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Entrevista Mainstage

Entrevistamos: Santti no Hopi Night

Inspirado pela coletânea Summer Eletrohits, Gui Boratto, pai de família e com uma gig que deu até polícia. Entrevistamos Santti no Hopi Night!

Foi num sábado de muito sol, que partimos para uma cobertura diferente. Em Valinhos, terra de alguns dos nossos clubs preferidos, o destino foi um dos maiores parques de diversões da América Latina, o Hopi Hari. Entre muitas famílias, brinquedos radicais e muita diversão, aconteceu mais uma edição da Hopi Night, evento que transforma o parque numa verdadeira pista de dança a céu aberto. Para aquela aquele dia, o convidado especial foi ninguém menos que Santti, que nos recebeu no camarim para uma entrevista. Confira!

Beat for Beat –  Você já disse em entrevistas sobre seu começo, de ter várias bandas, de seu primeiro contato com um CD Summer Eletro Hits e até mesmo de Gui Boratto. Dentro desse contexto, você consegue lembrar de uma música, tanto do Gui e da coletânea Summer Eletro Hits, que te marcaram definitivamente?

Santti – A minha história com a música começou quando eu tocava em bandas. Por ter nascido no Mato Grosso, eu acabei sendo baterista de dupla sertaneja, que é o gênero que toca bastante por lá, mas também tive bandas de rock, que era o que eu gostava. Quando conheci a música eletrônica, foi quando ganhei um CD do Summer Eletrohits e se for pra lembrar de uma, com certeza ‘Call On Me’ do Eric Prydz, que foi uma grande referência para mim. Eu vicei muito no CD, tanto que ouvi diversas e diversas vezes.

Um pouco depois, quando já estava um pouco mais maduro e conhecendo mais da música eletrônica, na época da faculdade, conheci o Gui Boratto. Dele, sem dúvida nenhuma, ‘No Turning Back’. Para mim, ele é o artista Top #1 do Brasil, disparado. Sou muito fã dele e inclusive, toquei com ele esses tempos atrás. Ele é uma grande referência para mim.

B4B – E quando a gente fala de começo, como foi sua primeira gig? Foi traumatizante, como é para muitos ou você traz bons momentos dela?

Santti – Depende (risos). Existe a primeira gig que eu toquei e a que eu não toquei. Começando pela que não toquei, que foi a primeira de todas, quando cheguei na festa, com meu produtor e antes de nós entrarmos, chegou a polícia e fechou tudo. Até hoje não sei se for por conta do som ou o que. Sei que saímos de fininho e essa foi a primeira gig de todas.

Agora vamos para a que toquei. Eu comecei minhas gigs depois de já ser produtor, então comecei grande, em Búzios. Lembro que eu ainda estava no Mato Grosso do Sul e uma agência de São Paulo me ligou, mas quando eu via o DDD 11, já achava que era trote ou cobrança. Atendi e me falaram que tinham ouvido meu som e me fizeram a proposta de entrar pra agência, para então venderem meus shows.

Não acreditei muito, mas de repente mandaram passagem, confirmação de hotel e então, fiz a estreia de verdade no Silk Beach Club, em Búzios e foi uma noite muito incrível. Eu toquei o que eu tinha produzido, minha bagagem. Foi muito importante, pois eu toquei pra mim, o que eu queria e não só para o público, no sentido de mudar o set, incluir ou deixar de fora algumas músicas.

B4B – Você possui hits gigantescos com grandes nomes da cena nacional, como Vintage, Cat Dealers, Ownboss. Tem alguém no cenário, principalmente nacional, que você ainda não colaborou e que você tem muita vontade?

Santti – A gente tá ensaiando faz tempo, mas nunca dá certo, é com os caras do Dubdogz. Eu amo o Marquinhos e o Lucas, quando a gente se encontra é sempre uma troca muito legal, a gente se conecta muito bem. A gente até tinha uma collab ali no pente, que quase foi, mas não foi. O Dubdogz é o projeto de pessoas que amo, gosto muito do som deles e espero que nossa música saia em breve.

B4B – Recentemente você lançou ‘Under The Sun’, uma música que traz uma vibe um pouco diferente do que ‘Beautiful and Broken’ e ‘Never Enough’, por exemplo. Como você faz pra decidir o mood que suas músicas vão ter? 

Santti – Quando comecei a ter meu contato com a música eletrônica, durante minha infância, eu escutava música de manhã ou de tarde. Eu sempre fui um DJ que gosta de tocar pela manhã, durante o dia e para mim, o sol presente no meu set, sempre me deu uma energia a mais, torna o momento ainda mais especial, seja durante o nascer ou o por do sol.

Essa repaginada que estou fazendo no meu som, é para trazer uma sonoridade mais alegre. Senti que nos últimos anos, a música eletrônica seguiu para um caminho comercial com uma vibe mais triste, mais melancólico, muito “cavernoso”. Eu quero ir contra isso, quero tirar sorrisos das peças, aquele sentimento mãos para cima. Quero que as pessoas saiam desse momento tão introspectiva.

B4B – Você já passou por diversos grandes festivais e tocou para públicos distintos. Hoje, você se apresentará para um público que provavelmente nunca esteve numa rave ou grande festival, até mesmo por conta da idade ou por não fazerem parte da cena dance music. Como é a preparação para um show como esse?

Santti – Realmente hoje foi muito diferente. Desde as crianças que estão com seus pais, até os fãs que também vieram aqui, então foi um set muito eclético, mas com coisas que eu gosto, da história que construí, com muito amor. Hoje a vibe foi de euforia.

Quando vou tocar em um lugar, em sempre penso no que eu quero transmitir e no que as pessoas querem sentir durante meu set. Se vai ser mais melancólico, mais club, mais psicodélico. As músicas fazem isso, com acordes maiores, menores. Hoje foi um dia alegre. O pai que esteve ali queria dançar e se divertir com o filho.

B4B – Você tornou-se pai esse ano e certamente as coisas mudaram. Como está sua rotina para conciliar a vida pessoal com a profissional? Como está sua rotina?

Santti – Eu brinco com minha equipe que estamos indo trabalhar, mas na verdade eu tô tirando um momento de descanso. Ter um bebê de 6 meses é muita responsabilidade. Você precisa ser uma presença constante, pois a criança depende de você.

Isso diminui nosso tempo de estúdio, de trabalho, mas é muito gratificante. Eu estou na estrada a bastante tempo, por isso estou me dando ao luxo de dedicar um pouco da minha rotina para essa criança. E estou usando esse momento também para repaginar meu projeto no sentido de, poder ouvir as músicas no futuro, mostrar para meu filho e ter orgulho do que fiz.

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Descubra: RUSKAR

Após entrar na música eletrônica através do House, foi quando RUSKAR descobriu o Afro House que tudo mudou. Entenda em nossa entrevista!

Entre tantas vertentes de música eletrônica que fazem nossos corpos se mexeram na pista de dança, há uma em especial que além de cumprir essa tarefa primordial, emana uma espécie de energia diferente de qualquer outra: o Afro House. Apesar de ainda estar bem distante de chegar a popularidade do House ou do Tech House, por exemplo, ainda assim alguns artistas acreditam que esse é o estilo perfeito para construir uma carreira, como RUSKAR.

A verdade é que sua porta de entrada foi mesmo o House, mas ao descobrir o poder do Afro, sua perspectiva mudou. Hoje, depois de somar mais de 10 anos como DJ e 7 como produtor musical, seu grande objetivo é fincar raízes nessa vertente que carrega sonoridades étnicas e orgânicas e se destacar no cenário estando sempre conectado com a natureza e as diferentes culturas, características inatas do Afro House.

Para conhecê-lo melhor, embarque com a gente em mais essa edição da coluna Descubra!

B4B – Olá, RUSKAR! Obrigado por aceitar essa entrevista. Nos conte então, primeiramente, o que te fez ingressar na música eletrônica? Você começou a tocar em 2012, né? Já faz bastante tempo…

Ruskar –  Olá, pessoal! Prazer conversar com vocês. Sim, comecei a tocar em 2012. Mas o meu interesse pela música eletrônica surgiu em 2008 na época da dança “Rebolation” e “Sensualize”, que muitos dançavam nas raves e faziam vídeos para postar no youtube. Eu era menor de idade, então eu não podia ir nas festas para aprender, logo o youtube foi meu aliado nesse aprendizado. Os famosos “passinhos” eram feitos apenas ao som de música eletrônica, mais especificamente ao som de Eletro House, então passei alguns anos aprendendo a dançar até que em 2012 eu pude ir na minha primeira festa.

