko, somos apresentados a um melodic techno muito bem executado. Somos levados por uma jornada quase etérea, com pianos angelicais e um vocal que é mundialmente conhecido e ovacionado. A música ganhou ainda mais personalidade com essa nova versão.

Escute agora a versão de Tibasko para ‘Sorry’ de Blond:ish:

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Blond:ish lança remix de Franky Rizardo e Miss Monique de ‘Sorry’

Após criar sua versão para a música ‘Sorry’, ao lado de Darmon e Eran Hersch, Blond:ish apresenta remixes de Franky Rizardo e Miss Monique.

A renomada artista Blond:ish, conhecida por suas criações inovadoras e estilo único na música eletrônica, presenteia seus fãs com um remix para sua versão da icônica música ‘Sorry‘ de Madonna, em parceria com Darmon e Eran Hersch. A faixa, que já é uma das favoritas dos fãs, recebe um toque especial com os remixes dos talentosos produtores Franky Rizardo e Miss Monique, elevando a experiência musical a um novo patamar.

A decisão de remixar uma música de uma lenda como Madonna é um feito corajoso, mas Blond:ish mostrou sua habilidade excepcional de reinventar clássicos com uma abordagem ousada e criativa. ‘Sorry‘ é uma música atemporal, e Blond:ish a transforma em uma jornada eletrônica hipnotizante, mantendo o espírito e a essência da música original, mas adicionando sua própria assinatura única.

O remix de Franky Rizardo traz ainda mais energia e ritmo à faixa, trazendo uma fusão perfeita entre o som característico de Blond:ish e a genialidade musical de Rizardo. Já a versão de Miss Monique traz uma vibe mais obscura e underground. O resultado são uma músicas que cativam e envolvem os ouvintes, criando uma atmosfera contagiante nas pistas de dança e além.

As versões remixadas de ‘Sorry’ já estão disponíveis para audição em todas as principais plataformas de streaming. Não perca a oportunidade de experimentar essa emocionante colaboração e mergulhar em uma jornada musical envolvente.

Escute agora:

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R3HAB é o grande convidado da próxima abertura do Laroc Club

Apresentação de R3HAB acontece no dia 1 de abril, em Valinhos, no interior de São Paulo, no já tradicional Laroc Club. Saiba os detalhes.

Foto: Magdalena Bjerkelund (Connected)

Versões de hits de Madonna, Rihanna e Lady Gaga a David Guetta e Calvin Harris: quem nunca ouviu um “R3hab remix“, provavelmente, desconhece a trajetória da música comercial das duas últimas décadas. Responsável por acelerar os BPMs de astros da música pop e da música eletrônica, o DJ e produtor europeu R3HAB desembarca no Brasil para única apresentação de sua turnê mundial em 2023. É no dia 1 de abril, no Laroc Club, localizado em Valinhos, no interior de São Paulo.

Holandês de origem marroquina, R3HAB é um dos criadores do Dutch House, o subgênero do House Music surgido entre a Holanda e a França na década 2000. O DJ iniciou a carreira em 2008 com a produção da faixa autoral ‘Mrkstff’, em parceria com o conterrâneo Hardwell. Seus lançamentos originais mais notáveis incluem o single derradeiro ‘Showckwave’, uma colaboração com o também holandês Afrojack, responsável por impulsionar o trabalho do R3hab na música eletrônica.

A fama de remixer é sem dúvida o principal atributo do R3HAB na música global e revela traços de sua popularidade como artista. A lista de produções que contribuíram para a popularização de singles de diferentes gerações de divas pop abrange:  “Turn Up The Radio” (R3hab’s Surrender Remix), faixa original do disco “MDNA” (2012) da Madonna; “Work” (R3hab Remix), do álbum “ANTI” (2016) da Rihanna; “Wildest Dreams” (R3hab Remix), do disco “1989” (2014) da Taylor Swift; “Pretty Hurts” (R3hab Remix), do aclamado álbum visual “Beyoncé” (2013) e “Judas” (R3hab Remix), do disco “Born This Way” (2011) da Lady Gaga.

Conectado com as batidas brasileiras, R3hab combinou as raízes do funk carioca com a música eletrônica na produção da faixa inédita “Deixa Se Envolver“, lançada pelo cantor Kelvin O Chris em 2021.  O holandês já tocou em clubes e festivais de diferentes países, bem como roda o mundo com a sua turnê própria, sendo um dos DJs mais populares do mercado de música eletrônica na China.

