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Entrevistamos: Uncertain

O austríaco Uncertain, que já recebeu suportes de Carl Cox, Adam Beyer e Amelie Lens, acaba de lançar um novo EP pela brasileira Hotstage.

Mais de 30 anos de experiência conferem à Uncertain o atestado de Techno master. Até 2018, ele se apresentava através  de outro alter ego, Boriqua Tribez, e de fato trilhou um caminho de sucesso, mas foi quando mudou sua assinatura que as  conquistas gigantes começaram a aparecer, incluindo suportes de Amelie Lens, Adam Beyer, Luke Slater, Carl Cox, Ilario Alicante, UMEK e outras lendas.

Agora, quem o abraça é a Hotstage, gravadora brasileira que está assinando seu EP ‘Glow‘, que traz a faixa original acompanhada de três remixes por N.O.B.A., Toni Alvarez e dos headlabels DJ Murphy & Spuri. Ouça o EP abaixo na íntegra enquanto você confere mais detalhes da carreira de Uncertain nesta entrevista exclusiva:

Beat for Beat – Uncertain! Obrigado por aceitar essa entrevista com a gente. Conte-nos um pouco sobre o início da sua carreira… quando você começou a tocar e o que te fez acreditar em uma vida baseada e guiada pela música?

Uncertain – Em primeiro lugar: Eu amo música, principalmente música eletrônica! Comecei a discotecar por volta de 1989 em festas do ensino médio e particulares. No início dos anos 90, tive a oportunidade de ser DJ residente em um dos clubes underground mais conhecidos de Viena. Naquele momento, a House Music dos Estados Unidos estava explodindo — muitos discos incríveis de nomes como David Morales, MAW, Armand van Helden, DJ Sneak, Roger Sanchez, etc., foram lançados.

Com o passar dos anos, fui me apaixonando cada vez mais pelo Techno, então criei Boriqua Tribez por volta dos anos 2000. Quase duas décadas depois, decidi começar do zero com meu projeto atual Uncertain.

Certamente muita coisa mudou de lá pra cá… do que você mais sente falta do passado e qual é a melhor coisa da cena eletrônica atual?

Uncertain – Naquela época era mais sobre música do que truques de mídias sociais. Por outro lado, não é mais necessário ter equipamentos caros para começar — principalmente na música eletrônica.

Em que momento as coisas começaram a acontecer de verdade para Boriqua Tribez? Quais foram os highlights que te fizeram chegar em um outro patamar artístico?

Uncertain – Começou lentamente em 2002, após lançar na antiga gravadora de Ben Sims. E também depois de lançar para Umek/Valentino Kanzyani na Recycled Loops e na Primate as coisas ficaram loucas.

E o que culminou na mudança do seu nome de Boriqua Tribez para Uncertain? Sua estética sonora também se transformou através deste novo alter ego?

Uncertain – O Tribal Tech teve seu pico no fim dos anos 90 / começo dos anos 2000 – foi daí que surgiu o nome inicialmente. “Uncertain” me deu a oportunidade de mostrar diferentes aspectos do meu som.

No passado recente, você recebeu suportes de ninguém menos que Amelie Lens, Carl Cox e outras lendas do Techno. Ao que você credita essas conquistas? O que significa pra você ver estes artistas tocando sua música pelo mundo?

Uncertain – Trabalho árduo e coincidência. ‘Steel’, por exemplo, foi lançada em 2019 na Complexed Records e de repente se tornou uma das faixas mais tocadas da Amelie Lens. A faixa decolou graças ao suporte dela, mas nunca imaginei. Fico arrepiado toda vez que alguém toca a minha música.

E falando do seu lançamento mais recente, Glow, pela Hotstage… qual foi o processo criativo por trás dessa produção? Você já havia lançado por uma gravadora brasileira antes?

Uncertain – DJ Murphy apareceu com a ideia de lançar algo na sua gravadora. Na época eu já tinha alguns rascunhos e vocais em mente — as coisas aconteceram bem rápido. “Glow” acabou sendo minha estreia em uma gravadora brasileira.

E o trabalho de DJ Murphy e Spuri, os headlabels, você já conhecia?

Uncertain – Eu e Murphy nos conhecemos há anos. Nos tornamos amigos e tocamos muito juntos – já que estávamos na mesma agência de bookings.

Apesar de um ano difícil, quais são os planos para essa reta final de 2021? Obrigado!

Uncertain – Cuidar de mim, da família e dos amigos!

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Entrevista

Entrevistamos: Laidback Luke

Das Filipinas para a Holanda, do hip hop para a house music, Laidback Luke é um dos gigantes da indústria e hoje, bate um papo com a gente.

Ele nasceu nas Filipinas, mas logo na infância se mudou para uma das capitais da música eletrônica em todo mundo, a Holanda e lá, começou sua grandiosa trajetória no mundo da dance music. Lucas Cornelis van Scheppinge, também conhecido como Laidback Luke, é um daqueles artistas que possuem uma legião de fãs por onde quer que passe, seja por suas excelentes produções ou pelo carisma radiante.

Com grandes influências do hip hop, além de ser um apaixonado pela house music, o chefe da Mixmash possui uma vasta experiência musical e foi para compartilhar um pouco de sua história e falar de seus projetos, que ele conversou com a nossa redação num papo super descontraído e que você pode ler logo abaixo. Entrevistamos: Laidback Luke!

Beat for Beat – Fala Luke, tudo certo por aí? Sabemos que você cresceu dentro da house music e também do hip hop. Qual sua lembrança mais marcante de um dos seus primeiros contatos com a música?

Laidback Luke – Olá pessoal, estou bem, obrigado por perguntarem. Uau, isso foi a muito tempo atrás [risos]. Foi provavelmente em 1992, quando ouvi ‘Pump Up The Jam‘ do Technotronic, que faz a fusão do melhor do hip hop com aquilo que, para mim, era o melhor da house music e techno. Eu me lembro de ouvir pela primeira aquela track e entendi que a junção dos dois mundos era a melhor coisa para mim.

Você é considerado um dos maiores produtores da dance music na atualidade, mas queremos saber: qual foi a track que mudou a sua vida?

Laidback Luke – Pois continuamos com ‘Pump Up The Jam‘. Um amigo meu, meses depois, me mostrou que ele tinha o arquivo da música em um antigo computador AMIGA. Ele me mostrou como podíamos silenciar algumas batidas, retirar o vocal da música, reprogramar a melodia, tudo! Quando eu vi isso, percebi que era possível fazer música com um computador e foi ai que eu soube que eu queria fazer música para o resto da minha vida!

Um de seus maiores projetos e também mais divertidos é o Super You&Me. Como surgiu a ideia de receber tantos amigos em seu palco no maior festival de dance music do mundo?

Laidback Luke – Desde que eu era uma criança, sempre quis ser um super-herói! Em um determinado momento da minha carreira, fui convidado para fazer as minhas próprias festas e eu poderia dar um tema para elas. Eu percebi que se eu fizesse o tema de super-heróis, eu poderia, finalmente, me vestir como um na vida real e foi o que fiz [risos]

Outro projeto seu, porém mais recente, são suas aulas online que certamente vão ajudar diversos artistas a criarem seus bootlegs, mashups e re-edis. Como surgiu a ideia do curso e como foi sua rotina de gravação do conteúdo?