Quem fazia festa na minha região era o Rith Freitas. Eram festas matinês, mas foi a primeira vez que pude sentir a força da música eletrônica em um soundsystem potente e isso me dava mais energia e vontade de dançar, tanto é que na época formei um grupo de dança para ir nessas festas desafiar outros grupos. Até que em uma das edições conheci o Rith Freitas, DJ que fazia a festa na região e quem me ensinou a tocar posteriormente.

Minha vontade era ser DJ do meu grupo de dança, pois nos nossos ensaios era um saco quando a música parava de tocar, e o DJ tinha essa magia de fazer as músicas tocarem sem parar. Mas nessa de aprender a tocar, isso me levou aos meus primeiros eventos corporativos. Posteriormente fui DJ residente de um motel (sim, um motel), onde pude conhecer o DJ Fernandinho, um cara que me ensinou muito sobre discotecagem e sobre a vida em si, o considero um irmão. Foram muitos acontecimentos até aqui, mas o principal deles e que me manteve forte até aqui, foi ver que com a música é possível fazer muitas pessoas se sentirem bem ao mesmo tempo, e esse é o combustível que me mantém em movimento.

B4B – Em todos esses anos você dividiu a carreira artística com outro trabalho? Como você tenta dividir/organizar sua rotina hoje?

Ruskar –  De 2012 até 2015 eu conciliei o meu trabalho em um escritório de contabilidade com o trabalho de prestador de serviços como DJ, pois eu não me considerava um artista. Em 2015 eu comecei a faculdade onde eu estudei produção musical, porém eram tantos trabalhos a serem realizados que não consegui manter 2 trabalhos mais a faculdade, foi nessa que o Dj Fernandinho me incentivou a largar o trabalho do escritório e seguir firme discotecando em eventos ao mesmo tempo em que ia fazendo produção musical na faculdade. Confesso que não foi uma decisão simples, ia completar meus 20 anos de idade e ter que pagar a faculdade apenas discotecando me dava um frio na barriga, era algo que tinha seus momentos de auge e de baixa, mas deu tudo certo. Porém em 2017 após finalizar a faculdade, eu decidi que não queria mais fazer eventos e que iria migrar totalmente de cabeça no mercado da música eletrônica, um mercado exigente e que valoriza outros tipos de condições.

Nessa época, veio um momento de dificuldade extrema, pois eu não conseguia gigs por ser inexperiente no mercado, assim como não tinha músicas que gostava para lançar, e muito menos tinha dinheiro para investir no projeto. Graças a Deus eu tenho pais que apoiam o meu trabalho e que me deram força para continuar seguindo trabalhando nesse sonho, então tive suporte deles durante um tempo, mas nunca gostei de ser dependente dos outros, então decidi buscar um outro trabalho aleatório, até que fui parar em uma metalúrgica.

Eu acordava às 6 da manhã, trabalhava até as 17 da tarde e só tinha a noite para me dedicar à carreira artística, o que era difícil, pois chegava em casa exausto. Isso era 2018 para 2019. Foi uma época frustrante, pois já tinha estudado muito, tocado bastante em eventos e tinha que trabalhar em uma metalúrgica para pagar as contas. Mas em 2019 eu saí dessa metalúrgica e comecei a trabalhar com um dos caras mais incríveis que conheci nessa vida, Andre Salata. Na época ele estava começando a Comunidade de Áudio que ele tem até hoje, e ele precisava de alguém para escrever os PDFs dos cursos e das lives.

Como desde da época da faculdade eu era um admirador assíduo dele, fui convidado a trabalhar com ele, e nessa época eu fiquei imerso na música eletrônica, pois o trabalho durante o dia era com música eletrônica e nos momentos em que eu não estava trabalhando, eu continuava imerso na música. Atualmente não trabalho mais com o Salata, mas presto serviços como técnico de som para CPro Áudio, uma das maiores empresas de som da América Latina, e como esse trabalho é apenas final de semana, durante a semana eu respiro música de todas as formas, principalmente produzindo minhas tracks.

B4B – E quando você começou a dar os primeiros passos, tocava mais House/Tech House, certo?

Ruskar –  Olha, os primeiros passos, lá em 2012, eu tocava Dutch House e Eletro House. Eu sempre gostei muito de sons com o groove forte, que faz o corpo mexer mesmo sem querer. Posteriormente, eu passei tocar Tech House, mas depois de estudar produção musical, entender melhor a música na teoria, eu passei a admirar um pouco mais as músicas que faziam dançar e tinham harmonia, nessa eu me descobri no Afro House, um som que possui um groove forte, muita percussão (que adoro) ao mesmo tempo em que possibilita ser musical ou sintético.

B4B – Vimos no seu Soundcloud que há vários sets para diferentes gravadoras. Você sente que isso te ajudou a amadurecer e encontrar sua identidade atual?

Ruskar –  Com certeza ajudou a amadurecer. A época desses sets foi no final da pandemia e um pouco pós pandemia. Ouvindo as gravações eu comecei a perceber que eu tocava músicas que  não gostava muito e que estava mais querendo agradar o público do que me agradar, talvez por conta da influência dos eventos no meu passado, porém isso começou a me deixar meio mal, porque dificultava até a direção das minhas produções.

Na virada de ano de 2021 para 2022, algo mexeu fortemente comigo. É até esquisito dizer, mas o simples virar de ano me trouxe outros insights, eu passei a olhar as coisas de forma diferente, me senti energeticamente de forma diferente, simplesmente eu não conseguia mais gostar de nada eu fazia antes, nem das roupas. Mas ao pesquisar novas coisas, entender o funcionamento de outras, eu me encontrei no Afro House e tudo que engloba esse estilo.

Sempre acreditei muito em energia, sempre acreditei que fazer o bem irá atrair mais do bem, que coisas positivas são mais fortes que negativas e que o positivo sempre irá continuar colocando no caminho coisas mais positivas, sempre fui desse estado de espírito, e o Afro House tem tudo isso dentro de sua cultura, logo me identifiquei fortemente com esse gênero e tudo que há em volta dele, e cada vez mais estou em busca de me aprofundar para passar isso adiante.

B4B – E em que momento você percebeu que seu estilo começou a se aproximar do Afro House? Vi que uma de suas principais aspirações do momento é o Mezomo… nos fale um pouco sobre isso.

Ruskar –  Eu comecei a perceber que meu estilo começou a se aproximar do Afro House quando comecei a participar das mentorias do Mezomo, que acontecem dentro da Comunidade de Áudio do André Salata. Apesar de eu não trabalhar mais com o Salata, eu continuo fazendo parte da Comunidade, e não só tenho mentoria com o Mezomo, mas também com o Binaryh e DJ Glen.

Porém o cara que me deu a direção sonora do Afro House foi o Mezomo. Ele já está a bastante tempo trabalhando nessa sonoridade e realizando diversos movimentos no Rio Grande do Sul, as dicas e insights que ele me passou quando perguntei “você acha que meu som está dentro do que é considerado Afro House” com certeza foram o que me levou a chegar na sonoridade que estou fazendo hoje, pois eu juntei tudo que ele me disse, com o que eu gosto, com o que eu acredito que pode funcionar e fiz o meu som.

B4B – No final do ano passado você teve a primeira grande comprovação de que o seu trabalho estava seguindo o caminho correto com o lançamento da ‘Elevator’, pela Nature Recordings, da Curol. O que significou esse lançamento pra você? 

Ruskar – Realmente foi uma comprovação. Eu estava com várias músicas prontas que eu gostava, mas isso não era o suficiente. A propósito, eu faço músicas que eu gosto para o público, não para ouvir sozinho no estúdio, então estava em busca de ter uma resposta do mundo externo para as músicas. A primeira pessoa que chamei para enviar minhas músicas foi a Curol. Ele adorou algumas delas e a preferida para lançar no V.A da gravadora foi a “Elevator”. Essa foi a faísca que eu precisava para acreditar que as músicas poderiam pegar fogo, pois a partir dai eu passei acreditar mais ainda que as músicas funcionam e eu precisava trabalhar mais para que eles chegassem mais longe.

B4B – Agora, outra grande conquista, é sua presença no catálogo da renomada Sol Selectas, uma label que é referência mundial quando o assunto é Afro/Organic House. A aprovação demorou, mas veio, né?  

