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Sun & Moon, de Above & Beyond, seus 10 anos e a origem do B4B

Um dos maiores hits do trio Above & Beyond, do trance mundial e uma das “origens” do B4B, ‘Sun & Moon’, completa 10 anos de muito sucesso.

Existem músicas que fazem sucesso durante 1 semana; outras que ficam no topo dos charts por semanas; algumas até são verdadeiros hits por meses, mas são poucas as músicas que mantém-se consagradas por anos, ou melhor, 10 anos. Um dos maiores hits do trance mundial, quiçá da música eletrônica, ‘Sun & Moon‘, do trio inglês Above & Beyond, completa hoje (20), uma década de existência.

A música, que faz parte do álbum ‘Group Therapy‘, lançado em junho de 2011, teve seu lançamento antecipado num EP especial, no dia 20 de março daquele ano e contou com a versão original da música, um versão estendida, além dos remixes de 7 Skies e Dennis Sheperd. Desde então, a música é uma das preferidas pelos fãs do trio e uma das que não podem faltar em seus shows. Um verdadeiro clássico.

O que muitos não sabem, é o verdadeiro motivo deste texto. ‘Sun & Moon‘ foi uma das músicas que deram origem a este humilde site. Foi no dia 05 de dezembro de 2015, durante o EDC Brasil, que nossos editores se conheceram e adivinhem quem estava tocando? Above & Beyond, é claro e a música estava no setlist, como de costume. Em questão de meses, o B4B ganhava vida.

Diariamente, diversas músicas fazem aniversário, mas hoje, neste 20 de março de 2021, resolvemos dedicar um momento especial para relembrarmos uma das verdadeiras trilhas sonoras do Beat for Beat e agradecer Jono Grant, Tony McGuinness e Paavo Siljamäki pela obra-prima que é a música.

O EP original não está disponível no Spotify, mas ainda está na Apple Music e lá (ou aqui embaixo), você confere todas as versões da track, além de poder conferir a data de lançamento dele. Celebre com a gente os 10 anos de ‘Sun & Moon’, um dos maiores clássicos de Above & Beyond.

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Trabalho e estúdio: RTUR ensina como tirar o melhor proveito do seu dia

Quem compartilha algumas dicas sobre workflow é Artur Agostini Lange, também conhecido como RTUR e que traz conselhos valiosos.

Artur Agostini Lange aka RTUR pode ser considerado um artista jovem, cara nova no cenário, apesar de trazer experiência com a música eletrônica desde 2016. Atualmente, com a pandemia, seu trabalho está focado principalmente na parte de estúdio, sem deixar de lado a pesquisa e o estudo sobre produção musical.

Deixamos abertura então para que ele pudesse falar um pouco mais sobre como é sua rotina no dia a dia, já que ainda precisa manter a música como um caminho paralelo, dividindo as horas com um trabalho integral. Como isso é uma realidade e um desafio para muitos artistas, ele compartilha alguns aprendizados que adquiriu até aqui e que pratica para tirar a melhor produtividade ao longo da semana:

RTUR

Fala pessoal, primeiramente muito obrigado pelo espaço e oportunidade de poder compartilhar meu workflow com vocês. Vou listar aqui as dicas por ordem de importância para mim.

Estado de espírito

Nós que trabalhamos com processos criativos sabemos que não é sempre que estamos cheios de ideias e prontos para transformá-las em música. O nosso Mood influencia muito no nosso processo criativo e quando não estamos bem com nós mesmo, seja emocionalmente ou apenas um dia ruim, muitas vezes o projeto não anda (ao menos comigo não vai hahaha). E como o estado de espírito é passageiro, temos que aproveitar quando estamos bem que com certeza o projeto vai fluir melhor.

Meditação

Pô, RTUR, meditação? como assim?” É isso mesmo pessoal. É comprovado que a meditação pode ajudar em vários aspectos do âmbito pessoal, e uso isso a meu favor. Sempre faço uma rápida meditação antes de começar minhas produções, pois além de me acalmar/relaxar após um dia de trabalho (pois ainda não vivo só da música), me ajuda a ter foco e o flow do projeto se desenvolve melhor (dica essa que ganhei do meu professor de produção).

Modo avião

Não tem nada pior do que você estar produzindo, o andamento do projeto está indo muito bem e de repente o celular toca, ou recebe alguma notificação, ou mesmo entra alguém no seu estúdio e o interrompe; e aí você perde o fio da meada. Por isso é de suma importância colocar o celular em modo avião, e avisar seus familiares ou quem for que possa entrar no estúdio para que não entre até tal hora, pois essa é a hora da criação e você não pode ser interrompido ou distraído.

