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Agenda

MOND acontece nesta sexta (26) na CENTRAL em São Paulo

Mond, a label party criada por Lucca Salvatore, recebe como convidado especial o DJ britânico Jimpster, considerado um ícone da House Music.

DJ e produtor Jimpster

A CENTRAL, embaixada cultural localizada no centro da cidade de São Paulo, apresenta no dia 26 de abril a MOND, festa que tem o foco em imersão musical e liberdade de expressão.

A festa MOND é um label criado por Lucca Salvatore, que já trouxe artistas como Kevin Saunderson – conhecido por ser um dos criadores do house e technoMOND também é uma das únicas festas brasileiras a fazer um evento completo com Dolby Atmos, uma tecnologia que expande os sistemas de som existentes pela adição de canais de altura, permitindo que os sons sejam interpretados como objetos tridimensionais.

Nesta edição, a festa terá a presença de JIMPSTER, nome artístico do britânico Jamie Odell, considerado um ícone da house music que vem influenciando a cena musical global há mais de duas décadas. Fundador das respeitadas gravadoras Freerange e Delusions of Grandeur, Jimpster ajudou a lançar artistas incríveis como Detroit Swindle e Tornado Wallace. Seu talento não só lhe rendeu colaborações com grandes nomes como Bob Marley e Seal, mas também lhe garantiu lugar em palcos renomados mundialmente, como o Output em Nova York e o Watergate em Berlim.

Além de JIMPSTER, a festa tem um line-up nacional com a presença de L_CIO ‘live’ (CAPSLOCK), Valentina Luz (Mamba Negra), Halfcab (BOMA), MALIVE, LUCAS FREIRE (NO PORN), IGNACIO ‘live’ (MOND), L_CIO b2b IGNACIO ‘live jam’ (INÉDITO), Lucca Salvatore (MOND) e Jonetta.

O label existe há sete anos, movimentando a cena independente de música eletrônica, e é a maior festa de Réveillon de São Paulo com foco nesse gênero. Mais informações aqui.

SOBRE A CENTRAL

A CENTRAL Embaixada Cultural ressignifica o patrimônio histórico no centro de São Paulo, em edifício tombado no centro da capital paulista. O prédio erguido na Praça da Bandeira, Bela Vista, oferece um novo polo de inovação e cultura para a cidade de São Paulo. Batizado de Central, a embaixada cultural é comandada pelo empreendedor de economia criativa, produtor cultural e curador Chico Lowndes. Com o propósito de se tornar um agente de transformação, prestes a comemorar dois anos, a CENTRAL está preparada para receber eventos diversos, como festas, shows, talks, exposições, feiras criativas, ativações customizadas de marcas contando com infraestrutura completa em seus 2 mil metros quadrados de área construída.

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Entrevista

Entrevistamos: Mau Mau e Etcetera no The Town

Mau Mau e Etecetera uniram-se a um tributo à house music paulistana no último dia de The Town. Confira nossa entrevista na íntegra.

Mau Mau e Etcetera no The Town (Por I Hate Flash, 2023)

A cena underground de São Paulo sempre se destacou mundialmente por sua familiarizada mistura de essências, classes, povos, raças e também de gerações. Não seria diferente na house music, pelo envolvimento de grandes artistas brasileiros desde sua criação. Na primeira edição do The Town, maior festival de música de São Paulo, o gênero foi reverenciado através do palco New Dance Order, recebendo em seu último duas pontas: Mau Mau, um dos pioneiros da house music do circuito underground de São Paulo e Etcetera, atual revelação do house music que já caminha pelos rumos de uma grande artista.

Mau Mau, com uma bagagem de exatos 36 anos de carreira, iniciou sua experiência na mixagem no Madame Satã, lendário club da cena paulistana que acoplava o melhor da música nos anos 80. De turnês mundiais, passando pelos principais países europeus e americanos, tocando nos maiores eventos dedicados ao house pelo planeta, Mau Mau fez a história para que a jovem Etcetera pudesse caminhar com seus brilhantes passos.

Etcetera despontou no underground brasileiro com uma pesquisa de House e Disco e nos looks fabulosos da sua arte drag. Seu extenso e respeitado repertório no gênero lhe cedeu espaço para gigs nas principais festas LGBTQIAPN+ na maior cidade do país, Tantsa, Cardume, Kevin, Tokka, apenas para citar algumas.

