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Heisen: do Rock à música eletrônica, até chegar na Universal Music

Produtor Heisen conta sobre sua trajetória e como conseguiu assinar um lançamento com a renomada gravadora. Confira nossa entrevista.

Quando peguei a pauta para escrever sobre o Heisen aqui no Beat For Beat, a ideia era fazer algumas perguntas ao artista e transformar em um texto. A verdade é que, algumas histórias merecem ser contadas na íntegra e por essa razão, optei em deixar no formato entrevista. Meus motivos? Humildade, autenticidade, persistência e uma mensagem muito bacana sobre objetivos me trouxe uma sensação de inspiração.

Para muitos, ingressar na carreira artística, além do teor de coragem e de peitar diversos desafios e percalços, significa uma conexão profunda, sentimental, seja qual for o tipo de arte. Então, quando nos deparamos com alguém que coloca o coração na história, o enredo fica bonito e merece ser contado minuciosamente.

Heisen cruzou cedo com a música, sempre gostou de ouvir de tudo e deixa claro que não tem preconceitos, respeita as diferenças. Também não teve à disposição diversos tipos de equipamentos que rendessem a ele uma produção mais arrojada, mas nem por isso desistiu. Fez o dever de casa e conseguiu feitos importantes na carreira que definitivamente abriram algumas portas bem importantes, que você conhece mais agora:

Beat for Beat – Olá, Heisen! Tudo bem? Obrigada por nos conceder essa entrevista. Bom, vamos do começo. Na sua biografia consta que você, desde muito jovem, se interessou pelo Rock e que isso o levou à música eletrônica. Na verdade não é algo incomum. Qual a relação que você percebe entre os estilos? 

Heisen – Olá, pessoal! Eu que agradeço a oportunidade. Então, eu sempre fui apaixonado por música no geral, desde pequeno sempre tive fitas cassetes que a minha avó comprava. Acho que no meu caso cair na música eletrônica foi algo muito natural, pois lembro da primeira vez que escutei o álbum Substance do New Order, que misturava o Rock ao eletrônico. Esse álbum foi um divisor de águas pra mim, que me fez pesquisar músicas do gênero.

Qual foi seu primeiro contato com a música eletrônica? Algum episódio marcante nessa fase que fez você virar a chave e notar que isso seria mais que paixão? 

Heisen – O primeiro contato que me marcou foi um CD do Planeta DJs da Jovem Pan que tinha as faixas ‘Children‘ do Robert Miles e a ‘L’amour‘ do Gigi D’ Agostino. Lembro de ter uns 5 anos e escutava essas músicas várias vezes por dia, deixava minha mãe quase louca (risos). Mas o que me despertou interesse em produzir de fato e saber o que eu queria da vida, foi o videoclipe do David Guetta da música ‘Gettin’ Over You‘, que se iniciava dentro de um estúdio, quando vi aquilo, virei a chave completamente.

Como surgiu o pseudônimo Heisen? 

Heisen – Esse nome surgiu através de um nickname que eu tinha em um jogo chamado Tibia, na mesma época criei uma rádio on-line para poder apresentar minhas músicas para os meus amigos do colégio e divulgava bastante a rádio no jogo, e todo mundo me chamava de Heisen, o “moleque que faz música”.

O que ele representa e qual legado ele almeja deixar para o mundo?

Heisen – Por mais que eu ainda não tenha chego nem em 10% do que eu almejo, quero deixar o legado de que se você tem um sonho, nunca desista, não importa se você tem os piores equipamentos, se você não tem dinheiro para comprar o melhor monitor, o melhor fone, se a sua família não te apoia, não desista, lá na frente você vai ver que tudo vai valer a pena. Quero fazer músicas que acompanhem as pessoas além das festas, quero poder ser o maestro que vai conduzir os sentimentos das pessoa no dia a dia.

Sabemos que DJs e produtores possuem uma bagagem musical grande e que as influências e inspirações podem vir de diversos lugares. Quais são suas referências musicais e artísticas para o momento de imersão em estúdio?