Saiba dizer não

Parece simples, mas para muitas pessoas é difícil dizer não para determinadas situações, como um convite de amigos ou familiares para fazer algo. Eu já tive muita dificuldade com isso, internamente queria dizer não pois queria me dedicar a música, ou tinha outros estudos relacionados a fazer, ou simplesmente só queria ficar de boa, mas não conseguia e aceitava tal situação. Com o passar do tempo fui observando o quanto precisava mudar e hoje sei o quão importante e libertador é essa palavrinha super curta.

Day off

Por último, mas não menos importante, o descanso. Tire um dia para não fazer nada relacionado a música. Um dia pra dar uma volta, assistir algum filme/série, ir a praia ou parque. O descanso é necessário para que novas ideias possam surgir 😉

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Meu primeiro play: A estreia de DJs nacionais no palco

Encerrando nossas comemorações do dia 09 de março, convidamos alguns DJs para nos contarem como foram as suas primeiras gigs. Confira:

Se você é artista, independente do seu segmento, com toda certeza lembra a primeira vez que subiu ao palco e/ou apresentou-se a um público. Pode ter sido pra 5, 10, 200 ou 10 mil pessoas, quem sabe, mas o nervosismo da estreia, a tensão, o medo de tudo dar errado, aquele friozinho na barriga, entre outras tentas sensações, são iguais para todos, não há como negar.

Hoje, dia 09 de março, Dia Mundial do DJ, convidamos alguns DJs que nos contaram como foi a sua primeira gig. De relatos breves a completos reviews, vamos viajar no tempo e revisitar aquela noite que marcou a carreira deles e com toda certeza, ficará eternamente em suas memórias. Confira agora como foi o primeiro play de Bhaskar, Cortez, Gianni Petrarca, Juliano Bortolato e Pirate Snake.

Bhaskar

Foi em 2004, na Psycholand em Brasília. Devia ter umas 400 pessoas na festa, uma pista considerável pra primeira gig! Lembro que eu e meu irmão (Alok), ficamos ensaiando o set que íamos tocar por meses, e ironicamente, o dj que tocou antes da gente queimou várias músicas que estavam no nosso repertório hahaha. Mas no geral correu tudo bem!

Cortez

 

Eu fiquei pensando em contar sobre a primeira vez que comandei uma pista de dança em uma balada incrível no início da minha carreira, no Brasil, mas em 2019 resolvi começar tudo de novo, no Japão, então o episódio será um pouco mais recente.

Em novembro de 2020, a DJ e Produtora Ellen Angelucci, residente de baladas exclusivas em Tokyo, me convidou para tocar na festa da .OiDZ, no Cube Club. Foi uma festa com dois stages, onde o main floor seria transmitido online e o segundo era algo mais intimista. Foi a primeira vez que estava em um lineup composto de DJs de diversos lugares do mundo como Bélgica, Rússia, Japão, Filipinas, EUA, Espanha, Alemanha e Brasil. A festa foi em um bairro maravilhoso chamado Minato, perto do point dos afters infinitos de Roppongi Hills.

O club era em uma portinha que dava acesso ao subterrâneo no “padrão” que o underground exige e do jeito que a gente gosta. O meu desafio era apresentar meu estilo para um público totalmente diferente; isso, pessoalmente, foi muito importante e era exatamente o que eu buscava aqui no Japão. Levei em minha case com House e Tech House e foi a oportunidade perfeita para testar meus últimos lançamentos e mais três músicas inéditas, ‘Smashed My Heart‘, ‘Feel It‘ e ‘Work For Love‘.

Na semana do evento, os organizadores falaram quais seriam os setups disponíveis, onde eu me apresentei, tive o prazer de utilizar o Mixer MODEL1 do Richie Rawtin, minha reação foi de surpresa, ansiedade e felicidade por estar saindo da minha zona de conforto. É nesse momento que todos os cursos realizados fizeram a diferença, lembro que meu professor Will DB sempre me dizia para estarmos preparados com o setup que tiver na hora. Assim, consegui analisar o mixer estudando vídeos do Richie Hawtin e no dia fiquei mais tranquilo e bem feliz.

Assumi a pista às 2 horas da manhã com apenas quatro pessoas, onde uma delas era a Lígia, minha esposa. As pessoas começaram a migrar do main para o lounge onde estava tocando e a vibe foi ficando cada vez melhor. Foi um momento maravilhoso, cada vez que via o pessoal vibrando — principalmente com as músicas autorais — eu tinha mais certeza que aquela noite entraria para história!

Ver o sorriso das pessoas, os olhos fechados, os corpos dançantes, tudo isso criou uma atmosfera incrível, foi uma noite e tanto! Contando esse momento, cada detalhe das imagens aparecem vivas na minha mente. Ver a felicidade na expressão das pessoas, olhar para a pista e ver a reação que causei foi algo maravilhoso, neste momento não importa o idioma e a nacionalidade, todos entenderam a minha língua, que é a música.