Conversamos com ambos sobre suas principais trocas em uma homenagem do festival à house music de São Paulo:

Mau Mau e Etcetera (Por I Hate Flash)

Beat for Beat – Primeiro, para começar, gostaríamos de saber como é que surgiu o convite e a oportunidade de tocar no The Town e fazer esse back-to-back incrível?

Mau Mau – Bom, no meu caso foi através da agência mesmo. Nós fazemos parte da mesma agência, que é a SmartBiz, e o Fernando Moreno, que é quem cuida da nossa agenda, me fez o convite, falou que tava pensando em fazer umas coisas diferentes e falou da Etcetera. que eu não conhecia, aí fui atrás pra pesquisar e conhecer.

Etcetera – Pra mim foi da mesma forma, pela agência, através do Fê. E foi uma surpresa muito boa ser um back-to-back com o Mau, acho que ficou muito legal, assim como, o encontro de gerações, ele representa tudo que eu quero carregar hoje junto, sempre acompanhei, então deixou tudo mais forte, mais impactante.

 

B4B – Vocês até citaram agora o encontro de gerações, vocês dois são mestres da discotecagem, curadores da house music, e são de gerações diferentes. E como é que foi esse encontro no b2b também? Vocês prepararam alguma coisa antes do set? Vocês vieram mais de uma forma mais leve, sem muito planejamento?

Mau Mau – Inicialmente a gente teve o encontro para conversar um pouco, discutir justamente isso, e na verdade a é música tão universal, tão globalizada, que não teve grandes problemas. Porque a gente já tinha uma noção de que, o que eu passei na reunião que a gente teve, que é um warm-up, as pessoas estão chegando na festa, então vamos fazer um som mais house, uma coisa mais para ir esquentando. Claro que depois a gente deu uma subidinha, porque já tinha mais pessoas,  mas foi bem tranquilo.

Etcetera – É, eu acho que inclusive o que mais a gente tentou combinar dentro de horários e tudo, foi o que não aconteceu. Foi muito no feeling dos dois. Eu amei que no nosso primeiro papo eu falei: “eu tenho mania de levar, três vezes mais em tempo o número de músicas do que daria pra tocar e ir se guiando” e ele faz da mesma forma, porque quando a gente se encontrou era pra entender se ele desenhava mais o set. Eu acho que isso facilitou, porque os dois seguem o feeling da pista e o que quer tocar, e foi maravilhoso, acho que saiu muito melhor do que se a gente tivesse planejado mais.

Mau Mau – É, eu sempre prefiro fazer set assim, vendo o que está acontecendo na hora e desenvolvendo.

Etcetera – Foi mara que ele me passou muito essa noção de lembrar: “Etcetera, a gente toca às três da tarde” porque senão eu já tinha chegado na bicuda.

Mau Mau – É, chegando lá, chutando tudo.  Foi só o briefing que eu fiz, porque como as pessoas estão chegando, acho que é melhor começar com uma coisa mais calma, tanto é que a primeira música que eu coloquei era um som quase ambiente, não tinha batidão, para, ir criando um clima e, de repente, a introdução chegar.

Etcetera – E um briefing desse jeito de Mau Mau, né? A gente segue (risos)

Mau Mau – E foi ótima a experiência, foi muito bacana.

Etcetera no The Town (I Hate Flash, 2023)

B4BAinda falando sobre essas duas gerações, vocês dois são da cena underground de São Paulo, que hoje é uma das maiores do mundo e está sendo homenageada nesse festival de uma forma linda, que é o palco NDO (New Dance Order). E como é que vocês analisam, tanto você, MauMau, que está há anos na cena, quanto você Etcetera, que está começando agora, como é que vocês fazem essa análise da cena underground paulistana?

Etcetera – Nossa, eu fico muito feliz de estar vivendo esse momento. Eu sempre falei, a minha paixão com house é muito do clássico, ali, 90. Tinha muito costume de falar que eu queria ter a idade de hoje ali em 95, 97. Mas pensar em tudo que eu consigo acessar hoje,  que muito provavelmente a minha forma não acessaria lá atrás, é muito incrível, porque, de fato, eu consigo ver a história do house concretizada em representatividade. Óbvio que é um caminho muito árduo a seguir ainda, a gente tem muito o que desconstruir nas pessoas e tudo mais, mas está incrível, sério. É muito maravilhoso você ver a diversidade presente em tudo, na pista, no palco, está muito foda.

