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Metade do duo Duc in Altum, Eric produz arte muito além da música

O artista Eric, do duo Duc in Altum, reflete, junto à Beat for Beat, suas influências e inspirações multi-artísticas. Conheça-as.

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Em bate papo exclusivo, Felipe Fella distingue objetivos de técnica

Batemos um papo com o DJ e produtor Felipe Fella sobre carreira, metas, objetivos e o que é necessário para uma trajetória sólida.

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Entrevista

Entrevistamos: Mandragora

Considerado o líder do “future progressive”, o mexicano Mandragora, de alma brasileira nos conta mais detalhes sobre sua trajetória musical.

Mandragora é o projeto de “future progressive” de um DJ e produtor mexicano com talento notável e presença de palco contagiante, sem dúvidas um dos destaques da nova geração do Psytrance. Desde 2012 trabalhando com sua música, ele deu um salto quântico quando recebeu grande destaque com a faixa “Wild Wild West” produzida em parceria com o projeto Groovaholik e remixada pelo produtor Sesto Sento, um nome de peso dentro da comunidade Trance.

Com passagens em selos como Def Jam, Alien Records e SPINNIN, o artista já encabeçou um álbum triplo, com vinte e sete faixas de estilos diversos, muitas delas nem mesmo aplicáveis dentro de um único gênero – o que ele já admitiu ser proposital. É só conferir seu catálogo nas plataformas e entender que se trata de um produtor versátil que não está muito preocupado com distinções disso ou daquilo.

Trocamos uma ideia bem detalhada com ele para saber mais sobre sua história, a jornada com a música, a mística por trás de sua biografia e claro, sobre os planos que vem por aí. Confira!

Beat for Beat – Olá Mandragora, tudo bem? Bom, antes de mais nada conte-nos sobre esse viajante do tempo, vindo de 1354, estamos curiosos! E como tudo começou na música pra você?

Mandragora Oá, pessoal! Desde criança eu sabia que eu ia trabalhar com cultura, minha mãe me botou numa aula de piano aos 4-5 anos e quando tinha 11 anos meu avô me deu uma antiga câmera de vídeo, então comecei fazer filmes curtos. Aos 16 anos fui aceito no conservatório de música de Chihuahua, mas fiquei apenas um ano porque ao mesmo tempo já tinha começado a produzir. Depois comecei a trabalhar em telemarketing e conheci a rave ao mesmo tempo, um brother me abriu os olhos que eu ia me dar bem como produtor de trance, botei fé e agora estamos aqui!

Você é considerado um dos novos talentos da nova geração, especialmente pelo seu jeito desprendido de rótulos. Por que você assumiu essa postura?

Mandragora Porque acredito demais em mim mesmo e eu queria que os outros acreditassem também, o DM que eu mais recebo é de pessoas agradecendo não pela música, mas pelo efeito que tem na vida deles, eles me contam que sentem coragem pra viver a vida, então eu tenho que tomar riscos pra inspirar outros a tomar riscos também. Só os loucos sabem, as pessoas que conseguem mudar o mundo são os que são malucos o suficiente pra acreditar que elas podem mudar o mundo.

O que nutre sua alma na hora de criar seus sons?

Mandragora Me divertir! obviamente!

Você teve uma música remixada por um projeto famoso da cena Psytrance, o Sesto Sento, como foi para você esse tipo de reconhecimento? O que mudou após esse feito?

Mandragora Mano, eles me deram a maior moral! Antes do remix e antes de ser Vini Vici, lá no México, trombei com eles várias vezes nas festas e sempre me deram bons conselhos, tipo ‘não escuta música muito alto porque seu ouvido e sua ferramenta de trabalho’, eles sempre acreditaram em mim e foram mó gente fina, então eu sou eternamente agradecido. Beijão pra eles!

 

Fala-se muito sobre sua apresentação seguir por vias diferenciadas, a começar pela sua presença de palco. Conte-nos um pouco sobre como é esse momento para você? Existe uma preparação ou é algo que flui naturalmente?

Mandragora O bagulho é passar uma energia boa, claro que existe uma preparação, a gente assiste um monte de show dos rockstar das antigas, não é à toa que a gente se veste desse jeito… eu quero imprimir imagens inesquecíveis!

Além disso, você é um dos nomes responsáveis pelo “novo” progressivo das grandes pistas, o future progressive. O que seria esse som? Por que você acha que recebeu esse título?

Mandragora Eu me autonomeei o criador do futureprog no ano 2012 porque eu sou muito fã do rapper future, sério! Aí como eu realmente me esforço em trazer algo novo pra cena, eu estava ligado que meu som era diferente desde a criação do conceito, então não quis encaixar ele no Psytrance que é cheio de regrinhas. Futurprog é basicamente o irmão descolado do EDM, aí o movimento começou pegar força, vários produtores de renome abraçaram o tamo na luta sempre tentando representar num lugar novo.

Uma curiosidade sobre você é que temos um mexicano que se diz de alma brasileira. São duas culturas muito fortes e cheias de história. É algo que inspira sua música de alguma forma?

Mandragora Claro! MPB e Funk são dois dos meus gêneros favoritos pra escutar em casa, eu sampleei a ‘Céu no sem chão’ porque tava rolando um playlist de MPB enquanto trocava uma ideia com uns brother em São Paulo, e como os funkeiro falam, ‘eu canto o que vejo’, então se eu estou no Brasil eu vou me mergulhar na cultura e representar ela nas minhas próprias palavras.

