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Editorial

Ariele Quaresma, a bissexualidade e a dualidade da disco com funk

Bissexual assumida, Ariele Quaresma luta contra o preconceito, machismo e traz em sua essência, misturas inusitadas na pista.

Ariele Quaresma

Perante a música, somos todos igual e é isso que queremos mostrar em nossa #PrideWeek. A tradicional semana do B4B, voltada a comunidade LGBT, abre seus trabalhos com a Ariele Quaresma, uma artista que, além de enfrentar o machismo tão intrínseco na nossa sociedade, ainda precisa enfrentar a bifobia e o preconceito musical, por conta de suas escolhas sonoras.

Com uma carreira fomentada num dos maiores centros noturnos de São Paulo, a Rua Augusta, Ariele precisou batalhar bastante para conseguir o destaque no circuito Baixo Augusta, passando por algumas situações e aprendizados, que ela compartilhou com a gente na entrevista abaixo. Confira nosso papo com Ariele Quaresma na Pride Week.

Beat for Beat – Ariele, obrigado por conversar com a gente, ainda mais nessa semana tão especial. Pra começar, conta pra gente: como é representar a letra B, as vezes tão esquecida na sigla LGBT?

Ariele Quaresma – Oi pessoal. É um prazer conversar com vocês. Como DJ, mulher, bissexual, periférica, descendente de nordestinos, eu sou uma pessoa completamente fora dos padrões que a sociedade impõe. Eu sou tudo aquilo que queriam que eu não fosse. Representar a letra B da sigla traz o stigma da hiper sexualização, de ser objetificada, já que a sociedade e até mesmo nossa comunidade, não enxergam o bissexual como alguém que sente atração por ambos os gêneros. Nós não somos vistos, de fato, como realmente somos.

Muitas pessoas, principalmente casais, às vezes esquecem que somos pessoas que possuímos sentimentos. Acham que por sermos bissexuais, não podemos nos apaixonar por alguém, por não ter uma preferência e não é bem por ai. Não somos pessoas promíscuas e que só queremos sexos. Além disso, existe ainda a ideia de que uma mulher bissexual, por exemplo, ao se relacionar com uma mulher, passa automática a ser lésbica ou se for namorar um homem, transforma-se numa pessoa heterossexual e não é assim. Eu posso continuo sentindo atração por ambos. As pessoas precisam levar um pouco mais a sério as escolhas das outras e parar de coloca-las em caixas.

Esse “esquecimento” que as vezes sofremos, é porque as pessoas nunca nos veem como realmente somos, mas sim, como elas pensam que a gente seja.

Quando você fala na hiper sexualização, isso já aconteceu também na cena noturna? Você já sofreu algum preconceito ou resistência por sua orientação, na hora de ser contratada pra uma gig ou fazer um evento?

Ariele Quaresma – Pra minha sorte, eu nunca deixei de ser contratada por conta da minha orientação, mas já senti sim, assédio por parte de alguns contratantes. Não posso afirmar que ser bissexual tenha causado tais assédios, mas há uma grande chance, uma vez que sou assumida abertamente. Minha família, amigos e consequentemente, contratantes, sabem da minha orientação.

Já aconteceu de pessoas fazerem brincadeiras sexualizadas comigo. De homens casados acabarem passando a mão, só pelo fato de eu estar com um vestido. Situações que, infelizmente, a mulher sofre pelo simples fato de ser mulher, vai além da orientação sexual. O homem cis hetero precisa entender que ele não tem poder sobre o corpo do outro.

Em toda a minha vida, eu tive que falar um pouco mais alto que os outros, pra ser ouvida, então de certa forma, a vida me preparou para esse tipo de situação. Eu não fico mais calada e ninguém jamais me calará. Hoje, já não trabalho mais com pessoas que me submeteram a tais situações.

Ariele Quaresma na Selva | Foto: FALZER

E partindo então agora pro seu trabalho. Você é uma DJ que aborda um gênero não tão executado mais, que a disco. Como você chegou num dos estilos eletrônicos mais clássicos?