Mau Mau – Quando eu comecei, era completamente diferente do que é hoje, em todos os sentidos, desde a pesquisa musical, a maneira de tocar, o equipamento, o comportamento das pessoas, os guetos, que antigamente eram muito mais guetos do que hoje. E essa revolução toda, todo esse momento que foi se transformando até chegar no que está hoje, e poder ter acompanhado isso, é muito interessante para mim, é uma experiência de vida incrível, para ver todo o procedimento, tudo o que aconteceu, e, de repente, a gente está no The Town. Depois de anos, a gente está aqui nesse festival gigante, já considerado um dos maiores de São Paulo, e fazer parte de tudo isso, depois de tanto tempo de profissão, para mim é super gratificante, porque você conseguir chegar em uma posição de destaque é difícil, mas você se manter nela é muito mais difícil. Então eu só tenho a agradecer, porque até hoje eu sempre trabalhei com o que gosto, e isso é um privilégio, não é qualquer um que pode trabalhar com o que gosta, acaba não sendo nem um trabalho, é uma diversão. E estar aqui do lado de um jovem talento que está começando, e a gente se introduz super bem, é isso, é a música, é a música que faz isso, é a união das pessoas, e é para isso que a gente toca, para unir, para juntar todo mundo.

B4B- Obrigado pela entrevista gente!

Mau Mau e Etcetera (I Hate Flash, 2023)
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Mainstage

Mochakk chega ao top 1 do Beatport com “Jealous”

Mochakk, expoente da dance music brasileira, chegou ao top 1 do Beatport, maior plataforma de venda de música online, em menos de uma semana com o lançamento de “Jealous”.

Mochakk

É do Brasil! Mais uma grande faixa brasileira chega ao topo do Beatport, reconhecendo o trabalho do DJ e produtor Mochakk. “Jealous“, lançada pela Circoloco Records foi considerado um dos lançamentos mais aguardados pelos fãs de música eletrônica, especialmente na cena underground, onde Mochakk tem conquistado cada dia mais espaço. Em menos de uma semana, o single ganhou notoriedade nas pistas de dança de todo o mundo e já é o novo hype da house music mundial.

O produtor comemorou a conquista em seu twitter no início desta última quarta, 31 de agosto:

Com sucessos como ‘Da Fonk‘ e ‘Diu Diu Lai‘ em seu nome, além de remixes para Lil Louie Vega, The Martinez Brothers e seu mais recente remix de ‘Express Yourself’, de Diplo, uma faixa que teve mais de 1,5 milhão de streams e alcançou o top 10 nas paradas globais do Beatport, Mochakk vem dominando o cenário global da música eletrônica ao levar sua reputação de maior estrela da dance music underground do Brasil para clubes e festivais em todo o mundo. Nomeado uma das Future New Stars of 2023 da BBC Radio 1, o brasileiro de 23 anos tem estado ocupado cativando multidões no Coachella, Printworks, EDC, Lollapalooza, CircoLoco Ibiza, Sonar e muitos outros só este ano.

Ouça “Jealous” abaixo e aproveite e siga Mochakk no Instagram, Twitter, Facebook e TikTok.

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Lançamentos

CASSIMM, grande produtor de House, estreia pela Adesso Music

Em 2022, CASSIMM foi o segundo mais vendido no Beatport no chart de House e hoje, faz sua estreia pela brasileira Adesso Music.

De alguns meses pra cá, tornou-se praticamente impossível falar de House Music e não citar o produtor italiano CASSIMM, isto porque no ano passado ele foi o segundo artista mais vendido no Beatport dentro do chart de House e, atualmente, ocupa a 6ª posição neste mesmo ranking. Como ele chegou até isso? Consistência de lançamentos, arranjos muito bem construídos e pensados para as pistas de dança e, é claro, o suporte de grandes labels e artistas para suas músicas.

