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Entrevista

Entrevistamos: Magdalena

Uma das mulheres mais importantes da música eletrônica, Magdalena, está de passagem pelo Brasil e conversou com nossa redação. Confira!

Se fossemos listar as grandes mulheres da música eletrônica mundial, com toda certeza Magladena estaria entre as citadas. A artista alemã, que faz parte do selo Diynamic, está de volta ao Brasil para uma apresentação em club que é sua paixão, o Warung. Vindo exclusivamente para essa apresentação, que promete muitas surpresas, Magdalena conversou com a gente, sobre o show, a carreira, a pandemia e até collabs que ainda pretende fazer.

Confira agora nosso papo com ela e prepare-se para um show apoteótico. Entrevistamos: Magdalena.

Beat for Beat – Olá Magdalena, primeiramente muito obrigado por nos receber. È um prazer entrevistar uma mulher tão importante não só para a Diynamic, mas para toda a cena underground da música eletrônica. Para começar, como surgiu a oportunidade em trabalhar com a label? Era muito difícil administrar o EGO Club?

Magdalena – Olá, muito obrigada pelas suas ​​palavras tão amáveis. Poucas pessoas sabem disso, mas estive envolvido com a Diynamic desde o início. Antes do Diynamic começar eu dirigia um clube chamado EGO, como você mencionou e fiz isso junto com Solomun, um dos fundadores da Dynamic e Adriano Trolio, o gerente do Solomun. Como éramos todos amigos muito próximos, tivemos a oportunidade de fazer algo juntos como uma ‘família’.

Você já trabalhou com grandes nomes do techno mundial, existe algum destes nomes com quem ainda não trabalhou, mas que certamente você desenvolveria uma grande colab?

Magdalena – Pensando nisso, há dois nomes que vêm à minha mente imediatamente. Carmine do Tale of Us e meus amigos de longa data, Kollektiv Turmstrasse, é claro.

Não é a primeira vez que você desembarca no Brasil, seu nome está sempre estampado na programação do Warung Beach Club, qual é a sensação em tocar neste club tão emblemático em nosso país? Como você visualiza o público brasileiro?

Magdalena – Durante minhas agendas lotadas de turnês, eu pude ver muitos clubes e festivais, mas tocar Warung é tão super especial para mim, e abrir o clube depois de quase 2 anos, que eu tinha 100% de certeza de que queria fazer esse show. Eu estou, inclusive, vindo diretamente da Alemanha, só para o Warung e já volto em seguida.

Serão mais de 24 horas de viagem, para cerca de 5 horas de set. É isso que significa tocar no Warung para mim. A vibração neste clube é tão super especial. E a vibração, claro, é criada pelas pessoas que vão para a festa. Vocês, os brasileiros, são um público mágico e fazer turnês neste lindo país está no topo da minha agenda.

Magdalena no Warung

Todo este tempo de isolamento durante a pandemia foi produtivo para você? Quais lições você tirou com este hiato forçado?

Magdalena – Quando o primeiro lockdown aconteceu, primeiro tirei um tempo para me recuperar de todo o estresse da turnê e, olhando para tudo isso, eu realmente precisava disso. Alguns meses depois do início da pandemia, comecei a me ocupar novamente com o trabalho no estúdio e também fazendo muita organização geral com minha equipe de gerenciamento. Sou uma pessoa muito ambiciosa e não posso simplesmente ficar parada. Eu tirei o melhor proveito da situação e agora estamos aqui, tocando no Warung. Eu não poderia estar mais animada!

Ser DJ, produtora e também trabalhar no backstage, em uma cena que nem sempre foi apta a receber as profissionais mulheres, com certeza não foi fácil. Qual conselho você deixaria para as suas colegas de profissão neste momento em que a luta pela igualdade de gênero finalmente se tornou tão necessária?

Magdalena – Os tempos têm sido difíceis, mas finalmente vejo algumas mudanças acontecendo. Como a cena era tão dominada por homens, poucas artistas mulheres tiveram a coragem de acreditar em sua capacidade de se tornarem boas DJs. Acho que para muitas DJs femininas em ascensão, esse ainda é o caso e incentivo a todos a irem lá e se esforçarem o máximo que puderem para que seja um sucesso.

Não tenham medo de aceitar o apoio de outros artistas e promotores. Muita coisa já mudou, mesmo quando ainda não chegamos onde queremos. Essa cena precisa de mais talento feminino que tenha coragem de experimentar.

O que poderemos ouvir de Magdalena em seu próximo set no Brasil? Muitas novidades? Obrigado pela entrevista!

Magdalena – Vocês ficarão surpresos. Definitivamente, muita música nova. E para aqueles que não podem estar lá: talvez a gente grave o set e faça o upload mais tarde, para que todos possam ter uma pequena porção deste momento mágico que está para acontecer. Fiquem de olho!

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Mainstage

Lud Prado comenta sua carreira e expectativa de retorno aos palcos

Contando detalhes sobre seu último single, ‘Love You Baby’, a DJ e Produtora, Lud Prado, conversou com a gente e o papo você confere agora!

Lud Prado apresenta ‘Love You Baby‘, sua nova música que comprova ainda mais sua maestria e versatilidade musical. A DJ e produtora que variava entre o House e o Deep, agora apresenta um belíssimo Progressive com um toque feminino que só as mulheres sabem colocar.

Abrindo ainda mais suas portas, agora para um novo público que consome esse gênero dentro da música eletrônica, esse é o retorno da DJane em 2021. Em entrevista ao Beat for Beat, Lud Prado conta mais sobre detalhes por trás da produção de ‘Love You Baby’ e também um pouco da sua caminhada musical. Confira:

Beat for Beat – Lud Prado é um dos nomes femininos mais aclamados da cena eletrônica nos últimos tempos. Como foi ser eleita revelação em 2019 pela Djane Mag?

Lud Prado – Poxa, primeiramente, obrigada. Ser eleita revelação em 2019 foi muito gratificante, até porque foi um ano no qual comecei a enxergar realmente meu crescimento na cena e me amadurecer nesse mercado. Sempre fui muito dedicada e focada… então comecei a ver as coisas realmente acontecendo e meu nome fazendo parte de line-ups incríveis.

Seus recentes lançamentos foram ao lado de Blackout e Mary Mesk, fortes nomes da cena. Como surgiram essas oportunidades?

Lud Prado – Sempre fui uma pessoa bem relacionada, isso ajuda bastante. Mas também sempre tive admiração por eles. Com os meninos do Blackout, nosso público é basicamente o mesmo e temos amigos em comum… então, a música Deep foi ideal para o verão e mais comercial como nosso público. E com a Mary, sempre tive admiração pela produtora que ela é… fiz um convite no começo da pandemia e deu super certo, a track faltava melhorar a melodia e ela arrasou muito nessa collab.

‘Love You Baby’ é mais um dos seus lançamentos na Alphabeat Records e um belíssimo Progressive House. Como foi o processo de desenvolvimento dessa track?

Lud Prado – Confesso que foi demorado porque sou bem detalhista. Para chegar na versão final foram meses rachando a cabeça, porque queria algo bem diferente mas que tivesse aquele toque especial feminino e que mostrasse meu lado de set bem pista, pra cima e marcante.

Você comenta que a música traz um ar muito feminino, além de uma história de superação após o fim de um relacionamento e, ainda assim, uma bela sonzeira melódica, firme e marcante. Pode nos contar mais sobre?

