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Tebetê #13: Os melhores sets do EXIT Festival 2021

Assista agora a alguns dos melhores sets da última edição do festival sérvio EXIT, o primeiro festival a acontecer pós pandemia. 

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Disco Demolition Night: a noite em que a música eletrônica queimou

Mais do que bizarro, a Disco Demolition Night foi um verdadeiro atentado contra nossa música, a comunidade preta e LGBTQIA+.

O dia 12 de julho está pra sempre marcado na história da música eletrônica. Muitos podem não saber, seja por conta da idade ou por esse episódio ter sido tão bizarro, que merece ser esquecido, mas a Disco Music amargou uma noite em que milhares de LPs foram queimados, em meio a um campo de beisebol, por conta da inveja ao sucesso emergente da discoteca.

O gênero dançante que surgiu e ganhou forças no fim dos anos 60 até os 70, consagrou nomes reverenciados até hoje, como Donna Summer e assim como a house music (que viria a substituir a disco anos depois), nasceu entre as minorias. Eram as comunidades pretas, latinas e LGBTQIA+ que faziam ecoar a disco music e lotar as discotecas. O sucesso era tanto, que cada vez mais a música ganhava adeptos.

De música de “preto e viado” para Hollywodd. De Donna Summer a Bee Gees e John Travolta. As rádios, que até então eram dominadas pelo rock, passaram a tocar aquele som eletrônico, cheio de repetições, que promovia a liberdade e possuía músicas com muitos minutos de duração. Foi esse combo que fez com que Steve Dahl criasse verdadeiro ódio a Disco Music.

Steve Dahl

Juntando a fome com a vontade de comer, no dia 12 de julho de 1979, o time de beisebol estadunidense White Sox, que gostava de proporcionar experiência além jogo aos seus torcedores, resolveu promover a Disco Demolition Night. Aliados ao radialista Steve Dahl, eles queimariam, em pleno campo e após o jogo daquela noite, discos de vinil do gênero, por pura diversão. E assim fizeram.

O White Sox esperava uma média de 20 mil torcedores para acompanharem a partida e o evento bizarro, número que já era acima dos 15 mil habituais, mas uma multidão de 50 mil pessoas lotaram o estádio. Era tanta gente, carregando os LPs para irem à fogueira, que a organização do time não conseguiu coletar todos e os discos eram arremessados das arquibancadas. A música era totalmente desprezada.

Coincidência ou não, foi no ano de 1979 que a disco music viu seu declínio. Mesmo já não conseguindo manter o sucesso inicial, foi logo após a Disco Demolition Night que o gênero praticamente sumiu. A música, que conseguiu emplacar diversos artistas negros e que abraçava a comunidade LGBTQIA+, sofreu um grande atentado naquele ano.

Anos depois desse episódio grotesco, Steve Dahl afirma que jamais foi racista ou homofóbico naquela ação (será?) e que a Disco Demolition Night surgiu da faceta roqueira de Chicago e que cidade era diferente de Londres ou Nova York, lugares onde a disco era reverenciada. Há também o ódio pessoal, já que Steve foi demitido de uma rádio por negar-se a tocar aquela música dançante.

Este episódio que é até hoje, pra lá de esquisito, está registrado em vídeo e pode ser assistido no Youtube. Frases como “Disco Sucks” são ditas durante a partida, até a primeira explosão, por volta das 40 minutos até a dispersão do público. Se você quer passar um pouco de raiva, assim como a gente, basta dar o play logo abaixo. É um verdadeiro show de horrores.

Mas como a vida é cheia de reviravoltas, a mesma cidade que foi palco daquela noite, viu a música eletrônica se reerguer ainda maior e melhor. Assim como a fênix, que renasce das próprias cinzas, a Disco Music de lugar a House Music, mais uma vez pelas mãos de pretos, gays e travestis, nascendo no gueto e servindo como um gênero livre. Foi o queimar para o renascer.

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Tebetê #12: Tomorrowland The Amicorum Spectaculum 2017 em 10 sets

Dias antes da próxima edição digital do Tomorrowland, reunimos 10 grandiosos sets de 2017, quando The Amicorum Spectaculum foi presencial.

Está cada vez mais próximo! Nos próximos dias 16 e 17 de julho, o mundo da música eletrônica voltará seus olhos para a realização de um dos maiores eventos do planeta, o Tomorrowland. Ainda em formato digital, o gigante belga fará uma releitura de um dos seus temas mais míticos, o The Amicorum Spectaculum e para já entrar no clima, preparamos uma coluna Tebetê diferente.

Centenas de apresentações memoráveis foram transmitidas em 2017, ano em que aconteceu o tema circense do Tomorrowland. O palco principal, em formato de tenda de circo, é até hoje um dos preferidos dos fãs do festival. Malabaristas, equilibristas, palhaços e outros tantos artistas fizeram parte do espetáculo, que ficou ainda mais bonito com toda a cenografia do festival. Foi um tema deslumbrante e que trouxe a estreia do icônico Freedom Stage.