Heisen – Eu sempre estou escutando música de diversos estilos, desde o Sertanejo ao Heavy Metal, não tenho preconceito musical, entendo que música é aquele sentimento que você grava e eterniza em uma faixa de áudio, então acredito que temos que respeitar todos os estilos. Mas minha maior influência hoje para produzir músicas vem do New Order, Pet Shop Boys, Radiohead e The Who. Eu tento pegar os elementos que mais gosto de cada banda e fazer meu próprio estilo de produzir.

Quais são os produtores nacionais que você acompanha e se inspira para criar?

Heisen – A pessoa que mais inspiro sem dúvida é o Gui Boratto, também me inspiro muito na musicalidade do DJ Meme e aquele toque clubber das minhas faixas sem dúvida nenhuma vem do Renato Ratier.

E quais são seus equipamentos de produção mais utilizados no momento? Em média, quanto tempo você passa por dia dentro do estúdio? 

Heisen – Isso dá até vergonha de falar (risos). No momento meu setup é um Notebook Acer Nitro 5, e um fone intra-auricular T110 da JBL. Antes eu tinha uma limitação muito grande por achar que eu não ia conseguir produzir porque não tinha monitor, não tinha interface de áudio, hoje esses são meus melhores equipamentos e estou conseguindo escrever minha história com eles. Passo em média de 4 a 8 horas no estúdio, às vezes gostaria que meu dia tivesse 48 horas, mas meu horário é bem regrado a ponto que eu consiga trabalhar, estudar, produzir e dar atenção a minha noiva.

Em 2019 você lançou ‘Try Again’ pela Warner Music e em 2020 ‘Bad Suggestion‘ foi assinada pela gigante Universal Music. Como você conseguiu esses feitos? 

Heisen – Então, eu já produzo há uns 11 anos e nesse tempo consegui criar uma network com o pessoal dessas gravadoras. De 2015 pra cá, eu me afastei completamente dos palcos como DJ para me focar em apenas produzir, pois eu não queria ser mais um DJ que tocasse música de outros artistas, queria ter no meu repertório músicas autorais. Durante essa fase, estudei o mercado e acabei conhecendo algumas pessoas, uma delas foi o Gonçalo Vinha que hoje é meu A&R e levou meu som nessas gravadoras.

Quais são as dicas valiosas que você daria para os jovens produtores e DJs que estão apenas começando? Que habilidades são fundamentais nessa carreira profissional em sua opinião?

Heisen – Como diria o ET Bilu é: Busquem conhecimento! Minha dica é, não se prendam a fazer o que todos estão fazendo, vá pelo sentido inverso, busque fazer a engenharia reversa de cada artista que você mais escuta, o porquê ele chegou naquele estilo, como ele chegou naquele tipo de som, busquem inspirações fora da música eletrônica, tire todos seus preconceitos para escutar coisas novas.

Não desista de fazer sua música porque você não tem equipamento X ou curso Y, busque ir pra guerra com as armas que você tem. Aprendi uma dica valiosa com meu amigo Marcelo Mansur (DJ Meme), busque ler o manual. Sim, o bom e velho manual, seja do Daw, seja ou dos plugins que você utiliza, lá você aprende coisas que talvez você não aprenderia na internet logo de início. Tire todas suas limitações da sua cabeça que você vai longe.

E para 2021? Quais são os planos de curto, médio e longo prazo durante o ano?

Heisen – A curto prazo, estarei lançando mais um som pela Universal, que ainda é uma surpresa, e a longo prazo estou trabalhando constantemente no meu novo EP que ainda não tem nome, mas já está em fase de finalização. Também tenho trabalhado em alguns remixes que fui convidado a fazer, por incrível que pareça, na pandemia muitas pessoas começaram a descobrir meu projeto, e desde então, tenho tido conquistas e resultados bem expressivos.

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Charlotte De Witte leva a coroa do Alternative TOP 100 DJs 2020

O ranking alternativo da revista DJ Mag, o Alternative TOP 100 DJs, coroou a belga Charlotte De Witte, além de elencar grandes nomes na lista.