Gianni Petrarca

Acho que a primeira gig foi numa festa privada em um local próximo da Faria Lima, em São Paulo, quando eu tinha 19 anos. Não pensava naquele momento em carreira artística, era só uma vontade imensa de curtir a vibe. Já tinha uma boa noção de mixagem, mas a experiência de tocar para público e controle de “pista” é outra coisa.

Lembro que o set era deep house e o público curtia muito essa sonoridade na época. Toquei durante quase 1 hora sozinho e outras 2 horas fazendo b2b com outros DJs. A sensação daquele momento nunca saiu da minha cabeça, até hoje quando vou tocar ainda sinto aquela sensação boa de como foi na primeira festa.

Depois, cada gig te traz algo novo e você tem outras situações que marcam sua trajetória, como a primeira vez vendo seu nome integrando um line-up, tocando em eventos de grande público, e assim vai. Sempre tem um pouco daquele ar de estreia.

Juliano Bortolato

Lembro muito bem da minha primeira gig. Ela aconteceu no extinto Tozen, em Campo Grande. Eu fui escalado para ser o primeiro DJ da noite, em uma festa que a headliner era a Mistress Barbara — uma responsa e tanto! Eu tava passando por aquele momento de ansiedade que é comum para todos, então fui mais cedo pro club pra me ambientar com o lugar, testar o som e os equipamentos, sentir o soundsystem… enfim, quando estava checando as músicas, um segurança da casa me aborda e pergunta se o carro que estava estacionando na frente do club era o meu, eu confirmei e ele disse: “Infelizmente bateram no seu carro, o motorista ainda tentou fugir mas nós conseguimos impedir”.

Então como se não bastasse ser a primeira gig, ainda me aconteceu isso. Fui lá fora, faltava algum tempo pra festa e eu tentei resolver a situação. Era um menor de idade que tinha pego o carro do pai escondido, então pensa no transtorno! Quando eu vi, restavam poucos minutos pra abertura do Tozen, eu ainda pretendia ir pra casa me arrumar, mas não dava mais tempo, tive que ficar direto para não perder o horário. Confesso que, por algumas vezes, pensei em desistir por não estar com cabeça, mas no fim encarei e  foi uma ótima gig, noite que certamente nunca vou esquecer.

Pirate Snake

Eu toco desde 2001, mas a minha primeira gig mesmo, contratado e etc… foi somente em 2003, e foi muito engraçada e diferente. Um amigo era diretor do Bloco Nana Banana aqui em Brasília, do Chiclete com Banana. Essas micaretas / carnaval fora de época sabe. Ele estava precisando de um DJ para o camarote e teve a “brilhante ideia” de me convidar, só que eu tocava Psytrance.

Hoje em dia eu olho pra trás e penso… caralh* o que tinha a ver eu tocar Psytrance em um CAMAROTE de um carnaval fora de época?! Bem, naquele tempo esse estilo musical era a moda aqui e todo mundo curtiu, ainda bem!

Villain Mode

No primeiro semestre de 2016, decidimos que gostaríamos de nos aprofundar mais no assunto discotecagem. Antes disso, costumávamos frequentar festas e eventos apenas para curtir. Certo dia, em uma conversa, eu (Kauê) comentei pro Lenon que gostaria muito de aprender e um dia trabalhar com isso, por coincidência ele tinha acabado de começar a fazer aulas particulares e disse que também tinha essa vontade.

Procuramos uma escola (NOISE) para que pudéssemos estudar bastante, pois já sabíamos que com isso poderíamos nos diferenciar e começar “do jeito certo”. Então 11 meses se passaram e no meio de tudo isso surgiu a ideia do projeto Villain Mode. Logo que fizemos nosso primeiro presskit, começamos a ir atrás de locais para nossa primeira gig e apareceu um bar na região do ABC paulista que trazia periodicamente DJs para se apresentar, alguns deles até já conhecidos.

Isso foi durante o curso, ficamos bem animados e ansiosos com a data, mas não tínhamos nenhuma noção do planejamento necessário e todos os imprevistos que poderiam surgir durante uma apresentação. Até fomos avisados por nossos mentores durante o curso, mas é aquele papo: ‘só se sabe quando sente na pele’ [risos].

Chegado o grande dia e não havíamos perguntado sobre setup e, sinceramente, nem sabíamos da infinidade de equipamentos que podíamos encontrar num dj booth. Lembramos que nosso mentor e brother Jazzy (NOISE) havia nos oferecido uma controladora para usar no dia e perguntamos se podíamos levar. Ele deixou e como já a gente já tinha um notebook, consideramos levar o nosso. O pior de tudo é que na hora não deu certo de ligar o equipamento que levamos e acabamos tocando com um par de CDJ 400 não muito conservadas e um mixer que nem lembro qual era [risos].

