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Lucas V. preparou uma linha do tempo especial sobre carreira do Daft Punk

Formado em 1993, o duo francês Daft Punk impactou e continua a exercer enorme influência na indústria da música eletrônica

Daft Punk

Introdução por Nicolle Prado
Texto por Lucas V.

A música vive em constante movimento. Sonoridades nascem, gêneros se ramificam, estéticas atingem o ápice, desaparecem e voltam repaginadas. No universo musical, tudo se recicla e nada se descarta, mas sim, se transforma. Neste ciclo infinito, algumas raridades surgem e mudam completamente o caminho da indústria, depois delas, nada é o que era antes. Um cometa que atinge o solo terrestre e modifica tudo ao seu redor é uma boa metáfora a todo o impacto causado por esses especiais acontecimentos, e bom, Daft Punk, com certeza, foi uma dessas estrelas. 

O duo francês formado por Thomas Bangalter e Guy-Manuel de Homem-Cristo surgiu em 1993, na França, e estes são os nomes responsáveis por massificar a cena eletrônica mundial, transformar conceitos e influenciar toda a indústria fonográfica. A trajetória da dupla é longa, e durante seus quase 30 anos de carreira, sempre foram conhecidos pela sonoridade revolucionária, que os tornou, com certeza, uma das principais referências para artistas de todos os gêneros.

Se fora do Dance Music, eles já possuem toda esta relevância, dentro do cenário eletrônico, eles são gigantes. Todos foram atingidos pela magnitude dos caras depois que eles apresentaram ao mundo o French House. Este gênero combina diferentes vertentes como House, Techno, Acid House, Electro, Rock, Pop e Funk de maneira singular e em uma estrutura inteligente e equilibrada, diferente de tudo que já tinha sido feito anteriormente. E assim, eles inspiraram milhares de pessoas pelos quatro cantos do planeta.

Lucas Vieira da Silva, ou melhor, Lucas V., é um desses artistas que sentiu sua vida mudar totalmente desde que conheceu o som da dupla francesa. Esta paixão surgiu em 2007, quando teve o encontro com o álbum “Discovery” – que hoje, leva tatuado na pele -, e então, após pesquisar toda a história do Daft Punk, decidiu mergulhar no universo da música eletrônica e se tornar DJ com o objetivo de levar os sentimentos e sensações que o duo despertou dentro de si. 

“Eu sempre falo que o Daft Punk me colocou neste universo de beats e melodias. Gostava de ficar em frente ao rádio ouvindo New Order, Pet Shop Boys, Queen, muito pela influência do meu pai. Mas quando eu ouvi e conheci o Daft Punk, foi algo diferente, senti como se tivesse descoberto ouro. Eles pautaram todo o meu gosto e identidade musical. Acredito que se não fosse por essa descoberta, eu não teria todo esse amor pela música. Eles me ensinaram a como respeitar a música e compartilhar o seu amor com quantas pessoas puder, independente da distância, idioma, classe, ou qualquer outro ponto de obstáculo. A música é democracia e precisa ser exaltada sempre”, comenta Lucas V.

Ele também se recorda de quando tinha seus 16 anos, época em que ia para Lan House procurar vídeos e matérias sobre a dupla. “Eu não tinha internet em casa e sempre pedia uns trocados pra minha mãe para ir até a lan house. Eu queria consumir tudo que fosse deles. Infelizmente não tive a sorte e a idade para vê-los ao vivo, mas ainda confio que esse dia chegará”.

Hoje, DJ há 08 anos, convidamos Lucas, um expert quando o assunto é Daft Punk, para relembrar a trajetória do duo que revolucionou o Dance Music. Confira:

De Darlin à Daft Punk 

Guy-Manuel e Thomas começaram a ser amigos ainda na escola, quando se uniram pelos gostos em comum por música e filmes da década de 60 e 70. Com a aspiração para se tornarem artistas, iniciaram a banda de rock Darlin, junto a outro colega Lauren Brancowits, e até chegaram a tocar em alguns clubes da região. Mas, o som não foi bem recebido pela crítica que os chamou de “um bando de punks estúpidos”, ou melhor “daft punky”. A banda acabou, mas eles aproveitaram a crítica para formar o duo. 