Agora que estou morando na França, estou aprendendo francês e já lancei duas faixas com rapper em francês junto com o produtor belga Tod1efor, ele faz os beats pros maiores rappers franceses, então hoje em dia to me mergulhando em mais outra cultura… é uma pira de mochileiro kkk

A pandemia foi um tema que assombrou a mente de todos os artistas no mundo. Mas hoje, podemos dizer que estamos finalmente fechando esse ciclo. Como estão seus planos para 2022? Algo vindo por aí que você possa nos contar? Obrigada!

Mandragora Eu vou responder essa pergunta com o filme que acabei de lançar:

Mandragora está no Instagram, Youtube & Soundcloud.

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Molothav e Cortez falam sobre a track ‘Circles’, que saiu pela Megao Music

Com um verdadeiro crossover que traz house, disco e tech house, ‘Circles’ é a nova música de Molothav e Cortez, que sai pela Megao Music.

Arte é sobre expressão, mas é, também, sobre construir. Ao decidir que a arte é o caminho, temos que construir com bases sólidas, mas nunca sozinhos. Colaborações na arte são a melhor forma possível de sintetizar as vivências únicas de cada componente que está, ao seu próprio modo, construindo.

Quando o assunto é tech house, a construção pode ser coletiva: selos, eventos líderes, cenas inteiras. Mas pode ser também a partir da aparente sutileza de uma reunião em dupla. Para construir, basta haver o alinhamento entre desejos dentro da arte que, logo em seguida, um processo se abre e um resultado híbrido se apresenta.

Molothav e Cortez acabaram de construir um som juntos. O single ‘Circles‘, via Megao Music, selo originário da cidade de Chicago, é um crossover entre o que há de mais importante para eles: o espírito clássico da house music e da disco e as batidas imponentes do tech house, originando assim uma faixa de pista animada e que convida a dançar.

Juntamos os dois, então, agora, para uma pequena entrevista em torno deste lançamento. Bora!

Beat for Beat – Oi, pessoal! Como foi o processo criativo/técnico de “Circles” dentro da distância geográfica?

Molothav: Comecei a fazer a Circles na metade de 2021. Quando finalizei a música, senti que faltava alguma coisa. Não fiquei satisfeita com o resultado. Foi quando me veio o Cortez na cabeça. Ele é fera demais em trabalhar músicas com vocais nessa pegada mais House e sem dúvidas saberia o que fazer pra trazer o que faltava. A collab aconteceu, fluiu, conseguimos unir nossas referências e emplacar numa label americana.

Cortez: E eu fiquei super feliz quando recebi esse convite maravilhoso dessa musa da música eletrônica que me mostrou esse vocal incrível e a ideia começou a fluir a partir dele. Com a tecnologia completamente a nosso favor, fizemos o possível para unir o melhor dos dois mundos, um Tech House com características marcantes do House. Fizemos uma linha de baixo bem próximo do orgânico e trabalhamos para transformar o piano em uma sonoridade mais metálica, sem perder a identidade do House.

A base central do som de vocês dois é muito bem definida, e combina super. Entre artistas, selos e eventos, quais são as principais referências musicais que ambos compartilham?

Molothav: Eu diria nomes como Low Ceiling, Hood Politics, Repopulate Mars, Black Book e Sink or Swim.

Cortez: Fico com Defected, Motive Records, Toolroom Trax e Repopulate Mars também.

Pretendem repetir essa colaboração nas pistas e estúdios em um próximo momento?

Molothav: Sem dúvidas! Já falamos sobre essa possibilidade inclusive 🙂

Achamos o máximo que a assinatura da faixa foi feita pela Megao Music, que é um selo originário de Chicago. Como conseguiram essa conexão?

Cortez: Lançar em Chicago era uma meta particular, sempre fui apaixonado pelo Chicago House e por toda história envolvida. Ano passado, lancei pela primeira vez internacionalmente na Austrália pela Motive Records com o EP Burn Batucada e a MEGAO ouviu graças ao excelente relacionamento entre as duas gravadoras.

Durante um bate papo sobre novos talentos entre os A&R da Motive e da MEGAO, meu nome surgiu e rolou essa indicação. Depois disso veio o convite para lançarmos com eles. Por isso, sempre é importante ter uma postura profissional e se relacionar bem com todas as gravadoras, porque bons relacionamentos rendem bons frutos!

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Entrevista

Entrevistamos: Martin Garrix

NoÀs vésperas do retorno do Lollapalooza ao Brasil, entrevistamos um dos headliners da dance music mais aguardados do festival, Martin Garrix.

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Mainstage

MELI, o artista que une estética visual artística à música eletrônica

Sem seguir padrões musicais, MELI aposta na união do visual com o musical e traz influências que vão do tech house ao R&B. Confira.

Recentemente, MELI, uma nova promessa do mercado de dance music lançou o EP ‘Beats By MELI Vol. 1‘, que conta com duas faixas orientadas para as vibes groovadas do tech house, ‘NO MORE’ e ‘I LOSE CONTROL’, e uma terceira, “MANDA MENSAGEM“, parceria beatmaker com o rapper Jézin que segue a tendência hip-hop dos sons brasileiros atuais.

Antes de reformular-se como MELI há pouco mais de um ano, Emílio já havia se apresentado diante de pistas de responsa da dance music, como El Fortin, Club 88 e AnzuClub. Mas é com o MELI que o artista pode unir estética visual artística à música eletrônica, ao mesmo tempo desprendendo-se de “contratos musicais” tediosos e dando lugar também ao rap e R&B.