Laidback Luke – Meu primeiro curso com Digital DJ Tips, sobre discotegagem criativa, foi um grande sucesso. Ajudou muitas pessoas a começarem a discotecar e tornarem-se mais criativas na arte DJ. A Digital DJ Tips queria fazer algo assim para os DJs que sempre quiseram começar a produzir e foi como surgiu o novo curso.

Gravar todo o curso com Digital DJ Tips foi um processo muito divertido, mas também muito longo e detalhado, pois todo o curto tem uma forma de ensino muito completa. A forma como ensinam, aliada ao meu conhecimento, tornam os cursos muito eficazes!

Você é um homem cheio de projetos e recentemente, começou uma residência mensal na One World Radio. Como foi o convite para fazer parte da rádio e quais as expectativas para os próximos episódios?

Laidback Luke – Eu amo fazer coisas para o Tomorrowland e a One World Radio. A ideia para meu novo radio show veio do tributo ao Avicii que fiz para eles. Eles amaram minhas histórias com Tim e perceberam que eu tenho uma história muito grande com muitas pessoas da indústria, por isso, todos os meses, eu escolherei um convidado e vou compartilhar minhas melhores histórias com ele, além de tocar suas músicas em meu radio show. Tem sido algo bem divertido de se fazer.

A pandemia nos afetou drasticamente e esse seu novo curso pode ser uma válvula de escape, seja para os artistas que consumirão o conteúdo, quanto para você, durante a criação dele. Gravar as aulas, ajudam você com a saudade das pistas, do seu público? O que você mais sente falta?

Laidback Luke – Na verdade não foi bem uma válvula de escape, porque ainda sinto falta das tracks de pista e sinto muita falta do público! A cada dois dias tenho o mesmo sonho, que estou em uma festa ouvindo o DJ antes de mim e estou prestes a subir no palco para me apresentar, mas então, eu acordo. É ótimo se manter ocupado e ser criativo, mas sinto muita falta!

Laidback Luke no Time Nightclub | Foto: Evan Kinard

Para encerrar, como você lida com as nuances da música eletrônica mainstream, para sempre se manter ativo e também na cena em que você atua? Quais são as dicas que você daria para os produtores iniciantes?

Laidback Luke – Eu amo esse tipo de pergunta. A resposta está em ficar próximo a sua paixão. Nunca deixar a chama dentro de você se apagar. Focar na diversão de todo o processo. Na habilidade de criar alguma coisa, do nada e notar como aquilo vai afetar as pessoas. Isso vai lhe render boas memórias e emoções. Aprenda sua função, estude sobre o lado de negócios e não somente o artístico, nunca desista dos seus sonhos e tudo ficará bem!

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Entrevista

Entrevistamos: Dre Guazzelli

Um dos artistas mais camaleônicos da cena eletrônica nacional, Dre Guazzelli, conversou com a gente sobre sua vida, seus projetos e muito mais. Confira!

Dre Guazzelli | Foto: @befazio

DJ, produtor musical, empresário, Dre Guazzelli é com toda certeza, um dos grandes nomes da cena eletrônica nacional. Dono de uma personalidade marcante e única, Dre cativa a todos e transmite uma paz gigante, seja durante seus sets ou quando compartilha com o mundo, sua vida pessoal e vivências e é essa paz e muito conhecimento, que ele divide com a gente nesse papo. Entrevistamos: Dre Guazzelli

Beat for Beat – Fala Dre! Que prazer te receber por aqui. Vamos começar falando um pouco sobre seu relacionamento com a música. Como você iniciou seu sonho? Quais memórias vem à sua mente quando você lembra do primeiro insight que você teve para se tornar o que é hoje?

Dre Guazzelli – Acho que meu sonho começou na primeira vez que pisei o pé numa balada e entendi aquela energia que rolava. Desde então o sonho foi sendo implantando, regado e ele se intensificou muito na primeira vez que fui pra um festival em Alto do Paraíso na Transcendence, isso entre 2003 e 2004, ou seja, são cerca de 17 anos de sonho, metade dos anos que estou vivo, já que tenho 35 anos. São 17 anos que eu tenho tocado e realizado sonhos constantemente, que foram se expandindo com o passar do tempo.

Quando fui na Transcendence e vi toda interação com a natureza, convivi com aquelas pessoas por vários dias no meio daquela terra mágica, eu voltei decidido, junto com dois amigos, a fazer um curso de DJ e iniciar a produção de uma festa e aqui estamos hoje, tocando, produzindo música, realizando sonho de ter um estúdio e mais do que nunca, produzindo conteúdo próprio. Hoje não é um sonho só meu, é um sonho que tenho junto com outras pessoas e isso é muito maravilhoso.

Com certeza suas turnês pelo mundo foram um ponto chave para você se tornar este grande profissional da nossa cena. O que você aprendeu viajando que pode compartilhar com os novos produtores e seu tão querido público?

Dre Guazzelli – Viajando eu aprendi ainda mais a gostar da música eletrônica como uma árvore e entender que ela tem muitos galhos, que representam os estilos musicais e que cada um o seu momento especial, desde um lounge a um deep house, até o techno e tech house. Eu fui saboreando e ao mesmo tempo pegando essa característica de pista, de ser camaleônico e se adaptar desde o pôr-do-sol até um set mais forte no meio da madrugada. Essas viagens me ajudaram a entender a diferença e quão rica a música eletrônica é, seja com sua diversidade de artistas ou os diferentes momentos para cada música.

É muito bom também visitar os lugares e poder pegar situações que no fim das contas eu poderia absorver e aplicar no Brasil, com o público brasileiro. O Sábado Dre Tarde veio dessa vontade de eu querer tocar um som que não poderia tocar numa balada de madrugada e poder criar uma festa no fim da tarde, coisa que em São Paulo ainda não existia. Eu juntei algumas coisas que eu via nas viagens, como por exemplo o Burning Man, onde já toquei 4 vezes, onde é comum você olhar a pessoa no olho, além de seguir regras básicas de convivência, que deveriam ser ideais para um mundo melhor e a Dre Tarde tem muito desse espírito. Tudo foi nascendo durante as minhas viagens e isso enrique ainda mais a alma, ver que aquilo que você tanto idealizava, é possível.

Dre Guazzelli no Burning Man

Você levou seu estilo de vida para dentro e também para fora das pistas, assumir esta identidade tão única te ajudou ou prejudicou? Como foi levar seu lado pessoal abertamente para o lado profissional?

Dre Guazzelli – Desde o inicio eu acabei seguindo um caminho de muita coragem, de agir com o coração, como por exemplo com relação a minha família, que nunca foi contra, mas que eu era o ponto de atenção para todos, já que não tenho histórico de músicos ou pessoas envolvidas com eventos. Era algo novo para todo mundo, incluindo para mim, mas eu nunca deixei de seguir aquela vontade interna de poder me expressar e ser o mais completo possível. Eu sempre quis ser o meu próprio laboratório e mostrar para as pessoas o que funciona e o que venho praticando, desde atividades de bem-estar, esportes, misturado com baladas, alimentação saudável e isso foi me moldando, o que resulta numa personalidade única e que, por mais que no começo parecesse confuso até para mim, eu tinha uma certeza interna de tudo.