Ruskar –  Nossa, acho que nunca senti tanta emoção na vida com um vídeo de 15 segundos, os meus olhos encheram de lágrimas quando vi o Sabo tocando uma das músicas do EP pela primeira vez e a galera pirando. Foi a primeira vez que vi uma música minha explodir uma pista gigante e ter inúmeros videos dela. Mas isso só aconteceu graças a essa busca persistente e incansável de aprovação das músicas. Eu trabalhei para que elas chegassem em lugares grandes, nunca fiquei satisfeito com pouco, sempre dei o meu máximo para que tudo ficasse o melhor possível dentro das minhas condições, e foi com essa mentalidade que consegui chegar na Sol Selectas. Foi demorado a aprovação, mas ela veio. Enviei a música para o Sabo em Dezembro, mas foi só no início de Março que veio a resposta da aprovação para lançamento. Foram dias de ansiedade e emoção vendo as músicas rodando o mundo em diversas festas. É muito gratificante.

B4B – E você já tem outros lançamentos nesse nível que estão prontos para serem lançados? 

Ruskar –  Tem mais 3 músicas na mão do Sabo, mas que estão novamente naquela fase de teste. Porém eu estou bem confiante que podem virar novos lançamentos, até porque são músicas que fiz pensando na continuidade desses lançamentos, quero criar uma boa discografia.

B4B – Quais os próximos passos/novidades que você tem para compartilhar? Quais objetivos você ainda quer alcançar? Obrigado!

Ruskar –  Assim como muitos artistas, meu maior objetivo é poder viver 100% da música. Eu já vivo, mas nesse caso eu me refiro a ver minha renda vindo 100% de apresentações artísticas, de shows, viajando o nosso Brasil para tocar, e depois de tanto suporte no exterior, por que não fazer Tours, conhecer o Oriente Médio, a Europa, entre muitos outros lugares. Mas com certeza o meu maior objetivo é começar a ter uma boa agenda de shows, tocar todo final de semana e entregar o meu melhor para o público. Tenho outras vontades, mas essa é a que está à flor da pele.

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Scape W revela planos depois da estreia de ‘If You Still Love Me’

Com um arsenal de músicas a serem lançadas, a dupla Scape W comenta sobre produção musical do lançamento mais recente. Confira a entrevista.

Foto: divulgação

Com pelo menos mais sete faixas prontas para serem lançadas, Scape W segue uma rotina diária de sessões no estúdio em São Paulo. A dupla, formada por Lucas Paiva e Envoy Music, tem como missão fazer com que a música ajude as pessoas, e para isso eles utilizam diversas vertentes da música eletrônica.

Em sua estreia na cena, com o álbum ‘Day After Day’, o duo entregou um trabalho primoroso de nove faixas que combinam as habilidades de Paiva como cantor, compositor e multi-instrumentista, e de Envoy como DJ e produtor. Logo em seguida, veio o single ‘If You Still Love Me’, que vem conquistando o público nas plataformas digitais.

Para entender melhor sobre o processo de produção do mais recente lançamento e saber mais sobre o projeto, confira abaixo a entrevista que fizemos com a dupla:

Beat for Beat – Oi, meninos! Vocês descrevem a sonoridade do Scape W como “distinta e única”. Nos expliquem, por favor, como foi o processo até encontrar uma combinação entre a identidade musical de cada um para formar esse som que conhecemos atualmente.

Lucas Paiva – Eu cheguei como cantor e compositor, né, também sou multi-instrumentista, e trouxe esse lado mais orgânico, que se juntou a habilidade do Envoy na produção musical. Então, na verdade, começamos a trabalhar juntos já pensando em unir nossos talentos para fazer música eletrônica mesmo. E o Envoy já tinha uma identidade criada no gênero, eu somente adicionei a minha, e tudo ocorreu de forma muito natural quando somamos nossos trabalhos… mostramos nossas referências e inspirações um para o outro, e, no fim das contas, fazemos sempre o que gostamos! Aí, automaticamente, acaba ficando com a cara dos dois!

B4B – Aliás, vocês ainda seguem em paralelo com a carreira solo? E como estão dividindo o tempo entre as demandas de cada um dos projetos?

Scape W – Na verdade, demos uma pausa nos projetos solo para focar 100% no Scape W. Não acabamos com eles, apenas congelamos. É que queremos nos dedicar totalmente ao nosso trabalho como dupla. Estamos apostando muito no Scape W!

B4B – Falando em ‘If You Still Love Me’, inúmeros elementos da faixa nos chamaram atenção, pois se complementam muito bem. Mas o destaque vai para o piano, claro. Como surgiu a ideia de utilizá-lo?

Envoy Music – Essa track, na verdade, fiz ano passado sentado na cama. Então resolvi mostrar ao Lucas, ele curtiu e quis cantar em cima. A parte do piano estava praticamente pronta, e não tem nem como explicar, porque ela surgiu de dentro pra fora, sabe? Foi algo que fiz para me expressar. E, realmente, o piano acabou tendo um grande destaque!

B4B – No caso da música em questão, o que veio primeiro: a batida/produção ou a letra/composição? Como ocorreu esse processo?

Scape W – Como comentamos, a faixa já estava bem formada, praticamente pronta, com base etc. Então, compusemos juntos a letra em um dia só. E no dia seguinte gravamos os vocais. E é bem legal porque ela tem nossas vozes, nós dois acabamos cantando.

B4B – E ainda falando sobre letra da faixa, que nos remete aos relacionamentos mal-resolvidos que todo mundo na vida já vivenciou em algum momento, precisamos destacá-la. Como surgiu a ideia de abordar esse tema na canção?

Scape W – Queríamos construir uma história na faixa, e nada melhor que usar experiências próprias pra isso. Então, começamos a fazer um monte de perguntas um para o outro, pensando em coisas que vivemos em relacionamentos anteriores, e acabamos compartilhando tudo isso no estúdio. Resolvemos pegar esses sentimentos reais, porque não dá pra fazer algo da boca pra fora, né, precisamos sentir, então tentamos explorar isso na história da música, transmitindo essa ideia de que todos nós já passamos por momentos difíceis no amor.

B4B – Para finalizar: vocês estrearam o show do Scape W esse mês, como foi a experiência? O que vocês têm planejado para as pistas de dança?

Scape W – A experiência foi bem legal, foi nosso primeiro show como dupla oficialmente e estávamos cercados de pessoas que gostamos, o local estava cheio e conseguimos acertar uma dinâmica boa de apresentação. O mais legal foi ver que o pessoal estava curtindo a música de verdade.

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Descubra: Lucci Minati

Confirmado no Abstract Festival e destacando-se na cena do Tech House brasileiro, conversamos com Lucci Minati. Descubra esse talento!

Recentemente, falamos aqui sobre Lucci Minati, um nome promissor do Tech House nacional que tem se destacado principalmente pelas suas produções autorais, alcançando um alto número de plays no Spotify. Mas a gente decidiu ir mais fundo. Aproveitando que em breve ele será uma das atrações do importante Abstract Festival, que rola dia 13 de maio em Goiânia, o convidamos para nossa coluna DESCUBRA onde revisitamos seu passado, sem deixar de destacar alguns motivos do porque você deve vê-lo em ação em qualquer oportunidade:

Beat for Beat – Fala, Lucci! É um prazer tê-lo aqui para esse bate-papo. Vamos voltar um pouco no tempo… nos conte quando e como você começou a trilhar o caminho da música eletrônica?

Lucci Minati – Eu comecei frequentando um clube aqui em Goiânia que se chamava SEDNA. Tinha dois amigos que eram sócios do clube e ajudava eles a divulgar o rolê, até lista ajudava fazer, mas fazia porque gostava, nem sabia que isso era trabalho de promoter. Logo comecei a frequentar festas e festivais e em 2019 comecei a tocar.

Fui arrumando umas gigs aqui e outras ali, mas nada demais. Aí então percebi que tinha que aprender a produzir, fiz vários cursos… até hoje eu estudo e compro curso. Consegui bons resultados logo nos primeiros lançamentos, mas o que ajudou demais no início foi um contest que participei do Chemical Surf. Me deu uma puta de uma visibilidade então tenho a agradecer a eles. Eu não cheguei a ganhar o contest, mas para mim fui o vencedor! Logo as pessoas começaram a me ver e os contratantes também, aí é que as gigs começaram de verdade!

B4B – Podemos dizer que o seu crescimento na cena foi relativamente rápido. Em pouco mais de dois anos você já conseguiu bons suportes, ótimos números no Spotify e gigs importantes. Ao que você considera isso?