Ao longo da carreira, ele já chegou em muitas gravadoras que são líderes quando falamos em House Music, como Defected, Snatch! e Glasgow Underground, mas o seu triunfo está mesmo na diversidade, já que as gravadoras citadas acima são de releases mais antigos e, atualmente, ele tem conquistados outros selos que o tem ajudado a se manter em destaque, incluindo Toolroom, Milk & Sugar, Mother Recordings, RH2 e mais recentemente a Adesso Music.

Pela label de Junior Jack e Pat BDS, que já falamos por aqui em algumas oportunidades, ele apresentou no início de junho seu single ‘Son De Lo’, que traz percussões robustas, aquela linha de baixo groovada que faz todo mundo dançar, sintetizadores numa pegada mais techy e alguns recortes de vocais que dão um ar mais trippy à faixa. Essa é apenas sua primeira aparição na Adesso Music, mas com certeza será a porta de entrada para outros trabalhos de sucesso. Ouça:

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Agenda

Claptone abre nova turnê brasileira em Salvador, na Black Box

Com diversas cidades brasileiras na tour, mas sendo Salvador a única do Nordeste, Claptone abre sua nova passagem pelo Brasil na Black Box.

Um dos grandes nomes mundiais da house e tech house, Claptone abre sua turnê no Brasil em Salvador, no dia 18 de agosto (sexta-feira), em local ainda não divulgado, na festa Black Box. Esta será a única data do artista, cuja identidade não é revelada, no Nordeste. A única vez que a atração internacional se apresentou na capital baiana foi no Camarote Salvador.

O mercado musical e o público, inclusive, acreditam que Claptone seja um duo de DJs, reconhecidos por suas máscaras douradas no estilo “médico da peste” e luvas brancas. Em função de apresentações simultâneas em eventos e destinos icônicos de música eletrônica, como Hï Ibiza, Pacha e Tomorrowland, nasceu a dúvida quanto à “identidade dupla” do artista.

Entre as principais músicas do repertório de Claptone está ‘No Eyes’, com mais de 100 milhões de reproduções no Spotify.  “O nosso objetivo é trazer uma experiência disruptiva ao nosso público e integrar ainda mais o cenário da música eletrônica à nossa cidade, trazendo Salvador para o cronograma dos principais eventos nacionais”, afirma Felipe Pondé, produtor do evento.

Em Salvador, a apresentação do(s) DJ(s) é uma parceria entre AT Entretenimento, Vuh Entretenimento e Grupo Onda. Siga a Black Box no Instagram para mais informações e para comprar seu ingresso, basta clicar aqui.

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Via UnderGROUND

The Warehouse, em Chicago, ganha título de Marco Nacional

Lendário local, considerado o berço da House Music, The Warehouse, em Chicago, ganha finalmente o título de Marco Nacional nos EUA.

O ano era 1977 e o The Warehouse, em Chicago, abria suas portas. Foi uma questão de tempo até que a comunidade queer, preta e latina dominasse o espaço para dançar aquele som contagiante de Frankie Knuckles. A sonoridade, que era uma misto de clássicos da disco, música eletrônica europeia, umas pitadas de indie soul e até rock, deram origem a tudo que hoje conhecemos por House Music, nome herdado, literalmente, do seu local de nascimento.

Pulamos então para 2023, 46 anos após a abertura do The Warehouse, para um reconhecimento histórico: o título de Marco Nacional para o estabelecimento. Votado pelo Conselho da Cidade de Chicago e de forma unanime, em 20 de junho, durante o mês do Orgulho LGBTQIA, que faz parte da história da House Music, o local lendário passa a ser um marco cultural da cidade e dos EUA, aumentando ainda mais sua importância perante a história da música mundial.

Joe Shahanan, fundador de diversas casas noturnas de Chicago, entre elas o Smart Bar, comenta que é extremamente essencial reconhecer o The Warehouse, assim como a importância de Frankie Knuckles, chamando-o de o “Arquiteto da House Music”. Já Brandon Johnson, prefeito da cidade, destaca a importância dos pontos de referência ao contar a história e a cultura de Chicago. Ele expressou orgulho em designar o The Warehouse como um marco, reconhecendo seu papel como berço da house music e um espaço seguro para as comunidades LGBTQ+.