Não precisa nem dizer que a apresentação foi um fiasco, né? A soma de nervosismo e equipamento que não estávamos acostumados, mais a falta de experiência deu nisso. Mas serviu para corrigirmos os erros e conhecer como realmente as coisas funcionam. Voltamos a estudar bastante, passamos a conhecer mais equipamentos e a pensar em alternativas caso algo saísse errado. Dali em diante foi só alegria, imprevistos ainda rolam, mas sempre nos viramos muito bem.

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Você conhece a história por trás do 09 de março, Dia Mundial do DJ?

Uma data importantes na cena eletrônica global, o Dia Mundial do DJ foi criado em 2002, para homenagear nossos artistas e ter impacto social.

Entra ano, sai ano e nosso calendário é sempre repleto de datas comemorativas, desde as maiores e famosas, como o Natal, até as menores, como dias de profissões, das mais diversas e que acontecem diariamente, mas um desses dias tem um gostinho mais que especial para a cena dance music de todo o planeta: 09 de março, Dia Mundial do DJ.

Mas você conhece a história por trás da comemoração?

Para maioria dos DJs de todo o mundo, o dia 09/03 é apenas uma data em que eles são os homenageados e não tiramos o mérito, afinal, sem nossos queridos maestros das pickups, nosso mundo não existiria, contudo, todavia, entretanto, esse dia tem um significado ainda mais especial, nobre e por muitas vezes, esquecido: o de doar, de ajudar quem mais precisa, através da música.

Foi no ano de 2002, que a data foi estabelecida pela World DJ Fund Foundation e a organização da Nordoff Robbins Music Therapy, que usa a música para tratar crianças e adultos. A intenção é que neste dia, todo o lucro dos DJs, clubs, estações de rádio e correlatos, sejam destinados para ajudar pessoas enfermas, em situações vulneráveis, crianças e tudo aquilo que tocar seu coração. Bonito, né?

Com o passar dos anos, a verdadeira intenção por trás do Dia Mundial do DJ foi esquecida por muitos, mas sempre há chances de resgatarmos a essência deste dia e sem tirar o brilho dos personagens que dão nome a ele. Podemos continuar com nossas homenagens e ao mesmo tempo, ajudar, até mesmo os artistas que estão sem trabalhar por conta da interrupção no setor de eventos brasileiro.

Por isso, agora que você leu esse texto, que tal fazer uma doação para alguém próximo, uma instituição de sua escolha ainda mais nessa situação toda agravada pela pandemia? A nossa parceira, DJ Ban, mantém o projeto Doe Dance há 04 anos e mantém viva a principal causa deste dia tão importante para nossa comunidade. Você pode e deve, também, entrar em contato diretamente com quem julgar necessário. O que importa é fazer sua parte.

Que neste 2021, todos nós possamos ressignificar nossos conceitos e possamos resgatar alguns velhos hábitos, como o de ajudar, dentro das nossas possibilidades, ainda mais quando podemos usar a música a nosso favor.

E para vocês, artistas que tanto nos fazem dançar, o nosso muito obrigado: Feliz Dia Mundial do DJ!

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08 de março, a magia, os prazeres e as dores de ser uma DJane no Brasil

Celebrando o Dia Internacional da Mulher, convidamos artistas nacionais, que nos contaram um pouco sobre ser uma DJane no Brasil.

Mary Mesk

Se existe uma figura que precisa ser homenageada sempre, dentro e fora da música eletrônica, com certeza são as mulheres. Mesmo que em menor número, as DJanes tem sido personagens importantes na evolução da cena dance music mundial, ocupando posições de destaque e mostrando para todos que lugar de mulher é sim, onde ela quiser, inclusive em cima do palco, produzindo, sendo artistas de renome.

Hoje, dia 08 de março de 2021, convidamos algumas artistas brasileiras para nos contarem as alegrias e até mesmo dores de serem mulheres, num ambiente ainda predominantemente masculino. Queríamos fazer um post enaltecendo apenas as partes boas, mas o preconceito e as dificuldades precisam também, serem discutidas num dia tão importante.

Que a cada novo dia e não só no dia 08 de março, nossas mulheres da música sejam mais e mais valorizadas, para que em anos futuros, este post seja apenas de celebração. Feliz Dia Internacional da Mulher a todos as DJanes do Brasil!

B4RBRA

“Muito se fala sobre as dificuldades e os enormes desafios de ser uma artista mulher e eu me considero até uma ativista em favor de uma cena mais feminina, mas acho que isso acaba nos tornando mais fortes. Temos que estudar mais, trabalhar mais pra fazer acontecer, provar o tempo todo que somos capazes… e isso tem sim um lado bom: nos transforma em profissionais melhores do que provavelmente seríamos se não tivéssemos toda essa luta por trás.

