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Talles Domit: equilibrando técnica e feeling com precisão

Cria de um estado que virou um reduto de grandes talentos, Talles Domit compartilha sua experiência com a gente nessa entrevista.

Santa Catarina há um bom tempo é berço de grandes talentos, principalmente na região do litoral, onde a vida noturna é (ou era até antes do coronavírus) bastante agitada, abrigando alguns dos principais clubs do Brasil e do mundo. Foi neste lugar que Talles Domit resolveu partir para firmar bases e trilhar uma carreira na música.

Há pelo menos seis anos, ele vem absorvendo experiência e apresentando uma identidade que une música eletrônica e clássica, passeando por estilos como Deep House, Progressive House e Techno. Abaixo você conhece um pouco mais da história deste artista, que tem planos definidos para 2021:

Beat for Beat – Olá, Talles! Muito obrigado por conversar conosco. Conta pra gente, primeiramente, como nasceu sua paixão pela música eletrônica?

Talles Domit – Olá, pessoal! Eu que agradeço o espaço e a oportunidade de compartilhar um pouco dessa trajetória até aqui. Em meados de 2014, logo que sai de um relacionamento exigente e regado de filosofias que eu não concordava, fui em busca de coisas novas. Conhecia bandas como RHCP, Linkin Park, ouvia Bee Gees e sempre notava a qualidade musical da produção no geral. Desde pequeno, e nem sabendo do que se tratava, eu já sentia uma vibração boa, não sei qual é o motivo, mas quando eu via um piano pensava: ‘Caraca, quero aprender a tocar isso, o som é lindo’.

Nesse tempo eu já estava praticando mixagem em CDJ com um amigo, foi o meu primeiro professor tanto em produção quanto mixagem, mas nunca cheguei a ir numa balada de música eletrônica. Tempos depois conheci o tal Warung que todos falam… cara! aquela vibração que eu sentia antes parece que se conectou com o templo, via a resposta das pessoas a cada virada e cada groove, o respeito de cada pessoa, a educação… parece que é uma sociedade completamente diferente.

Entre tantos momentos ruins que passei na minha vida, eu tinha encontrado um lugar onde todos os problemas eram esquecidos e a política de boa vizinhança exercida, acho que foi o momento que pensei cara como eu queria fazer parte disso! Liguei pro André Hobi, meu professor que citei anteriormente, e falei: ‘Mano, me ensina isso!’ Ele topou na hora e a partir disso comecei a minha trajetória.

O que resume tudo é prazer. A música passa uma sensação de bem estar e nos eleva a um ponto tão específico que nunca mais queremos sair daquele transe!

Em 2021, mais do que nunca, passaremos por uma fase de valorização dos artistas nacionais por conta da pandemia. Na sua visão, o que um artista precisa hoje em dia pra ganhar espaço e ser visto no mercado?

Talles Domit – Não posso dizer que é uma ciência exata e que fazendo tais coisas a pessoa vai atingir o mundo, acho que é um processo que exige paciência, estrutura e muita informação e prática. Acho muito importante organizar a casa e definir a identidade. Uma dica é: descubra suas descendências, analise o que pode ser usado para criar algo diferente e puxe isso para seu projeto, procure produzir música que o timbre lembre o país de onde seus ancestrais vieram, por ex.: minha família é libanesa, tem traços fortes, e a cadência das músicas do oriente médio é diferente, isso deixa uma seriedade e é marcante, expande as possibilidades. Estou no início, comecei a dar mais cara ao projeto e as coisas começaram a tomar um rumo melhor depois que comecei a praticar e aplicar alguns conceitos.

Procure também um mentor, uma pessoa que esteja na frente, ela vai lhe passar muita experiência e vai lhe ajudar a tirar as pedras do caminho, nós não conseguimos fazer tudo sozinho, é necessário um professor perto para você tirar o melhor proveito do seu tempo. Comigo está o Tarter, a mentoria dele vem abrindo os olhos para alguns erros que cometia e tem me ajudado a ajustar minha carreira.

Falar sobre tocar, neste momento, sempre parece um pouco utópico. Mas quando você sobe na cabine, quais são as principais influências que você leva consigo? Seja no estilo de mixagem, na seleção musical…

Talles Domit – Primeiramente levo o coração cheio de amor, cabeça limpa, tento deixar a mente em paz, é uma união de groove com melodia muito louca [risos]. Considero minha mixagem longa, parecida com a do Solomun. Minha playlist varia de acordo com horário, porém é composta pela maestria da BLANCAh, a experiência do Solomun, a força de Dubfire, e a calmaria de caras como Bedouin, Kora, Lee Burridge e outros.

Se você pudesse escolher um artista para realizar um b2b, quem seria e por quê?

Talles Domit – A BLANCAh, sem dúvidas. Ela foi uma espécie de sinal que apareceu na minha vida em momentos que pensei em desistir. Eu rezava por um sinal e ela curtiu minhas músicas e tocou em sua tour em Berlim. Isso considerei como um sinal que não era pra desistir e sim continuar ajustando as coisas.

 

E qual seria sua pista dos sonhos para tocar?

Talles Domit – São várias as pistas dos sonhos, como Amazing, Vibe, D-EDGE, porém, não posso negar que a principal é o Warung, arrepio só de pensar.

Imagino que durante a quarentena sua pesquisa também deve ter se intensificado. Tem alguma música que te surpreendeu nesses últimos meses?

Talles Domit – Confesso que tenho acompanhado pouco o mundo externo no quesito lançamento, tenho passado os últimos meses concentrado no live. Recentemente perdi meu HD externo e me desliguei totalmente do mundo exterior para colocar em dia o Live, que é meu foco principal no momento.

Você tem uma carreira relativamente pequena, mas com alguns feitos importantes! Quais foram esses momentos mais marcantes até aqui?

Talles Domit – Tocar nos dois principais clubs na minha cidade natal, União da Vitória, Aborigene Club e o Ravine, isso ajudou a dar uma impulsionada nas coisas. Fechar a pista dos gigantes Elekfantz, também no Ravine Club, e receber o suporte da BLANCAh em um momento que achei que a música estava com dias contatos, pois meu pai faleceu e a coisa toda teria que tomar outro rumo…

Apesar de um conhecimento relativamente novo, sabemos que você tem um carinho especial por piano e violino, inclusive pretende incluir estes instrumentos no seu live act, certo? Fala um pouco mais dos teus planos…

Talles Domit – O gosto por violino e piano vem de tempos, o timbre deles é arrepiante. Eu não sou nenhum especialista nesses instrumentos, porém sei onde estão as notas que eu preciso para aquela determinada obra. Tenho intenção de incluir ambos no meu live, na parte do piano utilizando teclados MIDI para emular o timbre. O violino vem depois, o processo é longo, ainda estou me aperfeiçoando, mas sei que nada é impossível.

E quanto ao trabalho de estúdio, você já tem novas músicas prontas? Quando deve chegar um novo lançamento?

