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Descubra: DiMo (BG)

Artista bulgaro, DiMO (BG), coleciona prêmios de “Melhor DJ do Ano” pelo Awards.bg e desembarca pela segunda vez no catálogo da Adesso Music.

Entre batidas bem características e melodias envolventes, há um universo de auto expressão. Neste lugar, um nome merece ser relacionado: DiMO (BG). Com uma carreira que transcende fronteiras e gêneros, de Barcelona a Dubai, o DJ e produtor já deixou sua marca em alguns dos clubes mais icônicos do planeta.

DiMo (BG) é um produtor prolífico, cuja influência vai além das pistas de dança. Com um olhar preciso para criar faixas que transcendem as linhas da House Music, o artista alcançou quatro vezes o primeiro lugar no Traxsource em 2021, com faixas para World Up, Boom Boom Room e Moon Rocket. Além disso, foi classificado em 25º lugar nos “100 melhores artistas de Tech House” e em 301º lugar nos “Melhores artistas de 2022” na Traxsource em 2021. E não para por aí, também foi eleito duas vezes como “Melhor DJ do Ano” pelo Awards.bg e pela competição de DJs.

Com uma assinatura musical que varia entre Progressive, Organic e Melódico, mas sem deixar de lado as influências afro e tribais, BG já recebeu apoio de nomes como Bedouin, Aaron Sevilla, Darmon, Blond:ish, Eran Hersh, Dubfire, Steve Lawler, Roger Sanchez, David Penn, Claptone e CASSIMM. Seus sets já serviram de abertura para Mark Knight, Disciples, MK, Sam Divine, Franky Rizardo, entre outros.

Há dois anos, vem desenvolvendo uma nova persona sonora, o Red Circle, um duo em colaboração com Mr.K. Esse lugar criativo tornou-se real após dar vida a sua própria gravadora, a Katun, onde DiMo consegue explorar uma parte sua que conversa livremente por ritmos mais ritualísticos e espirituais, transicionando entre o Downtempo e o meditativo.

Recentemente, o artista assinou sua segunda passagem pela Adesso Music. Dessa vez, ao lado de Joy Marquez. A track traz um compilado de onde o búlgaro pode chegar com sua vasta experiência e dedicação à arte dos grooves e melodias hipnóticas. Fica a dica para ouvir e adentrar a esse universo de vibrações únicas.

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Descubra: Lomike

Artista catarinense, Lomike, acaba de estrear na CUFF, label de Amine Edge & DANCE. Descubra um pouco mais sobre o produtor.

O caminho artístico sempre começa com um sonho. Às vezes, é o sonho de poder viver da própria paixão; em outras ocasiões, trata-se da busca por uma forma de expressão autêntica e há aqueles que têm o objetivo de chegar em determinado local ou posição. Mas, muitas vezes, é uma combinação desses desejos. Este é o caso de Lomike, nome que vem traçando um jornada promissora na Dance Music e que, pouco a pouco, tem realizado os sonhos de sua vida.

Natural de Florianópolis/SC, o DJ e produtor tem uma trajetória recente na música eletrônica, com pouco mais de um ano de carreira. Mas, o artista é um daqueles casos que ultrapassa limites do tempo, apresentando um currículo surpreendente para alguém que está apenas começando. Isso porque ele já conquistou lançamentos por selos como Gritty e Material Series, além de suportes de nomes como Jamie Jones, Paco Osuna, Cloonee, Amine Edge, entre muitos outros.

E essa maturidade também se estende a sua técnica e identidade. Seu som é elegante e sagaz, tendo como base as linhas do Minimal Deep Tech e Tech House UK, mas com uma abordagem mais minimalista, com grooves eficientes, synths vibrantes e referências do gangsta house.

Esse vasto conhecimento e perfil coeso é fruto de uma pesquisa musical aprofundada, encontrando inspirações de grandes nomes do cenário mundial que o influenciam diretamente. Um desses casos é Amine Edge, do Amine Edge & DANCE, que foi essencial para que Lomike moldasse seu som com foco no Tech House, principalmente incorporando elementos do G-House.

Dessa forma, fica claro que um dos sonhos do catarinense era ser notado por seu ídolo e, principalmente, conseguir emplacar uma de suas produções no catálogo da relevante CUFF. E ele conseguiu! Após receber o suporte do artista, sua estreia no selo se consagra através do single ‘You Got Something’, que chegou às plataformas na última sexta-feira (29), compondo o VA “This is CUFF Vol. 09”.

Para esta release, o artista buscou ressaltar suas inspirações do G-House, desenvolvendo uma produção que transborda a essência da CUFF, mas claro, também imprimindo sua identidade. Ritmo acelerado, groove arrojada, bateria sólida e um forte lowend são algumas características deste single, que chega com um grande potencial de pista.

É admirável ver artistas realizando seus sonhos, ainda mais com a certeza que é apenas o começo de uma jornada que promete ir muito além. Acompanhe Lomike no Instagram.

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Descubra: DJ Roque Castro

Com mais de 25 anos de experiência nas pistas, DJ Roque Castro vem desenvolvendo uma identidade sólida como produtor musical.

Por Carol Carlos

José Roque de Castro, conhecido na cena há mais de 20 anos como DJ Roque Castro, tem sua história intrinsecamente ligada à música desde a infância. Nascido na capital paulista e criado em São Roque, interior de São Paulo, sua primeira experiência musical veio aos 7 anos, quando ganhou um disco do Secos e Molhados de sua tia. A partir daí, sua paixão só cresceu, transformando-se em amor anos mais tarde, quando conheceu os pioneiros Kraftwerk e mergulhou profundamente na cultura da House Music.

Hoje, Roque traz consigo uma bagagem inundada de experiências e vivências na Dance Music, algo para poucos na cena. Seus mais de vinte anos de carreira e sensibilidade sonora o levaram a apresentações em diversos clubes, festas e festivais em todo o Brasil. Além disso, já conquistou audiências exigentes em países como Alemanha, Inglaterra, Portugal, Espanha e França. Junto à sua residência no coletivo Gang, Exame e Festa Dando, o DJ também lidera a festa Houseira no Club Jerome, uma label party concebida em parceria com seu amigo de longa data, DJ Mau Mau.