Completam o line-up da festa: a DJ mexicana Mariana Bo, considerada a principal DJane e produtora musical do México, que combina música eletrônica e música clássica ao vivo, com sua performance no violino, além dos brasileiros Cat Dealers, Carola, Flakke, Morgana Ferrer e Sandeville. Os ingressos estão disponíveis a partir desta segunda-feira, 6 de março, nas opções de pista e área vip, através da ticketeira Ingresse.

SERVIÇO:

R3HAB no Laroc Club
Quando: 1 de abril de 2023
Horário: a partir das 16h
Line-up completo: R3HAB, Mariana BO, Carola, Cat Dealers, Flakke, Morgana Ferrer e Sandeville
Endereço: Rodovia Dom Pedro I, KM 118 – 1, Bairro dos Lopes, Valinhos, São Paulo
Ingressos: Clique aqui
Mais informações: Site Oficial

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Madonna prepara álbum de remixes com grandes nomes da EDM

Com os maiores sucessos de sua carreira, Madonna terá coletânea de remixes com curadoria própria. Conheça as escolhidas.

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Gorillaz e a harmonia perfeita entre animação 2D e música

O que Gorillaz, a maior banda virtual de todos os tempos, pode nos ensinar quando o assunto é sucesso no mundo da música?

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R3HAB assina remix de ‘Um Brinde pra Nós’ de Hungria e MC Lipi

Unindo a música eletrônica com a urbana brasileira, o holandês R3HAB assina o remix de ‘Um Brinde Pra Nós’ de Hungria Hip Hop e MC Lipi.

Chegou às plataformas digitais ‘Um Brinde pra Nós (R3HAB Edit)’, novo remix do DJ e produtor R3HAB para o hit de Hungria Hip Hop e MC Lipi. Com lançamento pela Fine Business Music, a nova versão da faixa conecta novamente o DJ e produtor holandês com a música urbana brasileira e o resultado não poderia ser melhor!

Fadil El Ghoul é DJ e produtor com descendência marroquina, conhecido profissionalmente como R3HAB. Até o momento, seus esforços criativos renderam mais de 2 bilhões de reproduções nas plataformas digitais, além de acumular remixes para artistas como P!nk, Taylor Swift, Madonna, Rihanna, Drake, Coldplay, Calvin Harris, Maroon 5, The Chainsmokers, Bruno Mars, Pitbull, Ne-Yo, Lady Gaga, Jennifer Lopez, Tiësto, entre outros.

Sucesso incontestável, Hungria é um dos principais nomes da música no Brasil, com números que ultrapassam bilhões em visualizações, sendo o único rapper brasileiro a ter mais de 11 milhões de inscritos em seu canal oficial, e quase 5 milhões de ouvintes mensais nos aplicativos de música. Hungria é dono de sucessos como ‘Coração de Aço’, ‘Lembranças’, ‘Meu Primeiro Milhão’, ‘Um Pedido’, entre muitos outros.

A nova abordagem do R3HAB promete levar ‘Um Brinde pra Nós’ a um nível totalmente novo em todo o mundo. Essa é exatamente a principal missão do projeto Fine Business: usar a possibilidade única e abrangente da dance music global, misturando-a com vários estilos em diferentes gêneros musicais e culturas.

O novo remix de R3HAB para o hit de Hungria Hip Hop e MC Lipi, ‘Um Brinde pra Nós’ está disponível nas plataformas digitais via ONErpm.

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The Blessed Madonna assina remix de Dua Lipa, Madonna e Missy Eliott

Preparando-se para o lançamento do álbum de remixes ‘Club Future Nostalgia’, Dua Lipa libera a nova versão de ‘Levitating’ com The Blessed Madonna.

Missy Elliott, Dua Lipa, The Blessed Madonna e Madonna

Que a música pop e a dance music andam sempre juntas, não é novidade pra mais ninguém, mas quando grandes nomes se reúnem, para o lançamento de um remix, precisamos dar a devida atenção. A cantora Dua Lipa, famosa pelos hits ‘Don’t Star Now’ e ‘New Rules’, convidou a rainha do pop, Madonna e Missy Elliott, uma das maiores rappers femininas, para o remix de ‘Levitating’, música do seu último álbum, Future Nostalgia, que ganhará uma versão.