Na época, eles tinham começado a frequentar raves, e como já eram apaixonados pelos sintetizadores dos anos 70, decidiram reinventar o seu som e criar algo totalmente novo. A nova empreitada deu certo, o que levou eles ao estrelato logo no segundo single, o hit “Da Funk” em 1995. 

A faixa faz parte do primeiro disco, “Homework” que combina elementos do Techno e House com muito groove, baterias eletrônicas arrojadas, synths vibrantes, toques de rock e letras chiclete como em “Around The World” que virou o principal single do trabalho: 

O álbum foi sucesso de vendas e críticas, e além de surpreenderem pela sonoridade, o trabalho do duo chamava a atenção pelo visual artístico, desde os videoclipes conceituais, que formavam uma série chamada de “D.A.F.T. – A Story about Dogs, Androids, Firemen and Tomatoes” dirigida por cineastas renomados, até o modo de vestir (os famosos capacetes).

“É engraçado que 90% dos fãs que eu converso tem o Homework como o seu álbum preferido. Não é o meu caso, apesar de amar Homework e também sei a disrupção que o álbum causou no cenário da música eletrônica. Faixas como Revolution 909, Around The World, Fresh, Phoenix e Burnin são as minhas preferidas — na verdade, todas são as minhas preferidas, rs”.

Discovery

“Discovery” chegou em 2001 reafirmando toda a potência musical da dupla. O trabalho apresentava uma atmosfera mais descontraída e alegre que o anterior, com uma estética mais vibrante e colorida. O objetivo era alcançar novos públicos, o que foi atingido com êxito e fez a E-Music atingir um novo patamar de difusão. Para o visual deste álbum, eles seguiram a ideia de uma coletânea de clipes, dessa vez projetados por Leiji Matsumoto, que criou o longa-metragem “Interstella 5555: The 5tory of the 5ecret 5tar 5ystem” em uma animação estilo anime. 

Faixas como como “One More Time”, “Aerodynamic”, “Digital Love”, “Harder, Batter, Faster, Stronger” e “Face to Face” se tornaram hits. 

Para Lucas, foi aqui que tudo mudou. “Quando estava no sofá assistindo MTV e vi o clipe de ‘One More Time’, sabia que ali não era uma música qualquer, então nascia um amor que dura até hoje. O clipe, a história, a estética sonora, a melodia, o vocal do Romanthony… foi uma explosão na minha mente e também ali nascia uma curiosidade para conhecer mais sobre essa dupla. Depois descobri que a faixa fazia parte do álbum Discovery, que pra mim é o melhor álbum que já ouvi na minha vida, é a essência do French House! E ainda tinha a animação em parceria com Leiji Matsumoto, que arrebatou diversos fãs e é a minha preferida”.

Ele ainda complementa e descreve o álbum como o significado de perfeição. “Você tem a impactante ‘One More Time’ e ‘Short Circuit’, as lindas e sensíveis ‘Nightvision’ e ‘Veridis Quo’, a calma e doce ‘Something About Us’ e ‘Digital Love’, as viciantes e hipnóticas ‘Superheroes’, ‘Too Long’ e ‘Voyager’… é maravilhoso! Cada música tem um significado muito forte na minha vida e ainda quero tatuar o nome de cada faixa”.

Tattoo by Hugo Trajano

Human After All

O terceiro LP, “Human After All”, foi lançado em 2004 e é o trabalho mais controverso do duo. O álbum é considerado repetitivo, mas mesmo assim, não deixou de apresentar boas músicas como “Technologic”, uma das faixas que mais utilizam samples até hoje, além de “Robot Rock” e “The Prime Time of Your Life” que atingiram um sucesso moderado. 

O Human After All é polêmico entre os fãs, mas fã é fã e sempre vai encontrar elogios nas obras de seus ídolos. “Technologic, Emotion, Make Love, Robot Rock e The Prime Time Of Your Life” são as minhas preferidas. As faixas do álbum podem não ser tão impactantes como as faixas dos álbuns Homework e Discovery, porém quando você assiste elas na turnê Alive 2007 são super enérgicas e combinam bem com as outras faixas.

Alive 2007

Mesmo não tendo o destaque esperado com o álbum de estúdio, o oposto aconteceu na turnê que recebeu uma megaprodução, se tornando referência para todos os artistas e até mesmo festivais por conta de sua estrutura gigantesca. 