Eu acho que nada me prejudicou em momento nenhum, mas eu percorri o caminho mais longo, porém o caminho verdadeiro de uma vida inteira. Não é o alto e o baixo do sucesso de uma música, é uma constante evolução de um ser humano que gostaria de ser exemplo para outras pessoas e mostrar que sim, existem muitas coisas de fora que a gente pode pegar como referência do que podemos ser, mas sem querer ser alguém que já exista. É se apropriar de qualidades, mas ao mesmo tempo moldar ao que chamamos de ser único. Mesmo com referências, precisamos escutar o coração para seguir um caminho único.

Vamos falar um pouco sobre seu novo projeto, a label ‘Never Stop Dreaming Records’. Como funcionará a escolha do seu time? Qual a principal mensagem que você quer passar com seu selo no mercado atual?

Dre Guazzelli – A Never Stop Dreaming segue a risca seu nome e é sobre nunca parar de sonhar e serve para mim mesmo como um aviso para ter uma certa agilidade na hora de lançar uma música e criar uma certa independência, assim como o Sábado Dre Tarde nasceu para que eu não dependesse de contratantes e tivesse minha própria festa para que eu tocar o que eu realmente sinto e gosto, a gravadora funciona bem nesse âmbito.

Na Never Stop Dreaming eu posso lançar com liberdade e poder conectar mais artistas. Ainda vou abrir para receber outros artistas, mas no começo eu quero fazer uma espécie de incubadora e trazer pra perto quem merece atenção, quem está disposto e está criando. Eu já tenho um sistema de festas para poder colocar um artista que eu eventualmente lance na gravadora, fazer uma collab, quero criar um imã para novos artistas e quando eu for lançar algo meu, linkar com um propósito ainda maior.

Quero poder destacar o artista que fizer a capa de um lançamento, como a Duca que fez a arte de ‘Sonhos‘, nosso primeiro lançamento. Eu também criei uma rifa que sorteou uma tela dela e todo o valor arrecadado foi enviado totalmente pra ela, que ajudou nesse momento que vivemos, que foi acentuado quando a filha dela ficou doente e o dinheiro foi de grande ajuda. São essas pequenas ações que quero fazer com cada uma das minhas músicas, desde a capa, ajudar um artista, uma ação social… teve também parceria com o Peninha, compositor da letra que já foi interpretada por tanta gente e a colaboração com a CARAIVANA, que representa minhas idas a Caraíva, na Bahia. Ter algo a mais com essas músicas me motiva a sempre fazer algo com personalidade e diferente.

O ‘Sábado Dre Tarde’ com certeza é um dos maiores projetos em sua carreira. Infelizmente estamos em isolamento, mas sabemos que em breve estaremos todos juntinhos para comemorar novamente sábados especiais. Existe algum momento dentro da sua festa que te marcou para sempre?

Dre Guazzelli – Eu acho que o Sábado Dre Tarde é um presente de mim pra mim mesmo, de ver que é possível realizar um sonho depois de tantos anos de carreira, afinal, eu tenho cerca de 17 anos de estrada e a festa nasceu depois de uma década tocando.

Com toda certeza a festa vai voltar. Eu tenho vontade de fazer uma tour por todo o Brasil e quando os eventos retornarem de fato, essa possibilidade será ainda maior do que antes, já que o artista dela sou eu, o que deixa a festa com custos bem menores do que aquelas que trazem nomes internacionais, por exemplo, já que envolve preço de dólar, agendas que, com toda certeza, estarão mais apertadas. Será mais fácil fazer um Dre Tarde ao redor do país e esse é um dos meus objetivos.

Já os momentos da festa são sempre muito únicos. Cada edição tem algo marcante, mas se tem algo que sempre se repete é a sensação de unidade com a pista, entre mim e todos que estão ali, criando uma espécie de universo paralelo, onde todos estão felizes, conectados, se sentindo bem e mais do que tudo, todos presentes naquele momento.

Dre Guazzelli no Sábado Dre Tarde | Foto: Sigma F

Por falarmos em pandemia, como está sua relação com o isolamento? O que você extrai deste momento tão incomum para todos nós? Obrigado!

Dre Guazzelli – A pandemia está servindo para reorganizar alguns pensamentos e sentimentos. Colocar alguns projetos em prática, como a Never Stop Dreaming e ela nos fez olhar pra dentro, para tentarmos achar certas respostas que vêm com as práticas e as boas práticas.

A gente entendeu que precisamos prestar atenção em coisas mais simples, como o fato de parar um pouco, respirar e a evolução disso seria a meditação. Eu intensifiquei a prática da yoga e tento mostrar isso pras pessoas, como a prática de um esporte diário, que é tão necessário ou uma alimentação balanceada, para que a gente consiga equalizar os pensamentos.

Por outro lado, a situação atual também me deu um pouco mais tempo para ficar em estúdio. Eu sempre sonhei em ter música própria, e por isso construí o estúdio a 2 anos, mas foi desde março eu tenho usado ele como nunca usei antes. Minha perspectiva de artista é passar de um DJ para um produtor com muita música própria. Eu comecei a explorar um universo que eu ainda não explorava antes.

Agora eu quero que minha música chegue a mais pessoas, que eu consiga conectar mais pessoas, artistas, principalmente aqueles que não são da música eletrônica e trazer para minha linguagem usando meu faro de DJ e eu só tenho agradecer esse momento que criei só pra mim, mesmo diante da situação como um todo. Esse é o único momento que nós temos hoje e que a vida apresentou assim, estou tentando extrair o melhor disso, para também ser um Dre melhor do que eu era e se todo mundo fizer isso, o mundo será melhor para todos nós.

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Entrevista

Entrevistamos: Deniz Koyu

Dono de grandes hits, que agitaram as pistas de todo o mundo, Deniz Koyu conversa com a gente e fala sobre seus últimos singles e novas sonoridades.

A música eletrônica passou por grandes transformações nos últimos anos, principalmente quando falamos sobre novos gêneros musicais e um dos grandes responsáveis por isso, com toda certeza foi Deniz Koyu. O DJ e produtor turco-alemão é dono de grandes hits daquilo que chamamos de “EDM”, termo que engloba big room, electro e progressive house mais comerciais. As energéticas ‘Tung’ e ‘Bong‘ são marcos da música eletrônica mainstream, que consagram Deniz no cenário mundial.

Hoje, explorando lados mais alternativos, mas sem perder sua personalidade, Deniz Koyu nos mostra que suas habilidades como produtor vão muito além daquele som que o fizeram conhecido em todo mundo e é sobre isso, que ele conversou com a gente. Confira agora nosso papo. Entrevistamos: Deniz Koyu!

Beat for BeatOlá Koyu! Obrigado por essa entrevista. Você possui uma nacionalidade meio turca e meio alemã, como que ambas culturas te influenciaram no ambiente musical? Quais foram suas primeiras inspirações?

Deniz Koyu – Lembro do meu primeiro álbum que ouvi, ‘Thriller’, do Michael Jackson, ainda em fita K7, quando eu tinha 7 ou 8 anos de idade e teve um grande impacto em mim. Eu nunca gostei da música tradicional turca que meus pais ouviam, no entanto, costumávamos fazer aquelas longas viagens pela Turquia durante as férias de verão na época, o que me deu muito tempo para ouvir todos os álbuns de Michael Jackson por incontáveis ​​horas.