Nos desafiamos diariamente a aperfeiçoar nossa técnica, nossas produções, nossas estratégias de marketing, nosso approach com os fãs e com os players do mercado e a consequência disso é a entrega de um trabalho com cada vez mais qualidade. Queremos sempre ser melhores do que fomos no dia anterior, porque sabemos que não temos muito espaço pra errar. A nosso favor temos, claro, a intuição feminina, imbatível aliada no feeling de pista.

Sei que não é uma unanimidade, mas por isso me considero uma privilegiada por, até aqui, ter me sentido muito acolhida pela cena techno. É muito bom sentir que meu trabalho é respeitado, valorizado e admirado, porque me sinto mais à vontade para ser eu mesma e continuar me expressando por meio da música. Sinceramente torço para que isso continue sempre assim. Até porque a música eletrônica é, em sua essência, o respeito às diferenças, a democratização de espaços e expressões artísticas e a valorização do direito de ser quem você é.

Isso sem falar na felicidade que dá ver meninas querendo ser DJs. Eu mesma quando comecei logo busquei por mulheres como minhas referências e elas são minhas maiores inspirações. Ter uma mulher, a Charlotte de Witte, por exemplo, como DJ n.1 do mundo tem um impacto que vai muito além do que podemos tangibilizar. Quando uma sobe, puxa a outra. É sobre abrir caminhos, união e fortalecimento. Espero que um dia eu seja referência, inspiração e, principalmente, abra caminhos para outras mulheres”.

Carola

“Eu amo ser mulher, amo o mercado da música eletrônica, as mulheres em evidência no cenário nacional são poucas, mas acredito que eu compartilhe da mesma vontade de todas, que é a de que mais meninas queiram fazer parte disso e de que façam do jeito certo, se preocupando com a entrega de uma arte genuína para o público e buscando se aperfeiçoar cada vez mais artisticamente. Existe espaço, mas é preciso lutar para crescermos. Meu depoimento é muito mais sobre o que eu espero, do que sobre o eu vejo acontecer hoje!

Espero que em breve, a gente tenha um número muito maior de mulheres sendo valorizadas pelo talento real e pela música por que isso sim importa!

Espero que desde as dúvidas às cobranças, sejam iguais sobre todos os artistas, e não somente sobre uma classe que até hoje luta por espaço, e eu sei que esse espaço existe porque graças a muito trabalho, eu estou conquistando ele, mas eu também sei das dificuldades que eu enfrentei pra chegar até aqui!

Espero que em alguns anos eu consiga trazer um depoimento nessa mesma data que só pontue coisas boas, hoje feliz ou infelizmente, eu preciso usar esse espaço para trazer conscientização. Por aqui eu continuarei estudando e trabalhando para fazer com que mais meninas possam trilhar um caminho menos ardiloso, me colocando sempre a disposição de todas que queiram trocar ideia sobre a profissão e passando a minha visão do que eu acredite ser eficaz no mercado.”

Daphne

“Ser uma DJane é 3x mais desafiador por sermos mulheres, mas isso torna tudo 3x mais emocionante também! É comprovado cientificamente que nós mulheres temos mais sensibilidade ao áudio do que os homens, e sabemos que essa sensibilidade vai além disso. Nós sentimos e nos expressamos com mais facilidade e intensidade, quando a arte é sobre isso!

A energia que recebemos das pistas sempre foram nosso combustível, assim como a nossa energia é o combustível do público. E passamos ela não só através da música, mas também pela nossa expressão, como nossos movimentos em palco, nosso olhar, nossa fala e nossa dança! O fato de sermos tão intensas na forma de sentir e se expressar é o que nos torna tão capazes de romper todas as barreiras que nos são impostas à séculos, e alcançar nossos objetivos, obtendo nosso espaço. Isso para mim é muito mágico!”

Mary Mesk

Acho que nesse dia tão especial para nós mulheres, cabe reiterar o quanto estamos nos tornando importantes na sociedade. São anos e anos de luta e finalmente estamos sendo reconhecidas no meio profissional, estamos diante de um novo paradigma.

Encontrei na música uma forma de expressar e me comunicar, pois eu sei que as mulheres têm muito o que manifestar e optei pelo meio da arte. Afinal, queremos e temos que ser ouvidas.

Produzindo música é onde eu expresso todos meus sentimentos e ideais, um verdadeiro retrato de quem é Mary Mesk. Estar nos decks significa que as pessoas estão me ouvindo e dando atenção pra tudo aquilo que quero contar ao mundo.

É um prazer poder produzir e tocar minhas próprias músicas, saber que conquistei espaço na cena por meio do meu trabalho é muito gratificante.