Escolher entre tantos sets disponíveis no Youtube jamais será uma tarefa fácil, mas resolvemos trazer a diversidade musical do Tomorrowland nessa lista, que conta com Armin van Buuren, Paul Kalkbrenner, Patrick Topping, Nina Kraviz, Vini Vici, Angerfist, Chris Liebing, Eli & Fur, Otto Knows e o brasileiro Alok. São diversos sets, dos mais variados estilos, para agradar gregos e troianos.

Arrasta o sofá da sala, pegue sua bebida preferida e venha curtir com a gente 10 sets do Tomorrowland The Amicorum Spectaculum 2017, enquanto nos preparamos para o Tomorrowland Around The World 2021, que acontece no próximo fim de semana e os ingressos ainda estão à venda. Clique aqui, conheça os diversos pacotes disponíveis e garanta o seu!

Armin van Buuren

Paul Kalkbrenner

Vini Vici

Chris Liebing

Patrick Topping

Eli & Fur

Otto Knows

Alok

Nina Kraviz

Angerfist

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Sophia Mel, a drag que nasceu ao acaso, mas que pertence ao Tribal

Da primeira montação de brincadeira para hostess de balada, sets e pop e funk, até migrar pro tribal. Conheça a drag DJ Sophia Mel.

De dia, Dr. Bruno Avelino. De noite, Sophia Mel. Artista do Rio de Janeiro, Sophia nasceu entre uma brincadeira de amigos, começou a trilhar seu caminho na noite carioca, até que se viu conduzindo uma pista de tribal e acumulando milhares de plays no Soundcloud e por isso, a drag DJ merece destaque em nosso Pride Month.

A Sophia surgiu na minha vida meio que do nada. Eu, mesmo sendo um homem gay, por ser cis, acabava por ter receio de colocar em prática aquele estereótipo de toda ‘criança viada’ acabar se vestindo de mulher e gostar. Meus amigos sempre quiseram experimentar a arte da ‘montação’, até que em uma festa de Halloween, resolvi engolir meus próprios preconceitos e encarar a brincadeira.

A primeira montação de Bruno, prestes a criar sua personagem, foi bem amadora, realmente para experimentar, mas mal sabia ele que seria o início de um futuro com muita cor, badalação e claro, música eletrônica.

Eu e meus amigos compramos perucas daquelas bem vagabundas, umas roupas bem fuleiras, mas nos montamos, com a cara e coragem e posso dizer: foi horrível, péssimo, mas eu tomei gosto pela coisa. Já com o preconceito rasgado e jogado no lixo, percebi que eu gostava de assumir aquela figura feminina. Eu me sentia uma outra pessoa. Eu conseguia realizar aquela vontade que toda criança afeminada tem, de tornar-se uma mulher, mesmo que temporariamente. Eu realizei um sonho com a Sophia.

Sophia Mel em 2018

Assim como para muitas pessoas LGBTQIA+, “sair do armário” é algo complicado, mas Bruno precisou fazer isso duas vezes, afinal, era preciso assumir para sua família a existência da Sophia.

Eu lembro que comecei a me transformar na Sophia em outubro, escondido dos meus pais, até que no começo do ano seguinte, tornou-se algo corriqueiro. Assim como eu precisei criar um respeito pela minha drag, meus pais aprenderam a respeitar, admirar e até mesmo a acompanhar. De vez em quando até me acompanham em alguns shows.

Mas nem tudo são flores e enquanto para alguns, ter os pais apoiando o trabalho da Sophia hoje, parece ter sido algo natural, no fundo não foi bem assim. Enquanto a mãe aceitava o filho como ele era, o pai de Bruno não via a situação com os mesmos olhos.

O processo de aceitação, seja o fato da minha sexualidade quanto a existência da Sophia, por parte da minha mãe sempre foi tranquilo. Ela sempre deixou claro que queria que eu fosse feliz e fizesse o que tivesse vontade, sem precisar de ninguém, mas com meu pai a coisa não foi tão simples. Ele não digeriu muito bem e precisou de um tempo para processar a informação. Até mesmo a Sophia, quando ele percebeu que ela também era meu trabalho, aceitou melhor a personagem.

Foi preciso desmistificar para seu próprio pai, de que a Sophia Mel não era uma garota de programa, mostrando que a figura feminina assumida por Bruno era uma “recepcionista de balada” e que era um trabalho digno como qualquer outro. Foi ali que o relacionamento da música começou.

Eu comecei como hostess e presença VIP em uma balada do Rio de Janeiro, a Papa G e um dos produtores da casa, o Thiago Araújo, viu um potencial em mim, afinal, eu estava na casa pelo menos todas as quintas-feiras e ele sugeriu que eu me tornasse DJ, mas naquela época, de pop e funk. O pontapé foi ali.

É muito comum que amigos ajudem no processo de migração entre estilos musicais e com Sophia Mel não seria diferente. Uma fada madrinha, ou melhor, DJ madrinha apareceu na sua vida e colocou Bruno no caminho que ele trilharia: o tribal.

Após começar com o pop e funk, eu sentei com a Bruna Strait e ela me deu as primeiras aulas, desde como manusear uma CDJ ou usar o Rekordbox. Comecei engatinhando, colocando uma coisa mais eletro pop nos meus sets, uma vibe meio Summer Eletrohits, sempre puxando para a música eletrônica, até que a mudança foi natural e aceitei meu destino de ser uma DJ de tribal.