Lud Prado – Sim, por eu ser mulher quis expor de alguma maneira um lado feminino romântico em um vocal feminino. Porém, desde o ano passado venho curtindo demais esse lado Progressive e queria fazer algo bem marcante para ser um diferencial.

Você já comandou grandes palcos pelo Brasil, e imaginamos que a saudade de vibrar com as pistas seja grande. Como está a expectativa para apresentar suas novas tracks pessoalmente ao público?

Lud Prado – Confesso que estou muito ansiosa para sentir a troca de energia e ouvir o feedback da galera na pista. A saudade dos palcos está grande!

Como foi a sua transição musical desde o início de suas produções até o momento atual?

Lud Prado – Sempre fui muito de curtir e vivenciar bem o momento, constantemente amadurecendo, musicalmente falando, e refinando o estilo musical também. Mas acho que como DJ temos o importante papel de se atualizar sempre no mercado musical. Nesse momento, estou ouvindo e curtindo demais o Progressive no dia a dia, até pra treinar de tão viciada por esse estilo. Meu público sempre foi mais comercial, mas nessa fase por estar sem poder me apresentar para esse público grande, quis mostrar mais esse lado do meu gosto musical. Curto bastante o Tech e Progressive.

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Mainstage

DMKZ: do Brasil para a Bélgica e, em breve, para o mundo!

Com uma bagagem de 14 anos de estrada, DMKZ retorna após um hiato de mais de 5 anos e contou pra gente um pouco do seu trabalho. Confira!

As tracks Agua (Remix), Not Feeling In The Dark, Dark Room e Alive, que somam mais de 330 mil streams nas plataformas digitais, são alguns dos lançamentos de Douglas Ferreira, nome que dá vida ao projeto DMKZ.

Presente na cena eletrônica há 14 anos, o DJ e produtor musical brasileiro, que atualmente mora na Bélgica, retorna após uma pausa em 2015, ainda mais forte, almejando alcançar patamares ainda maiores. Em entrevista ao Beat for Beat, conversamos com o músico sobre sua carreira, lançamentos, e todos os detalhes para quem ainda não conhece seu trabalho. Confira:

Beat for Beat – Quem é DMKZ? Apresente-se para quem ainda não te conhece.

DMKZ – Sou DJ e produtor musical, nascido no Brasil e resido atualmente na Bélgica.

Quando a sua vida cruzou com a música eletrônica?

DMKZ – Muito jovem, quando eu tinha 12 anos. Na rua da minha casa existia uma equipe de som, a qual comecei a frequentar as festas e fazer parte. Foi nesta época que tive meus primeiros contatos com a música eletrônica.

E dentre todos esses anos, qual o maior aprendizado tirado?

DMKZ – Fazer o que se ama, sempre!

Como você descreve a sua sonoridade?

DMKZ – Essa é uma pergunta difícil, minha sonoridade é bem diversificada, variando entre vários sub-gêneros da música eletrônica em geral.

Seu maior hit, ‘So Everybody’, acumula quase 250 mil plays e figurou super bem nas playlists do Spotify, certo?

DMKZ – Certo, foi uma grande surpresa pra mim. Agradeço desde já o apoio de todas as pessoas que adicionaram “So Everybody” em suas playlists e tornaram isso possível.

Você acredita que o Slap House vai tomar conta da cena brasileira? Ou talvez isso seja momentâneo para o ciclo dos gêneros?

DMKZ – O Slap House é uma sonoridade que cresceu muito no Brasil. Tivemos muita influência para esse estilo se tornar o que é hoje ao redor do mundo. Acho que assim como tudo na música haverá sim um momento de renovação. Quando? Isso eu não sei dizer.

Recentemente, você lançou ‘Alive’. O que você diria sobre esse som para as pessoas que ainda não escutaram?

DMKZ – Alive tem uma energia muito positiva, traz o ouvinte para bons momentos: é uma ótima música para sonhar, relembrar e se sentir mais motivado.

Qual foi o seu maior desafio de carreira até hoje?

DMKZ – A minha vinda para a Europa, com certeza, pois tive que recomeçar a minha carreira como DJ do zero. Fiz essa escolha pensando na qualidade de vida da minha família; foi preciso muita resiliência para retornar à música.

O que o DMKZ ainda sonha em conquistar e qual legado quer deixar para o mundo/cena eletrônica?

DMKZ – Meu grande sonho é explorar o mundo através da música, me conectar com as pessoas e fazer apresentações inesquecíveis.

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Entrevista

Entrevistamos: BLANCAh

Mulher, lésbica, que luta contra o preconceito apresentando um trabalho de qualidade e reconhecido no mundo todo. Conversamos com a BLANCAh!

Encerrando oficialmente os trabalhos do Pride Month, o B4B recebe um pássaro do techno nacional. Patrícia Laus, o nome por trás do projeto BLANCAh, conversou com a gente e abriu seu coração sobre assuntos envolvendo a luta LBTQIA+, falou sobre sua carreira e acima de tudo, sobre amor. Sobre sermos quem somos. Sobre nossas lutas e formas de resistir. Entrevistamos: BLANCAh.

Beat for Beat – Olá BLANCAh. Tudo bem? É um prazer imenso receber você em nosso portal. Para começar, sua relação com a música começou desde cedo. Como foi que você entendeu que iria viver de música na sua vida? E quais foram suas principais referências para que você levasse a ideia adiante? 

BLANCAh – Olá, tudo bem, o prazer é todo meu. De fato a música sempre me acompanhou, primeiramente como um hobbie, depois como brincadeira de adolescente quando formei uma banda. Se tornou profissão quando comecei a trabalhar em uma rádio na minha cidade.

Eu era locutora e programadora. Ali aprendi a fazer seleção musical, criar sequencias de playlists e a expor o meu gosto na musica. Era uma rádio muito livre e eu adorava isso. Não seguíamos “jabá”, tocávamos o que realmente nos interessava e os ouvintes se identificavam com os programadores e suas seleções. Ou seja, eu já era uma DJ e nem sabia haha.

Foi na radio também que surgiu o primeiro convite para discotecar em um clube que iria inaugurar em Florianópolis. Estamos falando do início dos anos 2000. De lá pra cá nunca mais parei de tocar e de me aperfeiçoar. Todo o meu caminho foi muito natural e todas as escolhas que eu fiz na minha vida foram guiadas pela bussola da Arte, tendo a música como minha maior expressão.

Além de música você também experimenta a arte do design em sua expressão artística. Tudo isso também faz parte do seu som? Como conseguiu implantar o design em sua carreira?

BLANCAh – Eu sou formada em Artes Visuais, tenho mestrado na mesma área. Sempre que penso em música, penso em imagem. Pra mim, é impossível criar música sem um norte conceitual e estético.

Cuido de todo o meu processo criativo de ponta a ponta, desde a criação das capas dos meus eps e álbuns, até meus ensaios fotográficos, ambientações e cenários. Tudo tem um porquê e uma explicação. Qualquer pessoa que tenha interesse em mergulhar no meu trabalho vai entender que BLANCAh é um pássaro e que em todos os meus trabalhos existem vestígios disso.

Sentimos a originalidade de suas melodias e de seus vocais em suas produções. Sua identidade única já foi muito bem recebida fora do nosso país. Lembra de algum momento único e histórico que você viveu em uma de suas apresentações no exterior? Qual foi o país que mais se conectou com sua identidade sonora? 