Me inspiro em muitas mulheres que tiveram essa mesma jornada e gostaria que esse depoimento fosse um incentivo a todas que querem ser ouvidas.

Feliz dia das mulheres!”

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Tebetê #09: Kölsch no Time Warp Brasil 2018

A estreia do Time Warp foi marcada por grandes apresentações, mas com toda certeza, a de Kölsch é inesquecíveis e que agora, está online!

Onde você estava na manhã do dia 04 novembro de 2018? Se você é daqueles, que assim como eu, não lembra nem o que comeu no café da manhã, talvez tenha um pouco de dificuldade para lembrar da data, mas este dia em especial, é inesquecível para o redator que vos fala e para milhares de techneiros do Brasil e até mesmo do mundo: estávamos no Time Warp Brasil, dançando ao som do inigualável Kölsch!

Considerado por muitos, como um dos melhores artistas da atualidade (e com razão), o dinamarquês Rune Reilly Kölsch foi um dos grandes artistas escalados para a estreia do festival alemão em solo brasileiro e o resultado foi nada menos que uma das melhores experiências que já tivemos na vida e que inclusive, está relatada aqui. A apresentação, que já estava eternizada em nossa memória, agora está disponível na internet!

Um pouco mais de 2 anos após o festival, Kölsch finalmente nos presentou com o set daquela manhã. São 3 horas de uma experiência mágica, descrição dada pelo próprio artista. Foi o encerramento do Outdoor Stage do Time Warp daquele ano, mas uma lembrança que jamais será apagada de nossas mentes. Em pouco mais de 24h no Soundcloud, o set já acumula milhares de plays. Um verdadeiro sucesso!

A coluna Tebetê tenta sempre relembrar sets mais antigos, mas um material desse, inédito, disponível após esses anos e em meio a uma pandemia, precisa ser celebrado. Vamos todos relembrar e dançar ao som de Kölsch no Time Warp Brasil 2018

Kölsch Time Warp Brazil 2018 by Kölsch

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Tebetê #08: ASOT 600 ‘The Expedition’ São Paulo

Comemorando os 1000 episódios do ASOT, relembramos na nossa coluna Tebetê a passagem do evento pelo Brasil, em 2013, com o ASOT 600.

É overdose de Armin van Buuren, Trance e ASOT que vocês querem? Pois é o que vamos ter! Este dia 21 de janeiro de 2021 transformou-se numa data super especial para os fãs Armin e do seu programa semanal, o A State of Trance, afinal, foi nesta quinta que a marca dos 1000 episódios foram alcançadas. Um feito gigante para um artista e a cena eletrônica como um todo.

São 20 anos de história e coloca história nisso. Nesses mil episódios, é praticamente impossível contar quantas músicas foram tocadas ou tentar somar as horas totais do transmissão, mas pode ter certeza de uma coisa: foram muitas! Além da programação semanal, o ASOT também virou um evento presencial e pessoas de diversas cidades do mundo puderam sentir a energia do trance em sua mais pura essência e São Paulo não ficou de fora.

Em 2013, na tour de comemoração do ASOT 600, Armin trouxe para a capital paulista o show ‘The Expedition‘, que aconteceu no Espaço das Américas, tradicional espaço de eventos da Barra Funda. Ao lado do chefe da Armada, vieram também Jorn van Deynhoven, Markus Schulz, Orjan Nilsen, Ruben De Ronde e Tomas Heredia. O redator que vos fala estava lá e viveu cada segundo desse show inesquecível!

Infelizmente os shows dessa edição não estão mais nos canais oficiais do A State of Trance, mas como a internet é uma terra sem lei, encontramos vídeos das performances de quase todos, exceto os dois sets de Armin, que encontramos apenas em versões áudio, sendo uma delas no Mixcloud e outra no Youtube, no canal oficial do holandês.

Abaixo, estão todos os links que encontramos e esperamos que eles possam servir para matar um pouquinho a saudade de quem estava lá, a curiosidade de quem queria saber como foi ASOT em terras brasileiras e que em breve, o evento possa retornar para nosso país.

É hora de Tebetê com o ASOT 600 São Paulo!

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Os melhores sets da virada de 2021. Assista!

Compilamos as melhores livestreams da virada de 2021 para você começar o ano cheio de muita música boa! Assista as apresentações!

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De Porter Robinson a ZHU: 5 álbuns que devemos esperar em 2021

Alguns foram adiados anteriormente, já outros seguem o plano de lançamento. Confira quais alguns dos 05 álbuns que devem sair em 2021.

Flux Pavilion

Assim que um novo ano começa, as expectativas são grandes para novos planos, projetos e na música eletrônica não seria diferente. Após um 2020 caótico e quase sem movimentação na indústria, se compararmos com anos anteriores, 2021 promete ser cheio de novidades e algumas delas são os lançamentos de álbuns tão esperados pelo público da dance music mundial.