Charlotte De Witte

Eis que mais um ranking da DJ Mag foi divulgado, mas dessa vez, levando não somente a popularidade em conta, mas também, as vendas de músicas do Beatport, fazendo um parâmetro entre o voto popular e o desempenho nos charts do maior portal de comercialização de tracks da dance music.

O Alternative TOP 100 DJs, criado em 2018, tem por intenção dar mais visibilidade a cena underground, muitas vezes esquecida no ranking “comercial”, além de mostrar que nem sempre uma legião de votos fazem um ranking, mas que termos mais técnicos, como o desempenho comercial, também devem ser levados em conta e este ano, a lista mostrou claramente isso.

Brasileiros na Lista

Claro que os talentos brasileiros não ficariam de fora dessa lista, ainda mais quando falamos desses grandes titãs. Diferente do outro ranking, onde o Brasil levou 4 posições, aqui apenas 2 nomes foram incluídos, mas que nos enchem de orgulho.

Um dos maiores produtores brasileiros e com prestígio internacional, Gui Boratto, levou a 67ª posição, enquanto ANNA, que foi a artista que mais subiu posições da lista este ano, ficou em 15ª e tornou-se a única brasileira a figurar os dois rankings da DJ Mag.

Gui Boratto

Pluralidade Underground

Muito se engana quem acha que o underground da música eletrônica limita-se ao house e techno. Diversas outras vertentes permeiam este mundo “obscuro” da dance music e isso também refletiu no ranking deste ano. Desde a house music de Armand van Helden (100) e Honey Dijon (23) , ao deep de Yotto (86), passando pelas experimentações de Disclosure (43) ou tech-house de Patrick Topping (36), o melodic de ARTBAT (40) e claro, o techno de tantos nomes, a diversidade se fez presente e mostrou que existe música boa para todos os tipos e gostos.

ARTBAT

O TOP 10

Para muitos, o que importa é estar entre os 100 nomes da lista, mas fazer parte do seleto grupo do TOP 10 é sempre melhor. Nora En Pure abre a contagem regressiva na 10ª posição, enquanto Peggy Gou fica com a 9ª, mostrando a força feminina do deep e house. Jamie Jones abocanhou a 8ª posição, seguido da russa Nina Kraviz na 7ª e o mascarado Boris Brejcha, que levou seu peculiar minimal-high-tech para a 6ª colocação.

A força do techno de Amelie Lens a levou para abrir o TOP 5,  enquanto o todo poderoso da Drumcode, Adam Beyer, ficou na posição de número 4. Outro mascarado também entrou para o TOP 10 e o pássaro dourado, Claptone, sobe no pódio na 3ª posição. Um das maiores lendas de Ibiza de todos os tempos, Carl Cox, não ficaria de fora e ficou na 2ª posição, deixando o trono para a belga Charlotte De Witte.

Boris Brejcha

God Save The Queen

Diferente do outro ranking, onde as mulheres são uma parcela pequena, no Alternative TOP 100 elas são mais do que reconhecidas: elas são coroadas. Dona da label KNTXT, a belga Charlotte De Witte foi o grande nome do ano de 2020. A artista, que vem aumentando cada vez mais seu público ao redor de todo mundo, provou que é possível sim, ter uma mulher no lugar de maior destaque do ranking da cena underground mundial.

Com 28 anos e 10 de carreira, foi apenas em 2015 que Charlotte decidiu abandonar seu antigo nome artístico e passou a usar seu verdadeiro nome em cima dos palcos, nome esse que a tornou mundialmente conhecida. Dona de um techno forte, ácido, Charlotte provou que é muito mais do que um “rostinho” bonito e que talento é algo que não se pode comprar. Que ela tenha um belo reinado pela frente.

Para ver a lista completa do Alternative TOP 100 DJs, basta clicar aqui e abaixo, assista a apresentação comemoração do TOP #01 de Charlotte De Witte.