Ser frequentador da noite carioca também ajudou na criação do gosto musical de Bruno. Cliente assíduo da The Week, foi entre uma ida e outra no club que ele percebeu que o gosto havia mudado, de acordo com a pista que ele ficava na casa.

A The Week do Rio sempre foi um lugar muito badalado. Todos os meus amigos frequentavam e eu acabava indo junto, mas eu sempre ficava na pista Wallpaper, dedicada ao pop e funk. Eis que entre uma passada e outra pela pista principal, a batida começou a me chamar atenção e fui ficando na pista de tribal cada vez mais. Quando percebi, era ali que a gente ficava o tempo todo.

E o tribal entrou com tudo na vida da Sophia. Mesmo com pouco tempo de carreira oficial como artista do genero, ele já coleciona uma residência e números expressivos em seu Soundcloud, feito que muitos DJs demoram anos para conseguir.

Depois de presenciar uma apresentação inesquecível da Anne Louise na The Week e de perceber que eu não queria fazer parte daquela ‘máfia’ da cena pop do Rio, eu fiz meu primeiro set, o ‘Forró das Angels‘ e logo de cara foi um tremendo sucesso. Com quase 20 mil plays no Soundcloud, consegui em menos de um ano, ganhar um certo destaque na cena tribal carioca. As pessoas querem me ouvir e apreciar meu trabalho.

Como todo o restante do mundo, Sophia se viu no meio da pandemia e a carreira que já era curta, precisou ficar em standby até que os eventos retornem com força total. O recomeço promete ser grandioso, assim como sua ambição.

Após migrar do pop para o tribal, eu quero focar bastante na minha drag, quero me especializar ainda mais no tribal. Assim como tantos outros artistas, quero poder levar meu nome por todos os cantos do país e elevar ainda mais a arte drag. O céu é o limite!

https://soundcloud.com/sophia-mel-147109134/forro-das-angels-liveset-tribal

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Alphenkka: do rock ao forest, até descobrir sua real identidade musical

Do rock ao electro; do electro ao psytrance; do psytrance ao forest. Conheça a trajetória de Alphenkka, novo personagem do Pride Month.

Estamos cansados de dizer que o psytrance é uma das cenas mais libertárias que existem na música eletrônica e talvez seja por isso, que é muito comum encontrar pessoas que sentem-se a vontade em assumir que fazem parte da comunidade LGBTQIA+, como é o caso de Alphenkka, projeto de Kauê Garcilasso, que começa nosso papo relembrando suas primeiras memórias musicais.

Quando paro pra pensar na minha primeira lembrança musical, volto lá pra minha infância. Meu pai amava escutar música brasileira e uma das bandas preferidas dele era o Capital Inicial. Ele gostava muito, de ouvir sempre e por muito tempo, eu ouvi o álbum acústico da banda inteiro. Eu sabia todas as letras de todas as músicas.

Nem só de rock vive o homem e Alphenkka também lembra, com muito carinho, de outro contato com a música, ainda na infância, mas dessa vez ligado ao seu avô e às suas raízes sulistas, já que tanto o pai quando o avô, nasceram no Rio Grande do Sul

Outra lembrança muito forte que tenho é do meu avô colocando discos de vinil pra tocar, todos de música tradicional gaúcha. Não lembro bem qual gênero era, mas era muito característico da região e sempre que eu estava na casa deles, a vitrola não parava de tocar e o regionalismo se fazia presente em forma musical.

Kaue na Terra Viva

Por incrível que pareça, tanto o rock do Capital Inicial, quanto a música tradicional gaúcha, não foram o estopim para que Alphenkka tivesse aquela vontade de se envolver profissionalmente com o ramo musical. Foi preciso conhecer um amigo da sua irmã, na época de colégio, para ter uma nova visão sobre o mundo que o aguardava.

Eu não tive muito aquela fase de começar num estilo e depois migrar para a música eletrônica. Desde os meus 14 anos, tive contato com o electro através de um amigo de escola da minha irmã, que me apresentou o duo Electrixx, muito famoso naquela época. Nós saímos da escola e íamos pra minha casa ouvir aquele som ‘foda’. Foi com esse amigo da minha irmã que acabei conhecendo alguns outros artistas, comecei a descobrir as vertentes da música eletrônica e tive vontade de querer ir além.

Mais uma vez o destino falha e Alphenkka, mesmo começando no electro e vertentes mais comerciais, não chegou a frequentar eventos do tipo, até por conta da idade. Foi preciso aguardar alguns anos para ter seu primeiro contato com as festas e então, mudar completamente seu foco musical.

Foi no ano de 2013 que fui para meu primeiro rolê, nada a ver com aquela música eletrônica que eu havia conhecido. Fui na Trance in Moon, sozinho, já que meus amigos estavam completamente sem grana. Eu sabia que não poderia deixar aquela oportunidade passar e mesmo lutando contra a minha timidez, ‘meti o louco’ e fui com a cara e coragem.

Kaue na Gaia Connection

Encarando a sua primeira festa na vida, Alphenkka estava sozinho, porém rodeado de pessoas e foi ali, na excursão mesmo, a caminho da festa, que ele começou a se enturmar e criar novos laços. Era o início da sua história com o psytrance.