Ariele Quaresma – Minha carreira começou no circuito do Baixo Augusta e eu acaba tocando aquilo que precisava ser tocada, o que era pedido. Conforme eu fui ganhando experiência, autonomia e reconhecimento, comecei a explorar gêneros musicais que já faziam parte da minha vida e a disco music é um desses estilos.

Desde muito cedo, sempre fui influenciada pela minha mãe. Tenho memórias da minha infância, quando no fim de semana, durante nosso único tempo livre juntas, ela colocava aqueles CDs de flashback e isso me marcou. Além disso, após ler o livro “Todo DJ Já Sambou”, potencializei uma paixão que já existia dentro de mim e quanto mais eu pesquisava, mais eu queria tocar aquilo. Foi um efeito de dentro pra fora. Quando eu me encontrei musicalmente falando, tudo fluiu melhor.

Além de se especializar na disco, você trouxe novos elementos pra sua apresentação, misturando ele com funk, como no seu último set. Como surgiu a ideia dessa mistura tão inusitada e como foi a aceitação do público?

Ariele Quaresma – A minha carreira começou na Augusta e lá, o público é muito jovem e o estilo mais difundido entre eles, é o funk. Tem até uma brincadeira entre os DJs que basta a gente chegar na cabine, que alguém vai perguntar que horas vai começar o funk. É inevitável.

Além de existir a demanda pelo gênero,o funk faz parte de mim. Eu sou da periferia de São Paulo e o funk é uma das minhas realidades. Eu gosto de funk. Eu acredito que ele precisa ser reconhecido como um sub gênero da música eletrônica, já que todos os beats e samples são criados eletronicamente. O funk não é orgânico. Eu mesmo gosto muito de usar parte de uma música para criar outra. O funk combina sim com a música eletrônica, além de ser um estilo genuinamente brasileiro e eu tenho orgulho disso.

E fazer essa mistura, fez com que o seu público buscasse conhecer mais sobre música eletrônica? Você sente que conseguiu cumprir seu papel de educadora musical?

Ariele Quaresma – Eu vejo que meu trabalho, funciona como uma fusão entre os dois mundos. O público da música eletrônica passou a ter um contato maior com o funk, que ainda é muito marginalizado e vice-versa. Acredito que sim, consegui cumprir com meu papel de educadora musical e não só isso, em todas as festas que eu toco, eu tenho um olhar mais politico na hora de fazer essa fusão, pra juntar o melhor dos dois universos de forma coerente. Acho que a missão foi cumprida.

Falando também na questão politica, você tenta transmitir uma mensagem de liberdade de expressão, de enaltecer a cultura e artistas LGBT dentro dos seus sets? 

Ariele Quaresma – Assim como o meme fala, eu sempre tento “trazer um pouco de cultura pra esse povo”. Artistas LGBT são 60% do meu set. Eu sempre tento levar representatividade para as minhas apresentações. Hoje, já existem alguns funks de boa qualidade surgindo, nesse movimento de tech-funk, que são tracks de fato, misturando os dois estilos e que conversam com tanto com a comunidade LGBT quanto com o universo cis hetero. Eu consigo deixar meu trabalho bem balanceado.

Ariele Quaresma no Sputnik Bar | Foto: Bruno Carmo

Quais são os planos pra sua carreira musical?

Ariele Quaresma – Hoje, é continuar com a ascensão. Quero visitar lugares novos, ir para outros estados além de São Paulo e Minas Gerais. Quero melhor ainda mais o trabalho que venho fazendo, expandindo minhas pesquisas, meus estilos musicais. Quanto mais eu conhecer, maiores são as experiências que posso proporcionar. Imagine levar o disco-fluxo para outros países? Seria incrível.

Pra finalizar, que atitudes você acha que a sociedade precisa mudar, urgentemente, com relação a comunidade LGBT? O que você acha que podemos fazer pra mudar, nem que seja de forma pequena, o mundo em que vivemos?

Ariele Quaresma – Eu sou uma pessoa que tem muita fé, mesmo não seguindo mais a crença cristã que eu já tive. Hoje, vivemos num país quem a maioria é cristã e por isso, quero direcionar um recado para eles, que são as pessoas que mais precisam ouvir: precisamos pregar uma coisa que Jesus mesmo dizia, o amor ao próximo. Ame o  próximo como a ti mesmo.