A turnê Alive 2007 foi uma das coisas que mais me impressionou quando eu falo do duo.
Naquela época, artistas do cenário eletrônico não se preocupavam muito com experiências audiovisuais. A turnê foi um marco no cenário eletrônico e mudaria para sempre os rumos dos espetáculos. A turnê é até mencionada no documentário sobre a história do Coachella.

https://www.youtube.com/watch?v=fJFgYYfPhIs&

Recorte do documentário sobre a história do Coachella, lugar que recebeu um dos primeiros shows da turnê Alive 2007.

A integração entre laser, LED’s, a pirâmide, as faixas dos álbuns e as máscaras davam toda a atmosfera perfeita para um concerto de deixar qualquer pessoa assustada com tamanha estrutura. O storytelling do show é perfeito, onde eles “nascem” robôs e se tornam humanos no final através das projeções e mashups exclusivos criados para a turnê (Como esquecer a “Music Sounds Better With You” com “Together” e acapella da “One More Time”. Esse mashup entre as produções próprias é a cereja do bolo sobre um álbum que é praticamente perfeito!

Show realizado no Lollapalooza da Califórnia, em 2007

Tron, DJ Hero e outros trabalhos 

A relevância de Daft Punk vai além da música e afetou toda a indústria cultural e de entretenimento. O duo foi responsável por criar a trilha sonora do filme “Tron: O legado”, produzindo mais de 24 faixas que trazem uma estética futurista. Com este trabalho, chegaram a ganhar o Grammy como “Melhor Disco de Trilha Sonora para uma Mídia Visual”, em 2010.

Sobre o Tron, Lucas destaca: “Acho interessante a presença deles na cultura pop americana por fazer parte de um filme da Disney do que propriamente o álbum criado. Eu me lembro de ter ido no cinema APENAS para ver eles, foram 10 segundos de aparição e já posso dizer que foi a melhor aparição de um artista musical em um filme da Disney (sim, eu forcei, mas fã é fã rs). Daft Punk correu para que outros artistas pudessem andar e colocou a França e o French House no cenário global. Todas as homenagens são super merecidas pelo estrondoso impacto que o duo causou no universo da música, e não somente no cenário eletrônico”.

Depois disso, eles também foram convidados para participarem do DJ Hero. Nesta produção, Bangalter e Homem-Cristo apresentaram 11 tracks, além de cederem suas imagens como personagens para o jogo. Com estas composições, eles alcançaram novos públicos e foram extremamente elogiados.

Além disso, outro marco importante da carreira da dupla foi a admissão à Ordem de Arte e Literatura da França, onde receberam o prêmio de “Cavaleiros da Nação” pelo Ministério da Cultura do país. 

Random Access Memories e fim de Daft Punk 

Após quase 10 anos sem apresentar um álbum de estúdio, o duo apresentou seu quarto disco “Random Acess Memories” em maio de 2013. O lançamento fugiu um pouco das influências “rock” do trabalhos anteriores para seguir uma sonoridade mais voltada ao Pop, trazendo participações de Pharrell Williams, Nile Rodgers, o vocalista do The Strokes Julian Casablancas, Panda Bear, do Animal Collective, Paul Williams e Todd Edwards

O álbum se tornou um grande sucesso, reafirmou a excelência do duo e ainda lhes garantiu os Grammys de “Álbum do Ano”, “Melhor Álbum de Dance/Eletrônica” e “Melhor engenharia de som de álbum”.

“O álbum Random Access Memories foi um sopro de inovação e criatividade dentro de um cenário cada vez mais igual e chato. Apesar de não ter aquele IMPACTO de outros álbuns, esse álbum colocou o Daft Punk na calçada da fama arrebatando diversos Grammys. Lembro que nesse ano o termo Daft Punk foi um dos mais buscados, pois todo mundo ficou curioso de saber quem eram aqueles robôs que estavam levando todos os prêmios. No Grammy o duo chegou no ápice da carreira deles, mas pra mim era um lugar que eles já deveriam fazer parte desde o lançamento do Discovery, foi a exaltação e homenagem merecida que eu tanto pedia”.

Desde então, a dupla participou da música “Starboy” e “I Feel It Coming” de The Weeknd, e logo em seguida, em 2016, entrou em hiato, dando uma pausa na agenda de shows. Em 2021, – infelizmente – publicaram um vídeo nas redes sociais anunciando o fim do projeto. 

