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Entrevista

Entrevistamos: Ekanta

Ekanta é uma das progenitoras do psytrance no Brasil e acaba de apresentar o álbum Vozes. Confira mais detalhes em nosso papo!

por Isabela Junqueira

Ekanta | Foto: Fernanda Petrillo

Ekanta apresentou recentemente o álbum ‘Vozes‘, um mergulho em culturas étnicas potentemente reverberadas sinteticamente pelas mãos da produtora de psytrance que se reuniu à bons amigos para a composição das nove faixas que formam esse compilado — um genuíno chamado da natureza e de seus habitantes.

São sete anos desde o último álbum de Ekanta. As dúvidas são muitas, desde a atual fase profissional da produtora, até os conceitos que a moveram nas produções e planos futuros, esclarecidos em um descontraído papo.

B4B – Olá Ekanta, é um prazer imenso! São 7 anos desde o seu último álbum e de lá para cá muita coisa mudou né? Vamos começar contextualizando como está a sua carreira atualmente e como esse álbum encaixa nesse momento?

Ekanta – Satisfação! Realmente muita coisa mudou, mas sinto que depois de 7 anos é como se eu retomasse minha essência , a mesma que me inspirou a anos atrás com o álbum Raízes Eletrônicas. Nesse mundo louco, as vezes a gente acaba se perdendo da gente mesmo, então nesse momento me sinto conectada e com mais força pra me expressar como artista. Esses últimos anos, apesar de terem sido difíceis, foram uma grande oportunidade de crescimento.

E o que difere aquela Ekanta do último álbum pra de agora?

Ekanta – Talvez 3 netos? hahaha, isso já diz quase tudo… Brincadeiras à parte, me vejo mais madura, mais confiante na força de ‘Vozes‘ e mais profissional a termos da concepção, criação e lançamento do álbum.

Vozes‘ chega em um momento propício. O mundo está sobrecarregado, pedindo por mais leveza. O que você quer transmitir com esse compilado?

Ekanta – Alegria, simplicidade, conexão espiritual, relembrar o poder das medicinas sagradas, valorização e preservação da natureza, dos povos indígenas e das crianças.

E como você formulou o conceito?

Ekanta – De uma primeira track que foi ‘Caboclas’, surgiu a ideia do álbum e daí tudo foi fluindo, como se fossem “vozes” me inspirando. No começo eu não tinha um plano concreto, específico, mas a vibe foi acontecendo e os “chamados” veram.

E você foi fundo no explorar dos sons orgânicos da natureza, não é mesmo? Desde a incorporação de cantos até animais. É um trabalho que exige uma responsabilidade grande, que você dispõe com naturalidade. O que, na sua opinião, te conduz à essa habilidade?

Ekanta – É um movimento bem natural pra mim, sempre estive nesse universo.

Fala também sobre o processo de desenvolvimento, já que o álbum está cheio de colaborações. 

Ekanta – Também foi uma coisa orgânica que foi acontecendo. No começo da concepção fiz uma lista de amigos que eu gostaria que fizessem parte do álbum, mas no meio do processo outros vieram e alguns dessa lista acabaram não participando, as coisas vão acontecendo né, e a gente tem de estar abertos ao flow. Já passei 15 dias com um amigo e fizemos 2:30 de música, e com outro em 2 dias uma track… é uma questão de sinergia.

Falando em colaborações… tem o dedinho da família e/ou influências?

Ekanta – As vozes Yanawas que usei em alguns tracks foram gravadas na primeira viagem do Alok ao Acre há 7 anos e por coincidência este ano ele também produziu um álbum com o mesmo conceito, mas não sabíamos do projeto um do outro. Talvez ouvimos as mesmas “vozes”? E tem a track com o Logica, né? Que é o projeto de psy dos meus filhos.

Ekanta e seus filhos Alok (dir.) e Bhaskar (esq.)

Depois de liberar esse álbum aos ouvintes, que mensagem você gostaria que fosse extraída e proliferada ao mundo para o próximo ano?