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Agenda

ALGO Live A/V é o novo projeto audiovisual de L_cio e 28room

Criando uma nova experiência audiovisual, Entourage e Samaúma Festival, ao lado de L_cio e 28room, apresentam a live ALGO.

ALGO é uma palavra que significa “toda coisa sobre a qual nada se sabe” e esse é o nome do novo live act dos artistas L_cio e Sala28, apresentado em formato “realidade mixada”. Uma apresentação inédita caracterizada pelo ineditismo sonoro e visual.

Não é a primeira vez que os artistas tomam risco a partir da improvisação e integração absoluta. Em meio a arranjos elaborados, manipulação de softwares somados a sonoridades de flauta executados ao vivo, o show se desenrola com fúria dançante e pegada soturna, com temperamento de pista forte. ALGO será sempre um
desconhecido.

Nesse lançamento, além dos lives ALGO e Nato Medrado, teremos um talk com xs artistes envolvides na concepção visual e sonora do EP ALGO. Gui Boratto e Blancah contam um pouco sobre a produção do EP; première do clipe da faixa ALGO_1 com direção de Diego Martins e concepção da capa do EP com Giovanni Fernandes.

A live ALGO, uma produção Entourage & Samaúma Festival, acontece no próximo sábado (19h), a partir das 20h na plataforma Shotgun. Os ingressos para assistir a transmissão incluem: acesso para LIVE + pós evento + camiseta + cesta de produtos orgânicos. Você pode comprar o seu clicando aqui.

Convidades:
Gui Boratto – DOC records label boss.
Blancah – collab na faixa ALGO_2
Diego Martins – direção do clipe de ALGO_1
Giovanni Fernandes – Capa do EP ALGO
L_cio & 28room – apresentação e produção/concepção do live ALGO
Nato Medrado – live act

Serviço:
ALGO live A/V (L_cio & 28room)

Data do evento: 19 de Setembro de 2020
Horário: 20h
Plataforma: Shotgun
Link para compra do ingresso – https://shotgun.live/events/291756/shop

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Mainstage

The BOREAL Agency promove aulas de lançamento musical estratégico

Agência de marketing na música, The BOREAL Agency, promove “Semana do Lançamento Musical Estratégico” com aulas gratuitas a partir de 14 de setembro.

A partir dessa segunda, dia 14 de setembro, a agência de marketing digital e assessoria de imprensa, The BOREAL Agency, dá início a Semana do Lançamento Musical Estratégico, com aulas gratuitas ao longo de uma semana. Para participar, basta fazer a inscrição gratuita aqui.

As aulas abrangem o passo a passo para um lançamento musical estratégico, com estratégias de singles e álbuns de sucesso como Disclosure, Alok, Duke Dumont e Calvin Harris; como se destacar em plataformas digitais como Spotify; estratégias dos grandes selos/gravadoras; passo a passo para um lançamento musical estratégico: do estúdio aos charts são os temas das aulas, com professores que além de possuírem ampla bagagem musical, estão atentos aos cases mais atuais da música.

Rodrigo Rodríguez foi responsável por lançamentos musicais de nomes como Elekfantz, Bruno Martini, Alok, Tropkillaz, Dubdogz, Bhaskar, Gui Boratto. Enquanto a Gábi Loschi (CEO da Boreal) atua no mercado do entretenimento há 10 anos, como editora de revistas, assessora de imprensa e estrategista de conteúdo para mídias sociais e posicionamento de artistas, marcas e eventos.

Professores Rodrigo Rodrígues e Gábi Loschi

Cronograma das aulas:

Aula 1:
Estratégias de singles e álbuns de sucesso como Disclosure, Alok, Duke Dumont e Calvin Harris;

Aula 2:
Como se destacar em plataformas digitais como Spotify;

Aula 3:
Estratégias dos grandes selos/gravadoras, como Spinnin’ e Ministry of Sound;

Aula 4:
Passo a passo para um lançamento musical estratégico: do estúdio aos charts.