Como produtor, sua história é um pouco mais recente, mas já bastante promissora e digna de reconhecimento, com músicas assinadas por gravadoras renomadas como Prison Entertainment, Shake Records, Cockpitch Records e Klaphouse Records. Sua ampla pesquisa musical dentro do espectro da House Music resultou em uma assinatura sonora versátil e inovadora, que combina elementos da Disco, Indie e Nu Disco.

Sempre atento às novidades e com uma consciência do tempo em que vive, Roque segue para mais um ano de grandes lançamentos. O primeiro do ano, “Conga Adventures”, pela espanhola Happy Techno, liderada por Lexay, não poderia ter resultado diferente: um clássico chique, com ampla musicalidade e presença de instrumentos, características que reforçam seu compromisso constante em inovar dentro do gênero e propor novas facetas criativas paras o público atual.

Siga DJ Roque de Castro no Instagram.

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Descubra: Geluk

Com um milhão de streams e o suporte de Vintage Culture, Fancy Inc e EDX, Geluk reforça o perfil obstinado da nova geração.

Por Carol Carlos

Com foco em evocar emoções genuínas em sua música, Geluk integra uma geração de artistas com objetivos bem definidos. Em um cenário onde os desafios da indústria são constantes, o DJ e produtor se destaca por sua habilidade em conquistar, passo a passo, seu lugar na cena musical, transcendendo os limites geográficos. Sua carreira, embora jovem, já conta com feitos notáveis e apoios significativos.

Nascido e criado no Rio de Janeiro, Alexandre Wanderley descobriu sua paixão pela produção musical durante seus estudos de piano. Desde então, sua criatividade é alimentada por uma ampla gama de estilos e influências que vão desde U2 e Phil Collins até Jungle, Artic Monkeys, Cartola, e outros artistas contemporâneos. Essa diversidade se reflete em suas composições, que apresentam uma fusão marcante de techno melódico e progressive house.

“Poder me expressar por meio da arte é um privilégio. Tem coisas que ela consegue dizer e hoje agradeço muito por ter essa capacidade de me expressar musicalmente”.

Com lançamentos em selos renomados como Sirup Music, LA Groove Records e Aesthete, Geluk já recebeu suporte de artistas de destaque como Vintage Culture, Fancy Inc e EDX. Sua agenda sempre cheia, já carimbou sua marca em eventos como a FAU e nos maiores blocos eletrônicos do Carnaval carioca. Demonstrando uma abordagem multifacetada, Geluk mantém contato direto com seu público não apenas através de sua música, mas também compartilhando seus conhecimentos sobre tecnologia sonora em seu canal no YouTube, enriquecendo assim a experiência dos fãs e seguidores.

Determinado em sua jornada, o produtor está atualmente em processo de criação de novas músicas em colaboração com artistas reconhecidos internacionalmente, como Jesus Luz, CODE de Portugal, Stranger Souma do Marrocos e Vallent. Não deixe de acompanhar Geluk nas redes sociais e ouvir sua discografia no Spotify para descobrir mais sobre este artista emergente e se manter atualizado com as novidades da cena eletrônica brasileira.

Acompanhe Geluk no Instagram.

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Descubra: Alex Now

Após o sucesso ‘Work It Out’ em 2023, o espanhol Alex Now agora estreia na Adesso Music; conheça seu histórico na coluna Descubra.

A Espanha é um país conceituado quando falamos em música eletrônica, principalmente por ter Ibiza e Barcelona como dois grandes polos que atraem milhares de clubbers para o país. Naturalmente, muitos artistas são revelados lá, como é o caso de Alex Now, player que já acumula mais de quinze anos de experiência e não só deixou sua marca em festivais e clubes tradicionais da Espanha, como também contribuiu com a evolução da cena sendo diretor do Marmarela, um club que fica na cidade de Alicante e traz grandes nomes para tocar.

Marmarela Club

Desde o início de sua carreira, Alex Now mostrou um compromisso implacável com a excelência musical. Suas habilidades como DJ e produtor se destacaram, e logo ele se viu compartilhando os decks com os melhores, muito por conta de sua habilidade em mesclar estilos distintos que vão desde o Tribal House até o Tech House, passando pelo Progressive House e Electro House, criando uma assinatura sonora que conversa com vários públicos.

Em 2023, ele alcançou um marco significativo com o lançamento de Work It Out na conceituada StereoHype, faixa que foi para o topo de vários charts e também conquistou o coração de gigantes da indústria, incluindo David Guetta e James Hype, o que solidificou seu lugar de destaque na cena espanhola. Mas seu catálogo conta ainda com outros selos de peso como Night Service Only, Hot Fuss, NONSTOP e 303Lovers.

Apesar da trajetória de sucesso até aqui, Alex Now está apenas começando. Seu mais recente lançamento, Get Wild, marca sua estreia pela Adesso Music e traz uma nova energia às pistas de dança. Com um vocal super catchy e uma linha de baixo pulsante, a faixa é um convite irresistível para se entregar à música e deixar-se levar pelo momento, como o próprio nome da música diz. Ouça abaixo e se curtiu o som, siga acompanhando Alex Now no Instagram.

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Descubra: TOMA

Top #01 no Indie Dance Releases, TOMA traz imponência em produções que fogem do comum. Descubra agora o artista.

Por Carol Carlos

TOMA, um jovem DJ e produtor de apenas 24 anos, é um desses precursores que está deixando sua marca sonora nas caixas de som ao redor do planeta. Com ele vem não apenas um nome, mas uma experiência de sets e faixas marcantes. Além de sua paixão pela música, é também diretor de arte, trazendo uma fusão inigualável de elementos visuais e sonoros.

Com influências voltadas para o Indie Dance, TOMA vem se dedicando à produção de músicas autorais, já com uma agenda repleta de lançamentos para os próximos anos. A promessa é trazer novos horizontes à cena, fugindo do óbvio. Seu repertório combina diversão, acessibilidade e sentimentos, resultando em uma melodia forte e imponente, com elementos sombrios e inquietantes.

Seu primeiro lançamento veio quente! O EP, ‘Future Scream’, em parceria com Pietro (BR), pela Print ID, apresenta músicas únicas de dark disco altamente dançantes. O projeto conquistou o TOP 1 do MUNDO com seus lançamentos no BEATPORT, além do Top #33 Releases Overall, consolidando seu trabalho como parte de um seleto grupo de músicos que não passam despercebidos.

Desse EP, não espere synths alegres e teclados com sequências melancólicas. O álbum reafirma a identidade de ambos os artistas, com duas faixas para serem tocadas e ouvidas em uma pista escura, com luzes baixas e muito espaço para se dedicar a ser livre na contemplação.