As pessoas ainda estão em lugares de julgamento, achando que são melhores que as outras por conta de suas crenças, suas opiniões travestidas de preconceito e não é bem por ai. O respeito é o mais importante. Eu amar uma mulher ou um homem, não define quem eu sou. A minha condição sexual não define quem eu sou. As pessoas precisam ter mais amor pela vida alheia. É isso que falta para que possamos viver de forma mais saudável em comunidade.

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Entrevista

Entrevistamos: Topic

Alemão de alma sueca, Topic é um artista que destoa do cenário do seu país natal, mas entrega música de altíssima qualidade. Confira nossa entrevista.

Topic

A Alemanha é um país que respira música eletrônica e é de lá, que saem grandes nomes do cenário internacional e Topic é um deles. Artista da Universal Music, o alemão destoa da sonoridade característica do seu país natal, o que o transforma num artista único. Dono de hits como ‘Light It Up‘, Topic conversou com a gente e abriu o jogo sobre o processo de composição de uma track, suas influências e muito mais. Entrevistamos: Topic

Beat for Beat – Olá Topic, tudo bem? Como todos sabemos a Alemanha é uma das capitais que mais abrigam a dance music no mundo. Seus clubs são recomendados por todos os amantes do gênero. Como seu país te ajudou a desenvolver a música que você produz atualmente? Quais são suas referências alemãs de tratando de produção musical?

Topic – Para ser sincero, a cultura musical da Alemanha não me inspira tanto assim, por conta da sonoridade predominante. Devo dizer que a cultura sueca e os artistas da Suécia me inspiram um pouco mais. Parece que de alguma forma, eles carregam a música em seus genes, tanto que o A7S é sueco e após tantos anos trabalhando juntos, ele se tornou um grande amigo meu.

Como funciona seu processo de composição? Quais são suas atuais inspirações para compor suas letras?

Topic – Deixe-me guia-los através do meu processo criativo habitual: antes de começar a escrever uma música, todas as pessoas que farão parte dela se reúnem e conversamos sobre o que está acontecendo em suas vidas; o que os movem. Esses “tópicos” (risos), são então processados e transformados em música. Às vezes, uma música em si nem é sobre uma determinada situação que foi vivenciada por você mesmo, mas um conjunto de emoções, que pode ser vivida e simpatizada por muitos.

Como surgiu a ideia em criar ‘Breaking Me’, um dos seus últimos singles? Você já planejava ter A7S nos vocais?

Topic – Eu já trabalhei com o A7S em diversas tracks minhas e em ‘Breaking Me‘ ele fez, mais uma vez, um trabalho de voz perfeito. Em nenhum momento eu pensei em outra pessoa cantando, que não ele. Poderia até não ter sido o sucesso que foi, se não fosse com os vocais dele. Após uma primeira sessão de composição em Berlim, trabalhamos na música por quase 2 meses, até que tivemos um bloqueio criativo. Resolvemos então terminar a track numa viagem em Miami e foi ali que a mágica aconteceu. O resultado vocês já conhecem.

Você é também  o responsável por selecionar os artistas que remixam oficialmente suas tracks? Há algum remix que te impressionou?

Topic – Sim, eu escolho todos os remixers a dedo. Todos eles são incríveis, cada um a seu modo, mas uma das versões que mais gosto é a do Hugel pra ‘Breaking Me’. Ele é um grande amigo meu e fiquei muito feliz em termos conseguido trabalhar juntos, finalmente.

Neste momento em que o mundo se recupera lentamente de uma pandemia, como você vê o futuro do mundo da música? Quais são os seus planos para quando tudo voltar ao normal?

Topic – O cenário eletrônico sempre encontrou uma forma de se adaptar, evoluir. Hoje, já existem formas de curtir uma evento de maneiras diferentes, sempre em conformidade com as regras impostas, como por exemplo os shows drive-in e as lives. Espero que tudo volte ao normal em alguns meses e que a gente possa desfrutar de um bom festival novamente, juntos. Acredito que as pessoas vão sair mais, aproveitar mais, após esse tempo de isolamento. Já eu, pretendo me apresentar em mais países, lugares novos. Estou muito ansioso para isso!