Além das cantoras, que emprestam suas vozes para essa nova versão, a DJ e produtora The Blessed Madonna foi a grande responsável por dar um toque mais dançante para a track, além de cuidar da curadoria de todo o álbum, que se chamará ‘Club Future Nostalgia’. “Pegar o ‘Future Nostalgia’ e reimaginá-lo como uma mixtape foi um projeto enorme, que tinha que ser feito em absoluto segredo, sozinha em meu sótão”, diz The Blessed Madonna.

O álbum, com data de lançamento marcada para 28 de agosto, trará ainda a participação da cantora Gwen Stefani e o produtor Mark Ronson, que colaborarão no remix de ‘Physical’, outro grande hit de Dua Lipa. Outras possíveis colaborações ou remixes não foram revelados. O clipe oficial do remix de ‘Levitating’ sai na sexta (14) e a track, você pode ouvir agora, no Spotify ou Youtube.

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Divas por uma Diva: Ella De Vuono e o orgulho em forma de música

Mulher cis, lésbica, DJ, produtora e um verdadeiro ícone na comunidade LGBTQIA+ da música eletrônica. Veja nossa entrevista com Ella De Vuono.

Foto: RECREIOclubber

Uma grande amiga do Beat for Beat, Ella De Vuono dispensa imitações. Uma das grandes artistas LGBTQIA+ do Brasil, Ella contou pra gente um pouco sobre sua luta em nossa comunidade, falou sobre preconceito e aceitação, além de criar uma playlist super especial, que celebra a diversidade.

Confira agora nosso papo com Ella De Vuono, convidada da #PrideWeek 2020.

Beat for Beat – Oi Ella, muito obrigado por conversar com a gente nessa semana tão especial. Pra começar, conta pra gente: você já sofreu algum preconceito ou dificuldade para agendar gigs, por conta da sua orientação sexual? 

Ella De Vuono – Oie, é sempre um prazer falar com vocês! Obrigada vocês por lembrarem de mim e darem visibilidade ao meu trabalho.

Olha, felizmente nunca sofri preconceito em gigs no meio da música eletrônica (clubs e festas), mas teve um job em especial, que era para tocar em um evento corporativo e o cachê era super bom, que fiquei sabendo que não me escolheram por ser lésbica. Segundo o responsável, ele tinha medo que eu desse em cima das mulheres no local. Acredito que esse julgamento dele, deve partir de suas próprias atitudes.

Ser uma mulher cis, lésbica, traz em sua essência a hiper sexualização do seu corpo e até das suas relações, visto que muitos homens ainda possuem fetiche em casais. Você já sofreu assédio ou passou por alguma situação desconfortável, por conta disso?

Ella – Essa é a minha vida. Posso contar no dedo quantas vezes sofri preconceito por ser lésbica, mas as vezes que fui assediada por conta disso, são incontáveis. Por isso que eu e minha namorada não “baixamos a guarda” para nenhum homem que se aproxime, não perdoamos nenhuma “brincadeirinha”, não deixamos passar nenhuma insinuação. A gente já corta no ato, porque simplesmente não toleramos.

Na grande maioria das vezes, um “elogio gentil” (entre muitas aspas) acabou sendo um assédio disfarçado e os homens queriam mesmo tentar alguma coisa. É complicado, pois se não damos moral, somos metidas e arrogantes. Se damos, é que estamos dando mole e queremos ir pra cama com o fulano. Então simplesmente não tem papo. Fez brincadeirinha, eu corto.

Ella De Vuono na Levels

Podemos dizer que assim como no futebol, a música eletrônica transformou-se num ambiente em que se assumir é algo raro e que muitos artistas têm medo do que pode acontecer após “saírem do armário”? Você acha que ainda é necessário se esconder tanto, em pleno 2020 e a que você atribui esse medo todo de dizer quem você realmente é?

Ella – Primeiramente, acho que não existe uma comparação plausível entre música eletrônica e futebol. A música eletrônica surgiu dos guetos, das minorias, dos negros, dos homossexuais, dos excluídos. Liberdade é a palavra de ordem em meio a música eletrônica. Se tem um lugar no mundo que eu nunca nem pensei duas vezes para ser quem eu sou, é em um club, em uma rave.