Com suporte de nomes como Joriss Voorn, Deer Jader e Kurt Kjergaard,2024 será um ano reservado de lançamentos de TOMA em grandes gravadoras, com datas já agendadas para três faixas exclusivas. Apenas um spoiler do que vem por aí.

Escute ‘Future Scream’ logo abaixo e acompanhe o trabalho de TOMA pelo Instagram.

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Descubra: Lunatica

Com passagens por grandes festivais do mundo e mais de 20 anos de carreira, Lunatica é o artista que você precisa conhecer. Descubra!

Por Mia Lunis

Da ilha mágica de Ibiza na Espanha vem Miguel Solans, que assina o projeto prolífico de psytrance psicodélico Lunatica. O DJ e produtor começou com o projeto Lupin, navegando por linhas progressivas, após anos produzindo como Lupin, Miguel quis ultrapassar os limites entre estilos criando algo inovador para as pistas, uma sonoridade composta de equilíbrio entre a psicodelia diurna e noturna, eis que nasceu o projeto Lunatica. O artista começou a discotecar nos anos 2000 e começou a produzir em 2004, hoje já soma mais de 10 mil ouvintes no Spotify e mais de 1 milhão de streamings em suas plataformas.

Com o lançamento de sucesso que fizeram a cabeça do público, como o single ‘The Lunar Mode’ lançado em 2017, e o álbum ‘A New Point Of View’, composto por nove faixas com participações de nomes como Imaginarium, Dust Obliviant, Lunática se estabeleceu no cenário com um trabalho sólido e que hoje é referência para muitos artistas iniciantes no ramo. Para Miguel, sua arte está entrelaçada em seu ser e nas palavras do artista o que o move em suas produções é: “O estado profundo que o psytrance cria dentro de você, as influências sonoras, as pessoas e as artes relacionadas a esta comunidade”. 

O artista foi altamente influenciado pelo boom de música eletrônica que aconteceu na pequena cidade de Lleida, perto de Barcelona, quando ainda era adolescente. Foi a partir deste momento singelo que já obteve alguns insights sobre o que gostaria de seguir como profissão.

Movido pelo anseio de experimentação no campo musical, Lunatica apresenta um storytelling fora do comum, carregado em contrastes e texturas sonoras que criam fragmentos de fractais nas mentes dos ouvintes, psicodelia pura.

Ele já enalteceu os palcos de festivais como Boom Festival, Ozora Festival, Universo Paralello, entre muitos outros ao longo dos mais de 20 anos de carreira nos decks e segue a todo vapor entregando produções enriquecedoras e sets que se conectam com a alma do público.

Acompanhe Lunatica no Instagram.

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Descubra: Vigaz

Combinando o Desande com Funk, ambos ritmos bem brasileiros, Vigaz criou uma sonoridade única e tem ganhado cada vez mais espaço na Europa.

O cenário musical do Brasil sempre foi uma fábrica de talentos, e mais uma vez, está colocando um novo nome em destaque. O DJ e produtor Vigaz, que recentemente deixou o público europeu hipnotizado com seu estilo único, está de volta e cheio de novidades de “outro mundo” na bagagem! Com uma proposta musical ousada e inovadora, Vigaz combinou o Desande – um vibrante ritmo de Goiás – com o Funk, criando uma sonoridade totalmente nova que está encantando não só os brasileiros, mas também ouvintes em outras partes do globo.

“Tocar na Europa pela segunda vez foi uma experiência realmente transformadora. Não tenho palavras pra descrever a emoção de ver pessoas de diferentes culturas se conectando através da minha música. Foi maravilhoso perceber que a linguagem da música é universal, que o Desande e o Funk podem unir pessoas de todos os cantos do mundo. Cada show, cada cidade, me ensinou algo novo e eu trouxe todas essas lições de volta para o Brasil. Estou ansioso para incorporar tudo isso na minha música e nas minhas próximas performances.”

Vigaz, que batalhou durante sua infância e enfrentou inúmeros desafios para viver de música, compartilha: “A música eletrônica e o funk fazem parte da minha vida desde sempre. Mesmo diante de ironias e pouco caso das pessoas sobre a música que eu sonhava produzir, eu mantive minha decisão firme de terminar os estudos para viver de música. E aqui estamos, né? Tornando os sonhos realidade dia após dia.”

Esse jovem e ousado produtor sempre acreditou que para se destacar é preciso criar algo que seja não apenas único, mas que desperte a curiosidade nas pessoas. É sobre esse mindset que ele comenta sobre seu recente lançamento, o ‘Baile do VZ’, disponível em todas as plataformas de streaming:

“Eu gosto de brincar com a ideia de que algumas músicas são de outro mundo, e ‘Baile do VZ’ é uma delas! A ideia por trás desse lançamento foi criar uma música que grudasse na mente das pessoas, deixando-as extasiadas com o bass e os vocais da faixa. Acabamos de lançar um videoclipe que dá um vislumbre desse mundo, fica o convite para quem quiser ouvir e se divertir.”

Agora que Vigaz está de volta, estamos ansiosos para ver o que esse DJ e produtor talentoso nos trará a seguir. Enquanto isso, aproveite para seguir VIGAZ no Instagram e no Spotify.

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Descubra: Koanda Effect

Apostando no Melodic e Progressive House, o duo Koanda Effect, formado por Jéssica e Bruno, de Goiânia, participará da nossa coluna Descubra.

Juntos na vida pessoal e na profissional, foi como um casal que Jéssica e Bruno deram vida ao projeto Koanda Effect. De passados que iam do Psytrance ao Electro, foi no Melodic House que a dupla encontrou sua verdadeira identidade. Com mentoria de nomes importantes da cena, como o duo Binaryh e Andre Salata, o duo chamou nossa atenção com a música ‘Emerald’ e por isso, convidamos a fazerem parte em nossa coluna Descubra. Confira o papo:

Beat for Beat – Olá, Jéssica e Bruno, tudo bem? Obrigado por conversarem com a gente. Para começarmos, gostamos de voltar lá atrás e saber como vocês se conheceram. Como foi o primeiro encontro? A música eletrônica já foi assunto logo de cara?

Koanda Effect – Primeiramente queremos dizer que ficamos muito felizes com o convite. É um prazer participar desta entrevista.