Talles Domit – Até dói comentar, mas como falei acima, meu HD externo acabou indo pro espaço e perdi todo o live que estava pré-formatado, uma perda que me deixou triste um dia todo. Consegui salvar apenas três músicas das principais, entre elas, uma que o tarter tocou em sua live no projeto TWNP, que segundo ele é uma das favoritas para o lançar com a Createch. Tenho muito trabalho pra recuperar esse que perdi, mas não vou deixar abalar, já estou produzindo o restante.

O que você diria para as pessoas que estão iniciando sua carreira como DJ?

Talles Domit – Primeiramente: não seja sugão. Segundo: nada cai do céu, é preciso ralar, trabalhar para investir na carreira… não pense que fazendo foto do celular e música com sample vão te fazer subir, a parada é muito mais além que só tocar, portanto, não se iluda. Ser DJ não é acordar três horas da tarde, ser DJ é uma empresa e deve ter disciplina e regras. Quando você entender essas coisas, pode ficar um pouco mais claro, mas não significa que você vai conseguir. Lute como eu estou lutando, se você não fizer ninguém vai fazer por você.

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Descubra: Jovick

Do Rio Grande do Norte para os Estados Unidos, conheça a trajetória do artista potiguar Jovick, personagem da nossa coluna Descubra.

Jovick é um DJ e produtor brasileiro que teve seu primeiro contato com a música bem cedo, por incentivo da família. Educador físico por formação, resolveu seguir seu desejo e investir na carreira musical e começou a destacar-se já nos primeiros anos de atuação.

Em 2014, tocou e participou de grandes eventos como Café Del Mar, Hedkandi, Fifa Fan Fest World Cup, Amnesia World Tour e Tribaltech, no qual ganhou prêmio de 3º lugar no Dj Contest promovido. Também já subiu nos palcos do D-EDGE, Field Club e Galeras Beach Club.

Jovick no D-Edge

Em 2015 foi eleito destaque do seu estado (Rio Grande do Norte) em matéria de revista Rio Music Conference (RMC), também citado como destaque pela DJ MAG em 2017. Lançou o EP Lose Control na Brazuka Music que alcançou a posição Top 21 no Beatport e ainda soma lançamentos em selos como Get Physical, Bullfinch e Sudam.

Hoje, morando nos Estados Unidos e com a pandemia sendo uma realidade, Jovick tem focado principalmente no seu trabalho de estúdio, em breve com novas produções a serem lançadas.

Beat for Beat – Jovick, bem-vindo ao B4B! O que te fez acreditar numa carreira na música e não seguir sua formação acadêmica?

Jovick – E aí pessoal! Obrigado pelo convite. Comigo foi aquela velha história… eu cursava Educação Física e quando cheguei na metade do curso vi que aquilo não era pra mim… eu comecei o curso porque na adolescência cheguei a ser atleta de futebol, além da minha mãe ser formada nisso, então acabou me influenciando. Só que quando eu desisti, já estava tocando em vários lugares do estado e vi que a música me deixava mais feliz, sei que foi a decisão certa!

Quando você começou sua trajetória, como era a cena eletrônica nordestina? 

Jovick – Na época, em 2011 e 2012, lembro que tinham bastante raves, festas de PsyTrance, e eu já escutava muita música eletrônica pro lado do Electro, Dubstep e Dn’B, e aí eu comecei a tocar. Eu era o único que tocava um som diferente, fugindo do que bombava por lá… acho que foi bem no momento que a cena underground começava a ganhar mais espaço, já existia há um tempo atrás, claro, mas o pop sempre dominou, desde o forró, sertanejo e a música eletrônica pop.

Logo neste começo também você teve a oportunidade de tocar em eventos importantes, como Café Del Mar e até o Fifa Fan Fest durante a Copa do Mundo… como essas conquistas aconteceram? 

Jovick – Pois é, foi um prazer imenso! Essa foi a melhor fase que Natal viveu, durante a Copa do Mundo. Tinha gente pra tudo quanto é lado, festas, inclusive até toquei numa festa só de americanos, com ator de Hollywood e tudo [risos]… eu fazia parte de uma agência chamada Target e graças a eles toquei no Fifa Fan Fest, mas nas outras como Café Del Mar e showcase do Amnesia, que rolou num beach club de frente pro mar, fui convidado pelo dono do espaço… mas essa fase foi incrível, principalmente pra cidade como um todo.

Falando do seu catálogo de lançamentos: você já lançou uma gama de estilos diferentes, então como você definiria a identidade de Jovick? Quais são as características principais do teu som?

Jovick – É, eu já lancei muita coisa entre o House e o Techno, e todas elas eu gostava muito. Na época do meu primeiro release que eu curtia muito era na vibe da LouLou Records e da Dirtybird, aí fui indo mais pro Tech House, Techno, fui descobrindo os sons de Berlim e da Europa como um todo, e aí comecei a misturar um pouco do que eu gostava com as novas referências, até Afro House… então acho que minha principal característica é essa ‘adaptação’ de acordo com aquilo que me agrada no momento.

Lançar pela Get Physical em 2019 também foi um grande feito… ‘Tech Baião’ deve ter um significado especial para você, certo? Conta um pouco mais a história dessa música…

Jovick – Na época que eu fiz ela eu morava em São Paulo, fazia curso de produção musical e certo dia eu criei um groove e comecei a buscar coisas que combinassem com isso, e aí veio na minha cabeça a música do Alto da Compadecida. Então eu sampleei algumas partes, coloquei na música e encaixou muito bem, falei ‘ficou irado!’. Aí quando terminei fui atrás do direitos autorais, descobri de quem era a música, mandei mensagem pra galera do Sa Grama e no contrato fizemos tudo certinho para os Royalties… mas a história é essa, foi durante uma aula…

 

Seu último lançamento foi um single independente batizado de ‘El Tiempo’, numa pegada mais downtempo. O que mais deve chegar pela frente?

Jovick – Vai ser o que eu falei anteriormente: o que eu tiver escutando e curtindo, eu vou chegar e vou fazer, sem restrição de estilo… é tão difícil hoje em dia chegar até uma gravadora que você gosta que eu prefiro fazer o que eu gosto de verdade, tentando agradar o meu público. Então ainda vão vir coisas bem diferentes pela frente.

 

Hoje você mora nos Estados Unidos, pode nos contar quais estão sendo seus maiores desafios como músico em solo internacional? E por que você decidiu realizar essa mudança?

Jovick – Até hoje está sendo [risos]. Tem dias que é bem complicado… tá fazendo quase um ano que já tô aqui, mas a cada dia me adapto melhor e por ser DJ/produtor, é muito difícil, ainda mais nessa fase de coronavírus… muita gente já pensou em desistir, inclusive eu, é difícil! Mas eu decidi me mudar porque eu queria uma mudança de vida mesmo, na minha cidade eu não estava feliz e resolvi encarar esse desafio pra uma vida nova.


Como é sua rotina atual no país e como você organiza seu tempo para música com os afazeres paralelos?

Jovick – Olha, eu também queria descobrir [risos], porque todo tempo que eu tenho livre eu busco produzir algo, mas não tenho muito tempo pra isso.

Para finalizar: você já tem projetado planos e metas para o ano que vem? O que você vislumbra pela frente na carreira de Jovick?