Confira agora uma parte da lista preparada pelo site YourEDM, onde foram separados 10 dos álbuns que devem ser lançados este ano, mas que selecionamos 5. Alguns deles estavam previstos para 2020, mas por motivos óbvios, foram adiados, enquanto outros seguem o plano normal de lançamento e devem ser disponibilizados no decorrer dos próximos meses. Veja o que está por vir:

Zedd

Para abrir a lista, está um dos álbuns que era esperado o ano passado, o tão aguardado Z3, mas que precisou ser adiado. Através do Reddit, o artista anunciou o adiamento:

Decidi adiar o álbum para quando as coisas estiverem mais normais. Eu realmente queria que saísse em 2020, mas coloquei o álbum em espera porque durante a quarentena, eu simplesmente não senti a inspiração de fazer deste o melhor álbum possível.

Com o começo da vacinação em diversos países e a possibilidade do retorno dos shows no decorrer dos meses, torcemos para que Zedd tenha de novo a inspiração necessária para finalizar seu material.

ZHU

Outro álbum que havia sido anunciado para o começo de 2020, mas que viu seus planos serem adiados por conta da covid-19, é o terceiro de ZHU. Assim como Zedd, ZHU adiou sem planos, sem definir uma nova data de lançamento, o que nos deixa ansiosos e aguardando ansiosamente por notícias. Esperamos poder ouvir o álbum em breve.

Porter Robinson

O ‘Nurture’, segundo álbum e muito aguardado de Porter Robinson, seguiu o mesmo caminho que os citados anteriormente. O material, que já foi finalizado, seria lançado no ano passado, mas foi adiado para este ano, ainda sem uma data definida. Há grandes chances de singles ou até mesmo o álbum completo ser lançado, a qualquer momento, no decorrer dos próximos meses. Estamos de olho!

Flux Pavilion

O álbum .wav, que estava programado para o fim de 2020, teve um fim diferente dos anteriores. A pandemia não foi o fator determinante para o adiamento do lançamento, mas a morte Cookie Monsta fez com que Flux transferisse para dia 21 de janeiro o material, em respeito e luto a seu grande amigo.

https://twitter.com/Fluxpavilion/status/1331689409637445635

Feed Me

Encerrando nossa lista especial, Feed Me é o que tem o anúncio mais recente de um novo álbum. O comunicado, feito em 21 de dezembro passado, diz que será um material com menos vocais. Nos próximos meses, singles devem ser lançados, até o material completo e que será o 4º do artista, seguindo os álbuns ‘Feed Me’s Big Adventure’, ‘Calamari Tuesday’, and ‘High Street Creeps.

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All-In: Conheça as 10 apostas do Beat for Beat para 2021

Conheça as principais apostas da redação do B4B de artistas para o mercado da dance music, nacional e internacional, em 2021.

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Qual a principal vantagem de ser um duo?

Falamos com alguns projetos brasileiros que compartilham o palco e os estúdios lado a lado, que revelem a magia por trás do duo. Confira!

Flow & Zeo

Se você ama música, mas ama de verdade, muito provavelmente já pensou em ter uma banda — ou até já teve? — ou formar um projeto musical, seja de forma solo ou mesmo em parceria com outra pessoa. Mas e aí, será que é melhor apostar numa carreira de forma individual, tendo mais liberdade criativa e fazendo acontecer sem depender do outro, ou o ideal seria ter alguém ao seu lado para compartilhar ideias e um empurrar o outro em momentos difíceis?

Nós fomos até alguns artistas como Flow & Zeo, Doctor Jack, Innure, DEC90 e The Primitive Soul, todos projetos no formato duo, para saber qual é a melhor coisa de ter um parceiro ao seu lado, seja em cima dos palcos, dividindo espaço no estúdio ou mesmo ajudando a lidar com tudo o que envolve ter uma carreira artística.

Para o Flow & Zeo, “A soma de duas mentes criativas dá mais energia para execução nos sets e no estúdio. A sintonia entre as partes é fundamental. Sonho que se sonha junto vira realidade”.

Os outros depoimentos você confere abaixo, conteúdo especial para você que tá em cima do muro se deve ou não chamar aquele parça ou aquela amiga para montar um duo:

Doctor Jack

Doctor Jack
“A distribuição de funções é uma vantagem incontestável do duo, pois acaba desafogando muitas tarefas que sozinho seria trabalho dobrado. Outra vantagem é criatividade, duas cabeças pensam melhor que uma. E também, não menos importante, o “gás” para não desanimar, sempre tendo um que puxa a frente das situações quando o outro está mais para ‘baixo’.”