Curtiu? Então não perca tempo e inscreva-se agora no curso. As aulas não ficarão gravadas e o cronograma com as datas, você receberá no e-mail. Clique aqui e faça já sua inscrição.

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Mainstage

Lançamentos da Semana: 01 a 07 de Agosto

Conheça os maiores lançamentos que invadiram nossos fones de ouvido durante a primeira semana de Agosto. Ouça a playlist.

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Gui Boratto apresenta showcase da DOC Records nesta sexta

A plataforma BeApp promoverá um show exclusivo de Gui Boratto apresentando seu novo álbum “Backstage” e apresentações de L_cio e Coppola.

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Mainstage

Barja e Gui Boratto abrem o mês de junho do New Dance Order @Home

O programa que celebra os melhores momentos do palco New Dance Order do Rock in Rio, retransmite os sets de Barja e Gui Boratto no dia 06.

Barja no New Dance Order Rock in Rio | Foto: I Hate Flash

O mês de junho está só começando e o Facebook do Rock in Rio continuará com o programa que tem agitado nossas noites de sábado, o New Dance Order @Home. O programa, que retransmite sets do palco dedicado a dance music do festival, receberá neste fim de semana dois grandes nomes da cena nacional: Gui Boratto e Barja.

Mineira, DJ, cantora e compositora, Barja é uma artista completa. Em formato live vocal, onde a artista canta suas próprias tracks, enquanto faz seu set, ela apresenta uma mistura de house com tech house, por muitas vezes flertando com o techno, entregando uma experiência única.

Gui Boratto, um dos maiores ídolos do techno nacional, dispensa apresentações. Dono de uma das gravadoras undergrounds mais reconhecidas no mundo, a DOC Records, Gui carrega em sua sonoridade toda a essência do techno, recheado de sons orgânicos, não tão mecânicos, o que o transforma num artista ímpar.

No próximo sábado, 06 de junho, a partir das 18h os sets desses dois grandes artistas serão reapresentados no New Dance Order @Home, que acontece no Facebook do Rock in Rio Brasil, que você acessa clicando aqui e simultaneamente no Canal BIS. Não perca!

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Entrevista

Entrevistamos: Coppola

Com EP assinado pela DOC, apresentação em grandes clubs e talento de sobra, conversamos com Coppola. Confira nossa entrevista.

Um verdadeiro menino prodígio. Luiz Coppola, ou simplesmente Coppola, começou sua carreira muito cedo e mesmo com o obstáculo da idade e certa falta de experiência, provou pra todo mundo que é um profissional talentoso e isso é refletido em todas as suas conquistas, que incluem um EP por uma renomada gravadora e apresentações em clubs como Ame, D-EDGE a até mesmo no festival Universo Paralello.

Conversamos com ele (de forma virtual, claro) e ele nos contou um pouco sobre sua trajetória, a parceria com Gui Boratto, seu último EP, entre outras. Confira nosso papo. Entrevistamos: Coppola.

Beat for BeatOi Coppola, tudo bem? Obrigado por conversar com a gente! Você começou a tocar desde muito cedo, logo aos 12 anos e ganhou destaque bem rápido ainda na DJ Ban, onde fez suas aulas de produção, entrando então para a Plusnetwork. Começar ainda adolescente, tirou credibilidade do seu trabalho?

Coppola – Oi pessoal. Primeiramente, muito obrigado aí, pelo convite.

Eu acho… não sei se tirou a minha credibilidade, eu acho que a galera, os contratantes principalmente, não botavam fé em mim, não acreditavam no meu trabalho. Eles achavam que eu não conseguiria fazer o que uma pessoa de, sei lá, 25 anos conseguiria fazer, e foi mais isso. E o público, algumas pessoas, achavam que eu tinha ghost producer e etc. Com o tempo eu fui fazendo algumas lives no meu Facebook, no meu Instagram há um tempo, posts produzindo também para quebrar um pouco disso aí que a galera falava.

Então, como o Luiz vê o Coppola de alguns anos atrás, com relação aos dias de hoje?