Jovick – O coronavírus tirou muitas das minhas expectativas, eu não sei como vou estar daqui a um ano, é muito incerto… ninguém sabe. Hoje eu só tô vivendo, dia após dia, Deus sabe todas as coisas e acredito que no final tudo dará certo.

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Editorial

Relembramos 3 noites memoráveis dos 16 anos da Moving D-EDGE

Idealizada dia 04 de outubro de 2004, a Moving D-EDGE tem a curadoria de Anna Biazin desde os primórdios. Relembre 3 noites icônicas com a gente.

Já imaginou quantas quintas-feiras cabem em 16 anos de história? São incontáveis as lembranças de uma das maiores manifestações da arte da música eletrônica nacional. A Moving, festa semanal firmada na história do emblemático E-EDGE, acabou de completar 16 anos de atividade com memórias de noites ousadas e inesquecíveis sob curadoria impecável de Anna Biazin e do mentor do club, Renato Ratier.

Centenas de artistas emblemáticos do cenário mundial já deixaram sua marca nessa noite e na cabine do D-EDGE, iluminada por leds intensos e dotada de um soundsystem com tecnologia presente em poucos lugares no mundo. Poderíamos ficar dias relembrando os melhores momentos vividos na Moving, mas aqui vamos relembrar três noites memoráveis que merecem destaque ao longo dessa jornada até aqui.

O inusitado encontro de gigantes: Adam Beyer, Marco Bailey e Richie Hawtin

Em maio de 2005, Marco Bailey veio para São Paulo e Adam Beyer era um dos headliners do festival Circuito.. A explicação para tal encontro foi que Bailey, Beyer e Hawtin saíram juntos naquela noite e, por volta das 22h30, Hawtin fez uma ligação para Renato Ratier, pedindo para tocar no clube. Ele já havia se apresentado na casa em dezembro, na festa D-Edge Concept, e ficou apaixonado pelo espaço. A resposta, obviamente, foi positiva. E assim, no improviso, rolou uma das noites mais incríveis da história da Moving.

Richie Hawtin na Moving D-EDGE

Tiga

O ano era 2009 e o DJ canadense com um currículo de hits memoráveis como ‘Sunglasses at Night e ‘You Gonna Want Me’ estava a postos para uma apresentação efervescente na quinta feira do dia 2 de abril. Seu set foi marcado tanto por suas faixas mais clássicas, sem dispensar os hits mais manjados, bem como uma atmosfera de House, sensual e orgânico. Tiga subiu à cabine ovacionado pela multidão, vestindo seu boné, tornando uma das noites mais emblemáticas do clube.

Mathame

No primeiro mês do ano de 2020 foi a vez do duo italiano Mathame, da icônica gravadora Afterlife, pisar nas cabines do D-EDGE para uma apresentação que marcava sua estreia no Brasil. A noite foi tão intensa que os ingressos haviam se esgotado no dia anterior, deixando a casa abarrotada de fãs agitados e curiosos pela grande quinta-feira do ano. O duo havia recém-alcançado seu estrelato mundial através da faixa ‘Nothing Around Us’, track que soma quase 2 milhões de plays no Youtube e quase 5 milhões no Spotify. Deu pra imaginar o quão histórica foi essa noite da Moving?

Mathame na Moving D-EDGE
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D-EDGE é parceiro oficial do Exit Festival na transmissão do Life Stream

Abraçando a iniciativa do Exit Festival, o D-Edge será parceiro oficial de transmissão aqui no Brasil; saiba mais detalhes sobre o “Life Stream”.

Sim, estamos todos com saudades das pistas de dança e muitos profissionais da área ainda procuram soluções para gerar renda, já que os eventos ainda não voltaram a normalidade. Porém, existe uma classe que sofre ainda mais do que todos nós juntos, com ou sem coronavírus, e você sabe qual é.

Mais de 800 milhões de pessoas no mundo passam fome e isso se agravou ainda mais com a chegada da pandemia. Foi para ajudar nesta causa que o renomado Exit Festival da Sérvia se juntou à ONU através do World Food Programme (WFP), criando o Life Stream, em busca de salvar vidas no planeta, ajudando a aliviar o sofrimento de milhões de pessoas que perderam seus meios de subsistência para a pandemia e estão sofrendo cada vez mais com a fome.

As transmissões do Life Stream acontecerão em dois momentos diferentes, o primeiro de 17 a 20 de setembro e também de 24 a 27 de setembro, todas diretamente da grandiosa Exit Dance Arena. Grandes estrelas da cena underground abraçaram a causa e estão confirmados, como Carl Cox (17), Nina Kraviz (19) e Black Coffee (20) na primeira semana, além de Marcel Dettmann (24), Paul van Dyk (25), Adam Beyer e Ben Klock (26) e Hot Since 82 (27) como headliners na fase final. Confira a programação abaixo, considerando que estamos 5 horas atrás (às lives começam às 15h20 pelo horário de Brasília):

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O D-EDGE, sempre preocupado e conectado com ações de impacto social positivo, se juntará à causa e será o parceiro oficial de transmissão aqui no Brasil. Para acompanhar, é só seguir a página no Facebook.

O EXIT começou como um movimento jovem pela paz e liberdade na Sérvia e nos Balcãs e o ativismo social fez e sempre fará parte da nossa  essência. Este ano tem sido difícil para todos nós, mas mesmo em tempos como este, devemos encontrar forças para fazer o que pudermos para ajudar aqueles que são os mais vulneráveis”, disse o fundador e CEO do EXIT, Dušan Kovačević.

Exit Dance Arena

Conforme os casos de coronavírus aumentam globalmente, a pandemia segue agravando os problemas e multiplicando a miséria, especialmente para aqueles na linha de frente da luta contra as mudanças climáticas, secas frequentes, tempestades e inundações que prejudicam a produção de alimentos, agravam a fome e colocam ainda mais pessoas na pobreza.

Mais informações você encontra diretamente na página do Exit Festival no Facebook ou no Instagram.

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Lançamentos

Stéfano TT assina o EP que celebra dois anos da Kaligo Records

Gravadora mineira, Kaligo records, comemora segundo ano com lançamento de “2STEP”, compilado com três músicas do potente DJ e produtor paulista Stéfano TT

Stéfano TT | Foto: João Vitor Garcia

Em comemoração ao segundo ano do selo Kaligo Records, o DJ, produtor paulista e residente do D-EDGE, Stéfano TT, lança nesta sexta-feira, 28 de agosto, seu mais novo EP “2STEP“. O compilado já está disponível nas principais plataformas de distribuição e conta com três músicas: 2STEP, Mental Dance e Maxidrate.

A gravadora, criada pelo produtor musical brasileiro João Vitor (Melgazzo) está baseada em Uberlândia, Minas Gerais, e desde 2018 exerce um trabalho no sentido de fomentar a cultura underground brasileira. A comprovação se dá a olhos nus nos rankings do Beatport, já que a cada lançamento, a Kaligo ingressa no Top 100 de Techno do Beatport — no geral ou no hype —, lançando artistas não só nacionais, como de todas as partes do mundo, mantendo a agenda de lançamentos fechada até o final deste ano.