Nos conhecemos na pandemia, em uma resenha na casa de amigos. O que nos fez olhar um para o outro, por incrível que seja, foi a música eletrônica. Eu, Jéssica, pedi para colocar uma música que eu gostava muito naquele momento, que era ‘Innerbloom’. O Bruno achou o máximo saber que eu gostava tanto de música eletrônica, veio puxando assunto e me pediu para mostrar uma outra versão. Dali em diante não paramos mais de conversar e aqui estamos hoje.

B4B – Após quanto tempo de relacionamento, vocês decidiram formar uma dupla? Como surgiu a ideia? Quem sugeriu isso para o outro?

Koanda Effect – A ideia do duo surgiu depois de um ano de relacionamento. Eu, Bruno, toco desde meus dezesseis anos e produzo há três. Fiquei afastado da cena alguns anos e durante a pandemia resolvi voltar a trabalhar com o que mais amo na vida, incialmente tocando e curtindo em nossas reuniões e resenhas com amigos, e aos poucos tudo começou a criar um aspecto mais profissional.

A Jéssica sempre teve um feeling sensacional e também gostava de opinar nos sets, até que certo dia consegui convencê-la a aprender a tocar e aí não parou mais. Então, regado a taças e taças de vinhos, começamos a nos divertir bastante em casa, só nós dois, tocando até altas horas. Como a energia era incrível, decidi propor a ideia do duo. Deu muito certo!

B4B – Vocês hoje, trabalham as vertentes do Melodic e Progressive House. Esses eram os planos iniciais da dupla ou passaram por outras sonoridades? Como vocês definiram o mood da produção de vocês?

Jéssica – Eu, como ouvinte, vim do psytrance, sempre amei e amo. Já tive a oportunidade de ir em duas edições do Universo Paralello (dentre outras festas e festivais do gênero), curto demais um som “pegado” e grooveado, mas hoje amo demais dançar e tocar um Melodic e Progressive. Tenho como referências musicais Miss Monique, Artbat, Ben Bohmer e Camelphat. Música pra mim tem que ser capaz de te fazer transcender, nem que seja por alguns instantes, de te libertar dos seus problemas e encher seu coração de amor.

Bruno – Lá em meados de 2004 a 2006, eu tinha forte influência do Electro, Tech & Deep House. Com meu par de CDJ-100S e mixer VMX-300, me apresentava em bares e festas de Goiânia. A ideia do projeto Koanda Effect surgiu pouco depois disto, mas somente quando decidi colocar em prática seu sonho antigo de ser tornar Produtor Musical aliado à minha paixão pelo Melodic Techno é que ele foi efetivamente criado.

B4B – Vocês possuem como tutores o Renê do Binaryh, assim como André Salata. Como é para vocês, receberem suporte de dois grandes produtores da cena nacional? O que isso impactou e impacta na carreira de vocês, seja musicalmente falando ou no gerenciamento de suas carreiras?

Koanda Effect – Com a ideia de nos tornarmos produtores musicais, fizemos uma grande pesquisa de mercado e sem dúvidas podemos garantir que escolhemos o melhor lugar para iniciar e manter o projeto. A comunidade de áudio do Salata é literalmente um playground de adultos para produtores, se você tem dedicação e ama a música eletrônica, você não consegue ficar um dia sem participar.

É inegável que a tutoria do Renê Castanho tem uma influência fortíssima no nosso projeto. As aulas da Camila também são essenciais para um bom gerenciamento da carreira. Atualmente estamos fazendo consultoria individual com o Salata, cada encontro é uma evolução de anos, os feedbacks que recebemos lá (pesaaaados) são cruciais para a melhoria constante. Só temos a agradecer a eles pela paciência e empenho em nos dar estes conhecimentos tão valiosos.

Recentemente, lançamos o EP ‘GEMSTONES‘ com três tracks pela gravadora de Techno italiana Aryacuna, fica aqui o nosso agradecimento, gratidão e principalmente reconhecimento de que eles tiveram um papel crucial na realização deste sonho.

B4B – Vocês são de uma região que é muito conhecida pelo sertanejo, mas que também já conta com nomes gigantes na música eletrônica brasileira, como é o caso do Illusionize. Como é para vocês, ter que se destacar num local que não conversa tanto com a música eletrônica, mas que em contra partida, tem um grande expoente da dance music logo ao lado?

Koanda Effect – O público goiano é sensacional, eles amam uma festa, amam um entretenimento. Já tivemos grandes palcos da cena eletrônica em Goiânia como a Mega Pulse, GMS dentre outros grandes festivais. Como bem dito, nomes goianos como illusionize, Vitor Lou, dentre outros, são artistas de grande capacidade e que fizeram história criando músicas boas, e assim conseguiram conquistar seu espaço. Acreditamos no poder da nossa música e temos certeza que muito em breve o público goiano também acreditará.

B4B – Vocês dizem que fazem uma mistura do orgânico com o digital. Como isso se reflete em suas produções? Como é o processo criativo de suas músicas e como definem esses processos? Cada um tem uma função ou juntos, literalmente, dão vida as suas faixas?

Koanda Effect – É exatamente isto, vivemos em uma região muito rica, amamos conhecer a natureza do nosso estado como a Chapada dos Veadeiros, Pirenópolis etc, e sempre buscamos essa conexão do real com o virtual. É comum usarmos elementos orgânicos nos projetos, acreditamos que isto trás conexão e equilíbrio com o eletrônico/digital.

Nosso último EP foi uma homenagem à Chapada e sua riqueza de cristais e pedras, por isto o nome GEMSTONES, com as tracks ‘Ônix‘, ‘Amethyst’ e ‘Emerald’. Nossa inspiração é variada, temos divisões de função no projeto, mas a decisão final sobre as músicas produzidas é sempre dos dois, ambos têm que concordar com o resultado, ou seja, no nosso processo criativo existe tanto uma combinação de elementos nas tracks quanto uma mescla de ideias e inspirações.

B4B – Também queremos saber: como é ter que separar a vida profissional da pessoal? A carreira, em algum momento, conflitou com o relacionamento de vocês?

Koanda Effect – Fazemos tudo juntos, tanto no projeto quanto na vida pessoal, estamos acostumados com a convivência. Temos uma satisfação muito grande em poder compartilhar nossos sonhos. Sempre rolas as “tretinhas” saudáveis de casal na hora do set, mas a gente sempre se acerta.

B4B – E para finalizar, quais são os planos do Koanda Effect para este 2º semestre de 2023? Obrigado!