Para Lucas, o momento também resgata outra lembrança bastante delicada. “É sempre duro falar sobre isso, pois dois dias depois de ter perdido o meu filho em um acidente foi anunciado o fim da dupla, ali eu senti que estava recebendo um recado, de continuar em frente, e sempre vou ser grato por eles terem transformado a minha vida e fazerem parte da trilha sonora da minha jornada aqui na Terra. Pretendo lançar um set de French House para homenagear esse estilo e a dupla, é o estilo de som que mais gosto de ouvir e praticamente é o que me personifica como DJ”, finaliza.

Acompanhe Lucas V. no Instagram e Soundcloud.

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Our House Museum: Uma experiência interativa com a história da música eletrônica

Durante o ADE visitamos o museu Our House, que conta 40 anos da história da música eletrônica, em uma experiência tecnológica e cultural.

Our House Museum, Amsterdam (Divulgação)

Por JP Extasiè

Já pensou em explorar as raízes da música eletrônica e aprender sobre sua jornada através dos olhos de alguns de seus criadores como Kevin Saunderson, Carl Cox, Armin van Buuren, Diplo e Charlotte de Witte? Esses cinco ícones levarão você a uma jornada musical que abrange mais de quatro décadas de dance music eletrônica – começando com os dias da disco e os armazéns de Chicago, até a indústria multimilionária que se tornou hoje, no Our House Museum, localizado na capital da Holanda.

A exposição “Defining Moments” cobre quatro décadas de memórias da música eletrônica, de 1977 a 2020, e é dividida em três eras. Desde a estreia do Kraftwerk, Disco Demolition e house music em Chicago até raves e superclub’s e a era final dos DJs, superestrelas, subgêneros e a ascensão de capitais de festas como Ibiza.

Our House Museum, Amsterdam (Divulgação)

Em todo o museu e suas instalações ampliadas, você pode encontrar uma coleção de fotos cuidadosamente selecionadas de muitas raves, artistas e noites de clubes que aconteceram nas últimas quatro décadas. Nos primeiros anos dos eventos de música eletrônica, a indústria usava fitas cassete, cabines telefônicas, adesivos e panfletos para levar cada festa ao próximo nível. O museu tem uma coleção única de panfletos de clubes, festivais e artistas abrangendo mais de 40 anos de cultura da dança.

Our House Museum, Amsterdam (Divulgação)

Para o amante de música eletrônica que está por Amsterdã vale a pena conferir e vivenciar a experiência que o museu proporciona. Você pode tocar nos equipamentos, escutar muitos discos de vinil e também curtir na pista de dança, que vibra, músicas que marcaram a história junto a uma experiência audiovisual.

Quer saber mais sobre o museu? Acesse o site oficial aqui e também programe-se para participar do próximo ADE, aqui.

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ADE finaliza retorno triunfal do mercado de música eletrônica na cena do entretenimento

A edição do ADE, Amsterdam Dance Event, deste ano marca a conclusão de um retorno impactante no mercado do entretenimento.

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Via UnderGROUND

Morre Andrew Fletcher, fundador do Depeche Mode

Andrew Flecther, músico, tecladista e fundador do grupo Depeche Mode, aos 60 anos. Causa da morte não foi divulgada.

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Relatório IMS mostra crescimento de 18% da música eletrônica em 2021

Crescimento de vendas de vinil, CD, festivais dobrando a participação de mercado, confira as novidades do relatório da IMS.

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Editorial

Música Eletrônica e o significado do gênero na vida de nossos leitores

No dia Municipal da Música Eletrônica, em São Paulo, perguntamos para nossos leitores o que a música eletrônica significa em suas vidas.

Muitos podem não saber, mas o dia 29 de setembro, desde 2005, ganhou um novo significado, principalmente para os fãs de dance music da Cidade de São Paulo: é o Dia Municipal da Música Eletrônica. Colocada no calendário oficial da capital paulistana através da lei 14.082/2005, da vereadora Soninha, a data é celebrada desde então e por aqui, não poderia ser diferente.

Celebrada anualmente com festa nas ruas de São Paulo, mais uma vez o nosso dia não pode ter comemorações presenciais, visto que mesmo com o avanço da vacinação e retomada econômica da cidade, as pistas de dança e eventos com maiores aglomerações ainda não foram liberados, por isso, resolvemos coletar depoimentos de nossos amados leitores e viciados pela música eletrônica.