Conversamos um pouco com o artista para saber mais detalhes sobre este projeto que nasceu em plena pandemia.

Beat for Beat – Oi Emílio, tudo bem? Por que você decidiu renovar seu trabalho na música e iniciar o projeto MELI? 

MELI – A renovação, veio com o intuito de proporcionar música boa para todos, independente de estilo/gênero. Com o projeto MELI, o foco é produzir os estilos que eu gosto e consumo, que é a música eletrônica e o rap. MELI significa “music is to enjoy life”.

E como foi esse caminho para entrar na dance music? Quais foram suas principais inspirações, sejam eventos e/ou artistas específicos, para decidir este cenário como algo para levar como carreira?

MELI – Desde a primeira vez que ouvi músicas voltadas para o dance music, sempre senti uma energia muito boa. Essa energia, me fez despertar a vontade de aprender a produzir, para transmitir essa energia que eu sinto. Uma grande inspiração sonora para mim, é um produtor com muito talento e um grande amigo, o Slow Motion.

Seu EP “BEATS BY MELI” veio mostrando energias musicais de diferentes lados, dando pra sentir referências do UK garage house, tech house e, claro, rap. É do seu interesse manter esse ecletismo nos próximos lançamentos?

MELI – O EP “BEATSBYMELI” é uma apresentação do que será o MELI. Com certeza, para os próximos lançamentos, teremos muitas produções transitando por essas vertentes.

Sua identidade visual é algo que também chama a atenção. O que você pensou na hora de planejar esta parte? Música e imagem andam juntos?

MELI – Um artista precisa ser completo, o visual é uma parte muito importante para se apresentar ao público. Eu acredito que a música e a imagem do artista, devem sempre estar conectadas, para que assim, o público conecte-se com o mesmo.

Já percebemos quem você é em suas produções. E ao vivo? Como é a jornada de um set seu e o que tenta passar para o público?

MELI – Muita energia! Meus sets são trabalhados em cima da energia que eu sinto no local da apresentação e também, transita pela versatilidade dos estilos que eu venho produzindo. Porém, se tem uma coisa que eu posso afirmar sobre meus sets, é que tem muitas músicas boas para o público aproveitar do começo ao fim.

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Entrevista

Entrevistamos: Carola

Com debute garantido em pleno Carnival Festival, no El Fortin, conversamos com Carola, uma das pontuais expoentes da cena nacional.

por Isabela Junqueira

A força musical de Carola se vê em uma crescente de tirar o chapéu. A DJ e produtora mergulha no oceano de possibilidades da House Music para gerar uma assinatura característica a partir da mistura entre o Bass House, Future House e Rave. Integrada não só ao catálogo de grandes labels mundiais da música eletrônica, a produtora também possui suportes de nomes como Alok, David Guetta, Don Diablo, Fedde Le Grand, Martin Garrix, SOFI TUFFER e Tiësto.

Com competência, técnica e persistência, Carola conquista, dia após dia, êxito e reconhecimento que celebram não só a potência musical, mas a representatividade por ver uma mulher negra e periférica ocupar tamanho lugar de destaque. Orgulhosamente conversamos com Carola, em um papo muito especial. Confira:

Beat for Beat – Olá Carola, é um prazer! O que acha de começarmos contextualizando o cenário cultural e de influências?! Você veio do Rio de Grande do Sul e trouxe referências do house e da música urbana gaúcha. Quais foram suas referências e como surgiu o insight em se tornar uma produtora musical?

Carola – Oi galera, o prazer é todo meu! Apesar de ser gaúcha, minhas referências sempre foram de artistas de outros estados e artistas internacionais. A vontade nasceu de maneira muito natural, eu sempre gostei muito de música, independente do gênero e os primeiros contatos que eu tive com música eletrônica foram na cena psytrance do meu estado, depois o cenário dos eventos foi mudando e na época que eu comecei a tocar eu estava inserida em uma cena que era bem electro house e progressive house. São 10 anos trabalhando com isso e fico muito feliz de agora poder mostrar o meu trabalho para o mercado brasileiro e para o mundo tá ok também.

E a partir desse despertar, como foi a sua trajetória na música? Que influências você carrega da raiz gaúcha?

Carola – Eu comecei discotecando em 2012, na época eu não tinha dinheiro para pagar um curso então eu usei as ferramentas que eu tinha, que no caso era somente um notebook de 4gb de ram hahahah Assistia muitos vídeos no youtube e lia muitos artigos em blogs sobre os equipamentos, mixagem harmônica, percentual de mixagem e etc…

Eu não tenho muitas referências de artistas do meu estado, por que eu sempre foquei no som mais mainstream, então na época que eu comecei minhas referências eram Nervo, Krewella e etc… Mas vale ressaltar que eu iniciei minha carreira em 2012 apenas como DJ, a produção entrou na minha vida apenas 3 anos depois.

 

Você é, sem dúvidas alguma, uma mulher que transcende potência seja através da música ou do seu próprio estilo. Como você foi traçando a sua estética e identidade musical?

Carola – Eu estudo produção musical a 7 anos, o lance da estética é algo que foi se moldando naturalmente, eu já produzi diferentes vertentes dentro do house, e continuarei fazendo isso por que eu quero sempre experimentar o maior número de coisas possíveis. Quem ouve minhas músicas, sabe que elas são minhas, eu sempre procuro utilizar alguns samples muito específicos em todas as músicas, então mesmo que a estrutura, os leads principais, e as vezes até o estilo sejam um poucos distintos, quem acompanha meu trabalho sabe que eu estou ali, impressa em  detalhes daquele som.