Durante o trajeto para a festa, acabei me enturmando, até mesmo pela distância. A Trance in Moon aconteceu cerca de 350km de São Paulo, então tive bastante tempo para conhecer pessoas. Mesmo longe dos meus amigos, eu voltei completamente extasiado daquela experiência, que foi muito além do que havia imaginado. Foi ali que resolvi me jogar cada vez mais na cena e viver intensamente e verdadeiramente o P.L.U.R.

Mais um plotwist acontece e eis que Alphenkka se apaixona pelas vertente noturna do psytrance. Foi nos BPMs mais rápidos e batidas mais obscuras que ele encontrou seu verdadeiro eu e ali, fez morada.

Ainda na Trance in Moon eu conheci o som do DJ Goch, uma coisa completamente diferente daquilo que eu já tinha ouvido até ali. Um som mais pesado, denso, conhecido por Forest e que ficou na minha cabeça. Em 2014, resolvi me aventurar na festa Sarasvati, focada só em Forest, no som que o Goch me apresentou e foi onde escolhi a vertente que me acompanharia profissionalmente como DJ.

Da infância com rock, da iniciação eletrônica com electro, da primeira festa com psytrance até esbarrar nas vertentes noturnas como o Forest, foi em 2016 que Alphenkka começou a dar seus primeiros passos profissionais na música eletrônica, mas nem tudo foi como ele esperava.

Minha primeira experiência com um professor de discotecagem não foi nada bacana. Meu tutor não gostava de psytrance e consequentemente não me deixava treinar. Eu não podia praticar com o gênero que eu havia escolhido para tocar, até que conheci um casal, a Amanda e o Vinicius, pedindo carona para ir pra um festival e que também são DJs. Foi com esse casal que comecei a ter mais contato com o psytrance. Recebi diversas dicas deles, trocamos bastante conhecimento, até que fiz minha estreia na festa Psyconnect, em São Paulo.

Alphenkka na Psyconnect

Após dar o start oficial na sua carreira, Kauê resolve tentar mais uma vez um curso de DJ, mas dessa vez em uma escola reconhecida na cidade de São Paulo, a e-lab, que não o podou em seu sonho e o deixou viajar nas ondas do psytrance, porém, a pandemia chegou.

Em 2019 eu decidi que queria investir na minha carreira de DJ, pedi demissão do meu trabalho, peguei a grana que eu havia guardado e comecei o novo curso na e-lab. As aulas estavam indo super bem, mas a pandemia começou, em 2020, e o curso precisou ser interrompido. Com o avançar dos meses e as flexibilizações, consegui terminar as aulas, com turmas totalmente reduzidas, mas o suficiente para que eu conseguisse adquirir o conhecimento necessário.

O novo curso, na escola certa, abriu ainda mais a cabeça e os caminhos de Alphenkka, que mesmo em uma época tão delicada para todos nós, não desistiu e se aventurou nos novos formatos de apresentação e as tão faladas lives.

Acho que como muitos artistas, precisei me adaptar, ainda mais para quem está começando na carreira musical. Fiz algumas lives, toquei para amigos bem próximos e restritos, em algum sítio da família, mas não deixei o sonho acabar. Estou no começo de tudo e quero crescer muito mais.

Galera reunida na Shiva Trance

E como um artista que faz parte da comunidade LGBTQIA+, Kauê, mesmo sem nunca ter sofrido preconceito na cena, sabe que ela ainda precisa de orientação e de que mais amor.

Eu posso dizer que sou privilegiado por nunca ter vivido alguma experiência desagradável na cena, mas eu não me sinto representado. As pessoas podem se vestir como querem, ser quem quiserem, mas ainda há uma resistência muito grande, principalmente quando falamos de artistas LGBTQIA+ reconhecidamente famosos. Não existem grandes nomes que fazem parte da nossa comunidade. A Luuli, uma DJ trans, é uma das poucas que faz parte do nosso movimento. Acredito que mesmo a cena sendo totalmente libertária, ainda há um medo ou certa resistência, por parte da pessoa que quer se assumir ou do público, em aceitar uma figura importante como LGBTQIA+

Mas não adianta falar e não fazer, por isso Alphenkka é um daqueles que não fica quieto diante de algumas atitudes e como frequentador e artista, posicionar-se é a melhor solução para combater esse preconceito ainda enraizado.

É muito importante nunca ter medo de mostrar quem eu realmente sou. De ser 100% eu, sem medo de julgamento das pessoas. Eu busco sempre me posicionar, repudiar e até mesmo boicotar festas e pessoas que ainda possuem atitudes homofóbicas ou que possam ferir minha comunidade. Não dar palco para atitudes escrotas. Busco sempre também dar visibilidade para artistas LGBTQIA+ e gosto de incentivar essa visibilidade. É muito importante que sejamos unidos.

O futuro ainda é muito incerto, mas como esperança é a última que morre e Alphenkka também planeja seus próximos passos.

Uma das coisas que mais quero, quando tudo isso acabar, é poder voltar a frequentar as festas, os eventos. Sinto muita falta. Quero também continuar estudando, investindo sempre na minha carreira, começar a produzir. Como muitos artistas iniciantes, também almejo meu lugar ao sol. Vou fazer esse projeto virar!