Este marco representa o reconhecimento da importância cultural e histórica da música eletrônica e as contribuições significativas das comunidades preta, latina e queer para o seu desenvolvimento. Por volta de 1984, Frankie Knuckles fazer suas experimentações sonoras, mesclando a bateria com sintetizadores, incorporando os elementos, resultando na sonoridade única para a época. Essa inovação, imitada pelos DJs locais, definiu o gênero House de Chicago.

A jornada da House Music desde suas origens no The Warehouse até seu impacto global, é uma prova do poder transformador da música e da resiliência das comunidades marginalizadas. O status de marco concedido ao The Warehouse honra seu papel fundamental na formação de um gênero que deixou uma marca indelével no mundo da música.

Celebre este momento com um set do lendário Frankie Knuckles:

Via WeRaveYou

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Editorial

Biel Lima, artista que quer resgatar as raízes da house music preta

Cantor, compositor, produtor, beat maker e pessoa lendária na cena ballrom, Biel Lima conversou com nossa redação sobre sua carreira. Confira!

Preto, gay, da periferia, Biel Lima é aquele tipo de artista que precisa batalhar para sobreviver, seja da sua arte ou simplesmente no dia a dia. Considerado uma pessoa lendária na cena ballroom, ele é cantor, compositor, produtor e beat maker. Um artista completo, que encontrou na house music um refúgio e motivo para querer ir além.

Fazendo parte das comemorações do nosso Pride Month, conversamos com Biel Lima, que nos contou sobre a decisão de produzir musicalmente, sobre suas dificuldades, a cena house music e seu relacionamento com a comunidade ballrom. Confira nossa entrevista exclusiva.

Beat for Beat – Você é um artista que recentemente decidiu fazer o caminha inverso de muitos da cena eletrônica e já ir para a produção musical. O que te trouxe para esse caminho?

Biel Lima – Eu acredito que a minha própria carreira musical me trouxe para a produção de música eletrônica. Eu decidi ser cantor cerca de vinte anos atrás, quando comecei no rap, rnb, até que me apaixonei pela house music e a música eletrônica como um todo. Foi então que percebi que na quebrada, nas periferias, pessoas pretas não tem o hábito de produzir música eletrônica.

Claro que temos algumas pessoas que saíram das quebradas tocando música eletrônica, como o grandioso DJ Marky, que construiu um legado no Drum’n’Bass, mas maioria das pessoas acabam produzindo um outro tipo de música eletrônica, que é o o funk, por exemplo. Como outros gêneros não são tão difundidos, como a house music, por isso decidi enveredar por esse caminho.

B4B – Você, sendo da quebrada, da periferia, onde não existe o hábito de consumir a música eletrônica, como chegou até ela?

Biel Lima – Foi a house music especificamente que me trouxe para esse mundo, principalmente por conta das divas. Tony Braxton, por exemplo, que sempre teve remixes com essa pegada mais Chicago. Quando comecei a entender o que é era House Music, acabei me apaixonando ainda mais, pois percebi que assim como o hip hop, entre muitas outras culturas, como jazz, a house music veio da quebrada, de pessoas pretas. Descobrindo isso, decidi que era o que eu queria fazer, assim como o Rnb.

B4B – E quando falamos da criação da house music, você começar a produzir, é uma forma de se reapropriar daquilo que é seu. Você acha que a música eletrônica tornou-se heteronormativa cis branca?

Biel Lima – Completamente e não só a música eletrônica,  mas como muitas outras coisas. O rock, por exemplo, também veio de uma mulher preta, a Rosetta Tharpe. O jazz começou com instrumentos de música clássica reciclados, improvisados, por pessoas pretas que não tinham dinheiro… A música eletrônica também veio daí, e quero realmente reviver essas raízes, me apegando mesmo no que é passado.

Eu tenho um projeto chamado ‘House é Som de Preto’. Eu quero transformar isso em um show pra reafirmar cada vez mais da onde veio e o que é essa música que tanto faz a cabeça da galera nesses grandes festivais.

B4B – Além de ser cantor, produtor musical, você também faz parte da comunidade Ballroom. Quando foi que essa filosofia de vida entrou na sua?