Recentemente você foi contemplada com uma parceria com a Armada Music, uma das maiores gravadoras de música eletrônica do mundo, como foi o processo de lançamento de “Come With Me” e como foi pra você alcançar esse grande selo mundial?

Carola – Nós enviamos algumas músicas para eles, se eu não me engano foram 7 e dessas 7 eles quiseram assinar 5. Come With Me foi a primeira e agora em março teremos mais um release com eles, a música Run que eu fiz em parceria com o Adrian Monteiro. A Armada é uma label incrível, eles pegam junto nos releases e fazem o que está ao alcance deles para que a música seja ouvida por mais pessoas e seja tocada por mais artistas. É uma das melhores parcerias que eu tive até aqui  então eu estou muito feliz e ansiosa para que vocês ouçam em breve as novas músicas.

Você também foi a primeira mulher a ter lançado pela STMPD, selo do Martin Garrix, outra grande e importante gravadora mundial. Ainda existe uma grande distância entre as mulheres e a produção musical? Essa lacuna está enraizada na dance music? O que você acha?

Carola – Eu acho que hoje em dia estamos conquistando nosso espaço, eu vejo muito mais meninas se interessando por produção músical e estudando do que eu via a tempos atrás, vejo projetos como Carol Fávero, Curol, Daphne, Tálita, Ella De Vuono, Nyella, Molothav, Priscila Diaz, Bia Varella, Lebox, Lowez (eu poderia citar muito mais)  estudando, se esforçando, se preocupando em ter lançamentos frequentes e buscando seu espaço pelo principal, que é e sempre será a música. Nós viemos de uma cultura que não cobrou produção musical de artistas no passado, então isso influenciou na quantidade de produtoras que temos hoje em dia, mas vejo o mercado mudando positivamente.

É inegável o fato de que a cena da música eletrônica é formada, em sua maioria, por homens brancos. Você desponta não só pelo imenso talento, mas pelo belíssimo exemplo de representatividade. Comente como você encara isso e o que acha que pode ser mudado para que essa dinâmica comece a demonstrar mudanças.

Carola – A cena eletrônica surgiu da diversidade e é preocupante que hoje em dia essa diversidade não seja tão presente no cenário mainstream. Acho que a democratização desse universo vai acontecer com o tempo, por que é importante entender que hoje essa é uma pauta presente na nossa sociedade e se a música eletrônica quer ganhar cada vez mais espaço e mais adeptos é necessário estar alinhado com o que está acontecendo no mundo.

Subir ao palco do Carnival Festival, no El Fortin, em meio à um line predominantemente masculino carrega também um tom de representatividade? Qual o sentimento diante desse cenário?

Carola – Acho que o principal critério que o El Fortin usa para contratar seus artistas é a música boa, eu fico feliz de saber que estou lá por isso, que meu projeto está crescendo e ganhando visibilidade. A representatividade é importante e eu não vou deixar de carregar essa responsabilidade, mas quero que me vejam nesse espaço como mais uma pessoa que está vencendo pelos seus próprios méritos, e quem se identificar comigo seja pela estética ou objetivos, entenda que é possível vencer.

Parece que você já chegou no topo, mas sua carreira só está começando e você realizando os seus maiores sonhos. Recentemente, você foi anunciada como a primeira brasileira no line-up do Tomorrowland 2022. Como está o coração neste momento? Quais as expectativas e como estão os preparativos para o show?

Carola – No mercado nacional eu ganhei notoriedade a partir de 2020, mas carrego comigo 10 anos de experiência  e acho que por isso algumas conquistas que pareciam distantes já estão rolando, sem contar que eu devo muito disso ao time incrível que trabalha comigo hoje. Estou muito feliz, é uma conquista enorme e eu vejo isso como uma vitória não só minha, mas a cena brasileira ganha, a cena feminina ganha, e todas as pessoas que tem sonhos considerados impossíveis, ganham também. As expectativas são as melhores possíveis, vou me esforçar para fazer jus a essa responsabilidade e eu tenho certeza que isso colocará o meu projeto em outro patamar.

Você como mulher, preta, periférica e brasileira, hoje quebra todos os paradigmas possíveis quando falamos de sucesso no mundo da música eletrônica. Só ano passado você bateu 16 milhões de streams apenas no Spotify, fora suas grandes apresentações em palcos importantíssimos. Qual é o conselho que você daria para uma garota que está começando neste momento e que precisa compreender mais sobre este mundo, ainda não desigual para mulheres? Obrigada pelo papo, Carola!

Carola – Estude, se dedique e não dê ouvidos aos outros, as pessoas vão tentar fazer você desistir por que talvez elas não estejam prontas para lutar pelos próprios sonhos mas, só você é capaz de mudar a sua realidade.

Para curtir Carola e outros nomes de peso do Carnaval do El Fortin acompanhe o Instagram e reserve seu ingresso aqui.

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Entrevista

Entrevistamos: Paulete Lindacelva

A artista que é sinônimo de diversidade, Paulete Lindacelva, acaba de entrar para o cast da SmartBiz e conversou com a gente. Confira!