Além dessas, sempre fui atraído por músicas que tinham sons e melodias interessantes de sintetizador, como Kraftwerk, Giorgio Moroder ou claro, Daft Punk.

Impossível te citar e não lembrar do sucesso ‘Tung’, um dos maiores clássicos da EDM. Como surgiu o insight em criar um sample tão poderoso quanto aquele?

Deniz Koyu -‘Tung‘ foi uma daquelas track que eu descreveria como um feliz acidente, algo que você não pode planejar. Lembro que tinha o riff principal com um som muito simples, que não me inspirou nada no início, mas depois coloquei acidentalmente um plug-in de vocoder naquilo, que o transformou no som de corneta exclusivo. Acabei de viciando nela e levei apenas dois dias para terminar a música completamente. O resultado todos nós conhecemos muito bem.

Você foi um dos pioneiros em trazer o electro e progressive para o house music nos anos 2010. Logo após o boom da EDM, o mercado hoje se reinventa de diversas maneiras, como é continuar fazendo seu som original depois de tantos anos?

Deniz Koyu – Não acho que, como artista, você deva se concentrar em seguir tendências, mas ao mesmo tempo, pode se tornar cansativo depois de um tempo fazer músicas com os mesmos sons e receita. É por isso que é importante continuar evoluindo constantemente, não para seguir tendências, mas para seguir sua paixão e ficar animado no estúdio. Porque, contanto que você escreva músicas com paixão, as pessoas podem sentir isso, e esse é o fator chave na minha opinião.

Você é um dos produtores mais convidado para trabalhar em feats. Você consegue escolher aquele feat mais marcante de sua carreira?

Deniz Koyu – Eu diria que minha colaboração favorita é meu remix de ‘I Wanna Know‘ junto com Alesso, porque aquele acabou sendo um verdadeiro clássico que nós dois ainda podemos tocar em nossos sets. Tenho ótimas lembranças de momentos em que o toquei em shows, o que o torna tão especial para mim.

‘Without You’ é seu 9º lançamento na Protocol Recordings, ao lado de outros sucessos como ‘Destiny‘ e ‘Paradise‘, parcerias com Nicky Romero. Como é trabalhar com Nicky e o time da Protocol?

Deniz Koyu – Trabalhar com Nicky e a equipe por trás de seu selo, Protocol Recordings, é sempre incrível. Todos eles parecem uma família para mim agora e eu amo o fato de que eles colocaram muito esforço em cada lançamento, dando ao artista bastante liberdade na direção que eles querem tomar para cada música, seja para uma colaboração com Nicky ou um single solo meu. É gratificante poder trabalhar com eles.

Ainda sobre ‘Without You’, ela é a 2ª track de um série dividida em 2 partes e que começou com ‘Next To You’. Como foi o processo criativo das tracks e a dificuldade em criar algo que foge um pouco da sua sonoridade tão característica?

Deniz Koyu – Eu sempre preferi colocar vocal nas canções mais voltadas para dance pop do que entre as gravações voltadas para clubs, aquele meu lado que a maioria das pessoas conhece. Nesse caso, eu havia recebido as demos vocais dessas duas músicas separadamente uma da outra, no início do ano e amei as duas instantaneamente. Foi coincidência que as letras das duas músicas pareciam ter uma conexão, então tive a ideia, junto com a gravadora Protocol Recordings, de transformá-la em uma história de duas partes, com dois videoclipes que contassem a história completa.

Embora essas músicas não sejam o meu som típico de pista, parecia muito natural para mim mergulhar nesses mundos, porque no final, como produtor, tenho minhas próprias técnicas de processamento de bateria, sintetizadores e vocais, o que faz uma grande parte do meu som característico também, independentemente dos BPMs e da energia de uma música.

E falando do momento atual em que vivemos, como foi seu processo criativo na quarentena? Mande um recado para seus fãs do Brasil. Obrigado pela entrevista!

Deniz Koyu – Certamente tem sido uma montanha-russa emocional nos últimos meses. Ter que lidar com todas as incertezas, esperando que as coisas melhorem. Tenho usado o tempo livre em casa para trabalhar duro no estúdio, desenvolver novas técnicas de produção e terminar muito mais músicas do que normalmente faço quando vivo em turnê, o que é uma coisa positiva.

Eu realmente espero que no próximo ano possamos voltar à vida normal. Até então, fiquem seguros e saudáveis ​​para todos, principalmente meus amigos do Brasil!

https://www.youtube.com/watch?v=WYda8kiW-3Q

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Entrevista

Entrevistamos: Bhaskar

Um dos grandes nomes da música eletrônica brasileira, Bhaskar contou pra gente sobre seu processo criativo durante a quarentena e sua estreia num drive-in.

Bhaskar

A quarentena afetou a todos nós, principalmente os profissionais dos setores de eventos, entre eles, nossos amados DJs. Buscando formas de entreter e claro, voltar a trabalhar, diversas produtoras apostaram em novos formatos, entre eles o de drive-ins e é em um deles que Bhaskar, um dos maiores nomes do cenário eletrônico mainstream nacional, se apresentará no próximo dia 21 de agosto, em São Paulo.

Assim como todos nós, Bhaskar também se viu isolado, precisando se adaptar pessoal e profissionalmente e foi durante a quarentena que ele colocou alguns projetos em prática, começou a explorar novos sons e agora, prepara-se para sua estreia num drive-on, o Go Dream. Às vésperas desse show, conversamos com ele num papo super descontraído e que você confere agora. Entrevistamos: Bhaskar!

Beat for Beat – Olá Bhaskar, tudo bem? É um prazer falar com você mais uma vez. O mundo como nós conhecíamos mudou. Hoje, todos nós precisamos nos readaptar, buscar alternativas e o setor de eventos encontrou nos drive-ins, uma válvula de escape. Como você vê esse novo movimento? 

Bhaskar – Isso foi uma saída que as produtoras encontraram pra trazer entretenimento para o público neste momento. Não é o ideal no quesito festa, afinal, a gente queria mesmo era poder se reunir da forma como sempre fizemos, mas essa é uma boa forma de nos consolarmos, por assim dizer e de trazer um pouco de alegria. Eu to me amarrando em poder fazer parte deste momento de adaptação.

Bhaskar no gramado que receberá seu show no Go Dream

Falando mais especificamente sobre o seu show de sexta, no Go Dream em São Paulo, como está a expectativa para seu primeiro show neste novo formato? Teremos novidades?

Bhaskar – Eu to muito animado pois, realmente, não sei o que esperar. Eu amo quando têm esses momentos de pista nova, de público novo. É diferente tocar numa festa “normal”, porque a gente consegue ver, claramente, a reação das pessoas a cada nova música e ali não vai ter esse cara a cara. Vou ter que ir muito pelo meu feeling, ir sentindo ali a vibe do momento.

E sim, tem bastante novidade. Eu estou a quase 6 meses sem tocar, então tem muita coisa nova pra mostrar pro público.

Você também usou este momento de quarentena para se reinventar e em junho, começou o projeto ‘Follow The Sun’ em formato live. Você acredita que mesmo após uma vacina e a liberação dos eventos, esse formato continuará e não limitando-se apenas aos grandes festivais? 

Bhaskar – Nós aprendemos muito com relação ao streaming e mesmo que as lives não continuem no mesmo ritmo que estão hoje, elas serão mais presentes do que antes da pandemia, isso com toda certeza. As festas presenciais, que antes não faziam as transmissões, vão aderir ao formato e as que já fazem, vão se aperfeiçoar ainda mais.