O BeatStats (site de pontuação ligado aos rankings do Beatport) observando a movimentação do selo nos últimos 3 meses, apontou a gravadora como uma das melhores do Brasil, chegando quase ao Top 100 do mundo.

Stéfano TT no D-EDGE

Alcançando suportes de nomes nacionais como Wehbba e Murphy, e internacionais como Christian Smith, Mark Greene, Cristian Varela e Greg Notill, a label celebra a conclusão do segundo ano com Stéfano TT, DJ e produtor musical que representa muito bem o conceito da label mineira, cuja espinha dorsal é o techno.

Com elementos ácidos e kicks acelerados, combinados com uma atmosfera energética e poderosa que embala os ouvintes para além dos seus sentidos, o produtor paulista apresenta um compilado de três tracks bem obscuro, porém extremamente melódico.

Stéfano TT é DJ e produtor, dono de significativos lançamentos como ‘Mindset‘ e ‘Think About The Music’. Além de residente do club D-EDGE, ele trabalha há seis anos envolvido em projetos com o grupo, seja a frente da agência de artistas com nomes como Blancah e Binaryh; ou ao lado de Ratier, realizando a curadoria do selo que abriga músicas de produtores como Ney Faustini, Davis e L_cio.

Escute agora “2STEP”, novo EP de Stétano TT pela Kaligo Records:

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Lançamentos

Duo Dashdot lança novo single ‘Trumpet’ pela Só Track Boa Records

Disponível em todas as plataformas digitais, o single ‘Trumpet’, do duo Dashdot, foi lançado pela Só Track Boa Records via ONErpm.

Dashdot

O duo Dashdot é composto por duas forças, André Guarda e Felipe Flora. Complementares, convergentes. Mas que mantêm, cada uma, suas identidades singulares. Paulistas, eles cresceram em cidades diferentes, mas aspirações artísticas semelhantes levaram seus caminhos a se cruzarem na capital: o Dashdot foi lançado em 2012, no club D-EDGE.

Foi na cidade de São Paulo, então sua nova moradia, onde combinaram um terceiro elemento ao feeling musical e à técnica desenvolvida ao longo dos anos: uma presença de palco avassaladora. Foi a partir dessa fusão de talentos, refinada ao longos dos anos, que o Dashdot se transformaria em uma força incontrolável.

Por onde passa, seja pelo Reino Unido, Alemanha, Suíça, Austrália, Rússia, México ou nos quatro cantos da América Latina – e do Brasil –, o duo orquestra seu público com maestria. Os elogios se intensificam, e os pedidos de bis se multiplicam ao ponto de serem convidados a se apresentarem nos principais festivais e clubs como Magna Carta, BPM Festival, Weekend Club, Tomorrowland Brasil, Tribaltech Festival, Só Track Boa Festival, Warung Day Festival, Kaballah Festival, Tribe, Green Valley e Warung, onde foram residentes por quatro anos.

A faixa ‘Trumpet‘, seu mais novo lançamento pela Só Track Boa Records, reúne o melhor do estilo que consagrou a dupla com diversos hits “A ‘Trumpet’ reflete toda nossa vontade de estarmos juntos com vocês na pista, ela é uma música cheia de energia onde esperamos, mesmo que afastados, fazê-los levantar do sofá e dançar muito!“, conta a dupla. Escute agora a faixa, disponível em todas as plataformas digitais via ONErpm:

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Cara nova no cenário: mergulhe na sonoridade profunda de DT BEAT

Apaixonado pela discotecagem há bastante tempo, foi só aos 41 anos que DT BEAT resolveu começar sua carreira nas pickups. Conheça o artista.

Nunca é tarde demais para tentar algo novo ou para começar tudo de novo. Nunca sabemos ao certo o dia de amanhã e fazer aquilo que realmente completa nossa alma é o que nos motiva a viver. Uma introdução profunda, mas que não deixa de ser verdade e que é levada a sério por Daniel Teodoro, o DT BEAT, artista que, apesar da paixão pela discotecagem há muito tempo, decidiu começar uma carreira apenas no ano passado, aos 41 anos.

Desde a adolescência eu já fazia minha seleção de música eletrônica underground, mas senti que o momento de me dedicar 100% a isso seria agora. Me formei pela DJ College, do D-EDGE, além de um curso de produção musical pela AIMEC. Recebi ótimos feedbacks do Jayboo, mestre da discotecagem, e hoje também estou fazendo aulas de vinil com Nei Massariol na Oficina DJ, para evoluir ainda mais minha sensibilidade musical e minha técnica”, conta o artista.

DT BEAT no DJ College

Hoje, com pouco mais de um ano como DJ e alguns meses na produção musical, DT BEAT vive um momento de inspiração externalizando suas emoções através da música. No início de 2020, logo no seu primeiro lançamento, pode remixar a faixa ‘Ara’ de Thayana Valle, artista que possui um bom reconhecimento na cena underground brasileira.

DT BEAT hoje cultiva uma identidade guiada pelo Techno, mas com espaço para linhas melódicas, étnicas e progressivas. Nas suas produções, essa inclinação por atmosferas pesadas e obscuras fica ainda mais claro, principalmente no seu EP ‘My Prayer‘, lançado pela Luminax, gravadora que gerencia justamente ao lado de Thayana.

Com a pandemia, Daniel tem focado principalmente na produção musical; em julho lançou um novo EP de duas faixas pela Synthétique e recentemente soltou mais um remix para Thayana Valle, desta vez deixando sua visão em ‘Physics’, onde explorou vocais melancólicos e camadas espaciais sem perder a pressão na linha de baixo.

Com a música no sangue há muito anos e um feeling apurado, ele tem mostrado comprometimento na indústria e logo terá mais novidades para compartilhar, como uma collab com seu amigo e parceiro de pista 2Stroke. DT BEAT tem história, tem histórico e tem vapor para aquecer o promissor mercado dos produtores brasileiros.

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Por dentro da identidade techneira do produtor brasileiro 2Stroke

Explorando um lado do techno não tão difundido no Brasil, o acid, 2Stroke mostra consistência em suas produções que já o levaram para grandes clubs do país.

2STROKE

O crescimento do Techno nos quatro cantos do globo já é realidade há algum tempo, tanto que em 2019 foi o gênero mais vendido no Beatport. Mas dentro dele há uma vertente que poucos exploram — pelo menos aqui no Brasil: estamos falando das linhas mais quentes e enérgicas do Acid, estilo bastante difundido em países como Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido.

Por aqui, uma figura que tem seguido este caminho é o paulista 2Stroke, que apesar de ser formado em nutrição, encontrou na música a forma de se expressar e conectar com mais pessoas ao redor do mundo. Já são pelo menos 6 anos discotecando pelo Brasil, com passagem pelas cabines do D-EDGE, Club88 e Sub Paradise, além de uma residencia no festival Deep Carnival e de experiência como stager management do Caos.