BLANCAh – Eu sempre cito a cidade de Beirut como uma das minhas melhores experiências como artista, mas mais pelo fator surpresa que me arrebatou. Eu não fazia ideia de como era a cena no Líbano e me surpreendi muito positivamente como tudo o que ví e vivi lá. O público também é muito caloroso, até hoje tenho fãs que me escrevem de lá.

Recentemente você e Binaryh lançaram o projeto Hiato, também criando uma label juntos. A relação profissional e o contato musical de você com Renée e Camila é bem próximo. Como vocês desenharam esse projeto tão lindo? Como é trabalhar com o casal?

BLANCAh – Chegar ao ponto de criar nossa própria gravadora foi um caminho muito natural pois nossa amizade já começou forte. Foi sinergia, foi reciprocidade, foi afinidade, foi amor a primeira vista, foram todos os ingredientes perfeitos forjando uma relação forte e muito afinada.

Como temos objetivos profissionais muito próximos, e como nos ajudamos mutuamente desde o inicio, nada mais natural do que formalizar isso criando a nossa “casa”, a Hiato. Trabalhar com eles é leve e crescemos juntos a cada dia.

HIATO

Recentemente, em uma campanha para o Dia dos Namorados para a marca Ratier Clothing, muitos de nós conheceram a Larissa, sua parceira. Neste último dia do Mês do Orgulho, como você vê o fato de muitos artistas LGBTQIA+ ainda se “esconderem” dentro do armário? A música eletrônica, que nasceu preta e gay, não está pronta para ter fortes representantes da nossa comunidade?

BLANCAh – A música eletrônica nasceu para isso, ser o discurso e o lugar das “minorias”; o “mercado”, o “business” a ressignificou a ponto de muita gente acreditar que ela não nos pertence mais, mas ela também é nossa sim! Este é um debate longo e complexo e é preciso interesse para que ele seja compreendido. Penso que qualquer pessoa que diz amar música eletrônica, deveria estudar suas origens para entender aonde se forjou o objeto do seu amor.

Como você bem disse… é uma musica preta, gay, trans, marginal. Só isso já deveria bastar para que, no mínimo, muitas pessoas fossem capazes de rever seus próprios pré-conceitos. Eu como DJ, nasci no meio LGBTQIA+, tocando para este público, e mesmo assim nem sempre me sinto confortável de expor minha vida pessoal. Não julgo aqueles que preferem manter suas vidas pessoais preservadas, e admiro aqueles que tem nessa luta a sua causa pois é preciso sim muita força e coragem.

Temos fortes nomes como The Blessed Madonna, Honey Dijon, Maya Jane Coles, Magda, a maioria das DJs que eu admiro são lésbicas ou bissexuais.  Temos vários núcleos como o He She They focados na causa também.  Eu particularmente, hoje tomo muito cuidado para não colocar a minha sexualidade na frente da minha música.

Não quero que gostem mais ou menos de mim por conta da minha orientação sexual, quero que gostem do meu trabalho e do que eu faço primeiro, e que o interesse na minha música desperte a vontade de pesquisar sobre mim. E ao pesquisarem encontrarão a minha história, encontrarão a Larissa, entende?

Acredito que existem formas diferentes de lutar e resistir. Há quem prefira a luta “armada”, o “confronto direto”, a bandeira empunhada. O mundo precisa dessa vanguarda! Há quem lute e represente resistência pelo simples fato de existir transitando em circuitos diversos, rompendo fronteiras e barreiras. Eu já estive do lado mais incisivo dessa luta.

Hoje entendo que o fato de eu ser mulher, artista, lésbica, transitando em circuitos hétero normativos, em porões undergrounds, em grandes festivais internacionais ou no clube local da minha cidade, tocando em peak time como headline, representa para mim resistir.

BLANCAh e Larissa

BLANCAh – Ser mulher, numa cena predominantemente masculina e além disso, ser lésbica, já te causou algum desconforto ou te colocou em alguma situação indesejada? Há alguma mudança de tratamento, quando sabem da sua sexualidade?

Na Verdade coisas acontecem, na nossa frente, nas nossas costas, mas nunca fiz disso um tema ou uma questão. Estou 100% focada no meu trabalho, ou seja, compor, me expressar, crescer. Quando um ato preconceituoso se dirige a mim, eu respondo lançando um álbum novo, saindo em turnê internacional, recebendo algum prêmio ou realizando algum sonho.

Pessoas preconceituosas e limitadas sempre existirão. Nosso papel é não permitir que nos limitem também! Lutar e conquistar todos os meus objetivos é a melhor resposta que posso dar a essa gente!

A música foi a forma que escolhemos para nos expressar. O techno, bem conhecido por não ter vocal em maioria das música, teria dificuldades em lutar por igualdade e pregar contra o preconceito? Como a BLANCAh pode fazer parte dessa luta, através do seu trabalho?

BLANCAh – Sou reconhecida como uma DJ de Techno, mas não me limito a ele. Meu ultimo álbum foi todo produzido numa pegada low bpm, pois meu objetivo maior era falar de amor. Trouxe minha família, meus amigos para dentro dele, e trouxe a Lari. Todo o processo foi muito intimo.

A música ‘Walk in Clouds‘ escrevi para a Larissa. O single foi lançado no emblemático selo Renaissance e ganhou remix do Fur Coat.  Essa é a minha forma de lutar.

Durante anos produzi festas para o circuito LGBTQIA+. Participei de diversas paradas da diversidade. Representei minha cena local ativamente. Hoje o que eu quero é falar de amor através da minha música, dos conceitos que crio e das minhas atitudes. Estou sempre disposta a conversar, a ouvir as pessoas, a responder cada mensagem que recebo, a abrir portas e caminhos para jovens produtores, a dar atenção a quem me pede.

Luto por um mundo melhor de uma forma simples, sendo simplesmente humana e buscando ser a cada dia um Ser melhor.

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Entrevista

Entrevistamos: NoPorn

Emblemáticos, poéticos e dançantes, o NoPorn conversou com o B4B e falou sobre sua história, adaptação e claro, muito música. Confira!

Foto: Aruan Viola

Nome importante na cena underground brasileira, o NoPorn traza em sua essência uma visão poética e dançante da música eletrônica. Com 20 anos de história, o duo traz a voz e personalidade de Liana Padilha, que junto ao talento e produções de Lucas Freire, dão uma atmosfera ímpar e que somente o NoPorn possui.

Dias após de lançamentos seu novo álbum, SIM, o NoPorn recebeu o B4B, virtualmente, para uma entrevista que remete as raízes do projeto, o mundo virtual e claro, a pandemia e a falta dos eventos que tanto nos assombram. Confira agora essa conversa. Entrevistamos: NoPorn

Beat for Beat – Olá gente, tudo bem? Primeiramente, agradecemos a entrevista. Noporn é com certeza uma de nossas joias nacionais quando citamos a dance music nos anos 00. Essa não é a primeira formação do projeto, que contou com o Luca na primeira formação. Como vocês, Liana e Lucas se conheceram e como chegaram na conclusão de fazerem música juntos? O que os uniu, seja física, emocional ou musicalmente falando? 

Liana – O NoPorn nasceu em SP no começo dos anos 00. Eu toquei como DJ por 10 anos na noite de SP e tivemos muito tempo criando e atuando nosso primeiro disco de 2006. Em 2012 eu voltei a morar no Rio de Janeiro, onde nasci, para pintar que era o que me movia naqueles tempos. Tinha tocado um álbum inaugural por quase 10 anos e tanto eu quanto o Luca Lauri, queríamos  fazer outras coisas.