Escute Alphenkka no Soundcloud!

Alphenkka – Ëxx.u set by Alphenkka

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Tebetê #11: Honey Dijon no Boiler Room x Sugar Mountain 2018

Um dos sets mais icônicos de house music do Youtube, Honey Dijon no festival Sugar Mountain em 2018, pelo Boiler Room, é destaque na Tebetê.

Foto: Boiler Room

Muito antes das lives tornarem-se moda, tudo isso por conta da pandemia, a cena da música eletrônica mundial já era grande amiga das transmissões virtuais. Festivais e canais sempre fizeram essa conexão do público com seus eventos através da internet, mas o Boiler Room, um dos especialistas no assunto, sempre entregou grandes performances e hoje destacamos uma lendária e digna da coluna Tebetê.

O ano era 2018. O festival era o Sugar Mountain em Melboune, Austrália. A DJ era uma das maiores deusas da house music atual: Honey Dijon. Com transmissão especial do Boiler Room, a apresentação transformou-se na mais assistida da artista no Youtube e o 10º vídeo mais popular no canal do coletivo. Com mais de 7.5 milhões de visualizações, o set é de longe, um verdadeiro viral.

Repleto de batidas vibrantes que nos convidam para dançar, o set combina saxofone e outras texturas instrumentais com vocais emprestados de hip-hop e clássicos da house music, com direito ao marcante discurso ‘I Have a Dream‘ de Martin Luther King. A performance de Miss Honey, criando mashups ao vivo, beira a perfeição e sua alegria é contagiante. Uma dose de estímulo para os dias mais tristes.

Considerada uma das artistas LGBTQIA+ mais influentes da cena eletrônica mundial atual, Honey Dijon é um ícone de luta e resistência. Ver uma mulher trans, preta, assumindo pickups do mundo todo e com lugar destaque por onde quer que passe, é motivo de orgulho e merece ser reverenciado em nosso Pride Month. Uma verdadeira diva e que tem todo nosso carinho e admiração.

Curta abaixo o set inigualável de Honey Dijon no Boiler Room Sugar Moutain 2018, também disponível no Soundcloud e relembre esse momento histórico em nossa coluna Tebetê! O set também está

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Ga Crux, a liberdade e a transformação potencializada pelo psytrance

De uma infância com David Guetta a uma carreia focada no Full On, Ga Crux é o primeiro convidado do Pride Month 2021 do Beat for Beat.

Para muitos, o primeiro contato com a música eletrônica sempre aconteceu na rua, entre amigos ou até mesmo numa baladinha aleatória, mas para Gabriel Serracini, nome por trás do projeto Ga Crux, primeiro convidado do Pride Month 2021, a dance music veio de família, logo cedo, gênero esse que o encantaria profissionalmente e o aceitaria como ele realmente é.

A música sempre esteve presente na minha vida. Nasci numa família de músicos, então sempre estive rodeado de muita melodia, cantorias e notas musicais. Com o passar dos anos, acabei de aperfeiçoando no violão e baixo, até que fui apresentado para a música eletrônica ainda pequeno, nos anos 90, pelo meu irmão e meu primo. Mal sabia que seria o início de um longo relacionamento musical.

Assim como para muitos artistas, as influências sempre contaram muito no momento de decidir seu futuro e com Ga Crux não seria diferente. Aqueles artistas que ele conheceu, logo que descobriu a dance music, se fizeram muito importantes em seu desenvolvimento profissional e pessoal.

Comecei ouvindo aquilo que era bem popular no começo dos anos 2000. The Prodigy, Benny Benassi, David Guetta, Alex Gaudino, Lorena Simpson… mesmo não ouvindo com tanta frequência hoje, foram artistas que me fizeram ir atrás, pesquisar a música eletrônica, me aprofundar cada vez mais, até que me encontrei!

Considerada por muitos como uma das cenas mais inclusivas da música eletrônica, foi no Psytrance que Gabriel encontrou um lugar para chamar de seu. Mais uma vez por indicação de amigos próximos, ele visitou pela primeira vez a festa Gaia Connection e foi paixão à primeira vista.

Eu nunca tinha escutado as vertentes psicodélicas do trance. Comecei ouvindo Progressive Trance, até que me deparei com o Full On e me encantei. A velocidade, os elementos, a vibe transmitida, tudo me fez decidir que seria aquilo que eu gostaria de tocar e produzir. Conhecer o psytrance foi uma das melhores coisas que já aconteceram na minha vida.

E é por abraçar a todos, que a cena alternativa se mostrou tão receptiva para Ga Crux, assim como para tantas outras pessoas. Mesmo frequentando outras cenas, voltadas para a comunidade LGBTQIA+, é no psytrance que ele se sente mais à vontade.

O Tribal House, tão característico entre a minha comunidade, não me acolhe tanto quanto as festas que frequento. Seja musicalmente falando ou até mesmo pelo ambiente, me sinto muito bem quando estou entre a natureza, ao invés de clubes. Não me refiro ao público, mas a sensação de liberdade, da conexão com o verde, da comunhão com o psytrance.