Como produtor, ele vem lançando desde 2016, mas com mudanças bem significativas na estética de som. A parte acid das suas produções é algo mais recente, mesmo assim vale destacar alguns releases de Techno lançados no passado como o EP ‘Weather Radar System‘, de duas faixas, produzido em parceria com CHL e assinado pela Kaligo Records, já demonstrando o peso de sua identidade.

No final de 2019, com um release pela Synthétique, os traços marcantes do Roland TB-303 já davam as caras acompanhados de graves fortes e elementos industriais:

Já no lançamento pela Cartel Recordings, da Alemanha, ele teve a oportunidade de entregar duas faixas no VA ‘The Dark Side Looks Back Vol. II’, uma em colaboração com Lutgens, outra  com KEIKI, adicionando uma dose generosa da linha ácida e violenta em ‘Steel Punch’.

Em maio, a Cartel também organizou o Vol. III do disco mencionado acima contemplando mais de 60 tracks lançando exclusivamente pelo Bandcamp para reverter os lucros aos dependentes químicos. 2Stroke colaborou com quatro novas faixas neste VA, com destaque para a faixa ‘Tesla’:

De agora em diante, 2Stroke pretende dar ainda mais peso nas suas faixas aproximando-se do Acid Techno presente principalmente em Londres. Vale ficar ligado nos seus próximos passos.

https://soundcloud.com/twostrokebr/sets/ctl013-the-dark-side-of-the-world-looks-back-lll

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Descubra: Traffic Jam

De forma despretensiosa, Traffic Jam começou sua carreira e hoje, já possui grandes clubs em seu currículo. Descubra esse talento!

Quem é de Curitiba e está sempre nas festas que rolam na cidade, provavelmente já ouviu ou dançou ao som de Traffic Jam; apesar de novo, o DJ tem espalhado seu nome com um trabalho sólido, já tendo se apresentado nos principais clubs do Brasil, como Vibe, Beehive, D-EDGE e Warung. Pela proximidade com Albuquerque e outros players da cena, começou a carreira de DJ despretensiosamente até virar algo profissional, mas essa história você conhece em detalhes abaixo nesse entrevistão com Joao Pedro aka Traffic Jam. Descubra:

Beat for Beat – Traffic Jam é, na verdade Joao Pedro. Girando o disco um pouquinho, quando foi que você começou a ter contato com a música eletrônica e o que motivou você a idealizar o projeto?

Traffic Jam – Meu primeiro contato foi quando eu tinha uns 13 ou 14 anos, comprei o DVD do Fatboy Slim, Big Beach Boutique 2, um clássico, um evento na beira do mar com 250 mil pessoas. Quando assisti foi um choque, toda aquela energia… foi aí que começou meu interesse pela discotecagem. Fui atrás de alguns nomes que ele tocou, como Basement Jaxx, Underworld, Tim Deluxe, Layo & Bushwacka… Esse último acabou sendo sendo meu primeiro Warung que eu fui, em 2006, e a partir daí comecei a ir regularmente (alguns anos cheguei a ir em todos, risos).

Criei o hobby de ouvir sons, pesquisar e ir em festas, então a vontade de ser DJ apareceu. Sem pretensão, comecei com meu nome mesmo, antes do Traffic Jam. Nessa época eu estava conhecendo o Ricardo (Albuquerque) e acabamos ficando bem amigos pela afinidade musical e claro, todas as outras variáveis de uma amizade saudável. Ele propôs da gente tocar junto, para mim foi um baque e um desafio, afinal eu tinha acabado de começar a discotecar e ele já era DJ profissional, residente da Lique (clube tradicional de música eletrônica de Curitiba que existiu de 2006 até 2012), e já estava começando a tocar no Warung, isso em 2011.

Então para fazermos um paralelo de nossas carreiras solos, queríamos um nome, que foi Traffic Jam. Porém, por estarmos vivendo momentos diferentes, eu começando, ainda estudando, fazendo estágio e ele já 100% focado nisso, decidimos focar nos projetos solos. Mas como o nome era bom e o que eu usava antes eu não achava interessante, que era J Battistella, acabei ficando com a alcunha (risos).

Traffic Jam e Albuquerque na Connection

Quais eram os sons que bombavam naquela época e serviram como um empurrão na criação e evolução do projeto? 

Traffic Jam – Diversos, mas lembro de algumas especiais que marcaram época para nós como: Maya Jane Coles – ‘What They Say’; Deniz Kurtel – ‘The L World‘; Benoit & Sergio – ‘Everybody’; Infinity Ink – ‘House of Infinity’; Oxia – ‘Sun Step’; Franck Roger – ‘After All’. Enfim, muitas, que ainda continuam atuais, afinal, música boa não tem prazo de expiração.

Santa Catarina e Curitiba sempre tiveram seu destaque na cena eletrônica, com núcleos, clubs e iniciativas interessantes, mas nada se compara a São Paulo. Você nunca pensou em se mudar pra cá? O Sul sempre ofereceu o que você necessitava como artista?

Traffic Jam – Eu cheguei a ficar três meses em São Paulo, em 2016, para fazer um curso no Instituto de Áudio e Vídeo (IAV). Não considero que morei na cidade, mas foi interessante para ter uma melhor perspectiva da capital e conhecer a grande diversidade de festas de lá, porém, vejo o Sul com a mesma força. Se for pensar como região (comparando uma cidade para uma região inteira) e como é relativamente fácil ir para qualquer lugar de Curitiba, creio que aqui seja um local bom para se trabalhar com música eletrônica, além de termos diversos clubes e festivais aqui, temos essa facilidade em ir para outras cidades tanto do PR mas principalmente SC e RS.

Também creio que Curitiba tenha mais espaço para o House, eu não cheguei a viver, mas meus amigos que saíam na década de 90 me contaram que era muito forte e eu creio que isso ainda influência, mesmo que não tão diretamente. Entretanto, para o Techno, eu consideraria morar em São Paulo.

E qual exatamente é o seu relacionamento com a música eletrônica no atual estágio da sua vida? Você se mantém apenas com ela? Como está sendo agora nesse período sem gigs?

Traffic Jam – É tudo o que eu faço, full-time job. Apesar de DJ ter fama de gostar de dormir tarde, gosto muito da parte da manhã e sempre estou no estúdio de segunda a sexta no mínimo das 9h as 19h (na quarentena ainda mais).

Sim, me mantenho apenas com ela, mas está sendo duríssimo. Durante o período ‘pré’ eu consegui montar meu estúdio e tudo o que eu preciso para trabalhar, então, com bastante planejamento financeiro, estou conseguindo manter meu básico e está sendo de grande aprendizado também, de como conseguimos enxugar várias coisas que achávamos “essenciais” no período pré-pandemia.

Mas me considero um privilegiado, eu vinha guardando dinheiro para comprar novos equipamentos há um bom tempo e quando eu ia de fato efetuar a comprar, aconteceu a pandemia, então realoquei os recursos para passar por esse momento. Sei que essa não é a realidade da maioria dos artistas independentes e isso me deixa profundamente triste, em ver pessoas talentosíssimas, trabalhadoras, tendo que deixar de lado a música, temporariamente, para se manter nesse período. Toda minha compaixão a eles.