Foto: RECREIOclubber

por Rodrigo Airaf

Entre os nomes mais prolíficos da cena de São Paulo e que trilham também um caminho de consolidação a nível nacional, Paulete Lindacelva embarca em seu nono ano de carreira com uma novidade: é a nova integrante do cast da agência SmartBiz, posicionando-se entre artistas que são colegas dos movimentos independentes do qual faz parte, como Gezender, Valentina Luz e Nikkatze, e reforçando o propósito da agência de abraçar essas iniciativas e ampliar o espaço para esses artistas.

Paulete é natural de Recife e, tanto lá quanto após tomar base em SP, moldou para si uma carreira ativa no cenário. DJ residente de festas inconfundíveis, como Mamba Negra e Sangra Muta, seu repertório antenado, permeado pelo ecletismo e atuante como uma fusão de sons de techno, disco, brasilidades, dark disco, house, breakbeats e muito mais, já passou também por rolês como Virada Cultural, BLUM, Caracol Bar, Voodoohop, VGLNT, Caos, O/NDA e Festival No Ar Coquetel Molotov.

Multiartista, curadora independente e comunicadora, Paulete conduz o programa de rádio Mote, via Cereal Melodia, que recebe convidados do porte de Getúlio Abelha, Jup do Bairro e Badsista. Animados por este momento climático de Paulete e interessados em saber mais sobre sua música e suas ideias, conversamos com a própria.

Beat for Beat – Oi Paulete, tudo bem? Um prazer falar contigo. Conte-nos um pouco sobre sua base. O que te fez decidir pela música? Quais foram suas experiências, em qualquer momento da sua vida, mais marcantes até que decidisse seguir essa carreira?

Paulete Lindacelva – Olá, queridos, tudo ótimo. Grata pelo convite e feliz com a troca.

Minha base sonora tem uma ligação forte com a música negra e sua diáspora. Acho que parte da minha noção rítmica vem da minha vivência com a percussão dentro de alguns maracatus que passei na infância e adolescência nas periferias da Zona Norte do Recife.

Além disso, era uma frequentadora assídua dos cocos e afoxés. Partindo desses espaços, trazendo eles na mente e no corpo como um lugar de memória afetiva, tento pôr nas minhas seleções esses sentimentos e fazer com que os dançantes presentes sejam levados a esse lugar de memória afetiva ou criem esse momento ou sentimento afetivo daquele dance.

Sua trajetória curatorial permeou momentos diversos, seja abordando brasilidades e vertentes das diásporas afro, ou através das sonoridades clubber que consolidaram-se nas festas paulistanas. Como você define hoje, dentro de todos os adjetivos dos quais queira fazer uso, o seu som e o que pretende transmitir com suas escolhas musicais?

Paulete Lindacelva – Groove. Acho que o que permeia todos esses momentos da minha carreira é o swing e, sem dúvidas, como disse anteriormente, para mim a pista é um lugar de criar e rememorar afetos, ao mesmo tempo esquecer e fazer lembrar. Então acho que gosto de transmitir e criar memórias de afeto.

Você acaba de entrar no cast da Smartbiz, agência que vem acolhendo mais e mais as artes vindas de pessoas trans. Acredita que, a partir daqui, poderá perfurar mais e mais “bolhas”? A morte do preconceito é a convivência e a exposição?

Paulete Lindacelva – De certa forma é inegável que estar num lugar de visibilidade ajuda a criar imaginário e faz outras pessoas trans acreditarem nisso, mas também é importante pontuar que muitas outras pessoas trans já estavam nessa disputa de criar outras narrativas. Num todo, acho que o preconceito se faz por pura arrogância, principalmente dos frequentadores de festas, clubs e festivais.

Quem conhece a história, sabe como e onde as maiores vertentes da música eletrônica surgiram, sabe que foram nos guetos e que a presença de corpos trans não só eram maioria, como eram também os protagonistas, estando na vanguarda do movimento. Acho que a morte do preconceito não se dá pela exposição dos corpos trans, mas sim quando as pessaos cis buscam conhecimento, buscarem entender as questões de classe e raça e, aí sim, deixaremos de ser punidas pela falta de alcance e por suas ignorâncias.

Ainda sobre a sua entrada na agência, mais seis artistas da Mamba Negra entraram junto. O que representa, para você, o trabalho com a Mamba?

Paulete Lindacelva – Orgulho! A Mamba é uma coletiva construída por mulheres e muitas pessoas sexo-gênero dissidentes e desenvolve um trabalho lindo que busca e dá protagonismo a essas pessoas. É uma coletiva que está ativa nas atuais discussões e que ainda entrega experiências únicas em suas festas, fazendo valer o prêmio de melhor festa da cidade de São Paulo.

Você vislumbra, daqui pra frente, uma interconexão ainda maior entre suas personas artísticas (como comunicadora, como artista visual, etc) ou pretende levar adiante como prioridade o seu desenvolvimento na dance music?

Paulete Lindacelva – Não só pretendo, como tenho mantido essas interconexões. Acho que o que envolve todos os trabalhos que estou envolvida, seja como comunicadora, curadora de arte e DJ, é a vontade de reunir pessoas. A música, lógico, tem um lugarzinho especial no meu coração, mas uma coisa não anula a outra e todas podem acontecer ao mesmo tempo.

Artistas inspiram-se de várias maneiras, ouvindo sua intuição e respeitando seus sentimentos, cada indivíduo expressando-se dentro de suas inquietudes. Uma caminhada no parque, uma visita a uma galeria de arte, uma viagem, uma conversa com desconhecidos, uma recarga ou descarga de ideias, qualquer coisa vale. Conte-nos, Paulete, o que costuma te inspirar?