Ekanta – As músicas de ‘Vozes‘ emitem uma energia de amor e leveza, quero que as pessoas se sintam bem ao escutá-las. Esse é a principal mensagem porque acredito que se você estiver bem tudo a sua volta vai estar é uma coisa contagiante. E nessa frequência  a gente pode fazer do Mundo um lugar melhor!

Por último, mas não menos importante: podemos esperar um hiato menor para o próximo álbum? Obrigada pela conversa!

Ekanta – Eu super espero que sim, mas não vou fazer música por fazer… quero ter uma inspiração, um motivo, um conceito pra me expressar. Então mantendo a sintonia quem sabe jaja vem a próxima motivação. Obrigada!!

Se ainda não ouviu, escute agora ‘Vozes‘, novo álbum de Ekanta!

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Área 51

Ekanta pavimenta o caminho para o álbum ‘Vozes’ com o single ‘Ayó’

Através da faixa ‘Ayó’, a pioneira DJ e produtora de psytrance, Ekanta, dá um breve gostinho do que preparou para seu segundo compilado.

Ekanta | Foto: Fernanda Petrillo

por Isabela Junqueira

No início do mês, Ekanta lançou a faixa ‘Ayó‘, composta em parceria com Thales Dumbra e vocais das crianças da aldeia Muzumuia, em Moçambique: “Eu quis chamar a atenção pro projeto Fraternidade sem Fronteiras, que foi como conheci estas crianças. Uma linda ação que ajuda várias aldeias em Moçambique, desde atendimento médico e odontológico até construção de escolas e hospitais. A mensagem é alegria, as crianças da aldeia africana cantam sempre e pra tudo, se estão felizes, se estão tristes, se querem agradecer ou pedir algo”, explica a produtora.

Construída de forma a acatar toda a energia concedida pelo psytrance, Ekanta explora também até sons de animais (como o elefante), formando sonoridades que ecoam como um chamado da natureza e de quem a povoa.

Acho que esse track traz essa mensagem de força e alegria, caminhos se abrindo, tem presença forte, tanto na mensagem como nas referências. Senti que seria a melhor pra começar a contar a história do álbum que vem por aí, como se fosse um capítulo de um livro”, reflete Ekanta, que compartilhou o fruto de um de seus profundos mergulhos em um apanhado de referências tribais e étnicas que a pioneira do psytrance respeitosamente exalta, traduzindo em sonoridades que vão reverberar essas culturas em pistas mundo afora.

O ato de antecipação ao seu álbum com lançamento previsto para 03 de dezembro sinaliza o aperfeiçoamento de um trabalho que ultrapassa duas décadas. O perdurar da fomentação artística de Ekanta  é constante e vai para além de seu trabalho no Universo Paralello. Em estúdio, a produtora também experimenta e inova — em um de seus últimos lançamentos apresentou um VA de ambiência noturna, território inédito que ela desbravou em “Night Tales” através do selo 303 Stage.

No começo era só uma parceria pra fazer uma track, uma versão do ponto das caboclas, dessa track foram surgindo outras ideias e chamados, vozes mesmo, sabe? Das caboclas vieram as vozes dos Yanawas, depois um Rezo em espanhol… Daí resolvi fazer o álbum nesse contexto de cantos pra cura, rezos, proteção à natureza, medicina sagrada, e psy, claro. Uma voz que você escuta aqui, outra lá, e a criatividade vai fluindo, o caminho se abrindo e todo este contexto está conectado com minhas próprias vivências no momento”, revela Ekanta.

Além do pioneirismo, Ekanta também é um célebre modelo de representatividade — visto que o nicho carece de referências femininas —, marcando presença nos palcos de alguns dos mais importantes festivais ao redor do mundo: 303, Samsara, Boom Festival, Voov, Dance Valley, Monte Mapu, Moon Flower, Tundra, Solstice, Full Moon.

‘Vozes’, então, irá entregar uma acurada síntese de todos os seus anos de atividade. Por aqui, aguardamos ansiosamente. Nesta sexta (19), chegou oficialmente seu segundo single, ‘Awavena‘. Escute!

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