Auan de Vasconcelos

A música eletrônica pra mim é mais do que apenas batidas por minuto. Eu sinto nela uma terapia diária. Ela é um instrumento para eu poder extravasar toda energia presa. Poder dançar de qualquer jeito e me libertar de padrões ou julgamentos. É sentir os vocais e as batidas e entrar num momento de introspecção, me fazendo viajar pelos meus pensamentos e emoções quando fecho os olhos, me sentindo em um paraíso. Trocar energia com o artista que está ali, tocando pra você, pra te fazer dançar e ser feliz. Experimentar um mundo de cores, luzes e diversas tribos que se encontram e se respeitam, afinal, a música eletrônica é pura diversidade. A música eletrônica me inspira diariamente!

Carlos Vinicius

Música eletrônica significa muita coisa, é um refugio para quando estou aflito. Um amplificador de felicidade para aqueles momentos já felizes. Um acolhimento para os momentos nem tão bons assim. É o gênero que por vezes, sem expressar uma palavra sequer, consegue te ajudar naquilo que você precisa. É onde eu consigo me sentir livre para dançar da minha maneira estranha e desengonçada, sem me sentir sendo julgado pelos outros. Basicamente, music is the answer.

Junior Galon

A Música Eletrônica representa um mundo de diversidades, conexões e de extremo respeito. Um verdadeiro mar de sentimentos, que nos faz navegar entre melodias e que nos leva para um mundo só nosso. Um mundo onde você encontra o DJ tocando sua música preferida e uma explosão de coisas únicas te  invade, de formas diferentes para cada um, mas sempre da melhor forma. A música eletrônica é a melhor parte da minha vida. Poder viajar pelas vertentes é uma vibe totalmente incrível.

Vinicius Pierozan

Vinicius e sua esposa, Isabela

Desde pequeno sempre fui muito ligado com música, especialmente o rock por influência do meu pai. Quando descobri a musica eletrônica, foi como se um novo modo de ver a vida tivesse sido apresentado pra mim. O senso de união que existe dentro do universo da musica eletrônica não é visto em nenhum outro estilo e a maioria das amizades que criei dentro das festas, levo para o resto da vida. É incrível também como os diversos estilos vão tomando conta do meu coração a cada momento da minha vida. No começo eu gostava apenas do EDM, depois comecei a gostar do tech-house ate chegar no techno. Hoje, não importam os BPMs, apenas a companhia dos meus amigos e uma musica boa.. Já me sinto em casa.

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Tomorrowland Winter confirma edição 2022 nos Alpes Franceses

Com direito a um simulador online de viagens, o Tomorrowland Winter confirma sua edição de 2022 em Alpe d’Huez, na França.

Ele também está de volta! Após um hiato forçado de 2 anos, a edição de inverno de um dos maiores festivais de música eletrônica do mundo, o Tomorrowland Winter, confirmou seu tão aguardando retorno aos alpes franceses. Marcado para acontecer entre os dias 19 e 26 de março de 2022, o evento promete levar muita magia e música eletrônica a Alpe d’Huez.

Serão 7 dias de muita loucura para aqueles que optarem pelo pacote completo ou 4 dias de muita música e diversão para os que escolherem um pacote mais reduzido. Além do festival principal, que receberá grandes nomes da cena dance music mundial, o Tomorrowland Winter proporcionará atividades de esqui, snowboard e mais de 50 bares e restaurantes disponíveis por toda a vila.

Mesmo sem artistas confirmados para esse retorno, já é possível fazer uma simulação de pacotes no site oficial do evento, clicando aqui. Você consegue selecionar entre as opções de 7 ou 4 dias e nas modalidades de transporte aéreo, terrestre ou seu próprio transporte. Os pacotes terão suas vendas liberadas no dia 18 de setembro (7 dias) e no dia 25 de setembro (4 dias).

E se você é daqueles que não sabe muito bem como comprar um pacote desses, consulte a Agência Never Ends, parceiros oficiais do Tomorrowland e que com toda certeza, poderão te ajudar a realizar essa viagem dos sonhos! Clique aqui e fale com eles.