Quando cheguei no Rio, entendi realmente o NoPorn, comecei uma vida numa cidade “nova” e fui jogada numa cena de música, liberdade e fervo. Nessa cena, nasceram várias ideias, textos e histórias que eu fui colecionando. Criei com amigos uma banda de música e pintura, tintapreta e voltei a fazer músicas. Paralelamente chamavam o NoPorn pra shows e a gente queria coisas novas. Em 2016 lançamos o segundo álbum BOCA, com histórias que eu estava vivendo/assistindo na noite do Rio.

O Luca Lauri começou a estudar mais profundamente, fazer mestrado, e não conseguia fazer shows, então ele mesmo falou pra eu chamar alguém do tintapreta pra tocar comigo. Eu chamei o Lucas pra tocar o NoPorn comigo, ele se envolveu e começou a fazer músicas. A gente tocou por dois anos em várias cidades do país e naturalmente começamos a criar o terceiro disco, SIM. O NoPorn é um livro de amor.

Lucas – Eu conheci a Liana e me uni a ela pela música mesmo. Normalmente é esse o fator que me move. Nos conhecemos e depois que fiz os primeiros shows com o NoPorn, vi que poderíamos ir mais fundo naquela configuração. Isso calhou com o momento do Luca Lauri, que precisou ficar nos bastidores do grupo por um tempo. A Liana tem muita vontade de criar e vive em torno disso; eu sou assim também, então temos aqui um grande encontro.

Aproveitando o gancho, a identidade do NoPorn está muito ligada à poesia. Como foi que surgiu esse movimento dentro do grupo? Porque declamar e não cantar?

Liana – Porque eu sempre fui muito ligada em textos, palavras e poesia. Também gosto da minha voz e especialmente da voz falada sobre música. Tem gente que canta super bem, eu falo, falei muito cedo, com menos de um ano. Gosto de palavras do som e do poder delas quando são ditas.

De 2006, lançamento do primeiro álbum do projeto, até 2021, o mundo e o Brasil mudou. As relações, identidades e musicalidade receberam fortes interferências da digitalização globalizada. Como foi trazer a era online para o NoPorn? Qual foi a maior dificuldade na adaptação aos novos tempos?

Liana – Eu vim morar em SP em 1992, tive um convite do Andre Fischer (Festival Mix Brasil) para criar arte digital. Desde então então sempre fui muito ligada em “novas mídias”. Quando o NoPorn começou, em 2002, a gente já usava emails, fotolog, myspace. O impacto era bem menor mas quem tem interesse em música eletrônica, sempre foi ligado nisso.

Agora, hoje, quando pessoas que nasceram ou eram crianças na época que o NoPorn começou, ouvem uma música do disco 1 e entendem, gostam, postam e se identificam, acho que é porque o que a gente fala ainda é atual. “Fale para sua aldeia e fale pro mundo”

Lucas – Eu não conheço um mundo musical e criativo diferente deste. Comecei a me aproximar da música muito cedo. E para a minha geração (’89), as descobertas da adolescência e depois da juventude são inseparáveis da internet e da cultura globalizada.

Descobri a música eletrônica numa gaveta de coleção de CD’s do meu pai, depois nos fóruns de internet. Tudo isso muito antes de saber o que era uma pista de dança ou ter contato com cultura noturna e cenas musicais. Nós vivemos o aspecto “online” da coisa o tempo todo, amplificado durante este período de pandemia.

Apesar do projeto ser eletrônico, vocês também sempre estão no circuito alternativo dos eventos brasileiros. Existe uma diferença em tocar nestes dois tipos de eventos? Como fazer para que o NoPorn adapte-se a diversos ambientes, mas sem perder a essência tão característica da dupla?

Liana – Hoje tudo é eletrônico. Fazemos música e poesia, atmosférica, pra dançar, se sentir lindo, sexy. Não somos uma banda pra assistir um show, somos um clima de festa e de liberdade.

A dificuldade não é nossa, é dos eventos de entenderem que a nossa música é pro clima e o público é o que importa, não é espetáculo musical, é para os sentidos, pra dançar e ser livre. É música de festa.

Lucas – Existe uma diferença grande, a das dimensões do palco e do público. Mas por enquanto, mesmo em palcos grandes, a gente prefere criar uma nuvem de liberdade e intimismo e convida os ouvintes a fazerem o mesmo. Uma coisa boa dos festivais é que normalmente as pessoas estão ali muito entregues ao ato de ouvir música e de se deixarem embalar no repertório dos artistas, de sentir cada palavra, cada som. A física é diferente.

Nas noites e baladas menores a cadência é outra; o intimismo acaba levando ao delírio languido dos inferninhos, o público passa a fazer parte do show e tudo repercute intensamente, imediatamente. Acho que muito da essência do NoPorn se criou nessa atmosfera e muitas músicas carregam ela.

Foto: Marlon Brambilla

Seus videoclipes também sempre possuem um impacto muito importante para a música que vocês produzem. Vocês ajudam na escolha da arte audiovisual? Como funciona o processo de criação, gravação e edição dos vídeos? 

Liana – A gente deixa os artistas livres pra fazerem a leitura que sentirem das nossas músicas. Gosto de ter a visão dos outros e não de entregar literalmente o que cada música fala. É muito legal saber o que cada música inspira nos outros.

Lucas – Temos amigas e amigos muito talentosos que fazem parte da nossa história. Artistas que nos brindam com ideias e criações. A gente gosta muito desse estilo de composição para videoclipes, são visões de criadores próximos a nós inspiradas na nossa música. Não costumamos participar do processo, em alguns casos temos reuniões e conversas sobre direção, mas em outros nem isso – são respostas visuais ao som que fazemos.

Vocês exalam a vida noturna. Nesta época em que vivemos, acredito que assim como nós, sofrem muito com a ausência da pista, do calor dos corpos unidos, da música sem preconceitos ecoando em espaços repletos de dança e alegria. Como o NoPorn está fazendo para atravessar todo o caos pandêmico e como ele prepara para o tão aguardado retorno dos eventos?

Liana –  Estamos fazendo músicas e criando pra poder suportar tanta tristeza e desamparo. A vida é feita de pessoas e trocas. A vida importa muito e é fita de pessoas e trocas, a vida noturna importa pouco nesse momento de tantas vidas perdidas.

O que podemos fazer pra aliviar a solidão e o sofrimento é criar arte. E isso a gente não parou nenhum dia de fazer.

Lucas – Estamos em casa, criando, ensaiando, estudando e trabalhando com o que dá neste mercado paralisado. Os dias são todos muito parecidos e o potencial melancólico é muito grande, mas cada dia também é único e perfectível. Temos a sorte de estar em boas condições de saúde e de podermos trabalhar em casa durante a crise sanitária, mas para quem vivia a vida noturna, pulsante, é uma adaptação complicada. Sentimos muita falta de tocar, e já estamos trabalhando para poder voltar aos clubes e palcos assim que for possível.

Hoje, se o NoPorn de 2021 pudesse recitar algum verso para aquele NoPorn de 2006, qual seria? 

Liana – “Quem poderia ver alguma coisa além de sexo.