Rave Drive-In na Alemanha com Boris Brejcha

Já veio ao Brasil? Existem alguém do nosso país com quem gostaria de trabalhar? 

Topic – Eu ainda não estive no Brasil, mas adoraria conhecer seu país. Existem muitos artistas excelentes e com certeza, eu adoraria trabalhar com Alok.

E pra finalizar, deixe uma mensagem para seus fãs brasileiros:

Topic – Ei Brasil! Muito obrigado pelo suporte e carinho de sempre. Continuem ouvindo minhas músicas, além do meu último single ‘Like I Love You‘. Espero podermos nos encontrar em breve, mas enquanto isso não é possível, fiquem seguros e saudáveis. Até!

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Entrevista

Entrevistamos: Coppola

Com EP assinado pela DOC, apresentação em grandes clubs e talento de sobra, conversamos com Coppola. Confira nossa entrevista.

Um verdadeiro menino prodígio. Luiz Coppola, ou simplesmente Coppola, começou sua carreira muito cedo e mesmo com o obstáculo da idade e certa falta de experiência, provou pra todo mundo que é um profissional talentoso e isso é refletido em todas as suas conquistas, que incluem um EP por uma renomada gravadora e apresentações em clubs como Ame, D-EDGE a até mesmo no festival Universo Paralello.

Conversamos com ele (de forma virtual, claro) e ele nos contou um pouco sobre sua trajetória, a parceria com Gui Boratto, seu último EP, entre outras. Confira nosso papo. Entrevistamos: Coppola.

Beat for BeatOi Coppola, tudo bem? Obrigado por conversar com a gente! Você começou a tocar desde muito cedo, logo aos 12 anos e ganhou destaque bem rápido ainda na DJ Ban, onde fez suas aulas de produção, entrando então para a Plusnetwork. Começar ainda adolescente, tirou credibilidade do seu trabalho?

Coppola – Oi pessoal. Primeiramente, muito obrigado aí, pelo convite.

Eu acho… não sei se tirou a minha credibilidade, eu acho que a galera, os contratantes principalmente, não botavam fé em mim, não acreditavam no meu trabalho. Eles achavam que eu não conseguiria fazer o que uma pessoa de, sei lá, 25 anos conseguiria fazer, e foi mais isso. E o público, algumas pessoas, achavam que eu tinha ghost producer e etc. Com o tempo eu fui fazendo algumas lives no meu Facebook, no meu Instagram há um tempo, posts produzindo também para quebrar um pouco disso aí que a galera falava.

Então, como o Luiz vê o Coppola de alguns anos atrás, com relação aos dias de hoje?

Coppola – Uns anos depois, acredito que eu não entendia muito bem como que funcionava a cena, os eventos, eu não tinha muita noção sobre o ramo. Eu era jovem, então não tinha o feeling que tenho hoje, de saber como que funcionam as coisas direito, então eu imagino que eu tenha feito muita merda e falado muita groselha por aí.

Coppola no Ame Club

Você já comentou que Gui Boratto é um dos artistas que o influenciam e agora, o próprio Gui remixou uma track sua, no ‘Kings & Queens’. Como foi o convite para assinar pela DOC e mais ainda, ter um remix assinado por um de seus ídolos?

Coppola – O convite, para assinar com a DOC, surgiu um tempo atrás. Eu já conheço o Gui há uns 4 anos e esse convite surgiu, sei lá, há mais ou menos 4 anos atrás também. O Gui já sabia que eu produzia, ele já sabia que num futuro próximo, alguma coisa boa iria sair, sabe, musicalmente. Quando fiz “Kings & Queens” há mais ou menos um ano e meio atrás, mandei uma demo pro Gui, e ele adorou o som. A gente mexeu nele e aí decidimos que ia ser o meu primeiro single, lançado pelo DOC.

Depois a gente teve a ideia de algum remix pro som. E aí o Gui tinha pensado em uns nomes gringos, aí eu falei “por que você não faz os remixes do som?“. Ele topou, e fiquei muito feliz porque pra mim era um sonho né, sempre gostei muito do som dele, muito mesmo. Ele tem uma coisa que os outros produtores não têm, que é um lado mais musical, os arranjos dele não são muitos fantasiosos, os timbres não são fantasiosos, são uns timbres mais orgânicos, é uma linha de som que não se vê muito nos DJ’s e eu curto essa linha demais, e foi isso. Adorei o remix, fiquei muito feliz.