Bhaskar no Follow The Sun #2

Ainda sobre o ‘Follow The Sun’, no começo do mês você apresentou a primeira live do mundo à base de energia solar, o episódio 3, gravado no Chapadão da Praia de Pipa, RN. Como surgiu a ideia dessa apresentação e como foram os preparativos para ela?

Bhaskar – A história de usar a energia solar surgiu através de um amigo nosso da adolescência e que hoje, ele tem uma empresa que trabalha com esse tipo de energia renovável. Esse meu amigo estava acompanhando meu trabalho já a alguma tempo, até ele viu o projeto ‘Follow The Sun’, achou que tinha tudo a ver com o trabalho dele e se ofereceu para entrar no projeto, trazendo a energia, literalmente. Foi uma conexão muito bacana que surgiu, principalmente com relação a nossa amizade do passado.

Já a ideia de fazer em Pipa, foi justamente pra conseguir executar uma live que tivesse uma estrutura maneira, bem tecnológica, com uma cenografia legal e também conceitual, ao mesmo tempo que fosse funcional, que tivesse realmente gerando energia elétrica. Foi isso que nos propusemos a fazer e o resultado foi um ‘Follow The Sun’ muito legal.

Além das lives, o seu calendário de lançamentos também continuou a todo vapor e recentemente você lançou ‘Cortex’. Esse momento de isolamento social prejudicou, em algum aspecto, no seu processo criativo? Quais as suas táticas para não se deixar abalar por uma situação tão delicada?

Bhaskar – Pra mim, este momento de criação durante a quarentena foi muito bom. Eu consegui ser mais sincero comigo mesmo. Antes, por eu estar todo fim de semana tocando em algum lugar e com aquela responsabilidade de bombar a pista, eu acabava apelando um pouco e ficava sempre naquela de “isso vai funcionar e isso não vai” e isso acabava me restringindo um pouco no lado criativo.

Hoje, eu estou muito mais a vontade e eu vi que poder explorar outros campos foi a melhor coisa que eu fiz, pois o meu público também comprou essa ideia, de ouvir coisas diferentes vindas de mim. Eu estou num momento criativo muito bom.

Pra finalizar, quais os planos do Bhaskar para esse restinho do incerto 2020? Que mensagem de positividade e esperança você pode passar para seus fãs? Obrigado e nos vemos sexta!

Bhaskar – Eu tenho alguns lançamentos bem importantes vindo ainda este ano, sendo que ‘Stone Heart‘ é a próxima que sai no inicio de setembro, pela Armada e que eu estou apostando bastante nela. Tem também algumas collabs bem legais que eu fiz nesses últimos meses, que ainda não posso revelar, mas garanto que são tracks bem legais.

E pra todo mundo que está em casa, meio que de saco cheio de toda essa situação, eu peço pra gente segurar mais um pouquinho, é para o nosso bem! Vamos esperar a vacina sair pra poder nos aglomerar novamente e em breve, festejaremos em dobro tudo aquilo que nos festejamos em 2020. Cuidem-se!

Para mais informações sobre o show do Bhaskar no Go Dream em São Paulo, basta acessar o site oficial do evento, onde será possível também, comprar seu ingresso. Clique aqui e garanta já o seu.

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Mainstage

Tchami estreia série de entrevistas no YouTube: ‘Confessions’

O DJ e produtor americano expoente do deep house, Tchami, relata todo seu trabalho na nova série de entrevistas ‘Confessions’. Assista.

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Entrevista

Entrevistamos: Binaryh

Com novo EP lançado pela Prisma Techno, o duo Binaryh conversa com a gente numa entrevista exclusiva e nos revela detalhes sobre o material. Confira:

Binaryh

A união de duas forças, é a essência do Binaryh. Dupla nos palcos e na vida real, Camila e Rene são um dos casais mais amados da música eletrônica nacional. Seu live act impactante e músicas potentes, estão conquistando, cada vez mais, lugares importantes no cenário techno mundial, com suporte de nomes como Tale of Us, Adriatique, Bart Skills, entre outros.

Seu mais novo trabalho, o EP ‘Palladium‘, composto por 2 tracks, saiu pela prestigiada Prisma Techno e é sobre esse trabalho, que conversamos nesse papo exclusivo. Entrevistamos: Binaryh!

Beat for Beat – Camila, Rene! Tudo bem? Obrigado por topar essa entrevista com a gente. Vamos começar falando do novo lançamento? Ele representa bem a identidade do Binaryh, certo? Quais elementos vocês trouxeram que conecta a essa estética sonora do projeto?

Binaryh – Obrigado vocês pelo carinho de sempre! Nós não sabemos ao certo quais são esses elementos, mas eles sempre estão presentes. Acreditamos que a nossa sonoridade vem de uma base forte de techno com melodias profundas, sejam elas mais aparentes e dinâmicas ou apenas subentendidas, passando um outro tipo de mensagem.

Mais sobre Palladium: aqui estamos falando de um elemento químico, de uma fortaleza ou algum outro significado mais subjetivo? Como é o brainstorming na hora de batizar um trabalho?

Binaryh – Normalmente quando vamos escolher o nome das músicas, temos um planejamento anual de temas que queremos abordar, e tudo gira em torno de assuntos que gostamos. Já falamos sobre código binário, mitologia grega, e passamos por uma fase onde queríamos batizar as músicas com nomes de metais. Foi dessa fase que surgiu a Palladium, que é um metal que faz parte do grupo da platina.

Então, toda vez que o Rene finaliza uma música, eu (Camila) escuto ela inteira novamente e vou na lista referente ao tema que estamos abordando. Quando eu sinto que a música tem alguma conexão com o significado do que eu estou pesquisando, eu faço a escolha!

O lançamento marca o retorno à Prisma Techno, gravadora que vocês mantêm um relacionamento bem próximo desde 2018. Falem um pouco sobre essa identificação com o selo…

Binaryh – Lançar pelo Prisma é sempre especial. Sempre tivemos uma identificação com o label pela sonoridade e somos muito livres para criar quando pensamos no Prisma. Nos identificamos muito com o Thito Fabres e a Brenda por vermos como eles lideram o projeto, com seriedade e amor, do mesmo jeito que levamos o Binaryh. Por isso mantemos essa relação próxima com eles.

Vamos voltar no tempo um pouco e falar sobre o histórico de vocês. Quando se conheceram e o que culminou na formação do Binaryh? 

Binaryh – Foi um processo bem natural. Quando decidimos morar juntos, passamos a acompanhar mais de perto o trabalho um do outro e então, naturalmente, começamos a opinar no que fazíamos e percebemos que não só tínhamos uma boa relação como casal, mas também conseguíamos trabalhar juntos sem misturar as coisas. Claro que até termos uma total sintonia levou um tempo, mas é isso que faz o Binaryh ser tão especial: sabíamos que podíamos construir algo sólido com o que os dois poderiam agregar.

Binaryh no CAOS

Nessa trajetória vocês tiveram conquistas bem significativas. Algum em específico ajudou a catapultar a carreira de vocês no Brasil e internacionalmente?