Koanda Effect – O ano de 2023 tem sido muito generoso com a gente. Só temos a agradecer, sabemos que a caminhada é longa, mas também temos confiança no trabalho constante. Já estamos em contato com algumas gravadoras e nosso projeto principal é o lançamento de um novo EP no segundo semestre. E claro, tocar muuuuuito!

Nós agradecemos imensamente a vocês pelo carinho e atenção. É muito gratificante conceder esta entrevista e poder contar um pouco da nossa história. Todos nós compartilhamos da mesma paixão, a música eletrônica.

Siga Koanda Effect no Instagram.

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Descubra: KeeQ

Crescendo em um ritmo impressionante, KeeQ está se tornando um nome da Tech House para ficar de olho. Ele conversou com a gente.

Imagine-se com pouco mais de dois anos de carreira e algumas conquistas notórias, como os suportes de Solomun, John Summit, Danny Howard, Black Coffee, Hernan Cattaneo, DIPLO, além de ter sua música tocada na BBC Radio 1 de Pete Tong, ou até mesmo estar no lineup de eventos que têm como headliners Carl Cox ou Fatboy Slim. Pode parecer um pouco irreal, mas esse é exatamente o momento em que o DJ e produtor inglês KeeQ, que colecionou conquistas impressionantes em um período muito curto de tempo… O segredo? Quem sabe descobriremos nesta nova entrevista do Descubra, aproveitando o recém-lançado lançamento do artista pela Adesso Music, ‘Such A Loneliness‘. Dê o play e confira o bate-papo.

Beat for Beat – KeeQ, obrigado por aceitar esta entrevista para nossa coluna DISCOVERY. Pelo que vimos, sua carreira começou relativamente cedo, em 2021, mas com tantas conquistas no início, imaginamos que tenha formação em música… pode nos contar sobre seu início na música eletrônica?

KeeQ – Obrigado por me receber. Sim, eu tinha um histórico musical antes do meu pseudônimo KeeQ. Comecei a trabalhar como DJ e a produzir há mais de vinte anos e estive ativo na cena por cerca de dez anos. Depois, tive um hiato de dez anos, mas agora estou de volta 😉

B4B – Outro fator importante, pelo que pudemos perceber, foram as conexões feitas ao longo do caminho. Logo em seu primeiro lançamento como KeeQ, você foi incluído no catálogo da Circus Recordings de Yousef, que deu amplo apoio às suas faixas. Como surgiu essa parceria?

KeeQ – Sem dúvida. É tudo uma questão de contatos e networking. No entanto, antes de entrar em contato com Yousef, meu objetivo era garantir um lançamento na Circus, pois adoro a produção deles e senti que poderia ser um ótimo lugar para alguns dos meus lançamentos. Felizmente para mim, um amigo em comum meu e de Yousef nos colocou em contato. Tem sido uma ótima gravadora para se associar.

B4B – Além da Circus, você conquistou outros selos, como Toolroom, Saved Records, Abracadabra, Hurry Up Slowly e agora Adesso Music. Qual é o segredo por trás de tantas aprovações?

KeeQ – Acho que o mais importante é ter um bom produto em sua música e, ao mesmo tempo, entender se uma faixa específica seria adequada para determinadas gravadoras. Uma vez que você tenha um objetivo sobre onde gostaria que uma faixa fosse posicionada e seja realista, tudo volta aos contatos e ao networking. Grande parte da minha rede de contatos tem sido rastrear DJs de alto nível que tocam e apoiam meu som e, em seguida, fazer contato. É muito simples, mas acho importante ser consistente, mas também atacar enquanto o ferro (ou sua faixa) está quente.

B4B – Conte-nos mais sobre esse último single, ‘Such a Loneliness’. Achamos que ele reflete bem a identidade do seu som, pois é até um pouco difícil defini-lo em um único estilo… concorda?

KeeQ – Eu gosto disso! E sim, acho que isso engloba meu som, pois gosto de combinar loops vocais, groovy drums, com construções e quedas; tudo isso é encontrado em Such A Loneliness.

B4B – Há alguns meses você pode tocar em eventos importantes ao lado de nomes como Carl Cox e Fatboy Slim… além de um sonho realizado, como foram essas experiências? Certamente foram referências para você, certo?

KeeQ – É ótimo tocar ao lado de artistas que admiro há décadas. Carl Cox e Fatboy são dois artistas que admiro desde a adolescência. Por isso, ser convidado para tocar em seus lineups em minha cidade natal foi um momento de balde de água fria. Especialmente porque eu estava em Brighton Beach para o famoso Fatboy Big Beach Boutique 2, como um adolescente acima do peso, bem na frente.

B4B – Você acha que estar no Reino Unido o ajudou a abrir portas na música eletrônica?

KeeQ – Não tenho certeza. Acredito que o Reino Unido tenha sua própria cena, o que é bom, e provavelmente estamos acima de nosso peso na música com base na população, o que pode ajudar, talvez eu não tenha percebido esses benefícios. Em última análise, acredito que a música deve falar por si mesma.

B4B – Por fim, que outras notícias podemos esperar de vocês no segundo semestre do ano? O que você já pode nos dizer? Muito obrigado!

KeeQ – Espero que a segunda metade do ano seja bem movimentada. Tenho um EP de três faixas a ser lançado com Danny Serrano pela Circus Recordings, o que é empolgante. Depois da minha colaboração com Blondish, estamos trabalhando em outra colaboração. Também estou finalizando o lançamento de uma única faixa pelo selo ‘Shen’, de Franky Wahs.

Também há planos para minha própria marca, que se chamará SneeQ. A marca fará lançamentos regulares, já assinei duas faixas, mas também organizará festas secretas em locais incomuns.

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Descubra: Izzz

Uma das 100 DJs do ranking DJane Mag de 2022, Izzz é uma artista que aposta numa sonoridade mais hard e que você descobre agora!

Um dos grandes prazeres desta coluna, é apresentar artistas novos e que genuinamente bebem da sua arte e Izzz é uma delas. Mulher, uma das 100 DJs do ranking DJane Mag, ela foi na contramão de tantas outras e apostou num gênero não tão difundido de música eletrônica, o Hard. Com o objetivo de crescer como profissional e fomentar cada vez mais a cena dos hardbeats nacional, a artista conversou com a gente num papo bem profissional.