Falando ainda no ‘Kings & Queens’, conta pra gente um pouco do processo criativo da música. Como trabalhar com a dupla 2STRANGE, que colabora com os vocais e todo a concepção da track, até seu resultado final.

Coppola – O 2STRANGE, eles são meus amigos há mais ou menos uns … eles não são meus amigos há muito tempo, mais ou menos uns dois anos, mas eu conheci eles há uns três anos atrás. No ano passado, 2019, mais ou menos no começo do ano, tive a ideia de juntar a gente no estúdio, pra ver o que saia. Eu já sabia que eles eram uns puta cantores, puta timbre de voz, só que eu não sabia o que ia sair no estúdio, pelo fato do estilo deles ser outro né.

A gente se juntou no estúdio, comecei a produzir uma base para o som, eles estavam curtindo também. Enquanto eu produzia a base, eles já estavam escrevendo a letra, no final da noite eu já tinha um belo esboço do que iria ser a música, no dia seguinte dei mais uma trabalhada nela, e no terceiro uma lapidada final, e aí mandei pro Gui. O Gui adorou o som, a gente deu mais uma mexida juntos nela, e depois ele fez o remix, o processo foi meio que esse.

Foi muito legal também trabalhar com 2STRANGE no meu estúdio, porque foi um processo bem rápido. Eles são muito bons, eles gravam uma vez e já sai perfeito, nem precisa gravar de novo, então tipo, foi muito bom. Se você já tiver uma base, os moleques em uma hora de gravação, tá perfeito e muito bom. Foi um processo rápido, a criatividade surgiu ali na hora e talvez por a gente tá junto no estúdio, talvez tenha tido alguma energia boa, que quando junta amigos no estúdio sai coisa boa, sabe.

Coppola e Gui Boratto

Falando um pouco da situação atual em que o mundo se encontra, o seu fluxo de produções e estudos, foi afetado por conta da pandemia? O que você tem feito para enfrentar a questão do isolamento social?

Coppola – Na parte dos estudos, eu estudava bateria, baixo, teclado e guitarra todo dia. Como eram aulas na escola de música, não tenho conseguido mais fazer, mas eu tenho tentado estudar o máximo que dá em casa. Também tenho produzido como eu nunca produzi antes, venho produzindo muito mais. Então acho que pro meu lado criativo foi bom, mas não vejo a hora dessa pandemia acabar pra poder voltar a tocar, estou com muitas saudades!

E já que estamos falando no que você está fazendo atualmente, conta pra gente, quais são os artistas que estão na playlist do Coppola? Quem música de outro artista, você indicaria pra gente hoje?

Coppola – Então, essa pergunta é meio difícil, já que sou muito eclético em estilo, mas sou difícil pra gostar de música. Todo estilo vai ter alguma coisa que eu gosto, no dia a dia é difícil de falar o que eu escuto, porque eu escuto muito jazz, muito funk norte-americano, diversos artistas. Mas do dia a dia o que eu mais escuto de jazz é o Herbie Hancock, e de tocar, eu tenho tocado muito uma pegada meio indie dance.

O que eu toco também é difícil de falar porque toco muita coisa de vários artistas diferentes, não tenho um artista favorito. De música eletrônica eu tenho lá os meus cinco artistas favoritos, que me influenciam, mas que não é necessariamente a pegada que eu toco, sabe. Tipo tem o Eric Prydz, que me influencia, o próprio Gui, Deadmau5, Todd Terje, que é um puta produtor que eu gosto muito também, muito criativo.

Então tem a parte que me influencia que é essa, tem a parte que eu toco que é mais indie dance e tem a parte que eu escuto no meu dia a dia que é mais jazz, mais funk, é meio difícil essa pergunta aí pra mim, mas tentei responder o melhor que eu pude (risos).

Coppola no Universo Paralello

Por ser um produtor mais jovem, você consegue mostrar para outras pessoas e principalmente, para aqueles que buscam seu lugar na indústria, de que os sonhos são possíveis e reais. Que dica você daria para nosso leitor que sonha em ter grandes oportunidades, assim como você.