Também estou contando com a sorte. O uso profissional de equipamentos eletrônicos fazem sempre precisar de manutenção, estou torcendo para não ter que precisar trocar nada, como computador, por exemplo, aí todo esse meu papo acima vai por água abaixo.

Traffic Jam no Clube Inbox

Atualmente tem sido comum vermos muitos DJs tornando-se produtores e até iniciando a carreira pelo trabalho de estúdio. Você, pelo contrário, sempre  focou mais na parte de discotecagem…. como você enxerga esse movimento?

Traffic Jam – Uma das coisas que me deixam motivado e confiante para um futuro saudável, criativo e produtivo da nossa cena, é a nova geração começando e já focando na produção. Isso vai elevar o nível artístico do nosso país no médio prazo, na minha opinião. Tenho acompanhado de perto o trabalho de um jovem chamado Igor aka LOSTIN, que fez exatamente isso, começou pela produção, estudou muito e hoje está lançando junto do Albuquerque e tendo suporte de artistas como Hernan Cattaneo. Vejo um futuro próspero para isso.

Eu acho que isso se dá a diversos fatores, no Brasil, pela dificuldades em importação de equipamentos. Antes de termos barateados a internet (e mais rápida) e computadores relativamente acessíveis, estávamos muito atrás de outros países, então o padrão antigo era começar DJ e se aventurar nas suas próprias batidas, mas isso foi mudando, devido ao trabalho sério de pessoas como o Rafael Araújo com a AIMEC. Isso para mim é um marco de amadurecimento da cena e expansão do conhecimento relacionado ao nosso tema, e em especifico, produção. Hoje, com acesso a diversos tutoriais, internet rápida, geração nova muito autodidata e claro, escolas de música eletrônica, isso foi mudando para melhor.

No meu caso, como mencionei no começo da entrevista, eu comecei a discotecar apenas porque gostava muito de música eletrônica e queria entender melhor, daí a curiosidade virou hobby e o hobby profissão; nisso, em 2016/17, fui atrás de estudar produção. Cheguei a ir para São Paulo e desde então foi um conhecimento contínuo e árduo. Já lancei algumas músicas, mas eu quero chegar num patamar “x” antes de eu, de fato, ter uma sequência contínua de lançamentos. Não quero fazer por fazer, quero fazer e lançar quando eu sentir que estarei agregando artisticamente para a cena e espero, humildemente, estar próximo a isso. Esse próximo semestre será um marco para mim.

O núcleo Radiola teve um papel importante na sua formação, hoje em dia essa proximidade ainda existe? O que de mais interessante você absorveu e aprendeu estando perto deles? 

Traffic Jam – Sim, existe mais do que nunca. Além da proximidade com todos, trabalho como um dos A&R da gravadora. Foi (e é) uma escola, pois os fundadores, Guilherme Assenheimer (Haustuff) e Albuquerque, me ensinaram muita coisa e me mostraram os caminhos. Haustuff tem um conhecimento técnico de festa e estúdio absurdo, já o Ricardo, um dos meus amigos mais próximos, foi quem me ensinou o que é ser DJ, o que isso representa, qual deve ser o meu papel e meu objetivo. E não só eles, toda a nossa comunidade envolvida, os residentes e frequentadores da casa, cada um tenho algo a enumerar, o que daria para fazer uma matéria só disso (risos).

Como um DJ de formação, quais as características que você leva consigo como fundamentais para uma apresentação ser impecável? 

Traffic Jam – Dedicação, empatia, humildade e gratidão. Primeiro: quanto mais você se dedicar na sua pesquisa, procurar sons novos, não esquecer dos antigos, deixar tudo bem organizado, para você conseguir facilmente resgatar aquela música “das antiga” no momento chave da festa, por exemplo, fará toda a diferença. Para mim, é quase matemática básica, mais tempo se preparando, melhor a apresentação.

Segundo: empatia. Sempre se colocar no lugar de quem está na pista. Entender o propósito da festa, o propósito das pessoas que estão ali, de quem te contratou, isso faz você se conectar melhor e fazer aquele clichê ser verdade: “todos conectados sobre um mesmo groove”.

Terceiro: humildade. Você não é melhor do que ninguém, você sempre pode aprender mais, você não vai “quebrar tudo” toda vez, mas você pode trabalhar para que sejam mais resultados positivos.

Por último mas não menos importante, gratidão. Grato por poder trabalhar com música, estar feliz por poder estar transmitindo suas emoções através da sua música para aquelas pessoas na festa (ou por sua produção). Creio que tudo isso gera uma onda que indiretamente as pessoas vão sentir quando você for tocar.

Traffic Jam no Warung

Para finalizar, uma pergunta um pouco mais reflexiva: como você enxerga e avalia a cena de Curitiba nesse momento — desconsiderando a pandemia — e o que você avalia ser necessário para que ela continue crescendo de forma sustentável? Valeu!

Traffic Jam – Desconsiderando a pandemia, muito positivamente, vários clubes novos como a Inbox, outros estabelecidos há mais de uma década como a Vibe e continuando na ativa fortemente. Galera nova com um som legal, diversos núcleos bacanas surgindo como a Plantae, 5 of Us, Fleurs, Puzzle… Gravadoras novas chegando como Lumutang, outras estabelecidas mas gerando um conteúdo de alta qualidade como a Laguna Records.

Cena feminina crescendo, com ótimos nomes como Solare, Gab1, Polsky, Agrabah, Ella, Letícia Pailo. Eu estou (ou estava, tá tudo confuso no momento) bem confiante com a nossa cidade. Creio que quanto mais união tivermos mais vamos crescer, quando todos entendemos que “somos um só”, se um cresce o outro cresce também, iremos evoluir mais.

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Laguna Music Residence #08 – Traffic Jam(Radiola Records) by Laguna Records

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Mainstage

Marimai lança seu debut single, ‘Space & Time’, pelo Assim Que Rola

Inspirada em teorias como a da relatividade, ‘Space & Time’, de Marimai, propõe uma viagem para além do que conhecemos como realidade. Ouça agora!

Marimai

Marimai, conhecida na cena pelo seu trabalho com marketing digital para nomes como Vintage CultureChemical Surf e marcas como Só Track Boa e D-EDGE, finalmente lançou sua primeira música de trabalho em parceria com Bea Dummer‘Space & Time’. A música, lançada pelo seu próprio selo musical, o Assim Que Rola, e disponível nas plataformas digitais é uma viagem introspectiva através da expansão da consciência, que abordada temas que estão reverberando em grandes proporções atualmente, como propósito e a batalha travada contra o ego.

A ideia da “Space & Time” surgiu de uma trip que fiz para Joshua Tree, na California. Foi a primeira vez que tomei o chá de cogumelos. A primeira grande mudança na minha vida naquele dia foi com relação ao tempo, se você ler sobre isso existem vários relatos sobre como o consumo de substâncias alucinógenas alteram a nossa percepção de tempo. Já a segunda grande mudança foi quanto a percepção de espaço, eu me vi sentada no carpete da sala, metade era a casa como eu estava acostumada a ver desde que cheguei naquele lugar e a outra parte era uma visão do cosmos, um infinito escuro de estrelas em órbita, como se os limites físicos fossem impostos pelo ego, por essa visão limitada da realidade que temos, mas a mente não se reduz ao nosso corpo físico, ela consegue ir muito além, basta nos permitirmos. Por isso o nome da música é ‘espaço e tempo‘, comentou Marimai sobre a escolha do tema e nome da música.