Coppola – Uns anos depois, acredito que eu não entendia muito bem como que funcionava a cena, os eventos, eu não tinha muita noção sobre o ramo. Eu era jovem, então não tinha o feeling que tenho hoje, de saber como que funcionam as coisas direito, então eu imagino que eu tenha feito muita merda e falado muita groselha por aí.

Coppola no Ame Club

Você já comentou que Gui Boratto é um dos artistas que o influenciam e agora, o próprio Gui remixou uma track sua, no ‘Kings & Queens’. Como foi o convite para assinar pela DOC e mais ainda, ter um remix assinado por um de seus ídolos?

Coppola – O convite, para assinar com a DOC, surgiu um tempo atrás. Eu já conheço o Gui há uns 4 anos e esse convite surgiu, sei lá, há mais ou menos 4 anos atrás também. O Gui já sabia que eu produzia, ele já sabia que num futuro próximo, alguma coisa boa iria sair, sabe, musicalmente. Quando fiz “Kings & Queens” há mais ou menos um ano e meio atrás, mandei uma demo pro Gui, e ele adorou o som. A gente mexeu nele e aí decidimos que ia ser o meu primeiro single, lançado pelo DOC.

Depois a gente teve a ideia de algum remix pro som. E aí o Gui tinha pensado em uns nomes gringos, aí eu falei “por que você não faz os remixes do som?“. Ele topou, e fiquei muito feliz porque pra mim era um sonho né, sempre gostei muito do som dele, muito mesmo. Ele tem uma coisa que os outros produtores não têm, que é um lado mais musical, os arranjos dele não são muitos fantasiosos, os timbres não são fantasiosos, são uns timbres mais orgânicos, é uma linha de som que não se vê muito nos DJ’s e eu curto essa linha demais, e foi isso. Adorei o remix, fiquei muito feliz.

Falando ainda no ‘Kings & Queens’, conta pra gente um pouco do processo criativo da música. Como trabalhar com a dupla 2STRANGE, que colabora com os vocais e todo a concepção da track, até seu resultado final.

Coppola – O 2STRANGE, eles são meus amigos há mais ou menos uns … eles não são meus amigos há muito tempo, mais ou menos uns dois anos, mas eu conheci eles há uns três anos atrás. No ano passado, 2019, mais ou menos no começo do ano, tive a ideia de juntar a gente no estúdio, pra ver o que saia. Eu já sabia que eles eram uns puta cantores, puta timbre de voz, só que eu não sabia o que ia sair no estúdio, pelo fato do estilo deles ser outro né.

A gente se juntou no estúdio, comecei a produzir uma base para o som, eles estavam curtindo também. Enquanto eu produzia a base, eles já estavam escrevendo a letra, no final da noite eu já tinha um belo esboço do que iria ser a música, no dia seguinte dei mais uma trabalhada nela, e no terceiro uma lapidada final, e aí mandei pro Gui. O Gui adorou o som, a gente deu mais uma mexida juntos nela, e depois ele fez o remix, o processo foi meio que esse.

Foi muito legal também trabalhar com 2STRANGE no meu estúdio, porque foi um processo bem rápido. Eles são muito bons, eles gravam uma vez e já sai perfeito, nem precisa gravar de novo, então tipo, foi muito bom. Se você já tiver uma base, os moleques em uma hora de gravação, tá perfeito e muito bom. Foi um processo rápido, a criatividade surgiu ali na hora e talvez por a gente tá junto no estúdio, talvez tenha tido alguma energia boa, que quando junta amigos no estúdio sai coisa boa, sabe.

Coppola e Gui Boratto

Falando um pouco da situação atual em que o mundo se encontra, o seu fluxo de produções e estudos, foi afetado por conta da pandemia? O que você tem feito para enfrentar a questão do isolamento social?

Coppola – Na parte dos estudos, eu estudava bateria, baixo, teclado e guitarra todo dia. Como eram aulas na escola de música, não tenho conseguido mais fazer, mas eu tenho tentado estudar o máximo que dá em casa. Também tenho produzido como eu nunca produzi antes, venho produzindo muito mais. Então acho que pro meu lado criativo foi bom, mas não vejo a hora dessa pandemia acabar pra poder voltar a tocar, estou com muitas saudades!