Lucci Minati – Trabalho constante, um dia após o outro. Eu escuto muito a galera que tá mais tempo no rolê, talvez até se eu tivesse escutado mais, estaria melhor. Sou um pouco teimoso, rs. Mas a gente dedica e as coisas dão certo. Então escute quem tem mais experiência que você no rolê, essas pessoas vão te apontando as pedras do caminho.

B4B – A base do seu som é o Tech House, mas ouvindo suas produções e mixes vemos que você incorpora outros estilos também. Nos conte sobre suas referências e principais aspectos que você busca imprimir para criar sua identidade?

Lucci Minati – Na verdade eu sou muito fã de Camelphat, mas eu curto mais o rolˆ deles antigo. Eric Prydz, Cyrez e Pryda… Também escuto muita coisa antiga, como Daft Punk e Giorgio Moroder. Em alguns momentos eu gosto de ouvir Mamonas Assassinas e Gabriel Pensador. O som desses caras é muito divertido, música é diversão!

B4B – Falando em identidade, no final do ano passado você lançou o EP ‘Freak Out’ pela Distortion, que já teve suporte até do R3WIRE. O que esse lançamento representa pra você?

Lucci Minati – Foi legal demais! Quando recebi o suporte, não tinha assinado a track ainda e muitas labels me procuraram. Porém, no começo de 2022 eu tinha mandado track para a DISTORTION. De momento eles não me deram resposta, mas depois desse suporte eles me procuraram e assinamos um EP. Assim ficamos mais de mês no Top 100 do Beatport, foi muito bom! Simplesmente tudo tem a hora certa de acontecer.

B4B – Outra música que fez muito sucesso — e que está batendo quase 1M de plays — é a ‘Never Stop’, de 2021. Você ainda tem tocado ela nos seus sets? Ela ainda conversa com o seu estilo de som atual?

Lucci Minati – Hoje eu toco uma versão VIP dela. Essa versão VIP é minha queridinha, sou ciumento, essa só eu que toco (risos).

B4B – E o que mais podemos esperar pela frente em questão de lançamentos?

Lucci Minati – Na questão dos lançamentos, estão mais pontuais. Estamos procurando labels que abracem mais o projeto no lançamento. Eu fico triste quando vejo músicas de amigos meus desperdiçadas, quando o lançamento é feito de maneira simples.

B4B – Por fim, na sua opinião, quais são as principais características que um artista precisa ter para alcançar o sucesso na carreira?

Lucci Minati – Expectativa 0, trabalho 100!

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Parktronic #40 | Melodic & Tech House Show | Lucci Minati Guest Mix by Dimitri Antek

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Entrevista

Entrevistamos: Jessica Brankka no Ultra Brasil

De frequentadora do Warung ao Ultra Brasil, Jessica Brankka fechou um dos palcos do festival e ainda conversou com nossa equipe.

Uma clubber raiz, que saiu das pistas de dança, até ir parar comandando várias delas. Natural de Curitiba, Jessica Brankka não projetava uma carreira artística, mas isso se desenvolveu de forma muito natural. Na ativa há poucos anos, hoje ela já pode ser considerada uma das grandes mulheres da cena eletrônica nacional e que no feriado de 21 de abril, fechou um dos palcos do Ultra Brasil. Foi lá que ela conversou com nossa equipe. Entrevistamos: Jessica Brankka.

Beat for Beat – Você era frequentadora assídua do Warung, até mesmo numa época em que nem sonhava em tocar. Você lembra quando e como aconteceu o seu despertar” pra vida artística?

Quando eu frequentava o Warung, eu morava do lado dele na verdade. Eu costumo dizer que o Warung foi e é o meu berço. Eu aprendi muita coisa ali. Quando eu frequentava, apenas como público, eu não tinha a mínima noção de que eu viria me tornar uma DJ, que eu tocaria lá. Hoje até faço essa análise quando eu estou lá, pois acho tudo muito louco, de como as coisas mudam e de uma forma rápida.

Tudo veio muito natural pra mim. Eu não nunca tive pretensão de ser artista, eu acho que aconteceu muito naturalmente. Eu comecei a tocar, eu sempre admirava, sempre gostei muito, sempre amei, sempre frequentei esses eventos e quando eu percebi, já estava recebendo convites pra tocar, estava andando com os artistas, as pessoas estavam me elogiando, os amigos me incentivando e fui me envolvendo cada vez mais.

Foi ai que tive o estalo de que eu já estava na cena e então, pensei: “cara eu acho que eu posso tentar, por que não?”. Então veio de maneira muito natural pra mim, não foi nada pensado, no sentido de “eu vou virar uma artista”. A música me fez sentir que isso era possível. O amor pela música me fez pensar que isso me moveria pra esse mundo artístico.

B4B – E você ter ser vizinha do Warung, como foi a primeira vez que você se apresentou lá?

Eu me sentia como uma criança num parque de diversões. Eu olhava aquilo e percebia ainda mais como é incrível aquele lugar. Mesmo hoje, sempre que chego lá, parece que é a mesma emoção. É um lugar que eu admiro muito, é um lugar que eu respeito, é um lugar que eu tenho um amor desde a primeira vez que eu estive lá, foi assim, amor à primeira vista. E é um dos meus clubs favoritos. Eu amo aquele lugar. Estou feliz que que estamos de volta. Está voltando.

Jessica Brankka no Warung

B4B – Inclusive, você é formada em Educação Física. Como foi essa transição do mundo “corporativo clt” pra algo totalmente diferente daquilo que você aprendeu na faculdade?

A música sempre esteve conectada com o meu esporte. A vida super saudável que eu tinha, que eu me dedicava, obviamente é difícil conciliar hoje ainda, mesmo ainda que eu pratique esportes e faça atividade física, foi uma virada de chave completamente. Eu não esperava. Eu amo muito praticar atividade física, esporte, tanto quanto eu amo a música, então foi tranquila pra mim essa transição e até hoje eu consigo ter uma vida saudável, consigo tocar e consigo ser artista, sem deixar algo totalmente de lado.

Eu costumo brincar com a galera de que eu sou a nova geração dos artistas, pois eu tenho impressão de que antes ou você tinha uma vida saudável, se cuidava ou você era artista e hoje mudou muito esse conceito. Você vê vários artistas que conseguem ter uma vida saudável, que conseguem tocar, que conseguem conciliar a rotina e então esse é o meu objetivo de conseguir sempre também me cuidar e ter a minha vida artística mais saudável.

B4B – E você tenta transmitir isso de alguma forma para os seus seguidores, seus ouvintes: vamos fazer as duas coisas, a gente consegue ir para uma rave, mas também consegue ser saudável ao mesmo tempo?

Eu consigo sim ter essa conversa as vezes, entro em debate com os meus amigos, pois as pessoas são muito oito ou oitenta. Eu não sou oito ou oitenta, eu consigo ter esse equilíbrio de que se exagerei, se eu passei do muito do horário, por conta de uma festa que toquei muito tarde, eu sempre busco fazer uma compensação. Quando eu extrapolo, eu tento me cuidar mais durante a semana, eu tenho sempre cuidar do sono, então acho que dá sim pra conciliar as coisas.

Eu pretendo cada vez mais trazer isso para as pessoas. É uma cultura muito errônea de achar que quem faz festa não se cuida, não consegue ter uma vida saudável, acho que dá pra ter um equilíbrio. Eu tenho esse equilíbrio e espero conseguir ter sempre.

B4B – Você tem cerca de 4 anos de carreira e já alcançou feitos importantes, como tocar hoje no Ultra. Como você vê essa ascensão meteórica?

Às vezes a gente não tem consciência, quem tá dentro não consegue ter essa visão tão ampla de que foi tão rápido. Quem está nos bastidores sabe o que aconteceu, o que passamos para chegar onde chegamos. Então, para mim, não parece que foi tão rápido. Mas se eu parar e analisar realmente em anos, pensando que eu comecei em 2019, onde eu estou e tudo que eu venho construindo, que eu construí até agora, de fato foi rápido sim, mas com muito trabalho, dedicação.

Muito depende de você, das suas metas, do quão você está disposto, a se dedicar para aquilo que você se dispõe. Não foi tão rápido, mas também não foi tão lento, eu acho que foi na medida certa. A gente vive num mundo muito acelerado, querendo as coisas pra ontem, a gente é muito imediatista e eu tenho um pouco disso, de querer tipo fazer as coisas rápido. Por que ser lenta, se eu posso ser rápida, se eu posso ser ágil no meu processo?