Biel Lima – A ballroom entrou na minha vida em um momento que eu nem percebi. Eu danço também e acredito que a ballroom, e até mesmo a house music, chegaram até mim através da dança. Descobri house dance, obviamente por conta da house music. Essa musicalidade tem muito soul, muito instrumento vivo e dentro da house dance, descobri o voguing, que é um estilo de dança que tá dentro da comunidade Ballroom e aí eu descobri que existe também a vertente do vogue beat, isso lá em 2010 aproximadamente. Eu não sabia os nomes, não conhecia nada, só tentava reproduzir os movimentos.

Em meados de 2013 eu conheci o Félix Pimenta, que é pioneiro da comunidade ballroom, meu grande amigo, meu irmão. Ele me mostrou como era fazer parte de um movimento que virou uma cultura que é muito similar ao hip hop. Passei a entender melhor sobre as casas, entendi que tem um chanter, commentators, mergulhei e estudei sobre aquilo.

Em 2014 eu comecei realmente a viver a comunidade ballroom e tentar me afirmar cada vez mais como um uma pessoa que faz parte dessa comunidade e que fomenta a comunidade de um certo modo.

B4B – E você pretende levar sua formação como produtor musical para dentro da ballroom?

Biel Lima – Sem dúvida alguma, porque é uma cena que ainda tá muito carente de meios de produção. A comunidade ballrom também vem das periferias. Mesmo que as grandes balls aconteçam no centro da cidade, as pessoas saem das quebradas para realizares suas apresentações e para essa comunidade tentar viver, precisamos cada vez mais pessoas que estão pensando em meios de produção, em fazer acontecer e pra fazer acontecer a ball, a gente precisa de uma mínima estrutura possível. Cada vez mais, queremos trazer coisas que são concebidas aqui no Brasil, como a música.

Nós consumimos dos gringos de Nova Iorque, por exemplo, seja em musicalidade ou referências. Hoje, aqui no Brasil, a gente já tem várias Femme Queens referências, como a Zaila. Nós precisamos, cada vez mais, tentar trazer essas pessoas para lugares de protagonismo, para que saibam que a pessoa existe e que não é só Pose, Legendary, que isso só vai ser visto lá fora nos Estados Unidos. Aqui existe nossa cultura e ela precisa ser vista.

Muita gente não conhece a nossa cena, nossos artistas, pois muitas empresas e marcas só lembram de nós quando precisam, mas tem muita gente fazendo coisa aí todos os dias e eu quero ser um um produtor, não só um produtor cultural, mas um produtor artístico, um produtor musical que vai produzir vogue beat e que vai trazer também no meu show, essa linguagem ballroom.

B4B – Você fala sobre a comunidade ballrom não ter pessoas que possuam os meios de produção e quando isso se vira para você, ser preto, gay, da periferia, te prejudicou na hora de achar alguém para trabalhar junto?

Biel Lima – Total, eu comecei no rap, na Bela Vista, em 2007 , num momento em que as pessoas não estavam discutindo sobre identidade de gênero, sexualidade, até tinham algumas discussões em alguns polos que são muito menos acessados. Hoje falamos mais sobre isso, a gente discute mais sobre isso, tá mais latente do que antes, mas foi muito difícil.

Na verdade é difícil até hoje. Eu trabalho em um restaurante ainda, porque eu não consigo me estabelecer como um artista preto, gay, que veio da quebrada e que não tem dinheiro pra se manter só da música. Eu acabo competindo também com essa indústria que escolhe um tipo de corpo, coloca num estereótipo e acaba que só alguns tipos de pessoas conseguem ter oportunidades.

Mas assim como eu, tem muitos outros que estão lutando para poderem fazer um show, para produzirem. A minha intenção principal, fazendo meus cursos, me profissionalizando, seja como produtor musical ou na área de marketing, que também estou estudando, é para subverter isso e poder ajudar pessoas que estão no corre, assim como eu.

Siga Biel Lima no Instagram.

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Lançamentos

Bolth lança ‘Alive and Aware’, transitando entre house e techno

O produtor e DJ Bolth utilizou elementos orgânicos e analógicos misturados aos digitais para criar a faixa, disponível via ONErpm.