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França retira restrições de capacidade para eventos ao ar livre

O povo da França já poderá se divertir sem restrições de distanciamento social, pelo menos ao ar livre. Entenda as medidas.

Foto: Iker Urteaga

Devagar e persistindo sempre, esse seria o lema do setor do entretenimento na pandemia. Lentamente e com segurança, o mundo está começando a se recuperar de toda a bagunça que o covid-19 deixou. A França é o próximo país a fazer parte desta lista, a partir deste fim de semana, eventos ao ar livre poderão acontecer sem restrições de capacidade, um dos momentos mais aguardados para a cena da vida noturna local.

Os participantes que já tiverem recebido as duas doses da vacina ou que apresentarem testes negativos de COVID-19, já poderão participar de eventos outdoor, o que antigamente era restrito a apenas 5 mil pessoas. Os eventos internos ainda devem continuar com a capacidade limitada a 75%. A partir de 9 de Julho, as casas noturnas também poderão reabrir pela primeira vez desde o lockdown, em Março de 2020.

>Mais de 100 clubs entre 1.600 catalogados fecharam suas portas na França com tais medidas de restrição. Já no Reino Unido, infelizmente, os clubbers ainda lutam pela reabertura. Milhares de pessoas se reuniram nas ruas, no domingo passado, para pedir a abertura das casas noturnas (veja aqui). O primeiro-ministro inglês, Boris Johnson, planeja suspender as restrições e retornar à capacidade total em 19 de julho.

Fonte: Mixmag

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Kraftwerk recebe título do Rock & Roll Hall of Fame

Após ser negado seis vezes em indicações passadas, a famosa banda alemã Kraftwerk recebe prêmio de nova influência em 2021.

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Carl Cox oferece bolsa de estudos em escola de música de Brighton

O contemplado da nova campanha do renomado DJ Carl Cox receberá uma bolsa de 15 mil libras para estudar na Brighton Waterbear. Saiba mais.

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Sónar Barcelona adia edição principal e cria 2 eventos em Outubro

Dois pequenos festivais de música e tecnologia acontecerão em virtude do adiamento da edição deste ano do Sónar Barcelona. Conheça-os.

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08 de março, a magia, os prazeres e as dores de ser uma DJane no Brasil

Celebrando o Dia Internacional da Mulher, convidamos artistas nacionais, que nos contaram um pouco sobre ser uma DJane no Brasil.

Mary Mesk

Se existe uma figura que precisa ser homenageada sempre, dentro e fora da música eletrônica, com certeza são as mulheres. Mesmo que em menor número, as DJanes tem sido personagens importantes na evolução da cena dance music mundial, ocupando posições de destaque e mostrando para todos que lugar de mulher é sim, onde ela quiser, inclusive em cima do palco, produzindo, sendo artistas de renome.

Hoje, dia 08 de março de 2021, convidamos algumas artistas brasileiras para nos contarem as alegrias e até mesmo dores de serem mulheres, num ambiente ainda predominantemente masculino. Queríamos fazer um post enaltecendo apenas as partes boas, mas o preconceito e as dificuldades precisam também, serem discutidas num dia tão importante.

Que a cada novo dia e não só no dia 08 de março, nossas mulheres da música sejam mais e mais valorizadas, para que em anos futuros, este post seja apenas de celebração. Feliz Dia Internacional da Mulher a todos as DJanes do Brasil!

B4RBRA

“Muito se fala sobre as dificuldades e os enormes desafios de ser uma artista mulher e eu me considero até uma ativista em favor de uma cena mais feminina, mas acho que isso acaba nos tornando mais fortes. Temos que estudar mais, trabalhar mais pra fazer acontecer, provar o tempo todo que somos capazes… e isso tem sim um lado bom: nos transforma em profissionais melhores do que provavelmente seríamos se não tivéssemos toda essa luta por trás.

Nos desafiamos diariamente a aperfeiçoar nossa técnica, nossas produções, nossas estratégias de marketing, nosso approach com os fãs e com os players do mercado e a consequência disso é a entrega de um trabalho com cada vez mais qualidade. Queremos sempre ser melhores do que fomos no dia anterior, porque sabemos que não temos muito espaço pra errar. A nosso favor temos, claro, a intuição feminina, imbatível aliada no feeling de pista.