Lucas – “Não se afobe não, que nada é pra já…”

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Mainstage

Le Dib abre o jogo e fala sobre a track ‘ About U’ lançada pela Sony Music

Com uma nova sonoridade e mostrando versatilidade, Le Dib nos apresentou recentemente sua track ‘About U’, tema central dessa entrevista.

Solidificando cada vez mais o seu papel de produtor, cantor e compositor no cenário da música eletrônica, Le Dib conversa com o Beat for Beat e conta os mínimos detalhes da ideia e das inspirações para a produção de sua mais recente track ‘About U’ pela Sony Music, repleta de elementos dos anos 80 e muita empolgação.

Os lançamentos deste ano, ‘Take My Breath’, ‘Electric Love’ e ‘About U’, somam mais de 165 mil streams no Spotify, além de comprovarem a versatilidade e maestria com que o artista passeia pelas mais diversas vertentes da música eletrônica. Confira a entrevista abaixo e conheça mais sobre o produtor.

Beat for Beat – Mais um super lançamento na carreira, parabéns! Dessa vez com uma nova sonoridade, você impressionou muito pela versatilidade e citou no lançamento que puxou elementos dos anos 80 para essa produção. Como surgiu essa ideia? 

Le Dib – Sempre fui muito fã da sonoridade dos anos 80, tanto no eletrônico como no rock. Há um ano fiz um remix (que finalmente saiu a liberação) e introduzi essa sonoridade na produção. Fiquei muito contente e inspirado com o resultado e agora pretendo usar cada vez mais esses elementos.

Quando Le Dib entra no estúdio, quais ou quem são suas inspirações no atual momento e por quê?

Le Dib – Hoje me inspiro muito na sonoridade do Vintage Culture e de diversos artistas do pop/rock dos anos 80. Minha ideia é conseguir fazer o antigo soar novo. Acho que o álbum mais recente do The Weekend atingiu essa meta de forma excepcional.

Em ‘About U’ existe a forte presença de arranjos mais agressivos, contrariamente da letra, que fala sobre amor. Qual é o equilíbrio para que a track não seja nem tão doce e nem tão agressiva?

Le Dib – A letra e melodia de ‘About U’ são extremamente “melosas”. Encontrar o equilíbrio não foi uma tarefa fácil. Uma vantagem, na minha opinião, por ser músico, é saber usar os acordes certos para conseguir encontrar esse balanço dos timbres mais agressivos com a melodia mais doce. A sequência de acordes faz toda diferença na vibe da música.

Considerando todas as vertentes dentro da música eletrônica, como você definiria a sua nova sonoridade?

Le Dib – Confesso que eu não tenho a menor ideia. São tantas vertentes e subgêneros que eu já nem sei mais o que eu faço, hahaha.

Onde e como você imagina o Le Dib em 2025?

Le Dib – Honestamente? De volta em Los Angeles, casado, com filhos e trabalhando só em estúdio com produções e mixagens. Lançamentos contínuos, mas sem me preocupar mais com vida de turnê.

O que podemos esperar em suas próximas produções?

Le Dib – Acho que pela primeira vez eu posso dizer: esperem a mesma essência, mas tudo bastante diferente do lançamento anterior.

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Entrevista

Entrevistamos: UMEK

Um dos maiores nomes do techno mundial, UMEK, conversou com nossa equipe e falou sobre o passado, presente e futuro da música eletrônica.

Se você é um techneiro raiz, com toda certeza já ouviu falar de UMEK. Pioneiro do techno em seu país, a Eslovênia, Uros Umek é um daqueles artistas que você precisa acompanhar de perto. Com diversas músicas nos charts do Beatport, além de ter uma fama reconhecida internacionalmente, ele foi um dos que se reinventou durante a pandemia e aventurou-se em novos horizontes.

Desde uma masterclass a uma plataforma de análise de dados, lives e lançamentos, UMEK não parou. E foi sobre isso que ele conversou com nossa redação, resgatando um pouco do seu passado, presente e até mesmo falando sobre o futuro, além de nos contar alguns segredos, incluindo um dos seus grandes arrependimentos na carreira. Quer saber qual foi? Leia agora nossa entrevista!

Beat for Beat – Olá UMEK, é um grande prazer conversar com um dos grandes nomes do techno mundial. Como você iniciou sua carreira, na música eletrônica e techno? Quais foram as principais influências musicais que fizeram o artista que você é hoje?

UMEK – Eu comecei a discotecar quando era adolescente, na época do colégio. Lembro de ouvir uma estação de rádio chamada Green Apple e  o Dance Nation era um dos programas da rádio, via satélite, onde eles tocavam techno e todos os tipos de música eletrônica, todos os finais de semana. Foi aí que tive muita influência no início da minha carreira.

Comecei a discotecar profissionalmente em 93, quando a cena estava apenas começando, progredindo e crescendo. No início, eu gostava de house e EDM, mas depois me concentrei apenas em techno graças a Westbam, o líder do movimento techno alemão no início dos anos 90, Surgeon e o resto da equipe do Birmingham.

Eu encontrei muita inspiração assistindo Jeff Mills fazendo sua mixagem, enquanto Carl Cox foi o melhor quando se trata de construir energia na pista de dança.

Jeff Mills, uma das influências de UMEK

Um de seus maiores feitos foi a criação de sua label, 1065, para a descoberta de novos artistas para a cena. Como funciona a escolha dos lançamentos? Como os artistas podem te encontrar?

UMEK – Os artistas podem enviar suas demos para minha gravadora 1605 (demo@sixteenofive.com). A cada duas semanas, analiso as inscrições mais interessantes e, se houver algo realmente bom, é assinado pela gravadora. Somos muito exigentes porque em 2020 lançamos apenas duas faixas para compilações Desiderati.

Em primeiro lugar, verifico a música, depois passo pelos canais digitais dos artistas. Eu também ouço outras faixas e verifico suas páginas no Viberate, onde vejo como um artista específico está se saindo.

Em certo momento de sua carreira você produziu algumas faixas com escala comercial, gerando grandes resultados para sua carreira. O que esta viagem ao mainstream te trouxe de aprendizado profissional?

UMEK Do ponto de vista da aprendizagem, não vejo isso como um erro. Sempre quero expandir meu conhecimento e estou interessado em coisas diferentes, então às vezes eu me empolgo. No entanto, do ponto de vista comercial, devo dizer que essa saída do techno e a incursão na cena mais comercial foi uma das piores coisas que eu poderia ter feito.

Mesmo tendo sido um sucesso, não foi uma ideia inteligente. Eu recomendaria a qualquer um que já tenha uma base de fãs estabelecida e som em um gênero específico, não mudar a rota da música tão drasticamente, pois é muito difícil fazer um retorno.

Você também foi um dos pioneiros a apresentar aos seus fãs uma masterclass com várias dicas e macetes de produção musical, para alcançarem as pistas de todo planeta. Como foi ceder um pouco de seu aprendizado para os produtores iniciantes?

UMEK – No começo, eu realmente não sabia o que esperar disso. Achei que fosse algo que só faria durante o período coronavírus, mas rapidamente percebi que é algo que realmente gosto de fazer, então continuarei mesmo quando a vida voltar aos trilhos.

É ótimo ver tantos rostos felizes que mal podem esperar para começar a produzir música e experimentar todos os truques que aprenderam durante nossas sessões. Não tenho certeza de quanto tempo poderei fazer isso no futuro, mas eu realmente gostaria de continuar passando meu conhecimento de música para outras pessoas, porque é muito gratificante ver o progresso delas.