Jessica Brankka no backstage do Ultra Brasil

B4B – E uma das coisas que você falava bastante no começo, é que você queria ser mais do que um rostinho bonito, para que a indústria não colocasse sua beleza em primeiro lugar. Você acha que conseguiu atingir seu objetivo?

Eu acredito que sim. Esse era meu maior desafio no inicio, pois as pessoas sempre acham que a beleza é sinônimo de não competência, que ser bonito basta ou não basta e na verdade eu não entrei para querer mostrar um rosto bonito, eu queria e quero até hoje, mostrar minha música. Eu quero que meu som venha a frente de qualquer coisa.

Hoje eu posso dizer que boa parte dessa barreira envolvendo beleza e musicalidade já foi quebrada, pois estou tocando cada vez mais, mostrando para as pessoas meu objetivo como artista, meu propósito.

E o reflexo disso, é você, por ser mulher, fechando um dos palcos do Ultra. Como foi sua apresentação? O que você sentiu?

Eu sempre sonhei tocar no Ultra, um dos maiores do mundo, mais respeitados e poder encerrar um dos palcos é uma felicidade imensa. Eu não esperava que fosse rápido dessa forma, esse lugar de destaque e poder tocar, representar meu país, no meu país, é algo ainda mais especial.

Eu estou muito grata, isso me faz ter a certeza de que estou no caminho certo, que estou de acordo com meu propósito, que as coisas estão acontecendo da forma como a gente esperava, desejava e trabalhou muito desde 2019.

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Entrevista

Entrevistamos: Nora En Pure no Lollapalooza Brasil

Nora En Pure, que ama compartilhar seu sentimentos através da música, também admira o silêncio da natureza. Confira nossa entrevista!

Lollapalooza Brasil, backstage. Enquanto diversos artistas e convidados super produzidos estão naquele vai e vem, uma atração do palco Perry vai na contramão. Natural da África da Sul, mas que hoje mora na Suíça, Nora en Pure foi de uma simplicidade sem tamanho. De camiseta, shorts e chinelo, um look bem parecido com os que posta em suas fotos no Instagram, ela nos recebeu para um papo leve e descontraído, que você confere agora. Entrevistamos: Nora En Pure.

Beat for Beat – Pra começar, queremos falar sobre ‘Indulgence’, um dos seus últimos lançamentos. Pode contar pra gente um pouquinho sobre o processo criativo dela?

Nora En Pure – Eu comecei a música no último ano, quando comecei a compor algumas partes, como o bass line. Um tempo depois surgiu um arp mais entusiástico e a ideia era ver como os dois elementos soariam juntos, já que um é mais dramático e o outro mais pra cima, feliz. Foi como combinar dois opostos e a música surgiu.

B4B – A sua música possui algumas influências de melódico. Numa época em que o melódico está muito em alta, como fazer para se destacar?

Nora En Pure – De alguma forma é até bom que exista esse hype do melódico hoje em dia, mais pro techno, por assim dizer, mas isso faz com que mais portas sejam abertas, nos dá uma plataforma. Como você mesmo disse, é preciso que você se mantenha único, apresentar sua própria sonoridade, fazer com que as pessoas possam reconhecer sua música.

Hoje, não vejo meu som como totalmente melódico. Acredito que o hype seja algo mais na linha da Afterlife, mais underground. Minha sonoridade é mais feliz. Quero fazer com que as pessoas sintam-se felizes, pensamentos positivos. Eu sinto uma vibe mais “dark” no melódico que está em alta hoje e mesmo que minha música tenha elementos mais melódicos, eu prefiro seguir uma linha mais positiva, de felicidade. Eu quero que as pessoas, enquanto esteja ouvindo minha música, possam se conectar com ela, com o que estão fazendo, com aquele momento.

Mas voltando ao começo da pergunta, acredito que para se destacar você precisa se preocupar com os pequenos detalhes. Eu mesma, sempre coloco algum som orgânico, algo mais natural. Não seguir apenas uma tendência, fazer aquilo que você realmente sente, mesmo com tantos artistas existentes no mercado hoje, você conseguirá o destaque que procura.

B4B – E você coloca seus próprios sentimentos nas músicas ou tenta colocar um sentimento que seja mais geral a todos?

Nora En Pure – Um pouco das duas coisas. Eu tento colocar alguns sentimentos pessoais, mas também aqueles que percebo que sejam comuns entre as pessoas que me escutam. Eu tento quebrar as barreiras e tocar você com minha música.

B4B – Quem te acompanha, sabe que você curte surfar, mergulhar. Como é sua conexão com a natureza?

Nora En Pure – É simplesmente quem eu sou. Eu cresci na África do Sul, bem próxima a natureza e faz parte dos meus fundamentos. Nesse mundo onde vivemos tão ocupados, eu tento sempre encontrar um lugar para me desconectar. Eu encontrei isso na música e na natureza e quando consigo combinar isso, é o melhor que posso fazer por mim.

Eu espero que isso também possa servir de inspiração para outras pessoas. Gostaria que as pessoas pudessem sentir o que sinto quando estou em contato com a natureza. Sem sinal, sem celular, sem trânsito, só curtindo o silêncio ao seu redor, o que é totalmente oposto a música.

B4B – Então você curte bastante ficar offline?

Nora En Pure – Com certeza! O tempo todo, sempre que posso. Claro que preciso usar o Instagram algumas vezes, postar algumas fotos de onde toquei. Eu também não tenho uma equipe de social media, pois acredito muito mais na conexão humana, mesmo que numa rede social. Hoje faz parte do nosso trabalho, mas se pudermos evitar um pouco, evite.

B4B – A sua label já lançou alguns artistas brasileiros, como PACS. Como é o processo de escolhas dos artistas que a Purified lança? Você participa do processo?

Nora En Pure – Participar? Eu faço tudo eu mesma (risos). Eu escuto toda demo que chega até a Purified e então eu envio para meu time, para decidirmos juntos sobre os lançamentos. Não importante se você tem muitos seguidores ou se você é uma pessoa “desconhecida”, o que avaliaremos primeiro sempre será a música.

Claro que depois vamos verificar a visão do artista, procurar saber mais sobre o projeto, pois existem diferentes tipos de músicas e de profissionais e precisamos buscar quem também esteja alinhado a nós. E aqui, já digo que quem quiser nos enviar uma demo, faça isso. Iremos ouvir!

B4B – E agora, falando de Lollapalloza Brasil, como foi tocar hoje no evento? 

Nora En Pure – Eu toquei um mix de músicas mais clássicas e algumas novas, pois fazia 4 anos desde minha última passagem por aqui. Eu lembro que anos atrás, eu chegava a vir 3 ou 4 vezes no ano e agora, estive longe por muito tempo. Vocês puderam ouvir meu som, aquilo que gosto de produzir, lançar na gravadora. Foi algo muito genuíno de mim.

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Entrevista

Entrevistamos: Devochka no Lollapalooza Brasil

Após reinventar-se musicalmente falando, Devochka se apresentou no Lollapalooza Brasil e conversou com nossa redação.

Mulher, DJ, Produtora, com 12 anos de carreira, entre ser DJ e Produtora, Devochka sempre foi uma grande potência feminina na cena eletrônica brasileira. Ela, que começou com um som mais pesado, mudou de sonoridade, foi julgada, mas se reergueu como uma fênix, fez um belíssimo show no último Lollapalooza Brasil  e conversou com nossa redação, falando sobre seu passado, presente, é claro, um pouco do futuro. Entrevistamos: Devochka!

Beat for Beat – Pra começar, um tema até clichê, mas que vem mudando. Neste Lolla, pudemos perceber a presença de mais mulheres no line, mudando aquela imagem que apenas homens dominavam a cena. Como é participar desse momento de quase igualdade dos gêneros nos lines?

Devochka – Inclusive, essa foi uma das coisas que mais admirei esse ano, quando vi o line do festival. É muito incrível ver que finalmente estão fazendo isso, fazendo essa igualdade de gêneros no line. Isso é importante pois as vezes, é uma coisa que vem de base, a questão da predominância masculina e hoje, eles estão dando oportunidade para meninas que são tão boas quanto os homens, de virem mostrar seus trabalhos.

Eu li um comentário que me marcou muito: “Beleza, colocar mulher pela militância, mas ai vai cair a qualidade do festival“. Eu fiquei estarrecida, o que fez a pessoa pensar que mulher diminuiria a qualidade sonora do evento? Então hoje, virmos como mulheres, para entregarmos uma boa apresentação, será muito importante para nós, para o festival e para nossa cultura de música.