Sei que não é uma unanimidade, mas por isso me considero uma privilegiada por, até aqui, ter me sentido muito acolhida pela cena techno. É muito bom sentir que meu trabalho é respeitado, valorizado e admirado, porque me sinto mais à vontade para ser eu mesma e continuar me expressando por meio da música. Sinceramente torço para que isso continue sempre assim. Até porque a música eletrônica é, em sua essência, o respeito às diferenças, a democratização de espaços e expressões artísticas e a valorização do direito de ser quem você é.

Isso sem falar na felicidade que dá ver meninas querendo ser DJs. Eu mesma quando comecei logo busquei por mulheres como minhas referências e elas são minhas maiores inspirações. Ter uma mulher, a Charlotte de Witte, por exemplo, como DJ n.1 do mundo tem um impacto que vai muito além do que podemos tangibilizar. Quando uma sobe, puxa a outra. É sobre abrir caminhos, união e fortalecimento. Espero que um dia eu seja referência, inspiração e, principalmente, abra caminhos para outras mulheres”.

Carola

“Eu amo ser mulher, amo o mercado da música eletrônica, as mulheres em evidência no cenário nacional são poucas, mas acredito que eu compartilhe da mesma vontade de todas, que é a de que mais meninas queiram fazer parte disso e de que façam do jeito certo, se preocupando com a entrega de uma arte genuína para o público e buscando se aperfeiçoar cada vez mais artisticamente. Existe espaço, mas é preciso lutar para crescermos. Meu depoimento é muito mais sobre o que eu espero, do que sobre o eu vejo acontecer hoje!

Espero que em breve, a gente tenha um número muito maior de mulheres sendo valorizadas pelo talento real e pela música por que isso sim importa!

Espero que desde as dúvidas às cobranças, sejam iguais sobre todos os artistas, e não somente sobre uma classe que até hoje luta por espaço, e eu sei que esse espaço existe porque graças a muito trabalho, eu estou conquistando ele, mas eu também sei das dificuldades que eu enfrentei pra chegar até aqui!

Espero que em alguns anos eu consiga trazer um depoimento nessa mesma data que só pontue coisas boas, hoje feliz ou infelizmente, eu preciso usar esse espaço para trazer conscientização. Por aqui eu continuarei estudando e trabalhando para fazer com que mais meninas possam trilhar um caminho menos ardiloso, me colocando sempre a disposição de todas que queiram trocar ideia sobre a profissão e passando a minha visão do que eu acredite ser eficaz no mercado.”

Daphne

“Ser uma DJane é 3x mais desafiador por sermos mulheres, mas isso torna tudo 3x mais emocionante também! É comprovado cientificamente que nós mulheres temos mais sensibilidade ao áudio do que os homens, e sabemos que essa sensibilidade vai além disso. Nós sentimos e nos expressamos com mais facilidade e intensidade, quando a arte é sobre isso!

A energia que recebemos das pistas sempre foram nosso combustível, assim como a nossa energia é o combustível do público. E passamos ela não só através da música, mas também pela nossa expressão, como nossos movimentos em palco, nosso olhar, nossa fala e nossa dança! O fato de sermos tão intensas na forma de sentir e se expressar é o que nos torna tão capazes de romper todas as barreiras que nos são impostas à séculos, e alcançar nossos objetivos, obtendo nosso espaço. Isso para mim é muito mágico!”

Mary Mesk

Acho que nesse dia tão especial para nós mulheres, cabe reiterar o quanto estamos nos tornando importantes na sociedade. São anos e anos de luta e finalmente estamos sendo reconhecidas no meio profissional, estamos diante de um novo paradigma.

Encontrei na música uma forma de expressar e me comunicar, pois eu sei que as mulheres têm muito o que manifestar e optei pelo meio da arte. Afinal, queremos e temos que ser ouvidas.

Produzindo música é onde eu expresso todos meus sentimentos e ideais, um verdadeiro retrato de quem é Mary Mesk. Estar nos decks significa que as pessoas estão me ouvindo e dando atenção pra tudo aquilo que quero contar ao mundo.

É um prazer poder produzir e tocar minhas próprias músicas, saber que conquistei espaço na cena por meio do meu trabalho é muito gratificante.

Me inspiro em muitas mulheres que tiveram essa mesma jornada e gostaria que esse depoimento fosse um incentivo a todas que querem ser ouvidas.

Feliz dia das mulheres!”

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