O produtor e DJ Tiago Botelho, mais conhecido como Bolth, está em constante ascensão na cena da música House brasileira – e está de volta com seu mais novo single, ‘Alive and Aware’, lançado na última sexta-feira, 26. Já disponível em todas as plataformas digitais via ONErpm, a faixa é uma mescla de House e Techno, com elementos melódicos.

O DJ já esteve presentes em playlists e charts bastante relevantes na música eletrônica, como quando ocupou o TOP #01 da maior playlist de Música Eletrônica do Spotify Brasil. Com ‘Alive and Aware’, o artista pretende continuar seu crescimento, mas, trazer algo novo e requintado na produção musical.

“Mais um lançamento que, mesmo antes da data, já estou bastante feliz com todos os suportes e retornos positivos. ‘Alive and Aware’ é uma faixa que mixa perfeitamente minha característica sonora com o Melodic House & Techno moderno que o mundo inteiro está abraçando e apreciando. Espero muito que gostem do resultado”, torce Bolth.

A faixa é uma mescla sólida de elementos orgânicos e analógicos, com a sonoridade digital de Bolth – deixando bem claro seu som característico e sua assinatura explícita. ‘Alive and Aware’ conta com sintetizadores complexos e um vocal doce e cativante.

Como tradicional para lançamentos do DJ brasileiro, a track também estará acompanhada de um videoclipe completamente inédito e produzido para encaixar nessa nova vibe. Nas suas redes sociais e em seu canal do Youtube, os ouvintes podem conferir conteúdos audiovisuais que destacam a particularidade de Bolth.

‘Alive and Aware’ já está disponível em todas as plataformas digitais via ONErpm. Escute agora!

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Via UnderGROUND

Solomun retorna ao Brasil em novembro de 2023 no Canindé

Retornando ao país após o grande sucesso de suas apresentações em 2022, Solomun promete mais um long set histórico na capital paulista.

Foto: @guilhermeoliveria85

Depois de abençoar os fãs brasileiros com não uma, mas duas apresentações em solo verde amarelo em 2022, já temos a data da próxima apresentação do King Solomun25 de novembro!

Considerado um dos maiores nomes da House Music atual, o DJ bósnio- alemão  quatro vezes vencedor do DJ Awards de Melhor Produtor, Melhor DJ e Melhor DJ de House Melodic, volta ao Complexo do Canindé, em São Paulo, em mais um evento assinado com a expertise da Be On Entertainment.

Mal podemos esperar por mais um long set incrível do king em São Paulo, que além de colecionar grandes apresentações e long sets ao redor do mundo, também é o nome por trás do selo Diynamic, um dos maiores da música eletrônica underground do mundo. A qualidade sonora que ele apresenta, além de sua presença imponente no palco, são fórmulas de sucesso e amadas por diversas pessoas ao redor do mundo.

E o pré cadastro já está disponível, clicando neste link. Mais informações sobre o horário, line-up complementar e preços serão divulgadas em breve pelas redes sociais da BE-ON. Siga a @beonentertainment para ficar ligado em tudo.

Serviço

Solomun
Data: 25 de novembro de 2023
Local: Complexo do Canindé – R. Comendador Nestor Pereira, 75 – Canindé, São Paulo – SP, 03034-070
Ingressos: faça já seu pré cadastro no link
Redes sociais: @beonentertainement

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Via UnderGROUND

SECRETKEY: conheça a energia vibrante deste duo que em pouco tempo já subiu até no palco do UP

Agora a dupla acaba de estrear na label Valorize o Groove com o single “Honey”

SECRETKEY

por Mia Lunis

Saulo e Kainan trazem a energia e a felicidade que resume o SECRETKEY, projeto iniciado em 2019, mas que já carrega lançamentos em importantes gravadoras como Delicious Record, Koffe Records, Valorize o Groove e House Machine, da premiada revista nacional de música eletrônica House Mag. Eles contam que o início foi totalmente despretensioso, mas que viram uma oportunidade pela sintonia: “Tocamos em algumas gigs fazendo B2B e sentíamos que o entrosamento era natural, sempre mantínhamos a pista aquecida, sem dizer falar que nos divertíamos muito. O set inteiro era curtindo e sorrindo, então vimos ali uma oportunidade que poderia dar certo”.