Lembro no começo, quando me entendi como lésbica (2005), eram nas raves que a gente podia se beijar em público, que a gente podia ser um casal sem medo, mas ainda assim rolavam assédios. Acho que só fui parar de ser assediada em festas como a Carlos Capslock, Gop Tun, Mamba Negra, etc.

Eu acho que nunca é necessário se esconder, nem em pleno 2020 e nem nunca. Acredito que o medo vem de diferentes lugares dependendo da história de vida de cada um, mas ao meu ver, se somos aceitos pela nossa família desde sempre, então esse medo é muito mais fácil de enfrentar em qualquer lugar.

Ella De Vuono na Carlos Capslock

Você é uma verdadeira militante da causa LGBTQIA+. Como DJ, você busca tocar artistas da nossa comunidade, dentro dos seus sets? Além de atos, como você passa a mensagem de respeito durante suas apresentações?

Ella – Sempre que eu posso, toco músicas de artistas que se enquadram nas “minorias”, mas isso não é um fator fundamental para mim. Pois na questão musical, eu levo em consideração a música e apenas ela, gênero, orientação sexual, etnia ou raça, não é determinante.

Minha mensagem é passada de diversas maneiras, visualmente na minha performance, roupa e maquiagem. E na minha música, tanto nas minhas produções que são carregadas de mensagens que trazem diversas questões sociais, quanto em acapellas aplicadas em cima de outras músicas, seja trecho de discursos, ou de entrevistas ou até mesmo de alguma outra música.

Foto: RECREIOclubber

Na playlist que você criou pra gente, você colocou grandes artistas LGBTQIA+, além é claro, das Divas supremas, como Madonna, Cher, Diana Ross. Qual o tamanho da influência dessas artistas no seu trabalho e como você tenta traduzir isso no techno?

Ella – Amo! A influência dessas mulheres é gigantesca na minha carreira, meu amor pela Madonna é super escancarado, todo mundo que me acompanha sabe. Para mim, essas mulheres e muitas outras como Nina Simone, Grace Jones, Rita Lee e Maria Bethânia por exemplo, são uma inspiração de que não se separa a artista da pessoa. Que ser uma figura como elas, está sim, em suas atitudes e valores. Que nossa arte tem que ir de encontro com nossos valores e posicionamento.

Eu sempre jogo uma acapella da Madonna, da Lady Gaga, Cher e até da Leandra Leal em cima de algum techno ou house. Além disso, tenho músicas autorais com trechos de entrevistas ou discursos delas também.

Podemos dizer que hoje, o techno é a cena mais inclusiva da música eletrônica. São cada vez mais comuns, festas em que os corpos são livres e podemos ser quem realmente somos. Qual a sensação de fazer parte de um coletivo que foi um dos grandes responsáveis por essa revolução de liberdade de expressão?

Ella – A sensação é de orgulho e pertencimento. Eu amo a Carlos Capslock e já amava sendo apenas frequentadora, depois que entrei para o coletivo como residente, eu pude ver que essa mensagem é realmente genuína, que eles realmente se importam com a cena, com os frequentadores e com todo o staff. Acho que um exemplo disso que estou falando, é a Vakinha que a Capslock está fazendo para conseguir alguma renda para todo o staff que ficou sem trabalho com o cancelamento de todas as festas deste ano.

Como eu já citei acima, nunca esqueço da sensação de alívio que tive de passar uma festa inteira curtindo numa boa sem ter sido assediada. E quem educa parte do público que não recebeu tal educação de berço, é a festa.

Pra finalizar, o que a Rafaella diz todos os dias, para a Ella De Vuono? O que move a sua luta diária, para mostrar para o mundo, que todos somos iguais? Obrigado!

Ella – Acho que a Rafa fala assim: Ella, beesha cê tá arrasando! Continue assim porque eu dependo da senhora pra viver!

O que me move é exatamente a inconformidade de ficar calada. Como me calar diante de tanto ódio? De tanto preconceito? Me manter neutra é ser conivente com tudo de ruim, é medíocre, é raso. Parafraseando Bob Marley: As pessoas pessoas que tentam tornar esse mundo pior não tiram um dia de folga. Como eu vou tirar?

Obrigada você pelo espaço, espero que gostem da playlist.

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O legado de Peter Rauhofer | #PrideWeek

Conheça a história de Peter Rauhofer, o DJ austríaco que ganhou o mundo com seus remixes de grandes nomes da música pop mundial.

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