Claro que não podemos ser hipócritas e dizer que é tudo maravilhoso. o preconceito, mesmo que pequeno, existirá em alguns lugares. Nem todas as pessoas estão preparadas para conviver com as diferenças, mas Gabriel também usa de sua voz como artista para transmitir mensagem de aceitação:

A cena é, em sua grande maioria, amável com todos. Você acaba criando laços que vão durar uma vida toda, mas nem tudo são flores. É preciso se posicionar sempre, onde quer que você esteja e acima de tudo, apoiar o seu igual. Usar das redes sociais para levar conhecimento ao próximo, buscar formas de conscientizar e mostrar que as diversidades existem e estão ai. Precisamos sempre cortar o mal pela raiz.

Trilhando o tão sonhado caminho do sucesso, Ga Crux está investindo na sua carreira de produção musical e apostando em sets que estão disponíveis no Soundcloud. fazendo uma rápida reflexão, ele diz a si mesmo:

Parabéns! Você está indo pelo caminho certo. Continue assim.

Odin by Ga Crux

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Junho, um mês de orgulho e resistência com as cores da nossa bandeira

O mês de junho celebra o orgulho LGBTQIA+ e no B4B, as comemorações que antes duravam uma semana, agora serão ainda maiores.

O ano era 1969. Na cidade de Nova York, nos Estados Unidos, havia um único bar dedicado à comunidade LGBTQIA+ daquela região, o Stonewall Inn. Sem licença para comercializar bebidas e saídas de emergência, além de não seguir as exigências sanitárias da época, ali era o único lugar abertamente de NY e que tinha como seu principal atrativo a dança – nele aos frequentadores era permitido dançar.

Mesmo já funcionando anos depois da descriminalização da homossexualidade nos EUA, a comunidade ainda era muito perseguida e os frequentadores do Stonewall Inn também. Foi no dia 28 de junho, após uma batida policial, que a comunidade decidiu não se calar mais e causou o episódio que até hoje, é conhecido como um dos marcos mais importantes da comunidade LGBTQIA+ dos últimos anos: a Revolta de Stonewall. (Fonte: Hypeness)

Mas o que isso tem a ver com o Beat for Beat e com a música eletrônica? TUDO!

Revolta de Stonewall 1969

Após 1969, o mês de junho tornou-se o Mês do Orgulho LGBTQIA+. É no mês de junho que as maiores Paradas do mundo acontecem (São Paulo, Nova York, Paris, Barcelona, Londres, Roma, Tel Aviv, Sidney, Toronto, Las Vegas, entre outras)  e também, quando é celebrado o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, 28 de junho, em homenagem ao ato tão importante de Stonewall. No B4B não seria diferente.

Desde sua criação, em 2015, este portal celebra o orgulho, as cores da nossa bandeira, através da Pride Week. Durante alguns dias seguidos, dedicávamos parte da nossa programação para abordar temas importantes, sempre dialogando com artistas LGBTQIA+ da cena eletrônica nacional, mas este ano será diferente. A partir de 2021, o Beat for Beat realizará o Pride Month!

Durante todo o mês de junho, começando agora, traremos entrevistas com artistas nacionais e internacionais, todos pertencentes a comunidade. Teremos playlists especiais, um Beat Sessions exclusivo e colorido, tudo isso para enaltecer ainda mais os artistas que nunca se esconderam da sociedade. Que possuem orgulho de levantarem a nossa bandeira. Aos que não sabem, a redação original do Beat for Beat é composta 100% por homens gays!

Não queremos impor uma “ditadura gay”. O Pride Month quer celebrar o orgulho que sentimos e continuar oferecendo um conteúdo de qualidade, dessa vez, sob o arco-íris que nos rege. Queremos, acima de tudo, resgatar as raízes da música eletrônica, que nasceu no meio da comunidade LGBTQIA+ preta e além disso, mostrar que o respeito é bom e a gente gosta!

Feliz Mês do Orgulho!

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10 tracks de uma galáxia muito distante, para celebrar o Star Wars Day

Comemorado anualmente por fãs de todo o mundo, o Star Wars Day ou May the 4th Be With You, também está presente no B4B em forma musical.

Para muitos, o dia 04 de maio é uma data comum, mas para fãs de cultura pop, é uma das datas mais importantes do calendário mundial: estamos falando do Star Wars Day. Celebrando por fãs de todos os cantos do planeta e de outras galáxias, é claro, o dia é repleto de citações, imagens, vídeos e muito sabre de luz. Como bons fãs de Star Wars que somos, não poderíamos ficar de fora.

A frase May the 4th Be With You, que deu origem à data, nada mais é do que um trocadilho com uma das frases mais famosas do universo criado por George Lucas. A comemoração começou em 2011, quando um grupo de fãs se reuniu em Toronto, no Canadá, no dia 4 de maio e desde então, a moda pegou. Hoje, a data é comemorada oficialmente até pela Disney, detentora dos direitos da franquia.

Mas e o que o Beat for Beat tem a ver com uma série de filmes cinematográfica? Tudo! Diversos remixes e tracks originais foram criadas inspiradas no universo intergaláctico de Luke, Leia, Darth Vader, Han Solo e companhia limitada. Entre os mais famosos, temos um remix da Marcha Imperial pelas mãos de DENZ1, tracks de Kaskade, Claude VonStroke e até Galantis.

Quer ouvir nossa seleção especial? É só dar play logo abaixo!