B4B – E convenhamos, sem citar nomes, tem muita mulher que toca muito melhor que vários homens por ai…

Devochka – Isso é você quem tá falando haha. Mas sem militar, estou muito feliz com a atitude do festival e acho que outros festivais, principalmente os grandes, precisam tomar essa mesma atitude. Vamos torcer para que dê certo.

B4B – Esse ano você completa 10 anos desde seu start como produtora. Como é olhar pra trás e ver seu começo? O que mais mudou nas suas produções desde 2013?

Nossa, verdade, você estudou a Devochka! Eu comecei tocando, como DJ e comecei a bombar música de outras pessoas, aquelas que eu colocava no meu set, então pensei que eu também queria bombar minhas próprias músicas, quero aprender a produzir e foi ali em 2013, quando eu larguei meu trabalho “formal”, meti o louco e comecei a produzir. São 10 anos desde então, obrigada por me lembrar disso!

A experiência é tudo na vida. Eu sempre falo que a gente precisa viver para aprender, entender, a vivência é a base de muita coisa. Lá atrás, quando eu comecei, eu tinha pouca noção, pois eu não tinha viajado tanto ainda. Eu praticamente nem tinha saído de Belo Horizonte ainda, então quando você começa a tocar em vários eventos, de diversos lugares, com culturas diferentes, pessoas diferentes, você vai absorvendo tudo que uma pista precisa. Cada pista é uma pista e você precisa mesclar para chegar em algo que seja homogêneo.

Eu vejo hoje uma evolução não só como produtora, mas como DJ, artista, mulher, uma evolução como um todo, pela minha vontade de aprender mais. Eu comecei a buscar muitas referências, principalmente para fazer o meu som atual, com influências de muito DJ gringo, mas colocando aquele jeitinho brasileiro.

Tudo tem um começo. Você começa lá embaixo e vai evoluindo. Eu busquei essa evolução.

B4B – Você já disse que “era do Slipknot” do eletrônico, mas que com o passar dos anos, foi mudando sua sonoridade. Como você decide o que produzir hoje? Como é seu processo criativo?

Devochka – De fato por muitas vezes eu “fui o Slipknot da música eletrônica”, eu tocava um som mais pesado, até que comecei a não me identificar mais com aquele som. Tanto que por isso, eu tive uma fase muito difícil da minha vida e carreira, que foi quando decidi me reinventar 100%. Eu não troquei uma coisa ou outra, eu sai “do Slipknot” e fui para uma coisa totalmente diferente. Hoje, minhas referências são Chris Lake, Kyle Watson, artistas que eu gosto bastante.

Eu funciono assim, eu ouvi alguma coisa, ou toco no fim de semana, eu volto muito empolgada, pois sei como a pista reagiu e posso usar aquela música como referência. Eu gosto de ouvir coisas, de todos os estilos musicais possíveis, pra trazer referências para a Devochka.

B4B – Vamos falar de Lolla agora. Conte foi a sensação de tocar nesse grande festival do Brasil e do mundo? Como estava o coração?

Devochka – Por incrível que pareça, eu estava bem calma. Eu lembro quando toquei no meu primeiro Lolla, em 2018, quando fui a primeira a tocar e foi incrível. As pessoas chegaram cedo para me verem tocar.

Hoje, por mais que tenha sido minha segunda vez, foi como se fosse a primeira, um renascimento. Depois que troquei minha linha de som, em 2020, eu fui muito julgada. Com a pandemia, eu não consegui mostrar esse meu trabalho, tanto que o Lolla hoje, nessa nova fase da Devochka, foi o primeiro festival gigante que toquei. Eu mostrei o novo eu, minha nova sonoridade. Foi tudo muito diferente de 2018.

Eu me preparei bastante. Refiz algumas músicas que toquei e que ainda não havia tocado em lugar nenhum. Foi muito legal!

B4B – Pensando já no futuro, o que podemos esperar de Devochka para o resto de 2023?

Devochka – Eu relancei recentemente uma das minhas músicas, ‘She Wanna 2.0’, com essa nova sonoridade minha e acabei fazendo mais duas para o show de hoje, que também vou lançar. São músicas das antigas, que a galera curte bastante e que vão poder ouvir em uma nova versão.

Fora esses lançamentos, eu costumo dizer que estou zero planos. Eu estou vivendo a vida. Por muito tempo durante minha carreira nesses últimos anos, 12 anos como DJ, 10 como produtora, eu sempre quis planejar muito e quando você coloca tanta expectativa, você acaba se decepcionando, pois você não conseguiu entregar aquilo que queria.

Por isso também que hoje eu toquei bem relaxada. Eu vim aqui, eu sei do que sou capaz, da minha experiência e por isso me entreguei de corpo e alma. É o Lollapalooza!

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Entrevista

Entrevistamos: Quintino

Quintino, um dos principais nomes da dance music mainstream, teve uma rápida passagem pelo Brasil, no Ame Laroc Festival. Leia nossa entrevista na íntegra.

Quintino no Ame Laroc Festival (Arquivo pessoal, 2023)

Quintino, produtor holandês que é um dos principais talentos da cena global mainstream, começou a dar grandes passos na sua carreira nos anos 2010. Conhecido por seus grandes remixes para mainstage, o DJ ficou mundialmente famoso com o remix de sucesso “Rap das Armas”. Descoberto por Laidback Luke e amigo de longa data de Hardwell, Quintino possui grandes lançamentos em seu repertório gigantesco, entre as últimas colabs podemos citar nomes como Dimitri Vegas e Like Mike e Steve Aoki.

Em sua passagem pelo Ame Laroc Festival, conversamos sobre sua carreira, sua recente paternidade e também sobre projetos futuros, confira nossa entrevista na íntegra:

B4B: Sua relação com o Brasil sempre foi muito íntima. Uma das principais razões da qual você foi descoberto foi seu remix para “Rap das Armas”. Consegue nos contar um pouco sua história sobre como foi essa pesquisa e o processo produtivo?

Quintino: Isso foi há muito tempo, naquela época o house com influências latinas era muito popular na Holanda, então eu estava procurando ativamente por samples e vocais do tipo e lembro que encontrei esse vocal de “Rap das Armas” gostei da energia. Trabalhei no estúdio para produzir uma música e saiu um dos maiores sucessos daquele ano na Holanda, que chegou a alcançar o primeiro lugar nas paradas.

Quintino, no Tomorrowland Bélgica, 2022

B4B: Aproveitando essa oportunidade em dialogar um pouquinho mais sobre seu início de carreira, como é sua amizade com Laidback Luke? Você possuem uma relação próxima?

Quintino: Bem, ser um artista itinerante é sempre difícil, já que geralmente estamos em diferentes partes do mundo, mantemos contato enviando mensagens de texto e novas músicas, mas sim, somos amigos íntimos e sempre que nos encontramos em um festival, sempre leva um tempo para tirar recuperar o atraso da nossa amizade.

B4B: Você recebeu o dom da paternidade recentemente. Como você divide sua rotina diária, agora sendo pai?

Quintino: Amo ser pai! Melhor coisa do mundo. Bom, se eu estou em casa, tento mesmo ficar em casa, cuidar da minha família. Equilibro estar em casa e no estúdio. A coisa mais difícil ultimamente é eu estar longe, mas amo meu trabalho e amo fazer shows para meus fãs, então só devo encontrar sempre o equilíbrio perfeito.

B4B: Seus fãs estão ansiosos por esta passagem ao Brasil. Seu nome sempre foi muito pedido nas redes sociais do Laroc. Como estão seus preparativos para este show no Ame Laroc Festival?

Quintino: Será um pouco especial! Sempre adorei vir para o Brasil e sabendo que o Laroc não é apenas um club, mas parece um festival. Acabei trazendo muita música nova comigo, há alguns artistas incríveis tocando antes de mim, Diplo, John Summit, Meduza. Prometo encerrar a noite com um set cheio de energia e muita música nova.

B4B: Este ano promete ser grandioso para sua carreira. O que temos de novidades para Quintino em 2023?

Quintino: Este ano tenho me concentrado em muitas colaborações musicais. Já lancei “Name of your DJ’ com o 3 Are Legend (Dimitri Vegas, Like Mike e Steve Aoki). Minha colab com Hardwell será lançada no início de março e algumas outras grandes colaborações estão chegando ainda este ano, as quais tocarei em seu set no Laroc.