Paulete Lindacelva – Transitar na cidade, sentar num bar, conversar com os amigos, ver filmes… tudo isso me inspira muito, me toca e me faz criar afeto.

A história mostrou e ainda mostra uma configuração do mundo que cria, primariamente, espaços praticamente sob medida para maiorias que detêm privilégios sociais, culturais, econômicos e mais. Enquanto multiartista, como você busca inspirar as atuais e futuras gerações e como diria que elas podem, elas mesmas, inspirar também?

Paulete Lindacelva – Acho que estar viva e presente nesses espaços é uma boa forma de inspirar pessoas, tendo em vista todo o apagamento.

Foto: @ivimaigabugrimenko

Seu programa “Mote” é um poderoso exercício de abordagem da resistência e das vivências de grupos desprivilegiados sem a menor burocracia, abordando os temas de maneira que reconheça-se o passado dos grupos periféricos e de dissidentes de gênero, trazendo à tona, com sensibilidade, mas com os olhares atentos para o futuro, as dores que permeiam essas vivências. Acredita que a voz e as mudanças partem daí, dessa abordagem destemida?

Paulete Lindacelva – Para mim desburocratizar a comunicação é quase um dever. Se afastar de um lugar classista na construção de conhecimento deveria ser de interesse público. Desmistificar uma ideia de merecimento e pertencimento a partir de um conhecimento formal e academicista nos limita e deslegitima outros saberes que não passam por esse espaço que, convenhamos, se dá com uma base extremamente elitista, classista e, consequentemente, higienista e racista. Se houvesse um compromisso público de refazer a comunicabilidade e seus meios, certamente o Brasil não estaria passando por esse momento crítico.

Por falar em abordagem destemida, além de você, quais são os principais artistas, coletivos e outros componentes da cena independente, que você gostaria de citar como referências desses movimentos de luta racial e transgênere, dentro desse modus de ocupação, a arte e os corpos como atos políticos e a transcendência das barreiras de opressão?

Paulete Lindacelva – São muitos, mas posso citar aqui a própria Mamba Negra, a Batekoo, a Coletiva Scapa, de Recife, Atrita, de Fortaleza, Turmalina, de Porto Alegre, Coletividade Marsha, de São Paulo, Coletivo Carni, enfim… São tantos que fazem um trabalho bonito, generoso e importante.

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Petri em um bate-bola exclusivo e descontraído com o B4B

Do House mais profundo ao Tech mais minimalista, Petri é uma figura importante na cena de Curitiba e conversou rapidamente com a gente.

Por Maria Angélica Parmigiani

Alberto Natan Daniele Petri, também conhecido como Petri, faz parte do time de agitadores culturais na cena eletrônica de Curitiba e região. Nascido na Itália, mas com uma alma já bem “abrasileirada”, ele viveu aquela paixão arrebatadora que precede o momento de ingressar na arte.

Do House mais profundo ao Tech mais minimalista, o artista tem construído uma carreira consistente tanto como DJ e produtor, mas também como co-fundador da Laguna Records, selo que deu um verdadeiro salto quântico em 2020 com diversos lançamentos importantes e uma agenda abarrotada com meses de planejamento.

Além disso, até 2020, a Laguna também rolava como showcase em formato festa, em Curitiba, e para quem acompanhava o movimento de perto, sabia que ali também havia uma expansão gradativa, que seguirá seu curso agora, na retomada de eventos.

Neste ano de 2021 tivemos alguns bons nomes no selo que acabaram alavancando bastante nossa notoriedade. Para citar alguns: Dimmish, Miguel Lobo, Tripio X, Pornbugs, além do Juanito que com o nosso lançamento pegou top 3 do beatport no gênero Minimal Deep-tech! Outra novidade muito bacana que estamos lançando é um EP em vinil que conta com nomes como Artmann e Mihai Popoviciu! E pela frente ainda deve vir a Laguna 7 anos, um evento para mais de 1000 pessoas”, revela o artista.

Nós aproveitamos o bom momento e trocamos algumas figurinhas com ele:

B4B – Oi Petri, tudo bem? De onde você está respondendo essa entrevista

Petri – Do meu escritório, não dá pra viver só de música, né? [risos]

Está vacinado? Qual a sensação de ver os eventos voltando?

Petri – Sim, estou duplamente vacinado e a sensação de poder tocar novamente e ver os eventos voltando é incrível!

Você acha que vai rolar um “boom” em termos de festas e eventos nos próximos meses?

Petri – Não só acho como já está rolando — graças a deus!

Algum ensinamento importante aprendido nesses últimos tempos?

Petri – Diversifique seus esforços e seu tempo em outras atividades, pois nunca se sabe um dia você poderá ficar sem eventos e sem tocar por dois anos!

E por falar em aprendizado: qual foi a primeira experiência como DJ?

Petri – Foi um dia muito legal, mas sem dúvida não sabia o que tava fazendo [risos]. De uma forma ou de outra temos que começar, né? Acho que não lembro nem o nome do lugar, pois no mesmo ponto já foram diversos locais, mas o estabelecimento fica em frente ao Hard Rock Cafe!

Quem são seus ídolos nesse rolê (nacionais e internacionais)? 

Petri – Vários! Nacionais sempre cito o Renato Ratier, ídolo e big name da nossa cena. Dos internacionais, fico com The Martinez Brothers, Jamie Jones e Chris Stussy, gostaria de um dia poder realizar alguma festa com algum deles!