Innure

Innure

“A criatividade é um dos principais fatores pra gente. Ter duas cabeças pensando nos faz chegar em caminhos que não seguiríamos individualmente. Além disso, por maior que seja a conexão, sempre terá algo que difere as duas partes, tais como a personalidade de cada um, gostos peculiares, entre outras variantes, e juntar os ‘dois lados da moeda’ é o que forma uma identidade totalmente nova e mais forte, consistente. Por fim, acreditamos que é sempre bom ter mais de uma opinião de referência para saber se o que está sendo feito soa bem para mais de uma pessoa.”

DEC90

DEC90

“São quatro ouvidos, quatro olhos (no nosso caso 8, risos), quatro braços (que são muito importantes na hora do live act), duas bagagens de vivências e experiências que se somam. Temos percepções semelhantes, mas diferentes, e isso enriquece o processo criativo. Claro que, para que tudo flua, a conexão e sintonia deve estar tinindo! Como ambos tocam tipos diferentes de instrumentos, podemos revezar quem comanda a controladora enquanto o outro sola. E vale destacar: na hora H, quando damos o primeiro play e o friozinho na barriga surge, estar com um parceiro ao lado e ver aquele olhar familiar de positividade traz toda a segurança.”

The Primitive Soul

The Primitive Soul

“Acho que ter dois focos é um dos principais fatores, dividir trabalhos e resolver mais coisas simultaneamente. Na mixagem sempre é bom ter quatro mãos invés de duas! Tem duos que atuam de forma independente, mas nós trabalhamos para sempre estar em sintonia e complementar a mixagem do outro. Na produção e pesquisa musical, o gosto pessoal diferente, ajuda bastante em tornar mais dinâmica e profunda esses jobs.”

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UMEK e Viberate: o uso de análise de dados em lançamentos musicais

Um dos grandes nomes do techno mundial, UMEK, contou com a ajuda da Viberate e suas análises de dados em seu retorno aos charts.

Grandes artistas surgem diariamente no mundo da música eletrônica, mas são poucos os que conseguem manter uma carreira constante e UMEK é um deles. O artista esloveno, que já foi personagem da nossa coluna Techno Bunker, possui mais de 30 anos de estrada e recentemente decidiu usar a tecnologia ainda mais a seu favor e não somente na hora de produzir e tocar, mas também, na análise de dados.

Sabemos que no mundo atual, fazer música tornou-se algo um tanto quanto simples, porém, existe algo que nada pode comprar e estamos falando de talento. Imagine então que agora, você pode atrelar seu dom genuíno a uma plataforma que é capaz de analisar números diversos e te ajudar a aproveitar ainda mais seu lançamento. Essa é a função da Viberate, a nova empreitada de UMEK e que tem ajudo a sua gravadora, 1605.

“Vamos deixar uma coisa bem clara: você não pode chegar ao #01 sem talento e muito trabalho. Uma análise de dados nunca irá substituir isso, mas pode ser uma excelente arma secreta. Meus amigos no Viberate me tornaram um verdadeiro geek de estatísticas, então, enquanto algumas pessoas ficam o dia inteiro no Facebook, eu estou lá fora olhando gráficos e comparando tendências. É incrível!” diz UMEK.

Neste ponto do texto você deve estar se pensando: tá, mas e daí? Calma que vamos te explicar!

1065, gravadora de UMEK

Hoje, o marketing digital tem ajudado profissionais de diversas áreas a atingirem ótimos resultados no mundo virtual, afinal, já é de conhecimento geral que as redes sociais como Instagram, Facebook, Youtube e até mesmo o TikTok, ditam as tendências de mercado, viralizando conteúdo e gerando cada vez mais receita, certo? Pois é ai que a Viberate entra, como uma nova plataforma de análise de dados, mas especializada em música.

De modo geral, a Viberate oferece métricas simples, mas que podem ser bem eficientes para artistas e gravadoras: ela mostra o desempenho em mídias sociais e canais de streaming de música, como Spotify e Deezer; percepções sobre públicos e tendências de gênero; análises detalhadas do Beatport e até mesmo como os artistas estão conectados uns aos outros. No vídeo abaixo você vê uma amostra da “corrida” dos artistas de techno no Beatport entre 2014 e 2020.

“Acredito que ter as informações certas é um dos fatores mais importantes para se fazer sucesso na indústria musical. Eu adoraria ajudar a tornar isso acessível ao maior número possível de outros artistas e essa a missão da Viberate. Além da plataforma, organizaremos webinars gratuitos para ensinar a todos como usar os dados por conta própria.” conclui UMEK

No próximo dia 22 de dezembro acontecerá um desses webinars, onde o artista e agente, Vasja, contarão como estão usando a plataforma e como todos podemos fazer isso. Para se registrar e fazer parte do evento online, basta clicar aqui e se ficou curioso para conhecer o Viberate, basta acessar o site oficial clicando aqui.

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