B4B: Existem muitos DJs e produtores brasileiros que também se inspiram no seu trabalho. Que mensagem você deixaria para essa galera que está começando?

Quintino: Seja você mesmo, seja autêntico.

Quintino no Ame Laroc Festival, 2023
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Entrevista

Entrevistamos: TOYZZ

Realizando um sonho e lançando pela TECHNE Records, o DJ e Produtor espanhol, TOYZZ, conversou com a nossa redação. Confira!

O DJ e produtor musical espanhol TOYZZ tem ganhado mais espaço na cena eletrônica além de seu estúdio. Ele acaba de realizar um sonho, lançando sua nova faixa ‘ASI’ pela TECHNE Records, gravadora do DJ Noizu. Em conversa com o artista, ficamos sabendo um pouco mais sobre o seu próximo lançamento e sobre os objetivos da carreira. Leia abaixo para conhecer um pouco mais sobre esse projeto.

Beat for Beat – “Asi” foi lançada pela TECHNE Records, gravadora de um dos grandes nomes do tech house: Noizu. Como aconteceu esse contato?

TOYZZ – Temos tentado contato há algum tempo, mas a track não se encaixava nos padrões da label, e por isso rejeitaram algumas das minhas demos. Com “ASI”, me responderam imediatamente, prepararam tudo para que este lançamento acontecesse, e com isso eu fiquei muito feliz. Foi um sonho que se tornou realidade, porque eu acompanho Noizu desde os seus primeiros lançamentos, e ter o seu apoio desta forma é algo que me deixa muito orgulhoso.

Para esse ano você ainda tem um lançamento na gravadora do Wade, a Criterio Music. Como aconteceu essa conexão e quais são suas expectativas ao lançar pela label?</strong

Enviei a Wade algumas demos no ano passado, mas o meu estilo era um pouco pesado para  seus sets. Este verão enviei uma playlist de 20 faixas não lançadas e ele escolheu duas delas, uma era “ASI”, e a outra que ele assinou chamada “Muevelo”. Me lembro que ele enviava alguns vídeos dele tocando a track em Nova Iorque, Itália, Espanha… e fiquei chocado com a reação do público. Ainda é inacreditável.

‘ASI’ já está sendo tocada nas pistas? Se sim, qual tem sido a reação do público?

Viajei até Criterio, na Sevilla, para ver a reação do público a estas faixas, e fiquei espantado ao ver 10 mil pessoas dançando ao som de: “Asi, así, así me gusta a mí”. Além disso, o apoio dos artistas está sendo incrível, desde Wade, Malaa, John Summit até Solardo, Paco Osuna e outros talentos musicais. Ainda não tive oportunidade de tocá-la na pista, mas estamos trabalhando muito duro para que isto aconteça muito em breve.

Sendo espanhol e morando na Europa, lugar muito conhecido por ter um verão badalado, você tem o sonho de tocar em qual grande festa ou festival?

Tenho sonhado muito com isso, em 2013 viajei para Ibiza e fiquei chocado com a  quantidade de músicas incríveis que tocaram por lá (Amnésia, Pacha, Ushuaïa) e depois decidi começar a minha viagem musical com EDM. Por isso, ficarei tão feliz por recuperar as minhas raízes musicais, é mais como um objetivo espiritual do que tocar ao vivo. Falando de festival, adoraria tocar no Coachella, por causa da cena musical alternativa de lá, e acho que me encaixo mais lá do que em qualquer outro festival de mainstream, mas de qualquer forma terei todo o prazer em visitar qualquer festival do mundo.

O que você sente ao tocar para o seu público?

Sendo honesto, fico um pouco nervoso quando toco ao vivo porque sou muito perfeccionista, e isso me leva para um lugar difícil de gerir, mas estou trabalhando nisso. Penso que é normal, sou um homem das cavernas de um estúdio de música e sair é assustador, mas estou aprendendo a pensar de forma diferente e tomo isso como um desafio. Para a minha psicóloga Teresa, preciso dizer que estou fazendo isso do jeito certo.

Gostou de ficar um pouco mais por dentro do projeto espanhol de tech house TOYZZ? Então não deixe de conferir ‘ASI’ em todas as plataformas digitais, e siga o artista em suas redes sociais para não perder nenhuma novidade que vem por aí.

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Entrevista

Entrevistamos: Henrique Camacho

Batemos um papo com o expressivo DJ e produtor de Progressive Trance e Hi-Tech que acaba de lançar seu novo álbum, “Metamorfose”

Henrique Camacho

 

Henrique Camacho foi revelado ao vencer um concurso da XXXperience Festival em parceria com a Universidade Anhembi Morumbi e D-Edge com singelos 16 anos, ganhando uma bolsa integral para estudar produção fonográfica com ênfase em música eletrônica.São 12 anos dessa jornada como produtor e 10 anos em atividade como DJ, o que já rendeu à Camacho apresentações por algumas boas pistas como Garden Festival , Moving Festival, Atmosphere Festival (México), Great Indian Gathering (Índia), Psychedelic Circus (Argentina), Techno Privados (Colômbia) Klangwelten (Alemanha) e muito mais…

Tours Internacionais 2022
Só este ano, o artista passou por Alemanha, Argentina, Colômbia, Índia e México.

Na produção musical, não espere expressividade menor por parte do produtor que entrega excelentes faixas seja colo, como “Contagiante II” (15 Milhões de views só no Youtube) “Sevilla” “Maharani Hi-Tech” e “Catalunya” — 4 grandes sucessos —, ou em colaborações com nomes como Chapeleiro, Mandragora e Raz.

Batemos um papo com o DJ e produtor musical para entender melhor seu background, referências, objetivos e seu novo álbum, Metamorfose, que você pode ouvir abaixo:

Beat for Beat Olá Henrique, seja bem-vindo ao B4B! Acho que nada mais justo do que começarmos contextualizando seu background. O que te motivou, aos 16 anos, a entrar em um concurso (e ganhar)?

Henrique Camacho Fala pessoal da B4B!! Muito legal conversar com vocês!! Então, naquela época, por conta da idade, eu tinha dificuldades em conseguir festas para tocar, todos diziam que eu precisava de um certificado do curso de DJ. Então quando fiquei sabendo desse concurso da XXXperience, era um projeto social deles e eu entrei priorizando o certificado no final, e no fim acabei vencendo o concurso e conseguindo a bolsa pra faculdade..

Beat for Beat Desde aquela época, há 10 anos atrás, você já tinha plena convicção de que era a música o que você quer da vida?

Henrique Camacho Com certeza! Desde os 14 anos, quando comecei tocar em um buffet infantil, comecei pesquisar sobre produção musical , fui aprendendo aos poucos, evoluindo música após música e desde então, é o que mais amo fazer!

Beat for Beat: Você passou por alguns dos palcos mais validados do Trance nacional além de boas experiências internacionais. O que acha que te conduziu à esse nível?

Henrique Camacho Acredito que ter feito músicas que tocaram as pessoas de alguma forma, tento passar boa energia para as pessoas em todas as apresentações, para criar uma conexão com todos os fãs e fazer um show especial.

Beat for Beat Além das boas gigs, são várias colaborações e remixes para grandes nomes. Como você interpreta o que te habilita para estar no meio de algumas das maiores referências do Trance na atualidade?

Henrique Camacho Acho que ter trabalhado duro todos esses anos, me deu a oportunidade de conhecer e  ser amigo de grandes artistas, e também oportunidade de mostrar meu trabalho mais a fundo para alguns deles, e como consequência, saíram algumas músicas de sucesso e isso me deixa muito feliz!!

Beat for Beat E agora você lançou seu novo disco…

Henrique Camacho SIMM!! Esse novo álbum é muito importante pra mim, se chama “Metamorfose” e tem 8 faixas.Escolhi o nome Metamorfose, porque quis fazer um álbum que não seguisse um padrão, e Metamorfose significa “Transformação ou Mudança completa”, que é basicamente meu set hahaha, então fui criando as músicas de acordo com o humor do dia, sem pensar em seguir uma linha de BPM ou Vertente.

E esse foi o resultado, o álbum tem músicas melódicas, algumas mais sérias e aceleradas, outras com mais explosão, transitando entre o Prog e o Hi-Tech, e eu espero que as pessoas gostem!!

Beat for Beat Para finalizarmos, rola um spoiler dos futuros projetos? Valeu pelo papo, Henrique!