Descubra, Izzz:

Beat for Beat – Quero começar falando sobre seu passado com a dance music. Como você veio parar na música eletrônica, no sentido geral? Lembra quais foram seus primeiros contatos e lembranças?

Izzz – A música eletrônica esteve presente em minha vida desde uns 10 anos de idade, quando eu ouvia ‘Summer Eletrohits’ no meu toca-discos, que na época era meu maior xodó. Eu nem sequer sabia que isso se configurava como música eletrônica, acreditava ser algum tipo de música pop, só depois de mais velha que fui perceber há quanto tempo esse estilo já existia no meu repertório.

Já no meu período de adolescência eu conheci o Skrillex, que hoje ainda é uma das minhas maiores referências artísticas. Eu me recordo de ter mergulhado em toda uma nova onda musical na época, onde o dubstep e o drum’n’bass se tornaram muito marcados na minha biblioteca pessoal. Em 2017 eu frequentei a minha primeira rave de psytrance e foi aí que um leque de possibilidades se abriu.

no início eu era voltada aos estilos do progressive e full on, e depois de viajar por diversos tipos de festas, eu comecei a ter mais frequência em eventos da cena underground, que tocavam hitech, darkpsy e psycore, descobrindo então novas possibilidades.

B4B – E a vontade de começar a tocar, surgiu em que momento? Tem algum fato que desencadeou a vontade ainda mais?

Izzz – A vontade de começar a tocar surgiu quando eu comecei a frequentar eventos de psytrance e me via cada vez mais rodeada de amigos e amigas que eram DJs e produtores, e eles sempre me incentivaram muito a fazer algo com esse desejo. Porém, eu era uma pessoa que tinha muito medo de errar, principalmente em frente a outras pessoas, e isso por muito tempo me impediu de dar meus primeiros passos, porque eu olhava os equipamentos e pensava: “Isso deve ser muito difícil! Então nem vou tentar…”.

Eu também creio que parte dessa resistência acontecia porque eu não havia encontrado, de fato, o estilo de música eletrônica que me tocava fundo o suficiente para dar esse start… até conhecer o hardbeats. Esse encontro aconteceu em uma festa de psytrance da virada do ano de 2018 para 2019, quando eu escutei Pharmacy Kids Story, o pioneiro da cena hard aqui no Brasil, e eu não fazia ideia do que era aquele som, mas eu tinha certeza de que se um dia eu fosse tocar, seria aquilo. Depois de ficar dias embasbacada com a apresentação, eu comecei a pesquisar loucamente pelo gênero e lembro claramente de ter pensado: “É isso que eu quero tocar!”

B4B – Hoje, você toca vertentes da cena hard. Como foi parar num cenário que não é tão difundido no Brasil? Isso dificultou seu começo de carreira como DJ?

Izzz – No início foi um pouco mais difícil porque eu tive que entender todas as configurações dessa cena sozinha, eu não conhecia ninguém para me ajudar a adentrar esse universo, então foi um período que eu “comi” muita referência e informação. Depois de um tempo eu fui encontrando coletivos e pessoas que já estavam se movimentando aqui no Brasil, e aí foi quando eu me toquei da magnitude do que eu estava me envolvendo… percebi que não seria só sobre subir no palco e mandar um som, mas também sobre fazer parte do crescimento e de toda a manutenção de uma cena que ainda está em crescimento no nosso país.

Então eu tornei o meu objetivo maior do que só a minha carreira, mas também em ser uma pessoa ativa na ascendência do hard brasileiro, que não só tem muito potencial, como também muitas pessoas com fome de um cenário bem difundido. No começo da minha carreira, estar em uma cena pouco conhecida não foi um fator decisivo para que eu tivesse oportunidades, creio que eu encontrei as pessoas certas nos momentos certos, então isso me abriu portas, o mais complicado foi sentir como se eu estivesse sozinha nesse meio (o que pouco tempo depois, como já comentado, eu descobri que não era bem verdade).

B4B –  Além de fazer parte de uma cena não tão grande, você ainda é uma mulher. Como você vê a questão da barreira do gênero, tanto na cena hard, quanto na música eletrônica como um todo?

Izzz – Não é segredo para ninguém que a sociedade em que vivemos atualmente é fundamentalmente machista, então não só na música eletrônica, mas também em tantos outros meios profissionais, isso atravessa as nossas ações. Na cena do hard dance music a grande maioria são homens, não só aqui no nosso país, mas também fora, porém eu não acredito que isso aconteça porque menos mulheres estão tocando, como já escutei como argumento por aí… tanto que cada vez mais conheço mulheres ativas nessa cena e ansiando por destaque.

Na música eletrônica como um todo o caminho segue similar, e as oportunidades para esse público acabam por serem escassas e muitas vezes pautadas em questões que nada tem a ver com o talento da mulher, como a aparência, por exemplo. Além disso, é constante o debate do quanto as mulheres precisam desempenhar o triplo para estar no mesmo lugar, por isso acabam se profissionalizando mais, engajando mais nas mídias sociais e investindo muito mais tempo. Infelizmente é uma realidade que precisamos debater mais sobre e também promover ações que realmente transformem esse cenário.

B4B –  Ano passado você figurou entre as 100 melhores DJanes do Brasil, segundo a revista DJane Mag. Como é para você, receber tal título, coisa que algumas DJanes do Brasil, mesmo com anos de carreira, ainda não conseguiram tal feito?

Izzz – Foi uma loucura total! Eu me lembro que no dia que fui nomeada eu chorei horrores. Isso não representou somente a mim, mas também a minha cena, porque eu fui a primeira DJane de hard a estrelar no ranking, então isso mostra o quanto não era só da minha cabeça a capacidade que nós temos de crescer aqui no Brasil. Eu trabalhei muito para chegar nesse lugar e apesar de ter sido muito surpreendente no dia, eu não vi como uma total surpresa porque eu sabia que era possível depois de tanto empenho que eu coloquei para conquistar isso. É muito gratificante ter sido reconhecida por eles como alguém com potencial, e querendo ou não isso nos faz querer ainda mais!

B4B – Quais são seus próximos passos na carreira? Quais maiores ambições, tanto mais do presente, quanto do futuro distante?

Izzz – Meu próximo passo com certeza é a produção musical. Atualmente eu estou trabalhando na minha primeira música autoral, que virá com uma identidade única dentro da cena do hard e eu espero quebrar algumas barreiras com isso. No presente, minha maior vontade é ampliar essa cena e realmente criar um público que seja fiel a esse movimento aqui, e eu já estou fazendo isso acontecer com tantos outros coletivos como a Tropicore, que produz eventos focados somente no hardbeats e, claro, continuar com as produções, lançando inclusive um álbum ano que vem ou no próximo.