Você é 100% italiano ou tem algo do Brasil nessas veias?

Petri – É metade/metade, minha mãe é brasileira e meu pai e italiano.

Como foi que você caiu na produção de eventos? 

Petri – Queria tocar de tudo quanto é jeito e ninguém me deixava! Aí pensei: ‘Tudo bem então, vou fazer o meu próprio evento’, rs.

Como faz para conciliar as carreiras separadamente?

Petri – Às vezes não durmo [risos]

Cerveja e carnaval ou vinho e pasta?

Petri – Eita! Não consigo tomar cerveja igual antigamente, me dá muita ressaca. Acho que então seria drinks e carnaval!

Uma música que te marcou na pista?

Petri – Funkagenda & Mark Knight – Man With The Red Face

O que você escuta quando não está ouvindo música eletrônica?

Petri – Hip Hop e Jazz, basicamente.

Uma dica para os novos profissionais que estão ingressando na empreitada: DJ, gravadora musical e festa?

Petri – Sempre respeitem todos os profissionais no mercado e sempre façam tudo certo para ninguém poder falar mal de vocês depois!

Uma dica para o próprio Petri?

Petri – Já trabalhou tanto até aqui, não dá pra desistir agora!

O que você quer para o “novo mundo” pós pandemia para as pistas de dança?

Petri – Mais empatia com o público e mais união dos players do mercado! Obrigado pelo espaço, pessoal!

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Entrevista

Entrevistamos: Ekanta

Ekanta é uma das progenitoras do psytrance no Brasil e acaba de apresentar o álbum Vozes. Confira mais detalhes em nosso papo!

por Isabela Junqueira

Ekanta | Foto: Fernanda Petrillo

Ekanta apresentou recentemente o álbum ‘Vozes‘, um mergulho em culturas étnicas potentemente reverberadas sinteticamente pelas mãos da produtora de psytrance que se reuniu à bons amigos para a composição das nove faixas que formam esse compilado — um genuíno chamado da natureza e de seus habitantes.

São sete anos desde o último álbum de Ekanta. As dúvidas são muitas, desde a atual fase profissional da produtora, até os conceitos que a moveram nas produções e planos futuros, esclarecidos em um descontraído papo.

B4B – Olá Ekanta, é um prazer imenso! São 7 anos desde o seu último álbum e de lá para cá muita coisa mudou né? Vamos começar contextualizando como está a sua carreira atualmente e como esse álbum encaixa nesse momento?

Ekanta – Satisfação! Realmente muita coisa mudou, mas sinto que depois de 7 anos é como se eu retomasse minha essência , a mesma que me inspirou a anos atrás com o álbum Raízes Eletrônicas. Nesse mundo louco, as vezes a gente acaba se perdendo da gente mesmo, então nesse momento me sinto conectada e com mais força pra me expressar como artista. Esses últimos anos, apesar de terem sido difíceis, foram uma grande oportunidade de crescimento.

E o que difere aquela Ekanta do último álbum pra de agora?

Ekanta – Talvez 3 netos? hahaha, isso já diz quase tudo… Brincadeiras à parte, me vejo mais madura, mais confiante na força de ‘Vozes‘ e mais profissional a termos da concepção, criação e lançamento do álbum.

Vozes‘ chega em um momento propício. O mundo está sobrecarregado, pedindo por mais leveza. O que você quer transmitir com esse compilado?

Ekanta – Alegria, simplicidade, conexão espiritual, relembrar o poder das medicinas sagradas, valorização e preservação da natureza, dos povos indígenas e das crianças.

E como você formulou o conceito?

Ekanta – De uma primeira track que foi ‘Caboclas’, surgiu a ideia do álbum e daí tudo foi fluindo, como se fossem “vozes” me inspirando. No começo eu não tinha um plano concreto, específico, mas a vibe foi acontecendo e os “chamados” veram.

E você foi fundo no explorar dos sons orgânicos da natureza, não é mesmo? Desde a incorporação de cantos até animais. É um trabalho que exige uma responsabilidade grande, que você dispõe com naturalidade. O que, na sua opinião, te conduz à essa habilidade?

Ekanta – É um movimento bem natural pra mim, sempre estive nesse universo.

Fala também sobre o processo de desenvolvimento, já que o álbum está cheio de colaborações. 

Ekanta – Também foi uma coisa orgânica que foi acontecendo. No começo da concepção fiz uma lista de amigos que eu gostaria que fizessem parte do álbum, mas no meio do processo outros vieram e alguns dessa lista acabaram não participando, as coisas vão acontecendo né, e a gente tem de estar abertos ao flow. Já passei 15 dias com um amigo e fizemos 2:30 de música, e com outro em 2 dias uma track… é uma questão de sinergia.

Falando em colaborações… tem o dedinho da família e/ou influências?

Ekanta – As vozes Yanawas que usei em alguns tracks foram gravadas na primeira viagem do Alok ao Acre há 7 anos e por coincidência este ano ele também produziu um álbum com o mesmo conceito, mas não sabíamos do projeto um do outro. Talvez ouvimos as mesmas “vozes”? E tem a track com o Logica, né? Que é o projeto de psy dos meus filhos.

Ekanta e seus filhos Alok (dir.) e Bhaskar (esq.)

Depois de liberar esse álbum aos ouvintes, que mensagem você gostaria que fosse extraída e proliferada ao mundo para o próximo ano?