Henrique Camacho Já tem bastante coisa nova pra ser lançada, tem muitos singles solo, e muitas collabs também, algumas delas são com: Shanti People, Chapeleiro, Mandragora, Raz e mais algumas que sairão mais pra frente.. Gostaria de agradecer a B4B por esse papo =D TAMO JUNTOOOO!!

Henrique Camacho está no Instagram , Spotify e YouTube.

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Editorial

Durante o ADE, encontramos Dilby para um papo sobre carreira e conteúdo

Por JP Extasié

Dilby e JP em Amsterdam

O Beat for Beat esteve recentemente no Amsterdam Dance Event, maior conferência de música eletrônica do mundo, que aconteceu na Holanda, para trazer novas tendências e novidades do mercado mundial para nossos leitores. Iniciando nossa série de artigos especiais do ADE, batemos um papo com Dilby, um dos maiores produtores de house music do mundo.

Dilby é um dos DJs e produtores fundamentais para colocar o House Underground em posição de destaque na música eletrônica mundial. Recentemente sua música Remember Me alcançou o top #01 de vendas no Deep House. E falando em música, para entender um pouco mais a expressividade desse produtor, em uma breve olhada em seu catálogo você encontra selos como Glasgow Underground, 8Bit Records — além de outras como Bondage Music e Deepalma.

Ele é aquele artista maduro que sabe o que está fazendo. Não só sabe como também ensina tudo em seu canal do Youtube, passando seus conhecimentos aos DJs e produtores que almejam conquistar seus desejados espaços no mercado. Por isso menção da importância de seu papel, precisamos cada vez mais de pessoas capacitadas para passar a mensagem de forma consciente quando o assunto é música eletrônica. O melhor de tudo… FREE.

Em um papo rápido, tomando um café, Dilby nos recebeu para falar sobre carreira e seu conteúdo. Confira a entrevista na íntegra abaixo:

Dilby (Divulgacao)

Beat for Beat: Para quem ainda não conhece o Dilby, você pode se apresentar?

Sou Dilby, produtor musical da Nova Zelândia, moro e produzo em Berlim. Além de música, também faço vídeos no YouTube e tutoriais de produção. Compartilho o conhecimento que adquiri e venho adquirindo ao longo de 15 anos de experiência na indústria, postando vídeos semanalmente no Youtube.

Beat for Beat: Qual a razão que o levou a criar conteúdos e você esperava que iria repercutir tanto assim?

Foi resultado da pandemia, não tinha certeza como seria carreira naquela situação. Então aproveitei o tempo que estava livre e resolvi investir no canal. No início sabia que tinha potencial, as músicas que estava fazendo estavam repercutindo cada vez mais e hoje em dia recebo mensagem todos os dias perguntando como fazer músicas de outros produtores. No entanto, procuro fazer vídeos dos representantes de cada gênero para conseguir atrair mais pessoas.

Beat for Beat:Produtores buscam por identidade musical, como você acredita que eles podem conquistar isso?

Todos os produtores travam nessa parte, ao decidir o gênero. Também passei por isso, fiz vários estilos como; Tech House, Deep House, Funky House e Afro House e no final de tudo tentei combinar os sons que gostava pra fazer as músicas do Dilby. Realmente é uma questão de tempo e maturidade. Praticamente tudo já foi criado, nós repetimos timbres dos anos 80, 90 e geralmente pessoas pensam de forma como “quero ser como X, ou como Y” e acabam esquecendo de fazer sua própria arte. E o mercado precisa de originalidade.

Dilby (Divulgacao)

Beat for Beat: Nós sabemos que pra chegar em resultados significativos sempre tem uma virada de chave. Qual foi a sua?

Dilby: Uma das coisas mais importantes que fiz para melhorar os resultados foi limitar o número de coisas que fazia. Não dei tanta importância ao marketing quando falavam… você precisa disso e daquilo para ter mais isso e mais aquilo para alavancar sua carreira. E na verdade, o que fiz foi sentar e fazer o que tinha que ser feito, música.

Beat for Beat: É muito notável o crescimento do canal e sua comunidade de forma 100% orgânica. Como você acredita que as pessoas chegam até o canal e continuam com você na comunidade?

Dilby: Estou sempre focando em ajudar as pessoas da comunidade, então o conteúdo que crio é baseado em resolver as necessidades deles. Sendo assim, procuro estudar cada vez mais sobre como melhorar meus vídeos de forma que fique cada vez mais simples para passar o conteúdo.

 

Continue nos acompanhando para mais artigos especiais sobre o ADE 2022. Aproveita e siga a Beat for Beat em nosso Instagram.

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Mainstage

Entrevistamos: Curol

Em passagem pelo maior festival de música do Brasil, Curol nos contou um pouco sobre suas memórias musicais, representatividade e planos futuros.

Curol

Um dos mais recentes talentos da house music brasileira, Curol, nos recebeu após um momento histórico de sua carreira na última edição do palco NDO, dentro do Rock in Rio. Em um papo sobre sua história, sua representatividade dentro movimento afro-house e novos projetos, a produtora ainda nos revela o futuro lançamento do primeiro VA de sua label, a Nature Records. Confira nossa entrevista completa:

Curol

B4B: Você tem um relacionamento com a música desde pequena, foi violinista e tem uma cultura musical muito inserida dentro da sua história. Quais foram as suas primeiras memórias musicais que você leva como referências para sua carreira?

Curol: Entre as minhas primeiras memórias estão legião urbana, charlie brown jr, raimundos e kid abelha. Sempre tocava as faixas em meus churrascos de fim de semana e que até hoje me pedem para tocar durante as festas da minha família.

B4B: Você também trabalhou com fotografia, certo? Você conseguiu levar um pouco das lentes para suas produções musicais?

Curol: Eu consegui fazer uma mudança de identidade e de experiência. Hoje eu recruto profissionais para trabalhar comigo que eu sinto potencial e que de alguma forma agreguem ao meu projeto esses valores que tanto conheço.

Curol na ARCA, São Paulo (Por Phillipe Guimaraes).

B4B: Suas tracks sempre evidenciam a música afro-brasileira, sempre com elaboração de percussões memoráveis, como surgiu esse movimento afro house inserido dentro do seu trabalho?

Curol: Eu percebi que aqui no Brasil, pouquíssimos artistas faziam afrohouse com características brasileiras e o gênero também sofria muito preconceito, mas é uma coisa que eu sempre gostei e eu quis abraçar. Eu quis trazer as nossas raízes para a música, todo mundo traz, mas de forma bem limitada, que não é representativo. Lógico que a música sempre vem em primeiro lugar, mas se a gente puder retratar uma história por trás, se torna algo muito mais valioso.

B4B: Ainda falando sobre representatividade, você como é para você, uma artista mulher, negra, que faz parte da sigla LGBTQIA+, pisar em um dos palcos dos maiores festivais de música do mundo que é o Rock in Rio?

Curol: Estar no Rock in Rio, além de ser muito forte, é um reconhecimento muito grande de toda a história que eu criei. Em 2017 eu vim como público, em 2019 vim como fotógrafa e agora em 2022 eu vim como atração. Percebi com essa lacuna de tempo, muito aprendizado, muita dedicação, rolou muita evolução. E para estar aqui no New Dance Order, é sinal de que eu desenvolvi um ótimo trabalho e isso é muito importante para mim.

Curol no New Dance Order do Rock in Rio (Por Phillipe Guimaraes).

B4B: Se você pudesse deixar um recado para as produtoras e produtores, que estão no mesmo lugar de fala de você e que estão iniciando a sua carreira, qual recado você deixaria?

Curol: A primeira mensagem que deixo é que a minha gravadora, a Nature Records, está aberta para novos talentos. Se vocês estão procurando uma gravadora adequada, estamos sempre ouvindo músicas que flertam com o afro, o orgânico, com a cultura brasileira. Vamos ter um VA de novos talentos agora em novembro e no ano que vem ainda teremos um VA de todos os produtores brasileiros que produzem afro house, inclusive com uma visibilidade internacional muito grande. É muito gratificante fazer este projeto, para que incentivamos outros produtores a fazerem mais pelo nosso movimento.

B4B: E 2023, já está planejado? O que você consegue contar para gente que está no seu planejamento futuro?

Curol: Tem o VA que acabei de citar, mas tem algumas gigs bem grandes que ainda não posso contar e espero que vocês fiquem ligados para mais novidades que estão por vir!

B4B: Obrigado pela entrevista e nos vemos em breve!

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