Sem dúvidas, estes últimos 2 anos tê sido grandiosos na sua carreira e parte deste seu retorno ao topo deve-se a extensa análise de dados feitas para sua marca. O quanto você acha o marketing digital importante para a carreira de um DJ?

UMEK – Hoje em dia, o marketing digital é mais importante do que nunca. Você tem que estar presente nos canais digitais, ou simplesmente não existe. Se você sabe como promover suas páginas e canais, está a meio caminho do sucesso. A outra metade é música e performance.

Viberate

Pode nos contar um pouco sobre a Viberate e como ela funciona no mercado da música?

UMEK – Tudo começou quando o Viberate era apenas um projeto favorito, para analisar minha carreira e ver como os investimentos em publicidade estavam dando frutos. Era um banco de dados crowdsourced desde o início e depois que mais de 30 mil perfis de DJs gerados por usuários, entraram em nosso banco de dados, percebemos que estávamos construindo alguma coisa.

A cena da música eletrônica aceitou bem, mas é claro, todos nós sabemos que os dados são apenas um ingrediente em uma receita total para o sucesso. Não importa o que os números digam, você ainda precisa produzir música de alta qualidade. Números e gráficos podem ser usados ​​para ajustar certas partes em seu caminho para o sucesso.

O Brasil é um grande fã do seu trabalho, esperamos ansiosamente um show seu no nosso país. Sente vontade de voltar para cá? Mande um recado para seus fãs brasileiros!

UMEK -Sim, claro, adoraria visitar o Brasil. Eu não vou lá há algum tempo. Existem muitos bons artistas lá, especialmente no techno. Eu tenho visto um grande progresso nos últimos anos, então eles definitivamente têm meu apoio.

E o que posso dizer é: fiquem seguro, saudáveis e aguentem firme. Nós vamos superar isso! Espero sinceramente que as coisas voltem ao normal nos próximos meses e possamos desfrutar de música ao vivo novamente.

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CORE: Conheça o novo programa underground da One World Radio

Inspirado em um dos palcos do Tomorrowland, ‘CORE’, novo programa mensal da One World Radio será direcionado ao techno e ao house undeground.

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Entrevista

Entrevistamos: Le Dib

Com um recente lançamento pela Sony Music, Le Dib conversa com a gente e fala sobre a música, inspirações, além de futuros projetos.

O DJ e produtor Leandro aka Le Dib acaba de lançar a faixa ‘Take My Breath’ pela Sony Music, que traz uma sonoridade mais forte para o projeto.

Conhecido por um som mais rádio, o artista vem adotando uma nova vibe para suas produções, esperando o momento em que poderemos nos reunir nas pistas novamente. A nova track foi escrita em 2017, e desde esse período passou por diversas versões até chegar ao resultado final.

Conversamos com o produtor, cantor e multi-instrumentalista sobre inspirações e processo de produção. Confira:

Beat for Beat – ‘Take My Breath’ estreia uma nova sonoridade do projeto. O que te motivou a iniciar essa transição e como foi o processo de produção da faixa?

Le Dib – Acreditando que os eventos voltariam esse ano, resolvi levar as músicas para um lado mais pista. Depois de algum tempo tentando criar uma identidade sonora mais dentro do Progressive House, produzi algumas músicas pra esse ano que estou bem ansioso para lançar. A ‘Take My Breath’ funcionou como uma música de transição com um pouco de Le Dib 2020 e um gostinho do que vem em 2021.

Você contou que aprendeu muito ao observar Jon Castelli, que já trabalhou com grandes nomes internacionais. Qual outro artista você admira e se inspira?

Le Dib – Jon é um dos melhores engenheiros de mixagem que eu já vi. Trabalhou com Ariana Grande, Khalid, Lady Gaga, entre outros. Aprendi muitas técnicas de mixagem com ele e que são totalmente aplicáveis no processo de produção também. Jaycen Joshua sempre diz em suas entrevistas que o engenheiro de mix não é visto, muitas vezes, como uma peça importante na música. A verdade é que uma música com uma mix ruim, nunca vai transmitir o mesmo sentimento.

Parabéns por estar entre os finalistas do Music Video Festival, um dos maiores festivais da América Latina, com o clipe da ‘Close To You’. Como está se sentindo e quais as expectativas?

Le Dib – Fiquei muito contente com a indicação e confesso que não tinha criado expectativas, mas agora estou ansioso pelo resultado final. Todos os clipes que estão concorrendo são muito bons. Não vou ficar triste se eu não for o vencedor.

Pelas fotos do seu Instagram, você gosta bastante de viajar. De que modo isso inspira e influencia a compor e produzir?

Le Dib – Qualquer coisa que te deixe psicologicamente bem ajuda na inspiração. Tem gente que gosta de se exercitar, viajar, cozinhar etc. Pra mim é um pouco de tudo isso, mas viajar realmente é o meu favorito. Seja pra conhecer lugares novos ou visitar os amigos que fiz em Los Angeles no tempo que morei lá.

Pra finalizar, conte um pouco sobre sua parceria com a Sony Music e os próximos lançamentos em 2021.

Le Dib – Iniciamos a parceria no começo do ano passado e seguimos firmes e fortes. Já temos 10 lançamentos programados para esse ano. 2020 lancei minhas músicas mais pops e agora em 2021 vamos numa pegada mais pista.

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Entrevista

Entrevistamos: Pirate Snake

Após um grande ano, Pirate Snake conversou com a gente, com uma projeção do seus próximos projetos e sua visão de futuro da cena dance music.

Finalizando o ano com tracks pelas grandes gravadoras Toolroom, Smash The House, HUB Records e Revulta, o DJ e produtor Pirate Snake, também conhecido como o “tiozão” do cenário musical eletrônica brasileiro, se manteve ativo por meio de suas redes sociais, participou de LIVEs e Drive-Ins, mesmo com a indústria virada de cabeça para baixo.

Em conversa com a gente, o mesmo nos contou sobre seus projetos para o ano que vem, como espera que a cena eletrônica irá voltar após a pandemia, qual estilo acredita que fará sucesso no próximo ano e como acontecerão os eventos, além de refletir sobre quem ele era e em quem se tornou durante esse ano pandêmico e indicar três tracks para animar o seu fim de ano. Entrevistamos: Pirate Snake!

Beat for Beat – Ei Raul, obrigado por conversar com a gente nesse finalzinho de ano. Pra começar, diz pra gente, quais são os projetos do Pirate Snake que podemos esperar para o ano que vem?

Pirate Snake – Eu recentemente lancei minha agenda do quadrimestre de 2021 no meu Instagram, com lançamentos pela Spinnin’ Records, Loulou Records, dois pela HUB Records, CICLO Records e Transa Records. Mas adiantando em primeira mão, tem mais coisas assinadas vindo aí! Tem uma mesmo pela Night Service Only, que é a gravadora do CID e também distribuída pela Spinnin’ e outras em fase final de negociação em grandes gravadoras também. Esperando assinar para anunciar. Então podem esperar um Pirate Snake bem focado!!!

Você acredita que a cena eletrônica nacional voltará mais madura e unida após o Covid-19?

Pirate Snake – Honestamente acho que mais unida, não. Depende muito do ponto de vista e como cada pessoa enxerga isso. Não vejo tanta alteração assim. As pessoas continuam tendo suas personalidades e agindo como sempre agiram.

Quais são os estilos que você acredita que virão com mais força em 2021 no Brasil?