A dupla tem se destacado não somente pelos lançamentos potentes em labels importantes, mas principalmente pelas apresentações carregadas de carisma e conexão com a pista, que os levaram a estrear no palco Pirata do famigerado festival brasileiro Universo Paralello. A dupla destaca que a comunicação com o público é a base do projeto: “Somos muito brincalhões, procuramos nos divertir tanto quanto o público, e não é raro ver a gente conversando e dando muita risada durante o set. Analisamos a pista e criamos a conexão necessária para que o SECRETKEY faça a diferença com as suas músicas e performance”, explicam.

Contemplando a House Music em sua essência e atribuindo linhas de baixo robustas de um Tech House de primeira linha, a dupla conquistou juntos e separados palcos importantes como Tropical Burn, Savanah Festival, Sollar, Perfect Life, entre outros, que puderam reafirmar a presença marcante da dupla tocando sets inesquecíveis. “Sem sombra de dúvidas a experiência mais marcante para nosso projeto foi tocar na Pista Pirata do Universo Paralello, costumamos brincar que tocar no Universo Paralello é tocar na copa do mundo dos DJs, então foi uma experiência incrível. Nosso objetivo é tocar nos maiores e melhores palcos do Brasil e do mundo, estamos com foco total na produção musical, chegando no que realmente queremos apresentar para o nosso público, então podemos garantir que teremos um bom lançamento de track a cada mês e muitas gigs pela frente”.

Inclusive, a dupla acaba de estrear na gravadora Valorize o Groove com o single ‘Honey’, que entrega uma expertise técnica impressionante e um vocal arrasador, lembrando a era dourada da House Music. Ouça:

SecretKey está no Instagram.

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Via UnderGROUND

7 vinis que marcaram a festa de 7 anos da Real Talks, na Irlanda

Coletivo que agita as noite de Dublin, Real Talks, é devota do vinil e Royce Laroca nos conta os mais especiais. Confira nessa matéria.

Quantas músicas tocam durante uma festa? Possivelmente essa pergunta nunca foi respondida, até porque não é tarefa fácil. Mas, entre tantas tracks tocadas, sempre há aquelas que marcam a noite. Seja um hit ou uma faixa intensa e poderosa ou um vocal inesperado ou algo inovador que deselinhe os chakras, se você estiver atento o suficiente, irá pra casa com algumas músicas orbitando sua cabeça.

No final de maio, dia 28, o coletivo Real Talks celebrou seus sete anos de existência e trajetória, que começou em Ponta Grossa/PR e hoje acontece em Dublin. Idealizada por Royce Laroca em 2015, a festa que traz um mix de sonoridades vanguardistas, devoção aos discos e interação entre os clubbers, já realizou mais de 50 eventos entre Brasil e Irlanda, mas, finca suas vigas agora em terras gringas.

Após edições memoráveis na terrinha, o rolê aconteceu em Dublin no rooftop Bad Bobs, um dos maiores pubs do Temple Bar, região turística e bem badalada da cidade, que tem como lifestyle a boemia. A “Rooftop Series”, como é batizada por lá, celebrou os sete anos da label party.

“A celebração de 7 anos da Real Talks não poderia ter sido melhor, me arrepia só de lembrar! O rooftop recebeu toda uma decoração nova deixando o espaço com uma vibe única, cheia de energia, música boa e muitos discos rolando…”

Convidamos o head da marca para o desafio de selecionar sete discos que marcaram a última noite da Real Talks em Dublin. Confira!

Vinil 01: Ron Trent – Manifesto

Discogs

Vinil 02: Unknown Artist – Le Borgne 07

Discogs

Vinil 03: Traumer – Gettraum 002

Discogs

Vinil 04: Two Right Wrongans – System Error

Discogs

Vinil 05: Voodoos And Taboos – Ancient Brothel EP

Discogs

Vinil 06: Felon5 – The Chronicles Of Mucky Trace

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Vinil 07:  Giammarco Orsini, Jacopo Latini, Data Memory Access – The Experience EP

Discogs

Encontre a Real Talks no Instagram e no Soundcloud.

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Editorial

You Still Feel Love: 10 anos sem Donna Summer

O legado de Donna Summer ainda bate em nossos ouvidos com todo o amor e o carinho de sua disco music inabalável.

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