Podemos confiar no que vemos? Nossos mecanismos sensoriais, a distinção entre o que é tangível e material, seria o suficiente para colocarmos a realidade em uma caixa? O que é realidade? O que acontece com a nossa percepção quando estamos em um estado de consciência alterada? Seria o tempo uma ilusão? Não temos todas essas respostas, mas enquanto estamos aqui, vamos dançar!

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Descubra

Descubra: Vicius

Com apenas 18 anos, o DJ e Produtor Vicius já acumula grandes feitos e hoje, ele é o convidado especial da nossa coluna Descubra.

O talento não tem idade e o DJ e Produtor de Campinas, Vicius, é prova disso. Mesmo com pouco tempo de carreira, o artista carrega a música em suas veias desde muito cedo, o que o levou a conseguir feitos incríveis para um produtor de 18 anos. Com track lançada por uma importante label, passagem por importantes clubs e até mesmo um evento próprio, ele é o novo personagem da nosso coluna. Descubra: Vicius.

Beat for Beat – Oi Vicius, tudo bem? Muito obrigado por topar conversar com a gente. Você é um artista bem jovem, mas que já tem muita história pra contar. Como foi que você começou seu caminho na música eletrônica? O que ou quem te inspirou a tentar o tão desejado lugar na cena?

Vicius – A minha história com a própria música começou muito cedo. Eu toco piano desde os 4 anos, mas há uns 3 anos atrás eu decidi que queria ser DJ como um hobby, mas terminei me apaixonando pela música eletrônica, e decidi que queria ser produtor musical também. Eu demorei um tempo pra me identificar com algum gênero. mas no começo do ano passado eu fui em um masterclass do Renê Castanho, do Binaryh e terminei me identificando muito com o som deles. Hoje além deles, tenho referências como Øostil, Mind Against, entre outros.

Você lembra da sua primeira gig? Qual foi a sensação de subir ao palco pela primeira vez e encarar uma pista te esperando?

Vicius – Lembro sim. A minha primeira gig foi uma experiência que nenhum dj gosta de passar, mas precisa… que é tocar pra uma pista praticamente vazia. É uma lição de humildade. Mas mesmo assim, eu me diverti muito, e independente de ser uma pista vazia ou cheia, uma boa pista é uma boa pista.

E o E-EDGE? Conte pra gente a experiência de estrear num clubs mais respeitados do Brasil e do mundo…

Vicius – Eu não tenho nem palavras pra descrever a minha estreia na D-EDGE e para agradecer pela oportunidade. Foi uma experiência incrível tocar para aquela pista cheia, e principalmente, para um público incrível daqueles. Ouvir os gritos ao tocar uma música autoral é indescritível.

Vicius no D-EDGE

Você é um artista que explora diversas sonoridades, buscando romper barreiras na hora de criar música. Como é o processo criativo de uma track sua? Onde você começa a pesquisa e como vai desenhando todos os aspectos da track, até seu resultado final?

Vicius – O meu processo depende muito do dia. Tem dias que eu estou muito inspirado e basta sentar na frente do computador que a coisa simplesmente flui. Mas muitas vez eu procuro me inspirar através de sets dos artistas que eu citei acima. Eu acho que o mais marcante em todas as minhas tracks são os breaks, então eu me debruço sobre este break e não paro de mexer até que ele fique perfeito e que eu tenha certeza de que vou receber uma resposta ótima da pista.

Emoção e poesia são adjetivos que podem ser usados para descrever sua música. Você encontra na música, uma grande forma de se auto expressar. Existem momentos marcantes em sua vida pessoal que você já traduziu ou pretende transformar em uma canção? 

Vicius – Eu comecei a produzir em um momento muito obscuro da minha vida e a música me ajudou a expressar o que eu sentia. Então, eu acredito sim que tenha muito da minha personalidade e da minha história nas minhas tracks.

Sua carreira como produtor musical é recente e logo de início, você começou numa grande label brasileira, a Prisma Techno. Como surgiu o convite para lançar por eles e qual a história por trás de ‘IO’?

Vicius – A IO surgiu em um daqueles dias de muita inspiração. Eu comecei pelo kick e o bassline que tem bastante groove, a partir daí, a música fluiu, e eu comecei a elaborar as melodias. Os pads são bem espaçados e te levam por uma viagem, e quando o kick e baixo entram, eles te puxam de volta. Assim que terminei ela, enviei ao Thito, torcendo pelo melhor e pouco menos de 1 mês depois ele me chamou pra lança-lá no VA de começo de ano da Prisma.

Falando um pouco sobre responsabilidade social, você é idealizador do Changing Melodies. O que te motivou a criar um evento solidário e sustentável?

Vicius – Eu acredito que essa responsabilidade social é algo que todos deveriam ter e que é o dever de todos que tem condições, ajudar quem não tem. Por isso, a cada edição do festival eu escolho uma ou duas ONGs, a partir do contexto vigente, para as quais todos fundos serão revertidos, além é claro de produzir o mínimo possível de lixo a cada edição o que também é um grande problema dos festivais de música.

Você acha que a juventude de hoje, será a grande responsável por mudanças significativas no mundo, como o seu festival? Como é fazer parte de uma geração mais politizada?

Vicius – Eu tenho uma visão otimista para essa geração e quero contribuir para isso através da música. E eu acho ótimo fazer parte de uma geração que busca mudança, pois seria muito mais difícil estar inserido em um contexto no qual eu não me identifico com os ideais.

Pra finalizar, o que o 2º semestre reserva na carreira do Vicius? Obrigado!

Vicius – Para o 2º semestre, eu já tenho um EP agendado com a Prototype e um remix do L_cio, além de muitas músicas no forno, e possivelmente futuros releases. Quanto a gigs, ainda é muito incerto devido a nossa situação atual.

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Moving D – EDGE Special Set by Vicius

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Editorial

Las Bibas from Vizcaya, a arte drag e o tribal como produto nacional

Ela começou tocando em Recife, até se transformar numa das pioneiras em levar a arte drag para as picapes. Leia nosso papo com Las Bibas From Vizcaya.

Las Bibas From Vizcaya | Foto: Renato Filho

Natural de Recife, Las Bibas from Vizcaya começou sua carreira ainda nos 80, atuando em clubs voltados a um público diferente daquele que a consagraria. Drag queen, DJ e produtora musical, ela carrega em suas músicas, a militância.

Representando a letra Q da sigla LGBTQIA+, confira agora a nossa entrevista com Las Bibas From Vizcaya para a #PrideWeek 2020 do Beat for Beat.

Beat for Beat – Olá Las Bibas, muito obrigado por conversar com a gente nessa semana tão importante para nós. Para começar, nos diga: como é ser uma DJ drag queen, na cena eletrônica nacional? Você ainda sofre muito preconceito ou resistência com relação a contratantes dentro e fora do mundo LGBTQIA+?