Pro futuro distante é conseguir me apresentar mais vezes fora do estado de São Paulo, mas também fora do país, levando algo que seja genuinamente brasileiro e fazendo os gringos remexerem o quadril como nunca antes!

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Descubra: RUSKAR

Após entrar na música eletrônica através do House, foi quando RUSKAR descobriu o Afro House que tudo mudou. Entenda em nossa entrevista!

Entre tantas vertentes de música eletrônica que fazem nossos corpos se mexeram na pista de dança, há uma em especial que além de cumprir essa tarefa primordial, emana uma espécie de energia diferente de qualquer outra: o Afro House. Apesar de ainda estar bem distante de chegar a popularidade do House ou do Tech House, por exemplo, ainda assim alguns artistas acreditam que esse é o estilo perfeito para construir uma carreira, como RUSKAR.

A verdade é que sua porta de entrada foi mesmo o House, mas ao descobrir o poder do Afro, sua perspectiva mudou. Hoje, depois de somar mais de 10 anos como DJ e 7 como produtor musical, seu grande objetivo é fincar raízes nessa vertente que carrega sonoridades étnicas e orgânicas e se destacar no cenário estando sempre conectado com a natureza e as diferentes culturas, características inatas do Afro House.

Para conhecê-lo melhor, embarque com a gente em mais essa edição da coluna Descubra!

B4B – Olá, RUSKAR! Obrigado por aceitar essa entrevista. Nos conte então, primeiramente, o que te fez ingressar na música eletrônica? Você começou a tocar em 2012, né? Já faz bastante tempo…

Ruskar –  Olá, pessoal! Prazer conversar com vocês. Sim, comecei a tocar em 2012. Mas o meu interesse pela música eletrônica surgiu em 2008 na época da dança “Rebolation” e “Sensualize”, que muitos dançavam nas raves e faziam vídeos para postar no youtube. Eu era menor de idade, então eu não podia ir nas festas para aprender, logo o youtube foi meu aliado nesse aprendizado. Os famosos “passinhos” eram feitos apenas ao som de música eletrônica, mais especificamente ao som de Eletro House, então passei alguns anos aprendendo a dançar até que em 2012 eu pude ir na minha primeira festa.

Quem fazia festa na minha região era o Rith Freitas. Eram festas matinês, mas foi a primeira vez que pude sentir a força da música eletrônica em um soundsystem potente e isso me dava mais energia e vontade de dançar, tanto é que na época formei um grupo de dança para ir nessas festas desafiar outros grupos. Até que em uma das edições conheci o Rith Freitas, DJ que fazia a festa na região e quem me ensinou a tocar posteriormente.

Minha vontade era ser DJ do meu grupo de dança, pois nos nossos ensaios era um saco quando a música parava de tocar, e o DJ tinha essa magia de fazer as músicas tocarem sem parar. Mas nessa de aprender a tocar, isso me levou aos meus primeiros eventos corporativos. Posteriormente fui DJ residente de um motel (sim, um motel), onde pude conhecer o DJ Fernandinho, um cara que me ensinou muito sobre discotecagem e sobre a vida em si, o considero um irmão. Foram muitos acontecimentos até aqui, mas o principal deles e que me manteve forte até aqui, foi ver que com a música é possível fazer muitas pessoas se sentirem bem ao mesmo tempo, e esse é o combustível que me mantém em movimento.

B4B – Em todos esses anos você dividiu a carreira artística com outro trabalho? Como você tenta dividir/organizar sua rotina hoje?

Ruskar –  De 2012 até 2015 eu conciliei o meu trabalho em um escritório de contabilidade com o trabalho de prestador de serviços como DJ, pois eu não me considerava um artista. Em 2015 eu comecei a faculdade onde eu estudei produção musical, porém eram tantos trabalhos a serem realizados que não consegui manter 2 trabalhos mais a faculdade, foi nessa que o Dj Fernandinho me incentivou a largar o trabalho do escritório e seguir firme discotecando em eventos ao mesmo tempo em que ia fazendo produção musical na faculdade. Confesso que não foi uma decisão simples, ia completar meus 20 anos de idade e ter que pagar a faculdade apenas discotecando me dava um frio na barriga, era algo que tinha seus momentos de auge e de baixa, mas deu tudo certo. Porém em 2017 após finalizar a faculdade, eu decidi que não queria mais fazer eventos e que iria migrar totalmente de cabeça no mercado da música eletrônica, um mercado exigente e que valoriza outros tipos de condições.

Nessa época, veio um momento de dificuldade extrema, pois eu não conseguia gigs por ser inexperiente no mercado, assim como não tinha músicas que gostava para lançar, e muito menos tinha dinheiro para investir no projeto. Graças a Deus eu tenho pais que apoiam o meu trabalho e que me deram força para continuar seguindo trabalhando nesse sonho, então tive suporte deles durante um tempo, mas nunca gostei de ser dependente dos outros, então decidi buscar um outro trabalho aleatório, até que fui parar em uma metalúrgica.

Eu acordava às 6 da manhã, trabalhava até as 17 da tarde e só tinha a noite para me dedicar à carreira artística, o que era difícil, pois chegava em casa exausto. Isso era 2018 para 2019. Foi uma época frustrante, pois já tinha estudado muito, tocado bastante em eventos e tinha que trabalhar em uma metalúrgica para pagar as contas. Mas em 2019 eu saí dessa metalúrgica e comecei a trabalhar com um dos caras mais incríveis que conheci nessa vida, Andre Salata. Na época ele estava começando a Comunidade de Áudio que ele tem até hoje, e ele precisava de alguém para escrever os PDFs dos cursos e das lives.

Como desde da época da faculdade eu era um admirador assíduo dele, fui convidado a trabalhar com ele, e nessa época eu fiquei imerso na música eletrônica, pois o trabalho durante o dia era com música eletrônica e nos momentos em que eu não estava trabalhando, eu continuava imerso na música. Atualmente não trabalho mais com o Salata, mas presto serviços como técnico de som para CPro Áudio, uma das maiores empresas de som da América Latina, e como esse trabalho é apenas final de semana, durante a semana eu respiro música de todas as formas, principalmente produzindo minhas tracks.