Ekanta – As músicas de ‘Vozes‘ emitem uma energia de amor e leveza, quero que as pessoas se sintam bem ao escutá-las. Esse é a principal mensagem porque acredito que se você estiver bem tudo a sua volta vai estar é uma coisa contagiante. E nessa frequência  a gente pode fazer do Mundo um lugar melhor!

Por último, mas não menos importante: podemos esperar um hiato menor para o próximo álbum? Obrigada pela conversa!

Ekanta – Eu super espero que sim, mas não vou fazer música por fazer… quero ter uma inspiração, um motivo, um conceito pra me expressar. Então mantendo a sintonia quem sabe jaja vem a próxima motivação. Obrigada!!

Se ainda não ouviu, escute agora ‘Vozes‘, novo álbum de Ekanta!

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Entrevistamos: Aline Rocha

De uma carreira de 16 anos, seus últimos 3 foram os melhores de sua vida, apaixonada pela house music e pela igualdade, entrevistamos Aline Rocha.

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Ralk, Yassiq e Flakkë falam sobre o sucesso ‘Lost ‘N Found’

Conheça o mais novo single de Flakkë e Ralk, com colaboração dos vocais de YASSIQ, ‘Lost N Found’, em uma entrevista exclusiva para o Beat for Beat,

‘Lost ‘N Found’, um dos grandes sucessos brasileiros que tem chamado atenção do cenário internacional, soma mais de 360 mil streams e tem sido tocada por lendas da cena, como Fedde Le Grand, R3HAB, Sam Feldt e Bingo Players.

Os responsáveis pelo hit são os DJs e produtores Flakkë e Ralk com composição e vocal da YASSIQ, que estreou neste mercado com chave de ouro! Repletos de gratidão e muita satisfação com os resultados de ‘Lost ’N Found’, a faixa é a primeira parceria dos DJs que deu mais do que certo! Será que vem mais por aí?

A resposta super positiva, tanto do público quanto de outros nomes do cenário, vem de uma combinação perfeita: a energia da track que contagia as pistas de dança com a mensagem de que, às vezes, é preciso se perder e fazer coisas diferentes e loucas para poder se encontrar de novo – tudo o que o público está sedento para sentir no retorno dos eventos. Vem entender mais sobre ‘Lost ‘N Found’ com a entrevista que Ralk, Flakkë e YASSIQ deram para ao Beat for Beat.

Como aconteceu a ideia da produção de ‘Lost ‘N Found’?

RALK: Eu comecei a ideia e mandei pro Flakkë, só que o que eu mandei não era muito o que ele tinha na cabeça para a música. Daí ele mexeu e mandou uma nova versão… eu curti e demos início, então, a uma nova versão.

YASSIQ: Eu compus a música e mandei pra eles. Cada um de nós tinha uma ideia pra ela. Aos poucos alinhamos nossos pensamentos, Flakkë e Ralk juntaram o que tinham feito de produção numa nova versão, e assim conseguimos colocar os gostos e personalidade de cada um de nós na track.

FLAKKË: Foi bem engraçado, porque eu havia recebido o vocal da ‘Lost’N Found’ e comecei a produzir em cima dele, mas depois fiquei sabendo que o Ralk também estava produzindo o mesmo vocal da YASSIQ, então eu deixei quieto, aproveitei o instrumental que tinha feito e coloquei outra composição em cima. Essa música acabou virando a “Lullaby”, que lancei com o Gudi. Algumas semanas depois, eu recebi o convite para entrar na collab com o Ralk e a YASSIQ e aceitei na hora, pois estava apaixonado pelo vocal. Em uma sessão já matamos a música, fluiu muito rápido tudo e todos nós estávamos na mesma vibe.

Como descreve seus parceiros de track? A sinergia foi legal?

RALK: A energia do Flakkë e a YASSIQ não tem igual, fizemos a track com uma leveza enorme. Fomos lapidando de pouco em pouco até conseguirmos chegar no resultado que agradasse a todos. O Flakkë sempre vem com piadas engraçadas, hahaha!

YASSIQ: Flakkë e Ralk são gente finíssima com energia boa e muito leve, além de serem DJs e produtores fodas, os quais eu admiro. Nós três nos demos super bem desde o primeiro contato, então trabalhar juntos não foi diferente.

FLAKKË: Foi maravilhosa! A gente se entendeu super bem e conseguimos fazer a música bem rápido. Acho que todos nós estávamos com a mesma visão de como a track deveria soar no final, e isso facilitou demais tudo.

Qual a mensagem por trás da música?

YASSIQ: Gosto muito da letra e da mensagem. Eu compus a música pensando na vida, sobre os altos e baixos, momentos bons e ruins. Quero dizer, todo mundo em algum momento precisa sair da linha, dar uma “pirada” pra poder voltar pro eixo, é preciso literalmente se perder pra se encontrar; é um looping e isso é viver. E eu não poderia deixar de falar de amor, na vivência, queremos ser encontrados pelo amor também.

Qual o sentimento pelos suportes recebidos até o momento?

RALK: Nunca tinha recebido suporte desses artistas, fiquei muito feliz e parecia uma criança pulando a cada suporte que recebia!

YASSIQ: Dois sentimentos: gratidão e satisfação.

FLAKKË: Os melhores possíveis, como fã de música eletrônica eu me senti deveras honrado com todos esses suportes internacionais vindo desses big names como R3hab, Bingo Players, entre outros.

Ouça ‘Lost N Found’ abaixo:

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