Las Bibas From Vizcaya – Dentro do mundo LGBTQI+ não mais, mas ate uns 3-4 anos atrás, alguns contratantes me olhavam atravessado, talvez por não pesquisarem sobre a minha trajetória ou o meu trabalho. Eu me aventuro em diversas aéreas: vídeo, podcast, na arte drag. Acredito que eles achavam que eu faria de tudo, menos tocar… bobinhos! (risos).

Fora do Universo LGBTQI+, quando eu tocava (hoje não mais), os contratantes eram mais antenados. Lembro de uma vez que toquei no  D-EDGE e o club fez uma mini matéria minha, na página deles, falando de mim e o meu trabalho como DJ.  Achei tão incrível que printei e guardo como um quadro de parede (risos).

Você é uma das pioneiras em levar a arte drag para as picapes, além de ser uma grande produtora musical. Você tem mais de 30 anos de estrada, já que começou em 1984. Como foi o começo da sua carreira, com relação a sua orientação sexual? Tem alguma coisa que você percebe que não mudou, mesmo depois de tantos anos?

Las Bibas – Eu comecei em clubs mais direcionadas ao público hétero, mas já estava fora do meu armário, porém  de maneira “discreta e no sigilo” (termo utilizado em apps de relacionamento). Eu não imagina que um dia, tocaria montado em drag e cá estou hoje.

Mesmo sendo gay, nunca tive problemas em casas/festas “ht”, mas resolvi migrar para os eventos LGBTQIA+ no início dos anos 90, ainda lá em Recife, minha cidade natal, quando a coisa começou a tomar mais forma. Pra vocês terem uma ideia, nos 80, em Recife, só existia praticamente 1 club LGBT e alguns bares, foi nos anos 90 que começaram a surgir vários clubs.

Mudou muita coisa de lá pra cá, mas algo que o público LGBT ainda tem, e que difere do público hétero, é fidelidade com um club, por exemplo. Nossa comunidade chegava a passar 5-10 anos na cena noturna e mesmo que hoje, gerações mudam a cada 3-2 anos, manter-se fiel a um local não mudou. Durante um mesmo ano, por exemplo, você consegue ver quase os mesmos rosto na pista, figurinhas carimbas e isso bom, pois você cria laços com o público e faz até amigos.

Las Bibas From Vizcaya na The Week

A comunidade LGBTQIA+ adotou o tribal como um dos seus gêneros preferidos e no Brasil, ele ganhou novas formas. Uma sonoridade diferente. Como é ser referencia na produção musical de um estilo que ganhou a cara brasileira e a que você atribui esse grande sucesso entre a nossa comunidade?

Las Bibas – A comunidade LGBTQIA+ sempre foi um gueto nos 70, 80 e 90, e sendo um gueto, a sonoridade sempre foi mais fechada e peculiar. Sendo assim esse som pouco mudou, pouco evoluiu e apenas se moldou a uma sonoridade atual, unido-se a outros estilos que a nossa comunidade consome, como o groove do funk, as percussões do samba e a energia da EDM. Até hoje, a música que consumimos segue essa linha, baseada em elementos clássicos e sobretudo nas divas e nos seus vocais.

Além do tribal, você usa elementos de outros gêneros, como o house, que é genuinamente LGBT. Como você vê a questão de um gênero que nasceu preto, gay, tornar-se algo das massas e perder um pouco da militância em cima da qual ele foi criado? Como você vê a importância de transmitir uma mensagem de liberdade de expressão através da música?

Las Bibas – Dentro da cena, meu som é um dos mais “diferentões”, pois eu tenho um compromisso social com a música. Eu gosto de levar mensagens subliminares, de resgatar o passado, repagina-lo e trazê-lo para as novas gerações. Talvez esta seja a minha militância: através da música.

Se tive a sorte de passear por diversas casas, gostar e tocar diversos gêneros musicais, eu me acho na obrigação de trazer essa diversidade musical para a minha pista, mas com as limitações, para não fugir do estilo preferido da nossa comunidade.

Hoje você é figurinha constante em diversas festas do Brasil e até do mundo. O que de mais diferente, culturalmente falando, você encontra nas diversas festas por onde vai? O que te surpreende e te incomoda mais nos hábitos regionais de cada lugar que você passa?

Las Bibas – A internet unificou o mundo. Hoje, o que se toca em Nova York, também toca no club mais longínquo de qualquer interior do brasil. O que me incomoda é que o som ficou mais “pop”, mais comercial e perdemos um pouco o espaço de podermos mostrar algo novo ou diferente, mesmo que seja um hit do passado reciclado.

O público tem sua parcela de culpa. basta vermos o charts das plataformas de streaming do Brasil, para termos uma noção do nível musical do país, mas os maiores culpados são os próprios DJs. A profissão ficou de fácil acesso a todos e hoje, temos muitos “influencers”, blogueiros, ou pessoas que apenas tem uma rede social bombada, mas que não possuem nenhuma bagagem musical e estão ocupando o lugar de verdadeiros profissionais.

Vários DJs incríveis do passado, hoje mal tocam ou são convidados, pois não se encaixam mais no perfil do “DJ superstar” ou não entram na sonoridade atual. Será que eles ficaram datados? Ou será que a musica de hoje é tão descartável, que fez esse desserviço a comunidade?

Você possui uma vasta carreira na produção musical. Seu último single, ‘The Art of Sampler 5: Octavia St Laurent’, ganhou as plataformas digitais recentemente. Conta pra gente a história por trás da track e seu processo criativo na construção dela.

Las Bibas – Estamos no mês do orgulho e eu queria lançar algo muito #pride neste mês. Esse meu projeto, chamado “The Art of Sampler“, começou como uma brincadeira-desafio, onde eu sampleio tudo da música (de músicas famosas inclusive) e tento recriar em algo novo. Passei a gostar tanto, que já vou pro quinto lançamento.

Octavia  St Laurent foi uma ativista transexual, drag, negra, latina da cidade de Nova Iorque e educadora sobre questões do HIV/AIDS. Ela está no famoso e indispensável documentário “Paris is Burning” e ainda atuou na linha de frente pela visibilidade da comunidade LGBTQIA+,  ou seja, a gata foi um ícone underground pouco reverenciada e conhecida dessa nova geração. Ela tem frases icônicas que eu usei na música, como por exemplo: “Gays têm direitos, lésbicas têm direitos, homens têm direitos, mulheres têm direitos, até animais têm direitos. Quantos de nós temos que morrer, antes que a comunidade reconheça que não somos dispensáveis?”

Essa track é um tributo a ela e uma militância sonora minha. Se algumas pessoas ouvirem, pesquisarem melhor sobre Octavia e descobrirem quem ela foi, minha missão foi bem sucedida.

E pra finalizar, que conselho você pode dar para seus fãs que almejam uma carreira musical?

Las Bibas – Você tem que amar a música, casar com ela, se dedicar e sobretudo, estudar, pesquisar o passado, para entender como chegamos nesse presente-futuro atual. Acho que isso serve pra qualquer profissão, né?

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