E já que estamos falando no que você está fazendo atualmente, conta pra gente, quais são os artistas que estão na playlist do Coppola? Quem música de outro artista, você indicaria pra gente hoje?

Coppola – Então, essa pergunta é meio difícil, já que sou muito eclético em estilo, mas sou difícil pra gostar de música. Todo estilo vai ter alguma coisa que eu gosto, no dia a dia é difícil de falar o que eu escuto, porque eu escuto muito jazz, muito funk norte-americano, diversos artistas. Mas do dia a dia o que eu mais escuto de jazz é o Herbie Hancock, e de tocar, eu tenho tocado muito uma pegada meio indie dance.

O que eu toco também é difícil de falar porque toco muita coisa de vários artistas diferentes, não tenho um artista favorito. De música eletrônica eu tenho lá os meus cinco artistas favoritos, que me influenciam, mas que não é necessariamente a pegada que eu toco, sabe. Tipo tem o Eric Prydz, que me influencia, o próprio Gui, Deadmau5, Todd Terje, que é um puta produtor que eu gosto muito também, muito criativo.

Então tem a parte que me influencia que é essa, tem a parte que eu toco que é mais indie dance e tem a parte que eu escuto no meu dia a dia que é mais jazz, mais funk, é meio difícil essa pergunta aí pra mim, mas tentei responder o melhor que eu pude (risos).

Coppola no Universo Paralello

Por ser um produtor mais jovem, você consegue mostrar para outras pessoas e principalmente, para aqueles que buscam seu lugar na indústria, de que os sonhos são possíveis e reais. Que dica você daria para nosso leitor que sonha em ter grandes oportunidades, assim como você.

Coppola – Eu acho que uma dica que eu daria que, no olhar das pessoas pode ser errado, mas que pra mim funcionou, é não esperar as pessoas virem atrás de você, você ir atrás delas, estudar e produzir.

Produzir é uma coisa que se você não fizer hoje em dia, em 95% a 99% dos casos, sua carreira não vai dar certo, então hoje em dia é necessário fazer música. Eu acho que você não pode esperar as coisas acontecerem, você tem que ir atrás delas também. Sempre vai aparecer uma oportunidade, e quando chegar essa oportunidade, você tem que abraçar ela, porque muitas vezes, essas poucas oportunidades que podem mudar a sua vida, podem não voltar mais.

É nisso aí que eu acredito. Acredito que do jeito como eu já tenha abraçado a minha, eu tô trabalhando pra ela dar certo. É uma coisa meio incerta mas, essa é a dica que eu dou: não deixarem as coisas acontecerem por si só,. Você tem que ir atrás delas.

Coppola em seu estúdio

Pra finalizar, estamos chegando no fim do 1º semestre e mesmo que todo o cenário do Brasil e do mundo seja incerto, quais são os seus planos para a 2ª metade do ano? O que podemos esperar do Coppola?

Coppola – Enquanto o mundo estiver nessa pandemia, todo mundo de quarentena, sem evento sem nada, os meus planos são fazer músicas mais tranquilas, com menos foco em pista, quero dizer, com menos foco em uma pegada de pista e fazer umas coisas mais melódicas, uns houses até, fazer umas coisas mais na pegada da “Kings & Queens”. Acho que eu vou lançar umas coisas mais nessa pegada, mais calma, por enquanto que a gente tá nesse período.

E aí quando as coisas voltarem, eu volto a lançar algumas coisas de pista. Mas isso aí é incerto, vou lançar o que eu achar legal, pode ser que eu faça alguma coisa mais pista que eu ache super bacana e que eu queira lançar, então pode ser que eu acabe lançando, mas a tendência é que eu faça mais sons calmos por enquanto que a gente tá nessa quarentena.

Coppola – D.O.C Showcase At D – Edge by Coppola

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