B4B – E quando você começou a dar os primeiros passos, tocava mais House/Tech House, certo?

Ruskar –  Olha, os primeiros passos, lá em 2012, eu tocava Dutch House e Eletro House. Eu sempre gostei muito de sons com o groove forte, que faz o corpo mexer mesmo sem querer. Posteriormente, eu passei tocar Tech House, mas depois de estudar produção musical, entender melhor a música na teoria, eu passei a admirar um pouco mais as músicas que faziam dançar e tinham harmonia, nessa eu me descobri no Afro House, um som que possui um groove forte, muita percussão (que adoro) ao mesmo tempo em que possibilita ser musical ou sintético.

B4B – Vimos no seu Soundcloud que há vários sets para diferentes gravadoras. Você sente que isso te ajudou a amadurecer e encontrar sua identidade atual?

Ruskar –  Com certeza ajudou a amadurecer. A época desses sets foi no final da pandemia e um pouco pós pandemia. Ouvindo as gravações eu comecei a perceber que eu tocava músicas que  não gostava muito e que estava mais querendo agradar o público do que me agradar, talvez por conta da influência dos eventos no meu passado, porém isso começou a me deixar meio mal, porque dificultava até a direção das minhas produções.

Na virada de ano de 2021 para 2022, algo mexeu fortemente comigo. É até esquisito dizer, mas o simples virar de ano me trouxe outros insights, eu passei a olhar as coisas de forma diferente, me senti energeticamente de forma diferente, simplesmente eu não conseguia mais gostar de nada eu fazia antes, nem das roupas. Mas ao pesquisar novas coisas, entender o funcionamento de outras, eu me encontrei no Afro House e tudo que engloba esse estilo.

Sempre acreditei muito em energia, sempre acreditei que fazer o bem irá atrair mais do bem, que coisas positivas são mais fortes que negativas e que o positivo sempre irá continuar colocando no caminho coisas mais positivas, sempre fui desse estado de espírito, e o Afro House tem tudo isso dentro de sua cultura, logo me identifiquei fortemente com esse gênero e tudo que há em volta dele, e cada vez mais estou em busca de me aprofundar para passar isso adiante.

B4B – E em que momento você percebeu que seu estilo começou a se aproximar do Afro House? Vi que uma de suas principais aspirações do momento é o Mezomo… nos fale um pouco sobre isso.

Ruskar –  Eu comecei a perceber que meu estilo começou a se aproximar do Afro House quando comecei a participar das mentorias do Mezomo, que acontecem dentro da Comunidade de Áudio do André Salata. Apesar de eu não trabalhar mais com o Salata, eu continuo fazendo parte da Comunidade, e não só tenho mentoria com o Mezomo, mas também com o Binaryh e DJ Glen.

Porém o cara que me deu a direção sonora do Afro House foi o Mezomo. Ele já está a bastante tempo trabalhando nessa sonoridade e realizando diversos movimentos no Rio Grande do Sul, as dicas e insights que ele me passou quando perguntei “você acha que meu som está dentro do que é considerado Afro House” com certeza foram o que me levou a chegar na sonoridade que estou fazendo hoje, pois eu juntei tudo que ele me disse, com o que eu gosto, com o que eu acredito que pode funcionar e fiz o meu som.

B4B – No final do ano passado você teve a primeira grande comprovação de que o seu trabalho estava seguindo o caminho correto com o lançamento da ‘Elevator’, pela Nature Recordings, da Curol. O que significou esse lançamento pra você? 

Ruskar – Realmente foi uma comprovação. Eu estava com várias músicas prontas que eu gostava, mas isso não era o suficiente. A propósito, eu faço músicas que eu gosto para o público, não para ouvir sozinho no estúdio, então estava em busca de ter uma resposta do mundo externo para as músicas. A primeira pessoa que chamei para enviar minhas músicas foi a Curol. Ele adorou algumas delas e a preferida para lançar no V.A da gravadora foi a “Elevator”. Essa foi a faísca que eu precisava para acreditar que as músicas poderiam pegar fogo, pois a partir dai eu passei acreditar mais ainda que as músicas funcionam e eu precisava trabalhar mais para que eles chegassem mais longe.

B4B – Agora, outra grande conquista, é sua presença no catálogo da renomada Sol Selectas, uma label que é referência mundial quando o assunto é Afro/Organic House. A aprovação demorou, mas veio, né?  

Ruskar –  Nossa, acho que nunca senti tanta emoção na vida com um vídeo de 15 segundos, os meus olhos encheram de lágrimas quando vi o Sabo tocando uma das músicas do EP pela primeira vez e a galera pirando. Foi a primeira vez que vi uma música minha explodir uma pista gigante e ter inúmeros videos dela. Mas isso só aconteceu graças a essa busca persistente e incansável de aprovação das músicas. Eu trabalhei para que elas chegassem em lugares grandes, nunca fiquei satisfeito com pouco, sempre dei o meu máximo para que tudo ficasse o melhor possível dentro das minhas condições, e foi com essa mentalidade que consegui chegar na Sol Selectas. Foi demorado a aprovação, mas ela veio. Enviei a música para o Sabo em Dezembro, mas foi só no início de Março que veio a resposta da aprovação para lançamento. Foram dias de ansiedade e emoção vendo as músicas rodando o mundo em diversas festas. É muito gratificante.

B4B – E você já tem outros lançamentos nesse nível que estão prontos para serem lançados? 

Ruskar –  Tem mais 3 músicas na mão do Sabo, mas que estão novamente naquela fase de teste. Porém eu estou bem confiante que podem virar novos lançamentos, até porque são músicas que fiz pensando na continuidade desses lançamentos, quero criar uma boa discografia.

B4B – Quais os próximos passos/novidades que você tem para compartilhar? Quais objetivos você ainda quer alcançar? Obrigado!

Ruskar –  Assim como muitos artistas, meu maior objetivo é poder viver 100% da música. Eu já vivo, mas nesse caso eu me refiro a ver minha renda vindo 100% de apresentações artísticas, de shows, viajando o nosso Brasil para tocar, e depois de tanto suporte no exterior, por que não fazer Tours, conhecer o Oriente Médio, a Europa, entre muitos outros lugares. Mas com certeza o meu maior objetivo é começar a ter uma boa agenda de shows, tocar todo final de semana e entregar o meu melhor para o público. Tenho outras vontades, mas essa é a que está à flor da pele.

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