Na verdade, nós achamos relevante todos os pequenos e grandes passos que demos e tiveram muitas pessoas que nos ajudaram a chegar onde chegamos, e não esquecemos de nada! Se não fosse pela BLANCAh, talvez teríamos levado mais tempo pra lançar nosso primeiro EP.

Se não fosse pelo Guss (da Festa Feira), talvez não tivéssemos feito nosso primeiro Live Act tão especial e não tivéssemos conseguido chamar a atenção do Renato Ratier e da equipe da D.Agency. Se não fosse nossa proatividade em mandar músicas pra outros artistas – sem enxergar eles como pessoas normais como nós – talvez o Tale of Us não tivesse notado nunca nosso trabalho. O importante é sempre agir, sem medo do não.

Sabemos que falar sobre planos é bastante difícil no momento, mas em quais projetos ou ideias vocês tem trabalhado atualmente para apresentar nos próximos meses? Valeu!

Binaryh – Estamos produzindo muito e temos vários lançamentos agendados até o final do ano. Também estamos focados no lançamento da nossa própria gravadora, a HIATO, que vamos abrir junto com a BLANCAh.

Aproveitamos esse momento difícil pra nos fortalecer e voltar com mais amor ao nosso trabalho como DJs.  Ainda temos outros trabalhos muito importantes que estão por vir, mas ainda não podemos falar muito sobre – logo mais vocês saberão! Obrigado e até breve.

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Entrevista

Entrevistamos: ROOFTIME

Com hits assinados ao lado de grandes nomes nacionais, o trio ROOFTIME bateu um papo com a gente e nos contou detalhes de suas produções. Confira:

ROOFTIME

Conhecidos na cena eletrônica desde 2018, o trio ROOFTIME, formado por Lisandro Carvalho, Gabriel Souza Pinto e Rodrigo Souza Pinto, já trilha uma história de sucesso. Seu primeiro single oficial foi lançado em parceria com um dos maiores DJs do Brasil atualmente, o que os permitiu collabs com outros grandes nomes da indústria nacional.

Acumulando milhões de plays no Spotify e usando o momento de quarentena para uma redescoberta, o trio conversou com a gente e contou um pouco sobre o processo criativo de seus maiores hits, além de dividir os sentimentos referentes ao isolamento social. Entrevistamos: ROOFTIME.

Beat for Beat – O trio todo se formou mesmo na faculdade e começarem a se reunir para fazerem música. Como foi o começo da história? 

ROOFTIME – Na verdade, a ideia do grupo surgiu da conversa entre o Lisandro e o Rodrigo na faculdade, mas só se formou quando se encontraram depois com o Gabriel. No começo, nos “apresentamos musicalmente” um aos outros, mostrando o que gostávamos de ouvir, tocar e o onde queríamos chegar com a música. Tínhamos referências diferentes, mas gostos compatíveis, então decidimos começar a esboçar as primeiras músicas que poderiam surgir dessa mistura. Depois de alguns projetos de teste, chegamos a primeira musica completa e foi aqui que achamos um caminho para a nossa identidade. Naquele momento, surgia o ROOFTIME.

‘I Will Find’ foi o primeiro sucesso do grupo, junto com Vintage Culture. como surgiu a oportunidade da colaboração? Como foi criada essa música tão renomada na Spinnin’ Records?

ROOFTIME – Sabe a música que citamos na pergunta anterior? Então… era a ‘I Will Find’. Obviamente ela não estava assim como está hoje. Na época que mostramos o som para o Lukas, ele se animou muito e entrou com a gente no projeto dela. Desde esse momento, até o lançamento pela Spinnin, passamos quase que um ano fazendo todo um planejamento, tanto para a música quanto para nós. No final, foi sensacional! Ainda dá arrepios só de pensar como essa música surgiu e até onde ela pode ir. É algo inestimável pra gente. Não poderíamos ter estreado de maneira melhor!

A constituição sonora do Rooftime apresenta elementos acústicos em suas elaboradas tracks e participações. Vocês traçam sempre um plano para a produção das faixas? Existe uma fluxo de criação entre vocês, para que o trabalho seja feito?

ROOFTIME – A ideia sempre foi deixar a produção o mais livre possível, então não existe um plano. Tentamos sempre fundar nossos caminhos de criação, pavimentando eles com referências e sem nenhuma necessidade sonora. A principal preocupação é sempre em sermos sinceros no momento que estamos produzindo, pois, se há sinceridade, a música sai naturalmente. Claro que você vai encontrar elementos semelhantes em todas nossas músicas, por que o que soa ali é exatamente o que somos e não o que procuramos ser. Mas de um forma geral, não existe regra no nosso fluxo produtivo, desde que ele tenha conteúdo sentimental e seja sincero.

‘Free My Mind’ foi outro grande sucesso de vocês em parceria com Alok e Dubdogz. Como foi trabalhar com outros dois grandes nomes da indústria eletrônica nacional?

ROOFTIME – Foi um grande projeto! Demoramos quase dois anos para chegar na versão final dela, mas que foram recompensados pelo resultado da música. Na época que começamos ela, ainda estava sem refrão e em uma estrutura bem diferente. Lembro que então mostramos a track para o Dubdogz e os caras curtiram demais o som. Fomos trabalhando até a música chegar no ouvido do Alok através de um stories no Instagram.

Assim que ele ouviu, entrou em contato com os Dubdogz e quis participar da musica também. Trabalhar com caras desse tamanho, em uma época que nosso projeto nem estava perto de ser consolidado, foi chocante, pois nunca imaginávamos que a escalada fosse acontecer assim. De repente, estávamos ao lado de Dubdogz e Alok, no estúdio dele, mexendo em uma música que tínhamos criado… cada segundo foi surreal!

Como surgiu a ideia de lançarem ‘Home’ pela Big Top Records? Como foi o processo de composição, produção e de lançamento do single durante o isolamento social?

ROOFTIME – Quando produzimos a ‘Home’, sabíamos que seria uma musica bem íntima e estávamos segurando ela pra soltar em um momento que já estivéssemos com esse tipo de conexão com o público. Até que chegamos nessa período chato de isolamento social e fomos obrigados a se instalar cada um em suas casas, dai sentimos o significado da música ganhou ainda mais força e que seria um momento único para lançarmos.

A Big Top Records entrou com a gente nessa ideia e apoiou a temática do som junto ao momento que estamos passamos. Com isso, conseguimos um alcance inédito do público europeu, além da nossa base nacional. Ou seja, não poderíamos estar mais contentes com todo apoio que estamos recebendo com a ‘Home‘!

Nem sempre conseguimos nos concentrar para produzir diante do isolamento social. Quais são as dicas do ROOFTIME para que produtores aproveitem este período de quarentena? Qual mensagem vocês passam para seus fãs e produtores que também almejam uma carreira de sucesso?

ROOFTIME – Nós enxergamos o isolamento como um convite para conhecer melhor a nós mesmos e estar ainda mais em contato com os nossos sentimentos. Esse cenário nos força a olhar para dentro de nós ainda mais, buscando algo novo, ou até ainda mais profundo do que estávamos explorando antes. Mas nada disso é possível se você estiver sem o equilíbrio e inconscientemente desconectado do seu som, por que, às vezes, deixamos que a obsessão por algo se torne um fardo pesado demais para se carregar e assim bloqueia qualquer tipo de momento criativo que você possa vir a ter.