Coppola – Eu acho que uma dica que eu daria que, no olhar das pessoas pode ser errado, mas que pra mim funcionou, é não esperar as pessoas virem atrás de você, você ir atrás delas, estudar e produzir.

Produzir é uma coisa que se você não fizer hoje em dia, em 95% a 99% dos casos, sua carreira não vai dar certo, então hoje em dia é necessário fazer música. Eu acho que você não pode esperar as coisas acontecerem, você tem que ir atrás delas também. Sempre vai aparecer uma oportunidade, e quando chegar essa oportunidade, você tem que abraçar ela, porque muitas vezes, essas poucas oportunidades que podem mudar a sua vida, podem não voltar mais.

É nisso aí que eu acredito. Acredito que do jeito como eu já tenha abraçado a minha, eu tô trabalhando pra ela dar certo. É uma coisa meio incerta mas, essa é a dica que eu dou: não deixarem as coisas acontecerem por si só,. Você tem que ir atrás delas.

Coppola em seu estúdio

Pra finalizar, estamos chegando no fim do 1º semestre e mesmo que todo o cenário do Brasil e do mundo seja incerto, quais são os seus planos para a 2ª metade do ano? O que podemos esperar do Coppola?

Coppola – Enquanto o mundo estiver nessa pandemia, todo mundo de quarentena, sem evento sem nada, os meus planos são fazer músicas mais tranquilas, com menos foco em pista, quero dizer, com menos foco em uma pegada de pista e fazer umas coisas mais melódicas, uns houses até, fazer umas coisas mais na pegada da “Kings & Queens”. Acho que eu vou lançar umas coisas mais nessa pegada, mais calma, por enquanto que a gente tá nesse período.

E aí quando as coisas voltarem, eu volto a lançar algumas coisas de pista. Mas isso aí é incerto, vou lançar o que eu achar legal, pode ser que eu faça alguma coisa mais pista que eu ache super bacana e que eu queira lançar, então pode ser que eu acabe lançando, mas a tendência é que eu faça mais sons calmos por enquanto que a gente tá nessa quarentena.

Coppola – D.O.C Showcase At D – Edge by Coppola

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Editorial

Há momentos, em que uma mudança é necessária. Nós mudamos!

Nesta carta da redação, expressamos o nosso desejo de mudança, apresentando o novo Beat for Beat, mas sem deixar a música parar.

A vida é feita de fases e está na hora de encerrarmos uma, para começar outra. Hoje, o Beat for Beat oficializa sua nova temporada, sua nova cara. Hoje, assumimos novos desafios, criamos novas perspectivas e começamos uma nova jornada. Caminharemos em uma nova direção.

Nesses últimos 4 anos, o Beat for Beat teve como missão, democratizar a forma como a música eletrônica é noticiada. Tentamos estreitar ou até mesmo eliminar as barreiras, muitas vezes impostas por nós mesmos, que tanto dividem o cenário eletrônico.

Perante a música, todos são iguais, do mais comercial ao extremo underground. Não deve haver diferenciação. Acreditamos que conseguimos cumprir com nosso dever.

Nosso logotipo ganhou nova forma. Nosso site um novo layout. Cadernos existentes foram reformulados. Novas colunas surgirão. Mas o mais importante, a nossa essência não mudou e jamais mudará. Seguiremos com nossa missão, mas agora, ainda maior. Queremos desbravar o desconhecido. Proporcionar novas experiências.

E este momento de renovação é por causa de vocês, nossos leitores, que tanto nos acompanham e incentivam. Nos dão fôlego para continuar, mesmo não sendo tão fácil. São vocês que nos fazem trabalhar dia após dia, para trazer o melhor da música eletrônica, de forma simplificada, despojada, informativa e divertida. É para vocês, que o Beat for Beat existe.

A partir hoje, oficialmente, daremos início para essa nova fase. Continue nos acompanhando, para saber de todas as novidades que estão por vir e claro, sem deixar a música parar. E ela jamais vai parar, afinal, Música é a Resposta!

Bruno Bellato e Viktor Raphael
Editores

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