Pirate Snake – Acredito muito na consolidação do Tech House e uma onda muito forte de Progressive House.

Em relação aos fãs, a volta com certeza será calorosa. Como acredita que serão os eventos quando tudo voltar ao normal?

Pirate Snake – Acho que os primeiros serão um estouro sem precedentes. Vejo muitos eventos colidindo data também. Ao mesmo tempo que o povo estará sedento, os produtores também estarão. Não sei se isso vai ser bom ou vai dividir as pessoas.

Quem era o Pirate Snake antes da pandemia, e como você acredita que será após?

Pirate Snake – Antes eu queria fazer tudo de tudo um pouco, mas agora eu vi que precisamos focar em algo, ou pelo menos que se for mais de uma coisa, serem poucas. Quem faz muita coisa não consegue ser nota 10 em nada.

Para finalizar, recomende 3 músicas suas para escutar agora no fim de ano!

Pirate Snake – Keep Moving, Black Mamba e Move Out 🙂

Confira os últimos lançamentos do artista, ‘Keep Moving’ pela Toolroom ao lado de Pleight‘Save Me’ em parceria com Deadline e Snowx pela Smash The House dos gigantes Dimitri Vegas & Like Mike‘Move Out’ pela brasileira HUB Records e ‘Marinheiro Só’ pela italiana Revulta em colaboração com Curol, enquanto aguardamos ‘The Moment’ que será lançada em 2021 pela gigantesca Spinnin’ Records ao lado de Lothief.

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Via UnderGROUND

O criativo YOLA fala sobre seus próximos passos musicais

Tem faixa free download para sair e lançamentos com gravadoras renomadas. Venha ler tudo o o YOLA nos prepara para os próximos meses.

De cabo a rabo nesse Brasil com certeza há muitas jóias para serem descobertas, músicos que colocam corpo e alma naquilo que fazem sem buscar qualquer tipo de estrelismo. O paulista Diogo Siqueira aka YOLA é um deles. Envolvido com arte desde cedo, teve banda na adolescência, estagiou em um espaço de produção audiovisual e então decidiu dar o pontapé inicial com seu projeto eletrônico YOLA, nome em homenagem à Yo La Tengo, banda que ele é um grande fã.

De 2017 até aqui lançou bons trabalhos de estúdio como o EP ‘Avalo‘, que tem os vocais da cantora sul-africana Toshi em uma das músicas, e até um single em parceria com Ale Sater, vocalista da banda Terno Rei, em ‘Sal’. Mas seu triunfo é mesmo ‘Khulu’, faixa assinada pela alemã Get Physical que foi parar nas playlists de Dixon. E pela frente? Tem muita coisa bacana que você vai saber agora:

Beat for Beat – Pesquisamos um pouco sobre o seu trabalho e percebemos uma sensibilidade peculiar na música que você produz e toca. Isso é algo natural seu? Você enxerga isso também?

Yola – Oi pessoal! Acho que consigo enxergar também, pra mim é um processo muito natural. Comecei muito novo na música, tive banda, gravamos CDs, trabalhei em estúdio e etc., sempre estive envolvido com essa faceta criativa e autoral e acho que esses elementos que caracterizam meu som são fruto dessa história toda, tudo o que vivi, ouvi, shows que eu fui, artistas que colaborei… quando sento no estúdio acaba sendo aquilo que consigo externar nas músicas.

Tanto que um de seus lançamentos foi parar na playlist do Dixon, acho que é um bom sinal de que você tá no caminho correto, né?

Yola – Ahh isso foi sensacional mesmo! Uma sexta a tarde entrei no meu Instagram e tinha uma notificação de que alguém havia me marcado em um post, quando fui ver era o Dixon me marcando em um stories onde ele mostrava as músicas que entraram na playlist “track IDs” que ele havia feito a curadoria para o Spotify, e a ‘Khulu‘ era uma delas entre tantos outros artistas incríveis. Acho que pode ser um bom sinal sim. Por outro lado, só aumentou minha ansiedade em mostrar todas as músicas novas que vão sair ano que vem e continuar nessa estrada.

Aliás, falando em caminhos, você já tem alguns definidos para o ano que vem, certo? Digo, lançamentos e etc., o que virá pela frente?

Yola – Então, ano que vem vai rolar muita coisa, tô bastante ansioso pra mostrar tudo! Em janeiro vou lançar um edit que eu e meu amigo Tha_guts fizemos para uma música do Frank Ocean, esse edit vem com um clipe que meu amigo Gabriel Rolim (@rollinos) fez, vamos lançar como free download mesmo. Em fevereiro vai sair um single pela Cocada Music, é uma música que terminei em outubro de 2019. No meio do ano vai sair um EP pela DSRPTV Rec, que é um label novo sensacional aqui do Brasil, esse EP vai contar com um remix de um artista incrível do Paquistão..

E têm também um outro EP com 3 músicas novas que vai sair por um label alemão e provavelmente alguns outros singles…

E essa gravadora alemã… dá pra falar qual vai ser?

Yola – Então, ainda não sei se vai ser na Get Physical Music, pode ser que seja em algum outro dos dois labels deles, ainda não temos definido isso. Mas, vai ser um EP com 3 músicas e também vai rolar um clipe de uma delas. Esse clipe é um dos conteúdos que mais estou empolgado em filmar e soltar, vai ser difícil segurar a ansiedade com esse projeto!

Seu processo criativo tem um método padrão ou você abre o projeto e as coisas vão acontecendo naturalmente?

Yola – Puts, tenho zero padrão, na verdade meu processo criativo muitas vezes é uma bagunça [risos], direto acontece de estar trabalhando em uma música e na tentativa de criar alguma melodia ou harmonia crio algo que não encaixa, acabo salvando o projeto com outro nome e continuo em cima dessa ideia nova. Gosto muito de começar a produzir de manhã, com a cabeça e ouvidos frescos e sem ter tido muita influência das funções do dia a dia, então, tento acordar todo dia às 6h, pra sentar no estúdio às 8h.. Também gosto muito de fazer umas pausas durante umas sessões pra ouvir alguns álbuns e músicas que me inspiram.

E até onde você quer chegar com a sua arte? Você traça planos e objetivos ou prefere não criar tantas expectativas?

Yola – Eu tento não criar tantas expectativas, mas acho que em todo projeto que nos dedicamos muito todos os dias, acabamos criando algumas expectativas… queria muito levar minha música para o maior número de pessoas, continuar fazendo músicas que me deixem feliz, acho que é a maior expectativa, sempre que termino uma nova, me renovo pra continuar no caminho. Tento focar em cada dia, criar algo novo, fazer algo pelo projeto, trabalhar em uma música ou ideia, jamais ficar parado! Sei que é um caminho longo e que poucos vivem da sua própria arte no Brasil, mas um dos objetivos seria poder viver da minha música.. quem sabe 🙂

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Talles Domit: equilibrando técnica e feeling com precisão

Cria de um estado que virou um reduto de grandes talentos, Talles Domit compartilha sua experiência com a gente nessa entrevista.

Santa Catarina há um bom tempo é berço de grandes talentos, principalmente na região do litoral, onde a vida noturna é (ou era até antes do coronavírus) bastante agitada, abrigando alguns dos principais clubs do Brasil e do mundo. Foi neste lugar que Talles Domit resolveu partir para firmar bases e trilhar uma carreira na música.

