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Entrevista

Entrevistamos: Devochka no Lollapalooza Brasil

Após reinventar-se musicalmente falando, Devochka se apresentou no Lollapalooza Brasil e conversou com nossa redação.

Devochka

Mulher, DJ, Produtora, com 12 anos de carreira, entre ser DJ e Produtora, Devochka sempre foi uma grande potência feminina na cena eletrônica brasileira. Ela, que começou com um som mais pesado, mudou de sonoridade, foi julgada, mas se reergueu como uma fênix, fez um belíssimo show no último Lollapalooza Brasil  e conversou com nossa redação, falando sobre seu passado, presente, é claro, um pouco do futuro. Entrevistamos: Devochka!

Beat for Beat – Pra começar, um tema até clichê, mas que vem mudando. Neste Lolla, pudemos perceber a presença de mais mulheres no line, mudando aquela imagem que apenas homens dominavam a cena. Como é participar desse momento de quase igualdade dos gêneros nos lines?

Devochka – Inclusive, essa foi uma das coisas que mais admirei esse ano, quando vi o line do festival. É muito incrível ver que finalmente estão fazendo isso, fazendo essa igualdade de gêneros no line. Isso é importante pois as vezes, é uma coisa que vem de base, a questão da predominância masculina e hoje, eles estão dando oportunidade para meninas que são tão boas quanto os homens, de virem mostrar seus trabalhos.

Eu li um comentário que me marcou muito: “Beleza, colocar mulher pela militância, mas ai vai cair a qualidade do festival“. Eu fiquei estarrecida, o que fez a pessoa pensar que mulher diminuiria a qualidade sonora do evento? Então hoje, virmos como mulheres, para entregarmos uma boa apresentação, será muito importante para nós, para o festival e para nossa cultura de música.

Devochka Lollapalooza

B4B – E convenhamos, sem citar nomes, tem muita mulher que toca muito melhor que vários homens por ai…

Devochka – Isso é você quem tá falando haha. Mas sem militar, estou muito feliz com a atitude do festival e acho que outros festivais, principalmente os grandes, precisam tomar essa mesma atitude. Vamos torcer para que dê certo.

B4B – Esse ano você completa 10 anos desde seu start como produtora. Como é olhar pra trás e ver seu começo? O que mais mudou nas suas produções desde 2013?

Nossa, verdade, você estudou a Devochka! Eu comecei tocando, como DJ e comecei a bombar música de outras pessoas, aquelas que eu colocava no meu set, então pensei que eu também queria bombar minhas próprias músicas, quero aprender a produzir e foi ali em 2013, quando eu larguei meu trabalho “formal”, meti o louco e comecei a produzir. São 10 anos desde então, obrigada por me lembrar disso!

A experiência é tudo na vida. Eu sempre falo que a gente precisa viver para aprender, entender, a vivência é a base de muita coisa. Lá atrás, quando eu comecei, eu tinha pouca noção, pois eu não tinha viajado tanto ainda. Eu praticamente nem tinha saído de Belo Horizonte ainda, então quando você começa a tocar em vários eventos, de diversos lugares, com culturas diferentes, pessoas diferentes, você vai absorvendo tudo que uma pista precisa. Cada pista é uma pista e você precisa mesclar para chegar em algo que seja homogêneo.

Eu vejo hoje uma evolução não só como produtora, mas como DJ, artista, mulher, uma evolução como um todo, pela minha vontade de aprender mais. Eu comecei a buscar muitas referências, principalmente para fazer o meu som atual, com influências de muito DJ gringo, mas colocando aquele jeitinho brasileiro.

Tudo tem um começo. Você começa lá embaixo e vai evoluindo. Eu busquei essa evolução.

B4B – Você já disse que “era do Slipknot” do eletrônico, mas que com o passar dos anos, foi mudando sua sonoridade. Como você decide o que produzir hoje? Como é seu processo criativo?

Devochka – De fato por muitas vezes eu “fui o Slipknot da música eletrônica”, eu tocava um som mais pesado, até que comecei a não me identificar mais com aquele som. Tanto que por isso, eu tive uma fase muito difícil da minha vida e carreira, que foi quando decidi me reinventar 100%. Eu não troquei uma coisa ou outra, eu sai “do Slipknot” e fui para uma coisa totalmente diferente. Hoje, minhas referências são Chris Lake, Kyle Watson, artistas que eu gosto bastante.

Eu funciono assim, eu ouvi alguma coisa, ou toco no fim de semana, eu volto muito empolgada, pois sei como a pista reagiu e posso usar aquela música como referência. Eu gosto de ouvir coisas, de todos os estilos musicais possíveis, pra trazer referências para a Devochka.

B4B – Vamos falar de Lolla agora. Conte foi a sensação de tocar nesse grande festival do Brasil e do mundo? Como estava o coração?

Devochka – Por incrível que pareça, eu estava bem calma. Eu lembro quando toquei no meu primeiro Lolla, em 2018, quando fui a primeira a tocar e foi incrível. As pessoas chegaram cedo para me verem tocar.

Hoje, por mais que tenha sido minha segunda vez, foi como se fosse a primeira, um renascimento. Depois que troquei minha linha de som, em 2020, eu fui muito julgada. Com a pandemia, eu não consegui mostrar esse meu trabalho, tanto que o Lolla hoje, nessa nova fase da Devochka, foi o primeiro festival gigante que toquei. Eu mostrei o novo eu, minha nova sonoridade. Foi tudo muito diferente de 2018.

Eu me preparei bastante. Refiz algumas músicas que toquei e que ainda não havia tocado em lugar nenhum. Foi muito legal!

Devochka Lollapalooza

B4B – Pensando já no futuro, o que podemos esperar de Devochka para o resto de 2023?

Devochka – Eu relancei recentemente uma das minhas músicas, ‘She Wanna 2.0’, com essa nova sonoridade minha e acabei fazendo mais duas para o show de hoje, que também vou lançar. São músicas das antigas, que a galera curte bastante e que vão poder ouvir em uma nova versão.

Fora esses lançamentos, eu costumo dizer que estou zero planos. Eu estou vivendo a vida. Por muito tempo durante minha carreira nesses últimos anos, 12 anos como DJ, 10 como produtora, eu sempre quis planejar muito e quando você coloca tanta expectativa, você acaba se decepcionando, pois você não conseguiu entregar aquilo que queria.

Por isso também que hoje eu toquei bem relaxada. Eu vim aqui, eu sei do que sou capaz, da minha experiência e por isso me entreguei de corpo e alma. É o Lollapalooza!

DJ, Produtor, Redator, Libriano e Sonhador. Trance para amar e Techno para dançar, com uma taça de Gin para acompanhar. Onde é o after?

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