The Selfie Kings & DENZ1 – Imperial March (Remix)

Kaskade – C-3P0’s Plight

Star Wars – The Force Theme (Far Out Remix)

Galantis – Scruffy-Looking Nerfherder

Flux Pavilion’s – Rebels Theme – (The Ghost Remix)

Claude VonStroke – R2 Knows

ATTLAS – Sunset Over Manaan

Star Wars – The Mandalorian Theme (SJT Remix)

GTA – Help Me!

Star Wars – The Imperial March (Tujamo EDM version)

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Tebetê #10: Armin, SJ&RM e W&W no Tomorrowland Brasil 2016

O set que não estava previsto no Tomorrowland Brasil 2016 e que até hoje, é um dos preferidos dos que estavam presentes, completa 5 anos.

Foto: Bruno Gomes

Estes dias 21, 22 e 23 de abril são dias especiais na memória de diversos fãs brasileiros de música. Foi nesta época, em 2016, que muitos de nós curtimos os 3 dias da última vinda ao nosso país de um dos maiores festivais do mundo: o Tomorrowland Brasil. Há 5 anos atrás, mais de 180 mil pessoas puderam sentir a magia do Tomorrowland e hoje, iremos resgatar na coluna Tebetê.

Completamente sold out, pessoas de todas as partes do planeta fizeram parte da celebração. Mais de 187 artistas se revezaram entre os 6 palcos da edição The Key to Happiness, que transformou a Arena Maeda, Itu, em um cantinho da Bélgica. Entre os nomes que subiram aos palcos, estão Axwell, Ingrosso, Dimitri Vegas & Likie Mike, Afrojack, Kolombo, Alesso, Solomun, Hernan Cattaneo, Robin Schulz, Aly & Fila, Ferry Corsten, isso só para citar alguns, mas este post quer destacar um set em especial.

Foi na madrugada do dia 22 para o dia 23 que o Tomorrowland Brasil presenciou um feito histórico. Por conta um incêndio na região, muitos participantes tiveram problemas para chegar ao local do evento. Pensando em minimizar o prejuízo do público que perdeu parte do show, a organização do festival convidou de volta para o palco 3 atrações que nos presentearam com um set inédito: Armin van Buuren, Sunnery James & Ryan Marciano e W&W.

Mainstage do Tomorrowland Brasil 2016 | Foto: Bruno Gomes

Completamente inesperado, o B2B entre os gigantes holandeses foi um verdadeiro deleite aos fãs da boa e velha EDM e surpreendeu até mesmo os admiradores de outros estilos. Como o set foi após a programação normal, no estilo “after party”, todos os presentes no Maeda se concentraram no Mainstage para curtir a apresentação. E vamos combinar: foi um baita show!

Armin van Buuren ditou as regras do set  abrindo com ‘Dominator x If It Ain’t Dutch vs. Destiny’, que foi seguido por hits como ‘Salute‘ de SJ&RM, ‘Wakanda’ da dupla DV&LM, um remix de ‘Otherside‘ da banda Red Hot Chilli Peppers, ‘Amsterdam‘ de W&W e Dirtcaps, entre outras. Com duração de apenas 50 minutos, a apresentação marcou pela improbabilidade e claro, ter esticado um pouco mais aquela noite que já era inesquecível.

O vídeo oficial não está mais no canal do festival, mas como a internet sempre dá um jeitinho, encontramos ele na íntegra e que você confere abaixo com a gente(ou neste link). Relembre também, nossa cobertura especial do evento, que ganhou um álbum exclusivo de fotos aqui e até um vídeo matéria, aqui.

The first time ever, in the history of Tomorrowland all around the around, it’s my pleasure to welcome back Sunnery James & Ryan Marciano, W&W and Armin van Buuren. Tomowland, nós somos uma família!

Sentimos sua falta, Tomorroland Brasil.

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Um passeio pelas lives destaques da pandemia, indicadas por quem sabe

Que tal uma lista de lives que precisam ser assistidas, indicadas por quem entende do assunto? Então se liga nessas sugestões!

Que as lives foram uma das sensações e até mesmo válvulas de escape durante essa quarentena eterna, já não é mais novidade. Pensando em revistar alguns dos destaques – que foram muitos, dos últimos meses, convidamos Rodrigo Ferrari, Mezomo, Touchtalk, LuizFribs e Villain Mode para indicar alguns streamings imperdíveis que rolaram recentemente.

Rodrigo Ferrari

Rodrigo Ferrari vem entregando um trabalho de alto nível há quase três décadas, já que começou discotecando no início dos anos 90 e, inclusive, foi o primeiro brasileiro a tocar no main room da Pacha, em Ibiza. Como produtor já lançou por Get Physical, Selectechouse, Whoyostro Records e Deeplomatic, com suportes de Richie Hawtin, Marco Carola e muitos outros. Fã de carteirinha de House Music, ele nos recomenda a live de Natasha Diggs.

Tenho gostado muito das lives da Natasha Diggs, principalmente as que ela faz de seu apartamento em NYC, em meio a sua coleção de discos. Eximia pesquisadora, sempre surpreende e me faz aprender um pouco a cada live. Então, aproveitem a aula”.