Se pudéssemos passar uma mensagem a todos que nos acompanham nesse momento, é que nada na vida é por acaso: se você olhar bem fundo, toda dificuldade esconde uma oportunidade nessa vida. Aproveite-a sem medo, sem obsessão e com confiança. Mesmo se, às vezes, você se sentir com medo ou sozinho, insista! Porque, se você conseguir, terá provado a si mesmo que é capaz de chegar onde tanto sonha.

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Entrevista

Entrevistamos: Topic

Alemão de alma sueca, Topic é um artista que destoa do cenário do seu país natal, mas entrega música de altíssima qualidade. Confira nossa entrevista.

Topic

A Alemanha é um país que respira música eletrônica e é de lá, que saem grandes nomes do cenário internacional e Topic é um deles. Artista da Universal Music, o alemão destoa da sonoridade característica do seu país natal, o que o transforma num artista único. Dono de hits como ‘Light It Up‘, Topic conversou com a gente e abriu o jogo sobre o processo de composição de uma track, suas influências e muito mais. Entrevistamos: Topic

Beat for Beat – Olá Topic, tudo bem? Como todos sabemos a Alemanha é uma das capitais que mais abrigam a dance music no mundo. Seus clubs são recomendados por todos os amantes do gênero. Como seu país te ajudou a desenvolver a música que você produz atualmente? Quais são suas referências alemãs de tratando de produção musical?

Topic – Para ser sincero, a cultura musical da Alemanha não me inspira tanto assim, por conta da sonoridade predominante. Devo dizer que a cultura sueca e os artistas da Suécia me inspiram um pouco mais. Parece que de alguma forma, eles carregam a música em seus genes, tanto que o A7S é sueco e após tantos anos trabalhando juntos, ele se tornou um grande amigo meu.

Como funciona seu processo de composição? Quais são suas atuais inspirações para compor suas letras?

Topic – Deixe-me guia-los através do meu processo criativo habitual: antes de começar a escrever uma música, todas as pessoas que farão parte dela se reúnem e conversamos sobre o que está acontecendo em suas vidas; o que os movem. Esses “tópicos” (risos), são então processados e transformados em música. Às vezes, uma música em si nem é sobre uma determinada situação que foi vivenciada por você mesmo, mas um conjunto de emoções, que pode ser vivida e simpatizada por muitos.

Como surgiu a ideia em criar ‘Breaking Me’, um dos seus últimos singles? Você já planejava ter A7S nos vocais?

Topic – Eu já trabalhei com o A7S em diversas tracks minhas e em ‘Breaking Me‘ ele fez, mais uma vez, um trabalho de voz perfeito. Em nenhum momento eu pensei em outra pessoa cantando, que não ele. Poderia até não ter sido o sucesso que foi, se não fosse com os vocais dele. Após uma primeira sessão de composição em Berlim, trabalhamos na música por quase 2 meses, até que tivemos um bloqueio criativo. Resolvemos então terminar a track numa viagem em Miami e foi ali que a mágica aconteceu. O resultado vocês já conhecem.

Você é também  o responsável por selecionar os artistas que remixam oficialmente suas tracks? Há algum remix que te impressionou?

Topic – Sim, eu escolho todos os remixers a dedo. Todos eles são incríveis, cada um a seu modo, mas uma das versões que mais gosto é a do Hugel pra ‘Breaking Me’. Ele é um grande amigo meu e fiquei muito feliz em termos conseguido trabalhar juntos, finalmente.

Neste momento em que o mundo se recupera lentamente de uma pandemia, como você vê o futuro do mundo da música? Quais são os seus planos para quando tudo voltar ao normal?

Topic – O cenário eletrônico sempre encontrou uma forma de se adaptar, evoluir. Hoje, já existem formas de curtir uma evento de maneiras diferentes, sempre em conformidade com as regras impostas, como por exemplo os shows drive-in e as lives. Espero que tudo volte ao normal em alguns meses e que a gente possa desfrutar de um bom festival novamente, juntos. Acredito que as pessoas vão sair mais, aproveitar mais, após esse tempo de isolamento. Já eu, pretendo me apresentar em mais países, lugares novos. Estou muito ansioso para isso!

Rave Drive-In na Alemanha com Boris Brejcha

Já veio ao Brasil? Existem alguém do nosso país com quem gostaria de trabalhar? 

Topic – Eu ainda não estive no Brasil, mas adoraria conhecer seu país. Existem muitos artistas excelentes e com certeza, eu adoraria trabalhar com Alok.

E pra finalizar, deixe uma mensagem para seus fãs brasileiros:

Topic – Ei Brasil! Muito obrigado pelo suporte e carinho de sempre. Continuem ouvindo minhas músicas, além do meu último single ‘Like I Love You‘. Espero podermos nos encontrar em breve, mas enquanto isso não é possível, fiquem seguros e saudáveis. Até!

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Entrevista

Entrevistamos: Coppola

Com EP assinado pela DOC, apresentação em grandes clubs e talento de sobra, conversamos com Coppola. Confira nossa entrevista.

Um verdadeiro menino prodígio. Luiz Coppola, ou simplesmente Coppola, começou sua carreira muito cedo e mesmo com o obstáculo da idade e certa falta de experiência, provou pra todo mundo que é um profissional talentoso e isso é refletido em todas as suas conquistas, que incluem um EP por uma renomada gravadora e apresentações em clubs como Ame, D-EDGE a até mesmo no festival Universo Paralello.

Conversamos com ele (de forma virtual, claro) e ele nos contou um pouco sobre sua trajetória, a parceria com Gui Boratto, seu último EP, entre outras. Confira nosso papo. Entrevistamos: Coppola.

Beat for BeatOi Coppola, tudo bem? Obrigado por conversar com a gente! Você começou a tocar desde muito cedo, logo aos 12 anos e ganhou destaque bem rápido ainda na DJ Ban, onde fez suas aulas de produção, entrando então para a Plusnetwork. Começar ainda adolescente, tirou credibilidade do seu trabalho?

Coppola – Oi pessoal. Primeiramente, muito obrigado aí, pelo convite.

Eu acho… não sei se tirou a minha credibilidade, eu acho que a galera, os contratantes principalmente, não botavam fé em mim, não acreditavam no meu trabalho. Eles achavam que eu não conseguiria fazer o que uma pessoa de, sei lá, 25 anos conseguiria fazer, e foi mais isso. E o público, algumas pessoas, achavam que eu tinha ghost producer e etc. Com o tempo eu fui fazendo algumas lives no meu Facebook, no meu Instagram há um tempo, posts produzindo também para quebrar um pouco disso aí que a galera falava.

Então, como o Luiz vê o Coppola de alguns anos atrás, com relação aos dias de hoje?

Coppola – Uns anos depois, acredito que eu não entendia muito bem como que funcionava a cena, os eventos, eu não tinha muita noção sobre o ramo. Eu era jovem, então não tinha o feeling que tenho hoje, de saber como que funcionam as coisas direito, então eu imagino que eu tenha feito muita merda e falado muita groselha por aí.

Coppola no Ame Club

Você já comentou que Gui Boratto é um dos artistas que o influenciam e agora, o próprio Gui remixou uma track sua, no ‘Kings & Queens’. Como foi o convite para assinar pela DOC e mais ainda, ter um remix assinado por um de seus ídolos?