Há pelo menos seis anos, ele vem absorvendo experiência e apresentando uma identidade que une música eletrônica e clássica, passeando por estilos como Deep House, Progressive House e Techno. Abaixo você conhece um pouco mais da história deste artista, que tem planos definidos para 2021:

Beat for Beat – Olá, Talles! Muito obrigado por conversar conosco. Conta pra gente, primeiramente, como nasceu sua paixão pela música eletrônica?

Talles Domit – Olá, pessoal! Eu que agradeço o espaço e a oportunidade de compartilhar um pouco dessa trajetória até aqui. Em meados de 2014, logo que sai de um relacionamento exigente e regado de filosofias que eu não concordava, fui em busca de coisas novas. Conhecia bandas como RHCP, Linkin Park, ouvia Bee Gees e sempre notava a qualidade musical da produção no geral. Desde pequeno, e nem sabendo do que se tratava, eu já sentia uma vibração boa, não sei qual é o motivo, mas quando eu via um piano pensava: ‘Caraca, quero aprender a tocar isso, o som é lindo’.

Nesse tempo eu já estava praticando mixagem em CDJ com um amigo, foi o meu primeiro professor tanto em produção quanto mixagem, mas nunca cheguei a ir numa balada de música eletrônica. Tempos depois conheci o tal Warung que todos falam… cara! aquela vibração que eu sentia antes parece que se conectou com o templo, via a resposta das pessoas a cada virada e cada groove, o respeito de cada pessoa, a educação… parece que é uma sociedade completamente diferente.

Entre tantos momentos ruins que passei na minha vida, eu tinha encontrado um lugar onde todos os problemas eram esquecidos e a política de boa vizinhança exercida, acho que foi o momento que pensei cara como eu queria fazer parte disso! Liguei pro André Hobi, meu professor que citei anteriormente, e falei: ‘Mano, me ensina isso!’ Ele topou na hora e a partir disso comecei a minha trajetória.

O que resume tudo é prazer. A música passa uma sensação de bem estar e nos eleva a um ponto tão específico que nunca mais queremos sair daquele transe!

Em 2021, mais do que nunca, passaremos por uma fase de valorização dos artistas nacionais por conta da pandemia. Na sua visão, o que um artista precisa hoje em dia pra ganhar espaço e ser visto no mercado?

Talles Domit – Não posso dizer que é uma ciência exata e que fazendo tais coisas a pessoa vai atingir o mundo, acho que é um processo que exige paciência, estrutura e muita informação e prática. Acho muito importante organizar a casa e definir a identidade. Uma dica é: descubra suas descendências, analise o que pode ser usado para criar algo diferente e puxe isso para seu projeto, procure produzir música que o timbre lembre o país de onde seus ancestrais vieram, por ex.: minha família é libanesa, tem traços fortes, e a cadência das músicas do oriente médio é diferente, isso deixa uma seriedade e é marcante, expande as possibilidades. Estou no início, comecei a dar mais cara ao projeto e as coisas começaram a tomar um rumo melhor depois que comecei a praticar e aplicar alguns conceitos.

Procure também um mentor, uma pessoa que esteja na frente, ela vai lhe passar muita experiência e vai lhe ajudar a tirar as pedras do caminho, nós não conseguimos fazer tudo sozinho, é necessário um professor perto para você tirar o melhor proveito do seu tempo. Comigo está o Tarter, a mentoria dele vem abrindo os olhos para alguns erros que cometia e tem me ajudado a ajustar minha carreira.

Falar sobre tocar, neste momento, sempre parece um pouco utópico. Mas quando você sobe na cabine, quais são as principais influências que você leva consigo? Seja no estilo de mixagem, na seleção musical…

Talles Domit – Primeiramente levo o coração cheio de amor, cabeça limpa, tento deixar a mente em paz, é uma união de groove com melodia muito louca [risos]. Considero minha mixagem longa, parecida com a do Solomun. Minha playlist varia de acordo com horário, porém é composta pela maestria da BLANCAh, a experiência do Solomun, a força de Dubfire, e a calmaria de caras como Bedouin, Kora, Lee Burridge e outros.

Se você pudesse escolher um artista para realizar um b2b, quem seria e por quê?

Talles Domit – A BLANCAh, sem dúvidas. Ela foi uma espécie de sinal que apareceu na minha vida em momentos que pensei em desistir. Eu rezava por um sinal e ela curtiu minhas músicas e tocou em sua tour em Berlim. Isso considerei como um sinal que não era pra desistir e sim continuar ajustando as coisas.

 

E qual seria sua pista dos sonhos para tocar?

Talles Domit – São várias as pistas dos sonhos, como Amazing, Vibe, D-EDGE, porém, não posso negar que a principal é o Warung, arrepio só de pensar.

Imagino que durante a quarentena sua pesquisa também deve ter se intensificado. Tem alguma música que te surpreendeu nesses últimos meses?

Talles Domit – Confesso que tenho acompanhado pouco o mundo externo no quesito lançamento, tenho passado os últimos meses concentrado no live. Recentemente perdi meu HD externo e me desliguei totalmente do mundo exterior para colocar em dia o Live, que é meu foco principal no momento.

Você tem uma carreira relativamente pequena, mas com alguns feitos importantes! Quais foram esses momentos mais marcantes até aqui?

Talles Domit – Tocar nos dois principais clubs na minha cidade natal, União da Vitória, Aborigene Club e o Ravine, isso ajudou a dar uma impulsionada nas coisas. Fechar a pista dos gigantes Elekfantz, também no Ravine Club, e receber o suporte da BLANCAh em um momento que achei que a música estava com dias contatos, pois meu pai faleceu e a coisa toda teria que tomar outro rumo…

Apesar de um conhecimento relativamente novo, sabemos que você tem um carinho especial por piano e violino, inclusive pretende incluir estes instrumentos no seu live act, certo? Fala um pouco mais dos teus planos…

Talles Domit – O gosto por violino e piano vem de tempos, o timbre deles é arrepiante. Eu não sou nenhum especialista nesses instrumentos, porém sei onde estão as notas que eu preciso para aquela determinada obra. Tenho intenção de incluir ambos no meu live, na parte do piano utilizando teclados MIDI para emular o timbre. O violino vem depois, o processo é longo, ainda estou me aperfeiçoando, mas sei que nada é impossível.

E quanto ao trabalho de estúdio, você já tem novas músicas prontas? Quando deve chegar um novo lançamento?

Talles Domit – Até dói comentar, mas como falei acima, meu HD externo acabou indo pro espaço e perdi todo o live que estava pré-formatado, uma perda que me deixou triste um dia todo. Consegui salvar apenas três músicas das principais, entre elas, uma que o tarter tocou em sua live no projeto TWNP, que segundo ele é uma das favoritas para o lançar com a Createch. Tenho muito trabalho pra recuperar esse que perdi, mas não vou deixar abalar, já estou produzindo o restante.

O que você diria para as pessoas que estão iniciando sua carreira como DJ?

Talles Domit – Primeiramente: não seja sugão. Segundo: nada cai do céu, é preciso ralar, trabalhar para investir na carreira… não pense que fazendo foto do celular e música com sample vão te fazer subir, a parada é muito mais além que só tocar, portanto, não se iluda. Ser DJ não é acordar três horas da tarde, ser DJ é uma empresa e deve ter disciplina e regras. Quando você entender essas coisas, pode ficar um pouco mais claro, mas não significa que você vai conseguir. Lute como eu estou lutando, se você não fizer ninguém vai fazer por você.

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