Assista também a live de Rodrigo Ferrari: https://youtu.be/m7wdn6KOPcs

Mezomo

Ganhando cada vez mais destaque no cenário do Afro House, principalmente após lançamentos por Get Physical Music, Cocada e Seres Produções, Mezomo vem trilhando um caminho de sucesso, tanto que chegou a alcançar mais de 200k plays na sua música ‘Novo Dia’, que recebeu remix até mesmo de Floyd Lavine. Surfando nessa onda das batidas Afro, ele nos indicou uma live em dose dupla, de Andhim & Matthias Meyer:

Tenho conferido a nova série de lives do club Watergate, chamada WatergateWorldWide. A última que gostei bastante foi a edição com Andhim & Matthias Meyer, justamente porque ambos fazem essa integração entre gêneros de forma fluida e natural… às vezes House, influências Afro, um pouco Disco, um pouco Melodic Techno. Recentemente também teve uma com SuperFlu & Minco que foi demais”.

Assista também a uma live recente de Mezomo: https://youtu.be/StMBLgjEOfk

Touchtalk

Oito anos de estrada, uma bagagem repleta de experiências e apresentações emblemáticas em grandes clubes e festivais do país como Tribe, XXXPerience, Tribaltech, Universo Paralello, Warung, D-Edge e Club Vibe, o Touchtalk sem dúvidas é um dos grandes nomes  do circuito underground. Hoje Gabriel Castro e Estevão Melchior transitam entre atmosferas do Techno melódico e Indie Dance, inclusive ganhando suporte de Solomun, Township Rebellion e Sharam Jey. Aqui cada um deles nos indicou uma live:

Gabriel Castro: “Gostei muito da live do Adriatique nos alpes suíços dentro de um helicóptero. Me chamou a atenção pelo fato do grau de dificuldade de tocar, mixar e passar o som para ser transmitido dentro de um helicóptero em movimento. A live passou para o público uma experiência inovadora, sem contar o visual incrível

Estevão Melchior: “Das últimas que assisti, gostei bastante do B2B da Perel com Kim Ann Foxman no The Lot Radio. É interessante como elas mesclam diferentes gêneros musicais durante o set sem perder a dinâmica. Dos sons mais atuais aos clássicos. Sem contar que elas criam um clima bem descontraído durante o B2B. Foi bem divertido assisti-las em ação”.

No ano passado, o TouchTalk foi convidado pelo Burning Man para gravar uma live transmitida representando o palco The Fluffy Cloud, confira: https://youtu.be/HQfi3fNvgac

LuizFribs

Techneiro de mão cheia, principalmente mais pro lado do acid/hard Techno, LuizFribs tem alcançado cada vez mais conquistas como produtor. Já lançou pela label portuguesa trau-ma, pela brasileira Nin92wo, pela italiana Autektone Records — onde recebeu suporte de Deborah de Luca — e mais recentemente pela IAMT, label comandada pelo por Spartaque. Então pode esperar uma live pesada indicada por ele:

Meu streaming favorito dos últimos meses foi o set do Hadone durante o EXHALE Together, que rolou no final de fevereiro. O evento todo foi muito bom, mas o set dele em especial trouxe uma energia e uma estética sonora que gosto muito. As mixagens e a seleção musical foram fantásticas. Deu uma vontade enorme de estar ali no front curtindo!

Além disso, teve um momento em que ele tocou a faixa ‘The Wolves’, do Manni Dee que saiu pela Perc Trax, e no mesmo dia, um pouco mais cedo, tinha rolado um workshop de produção que o Manni deu no Soma Skool 2021, e lá ele mostrou que o vocal usado na música veio de um vídeo que um amigo tinha mandado pra ele durante uma briga de bar, rs. Achei a história bem engraçada e fiquei com ela na cabeça, então na hora que o Hadone tocou a faixa, lembrei disso”.

LuizFribs também entrou para o mundo das lives. Confira também a mais recente gravada por ele: https://youtu.be/LEyRzYWsvnY

Villain Mode

O projeto surgiu em 2016 por Kauê Araújo e Lenon Silva. Desde o início a dupla teve um propósito bem claro de fugir de fórmulas prontas e tendências, decidiram então juntar seus backgrounds da Disco Music/Chicago House com a energia do Tech House para chegar em uma identidade sonora só deles. Então eles trazem pras produções autorais e sets vocais marcantes com influência de estilos como R&B, jazz e o soul, combinando isso com linhas de baixo potentes e muita energia, tanto que a live preferida deles mostra bem isso.

A live que mais chamou nossa atenção foi a de comemoração de 10 anos da Mixmag Lab. Além de ser uma “chuva” de referências por ter grandes nomes da cena global, essa live é bem diferente por ter diversos artistas em vários lugares do mundo mixando na track do anterior. É quase um B2B gigante com cada artista em seu estúdio ou local escolhido. 

Outra coisa que é bem legal é a transição que isso ocorre. Durante as mais de 4 horas, a live teve início com um belo house, passando por disco, tech house, techno e fechando com Sherelle (em Londres) tocando um jungle logo após a Nastia. Enfim… Vale muito a pena ver

Villain Mode também aderiu ao streaming no início da quarentena:  https://youtu.be/MgdwmSwFOVw

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