Coppola – O convite, para assinar com a DOC, surgiu um tempo atrás. Eu já conheço o Gui há uns 4 anos e esse convite surgiu, sei lá, há mais ou menos 4 anos atrás também. O Gui já sabia que eu produzia, ele já sabia que num futuro próximo, alguma coisa boa iria sair, sabe, musicalmente. Quando fiz “Kings & Queens” há mais ou menos um ano e meio atrás, mandei uma demo pro Gui, e ele adorou o som. A gente mexeu nele e aí decidimos que ia ser o meu primeiro single, lançado pelo DOC.

Depois a gente teve a ideia de algum remix pro som. E aí o Gui tinha pensado em uns nomes gringos, aí eu falei “por que você não faz os remixes do som?“. Ele topou, e fiquei muito feliz porque pra mim era um sonho né, sempre gostei muito do som dele, muito mesmo. Ele tem uma coisa que os outros produtores não têm, que é um lado mais musical, os arranjos dele não são muitos fantasiosos, os timbres não são fantasiosos, são uns timbres mais orgânicos, é uma linha de som que não se vê muito nos DJ’s e eu curto essa linha demais, e foi isso. Adorei o remix, fiquei muito feliz.

Falando ainda no ‘Kings & Queens’, conta pra gente um pouco do processo criativo da música. Como trabalhar com a dupla 2STRANGE, que colabora com os vocais e todo a concepção da track, até seu resultado final.

Coppola – O 2STRANGE, eles são meus amigos há mais ou menos uns … eles não são meus amigos há muito tempo, mais ou menos uns dois anos, mas eu conheci eles há uns três anos atrás. No ano passado, 2019, mais ou menos no começo do ano, tive a ideia de juntar a gente no estúdio, pra ver o que saia. Eu já sabia que eles eram uns puta cantores, puta timbre de voz, só que eu não sabia o que ia sair no estúdio, pelo fato do estilo deles ser outro né.

A gente se juntou no estúdio, comecei a produzir uma base para o som, eles estavam curtindo também. Enquanto eu produzia a base, eles já estavam escrevendo a letra, no final da noite eu já tinha um belo esboço do que iria ser a música, no dia seguinte dei mais uma trabalhada nela, e no terceiro uma lapidada final, e aí mandei pro Gui. O Gui adorou o som, a gente deu mais uma mexida juntos nela, e depois ele fez o remix, o processo foi meio que esse.

Foi muito legal também trabalhar com 2STRANGE no meu estúdio, porque foi um processo bem rápido. Eles são muito bons, eles gravam uma vez e já sai perfeito, nem precisa gravar de novo, então tipo, foi muito bom. Se você já tiver uma base, os moleques em uma hora de gravação, tá perfeito e muito bom. Foi um processo rápido, a criatividade surgiu ali na hora e talvez por a gente tá junto no estúdio, talvez tenha tido alguma energia boa, que quando junta amigos no estúdio sai coisa boa, sabe.

Coppola e Gui Boratto

Falando um pouco da situação atual em que o mundo se encontra, o seu fluxo de produções e estudos, foi afetado por conta da pandemia? O que você tem feito para enfrentar a questão do isolamento social?

Coppola – Na parte dos estudos, eu estudava bateria, baixo, teclado e guitarra todo dia. Como eram aulas na escola de música, não tenho conseguido mais fazer, mas eu tenho tentado estudar o máximo que dá em casa. Também tenho produzido como eu nunca produzi antes, venho produzindo muito mais. Então acho que pro meu lado criativo foi bom, mas não vejo a hora dessa pandemia acabar pra poder voltar a tocar, estou com muitas saudades!

E já que estamos falando no que você está fazendo atualmente, conta pra gente, quais são os artistas que estão na playlist do Coppola? Quem música de outro artista, você indicaria pra gente hoje?

Coppola – Então, essa pergunta é meio difícil, já que sou muito eclético em estilo, mas sou difícil pra gostar de música. Todo estilo vai ter alguma coisa que eu gosto, no dia a dia é difícil de falar o que eu escuto, porque eu escuto muito jazz, muito funk norte-americano, diversos artistas. Mas do dia a dia o que eu mais escuto de jazz é o Herbie Hancock, e de tocar, eu tenho tocado muito uma pegada meio indie dance.

O que eu toco também é difícil de falar porque toco muita coisa de vários artistas diferentes, não tenho um artista favorito. De música eletrônica eu tenho lá os meus cinco artistas favoritos, que me influenciam, mas que não é necessariamente a pegada que eu toco, sabe. Tipo tem o Eric Prydz, que me influencia, o próprio Gui, Deadmau5, Todd Terje, que é um puta produtor que eu gosto muito também, muito criativo.

Então tem a parte que me influencia que é essa, tem a parte que eu toco que é mais indie dance e tem a parte que eu escuto no meu dia a dia que é mais jazz, mais funk, é meio difícil essa pergunta aí pra mim, mas tentei responder o melhor que eu pude (risos).

Coppola no Universo Paralello

Por ser um produtor mais jovem, você consegue mostrar para outras pessoas e principalmente, para aqueles que buscam seu lugar na indústria, de que os sonhos são possíveis e reais. Que dica você daria para nosso leitor que sonha em ter grandes oportunidades, assim como você.

Coppola – Eu acho que uma dica que eu daria que, no olhar das pessoas pode ser errado, mas que pra mim funcionou, é não esperar as pessoas virem atrás de você, você ir atrás delas, estudar e produzir.

Produzir é uma coisa que se você não fizer hoje em dia, em 95% a 99% dos casos, sua carreira não vai dar certo, então hoje em dia é necessário fazer música. Eu acho que você não pode esperar as coisas acontecerem, você tem que ir atrás delas também. Sempre vai aparecer uma oportunidade, e quando chegar essa oportunidade, você tem que abraçar ela, porque muitas vezes, essas poucas oportunidades que podem mudar a sua vida, podem não voltar mais.

É nisso aí que eu acredito. Acredito que do jeito como eu já tenha abraçado a minha, eu tô trabalhando pra ela dar certo. É uma coisa meio incerta mas, essa é a dica que eu dou: não deixarem as coisas acontecerem por si só,. Você tem que ir atrás delas.

Coppola em seu estúdio

Pra finalizar, estamos chegando no fim do 1º semestre e mesmo que todo o cenário do Brasil e do mundo seja incerto, quais são os seus planos para a 2ª metade do ano? O que podemos esperar do Coppola?

Coppola – Enquanto o mundo estiver nessa pandemia, todo mundo de quarentena, sem evento sem nada, os meus planos são fazer músicas mais tranquilas, com menos foco em pista, quero dizer, com menos foco em uma pegada de pista e fazer umas coisas mais melódicas, uns houses até, fazer umas coisas mais na pegada da “Kings & Queens”. Acho que eu vou lançar umas coisas mais nessa pegada, mais calma, por enquanto que a gente tá nesse período.

E aí quando as coisas voltarem, eu volto a lançar algumas coisas de pista. Mas isso aí é incerto, vou lançar o que eu achar legal, pode ser que eu faça alguma coisa mais pista que eu ache super bacana e que eu queira lançar, então pode ser que eu acabe lançando, mas a tendência é que eu faça mais sons calmos por enquanto que a gente tá nessa quarentena.

Coppola – D.O.C Showcase At D – Edge by Coppola

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