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Descubra: Pitros

Artista do interior de Minas Gerais, Pitros,  se especializa em produzir Tech-Funk, vem conhecer em nossa coluna Descubra!

por Nicolle Prado

Estilo autêntico. Melodias criativas. Elementos minimalistas eletrizantes. É esse o combo apresentado por Pitros em suas composições de House e Tech House, que contagiam o público a ficar a noite inteira na pista. Com mais um lançamento dançante, “House Party [Desce]” acaba de chegar às plataformas pela NuBaile, com influências de Funk e brasilidades. 

Natural de São João del-Rei (Minas Gerais), em 2015, Pedro de Souza Neto, ou apenas Pitros, iniciou na música eletrônica, construindo uma carreira sólida como DJ, e fomentando a ascensão do dance music, não só no Brasil, mas também no mundo todo. Através de grandes lançamentos musicais, como o edit de “Welcome To The Jungle”, ele conquistou o público e se posicionou muito bem na cena internacional. Com resultados tão positivos, o mineiro é um dos pioneiros do Tech House em sua região. 

Em 2020, Pedro também começou a atuar como produtor musical, levando toda  sua experiência e bagagem cultural para novas produções e artistas. Conhecido por seus sets ecléticos, ele apresenta várias influências em suas composições, inovando nas mixagens ao mesclar características de diversos gêneros. Mesmo com tantas referências, Pitros mantém o equilíbrio, sabendo dosar bem cada elemento para compor a sua identidade sonora. Seu som é cheio de personalidade, marcado pelo minimalismo, mas sempre de maneira única ao combinar melodias vibrantes e dançantes.

Para celebrar mais um lançamento do DJ e produtor Pitros, convidamos ele para uma conversa sobre sua carreira, influências, novas aspirações e claro, para falar sobre “House Party [Desce]”: 

Beat for Beat – Oi, Pitros! Tudo bem? Obrigada por topar conversar com a gente. Você já é um artista bem consolidado na cena do House e Tech House com alguns anos de carreira. Mas conta pra gente, como foi o início, como surgiu o seu interesse pela música eletrônica? Qual foi a sua maior motivação e principais influências?

Pitros: Meu interesse começou por volta de 2016 com sets de um amigo DJ, o que levou eu e meus amigos a frequentar os primeiros festivais em Belo Horizonte. Na época eram festivais de EDM, e eu me influenciei muito pela dupla Dirtyloud que na época tocava Eletro-House. Posteriormente começaram a encaixar Alok, Dazzo e Gabe com um Techno progressivo brasileiro, daí me encontrei melhor ali no low BPM, posteriormente fui moldando meu gosto até chegar nos últimos 4 anos que sou bem imerso no House e Techno.

A gente ficou sabendo que a sua família é responsável pelas festas tradicionais de Carnaval de São João Del-Rei (MG), sua cidade natal. Você vê influências deles na sua carreira musical? Eles te incentivaram no começo?

Pitros: Sim, vejo muitas influências do gosto musical dos velhos nas minhas referências e produções, adoro um samba e um pagode mais raiz. No começo recebi pouco incentivo, conforme fui trabalhando mais e me dedicando, consequentemente conquistando melhor meu espaço, eles começaram a respeitar e apoiar mais. Hoje tenho um grande apoio deles!

E como foi começar a trabalhar com música eletrônica na sua cidade? Você é considerado um fomentador cultural e pioneiro local do House/Tech House, mas como é a cena na região de São João Del Rei? 

Pitros: A cena em São João del-Rei antigamente era mais voltada pro high BPM, posteriormente eu e meus amigos criamos eventos mais voltados pro House que trouxeram muitas atrações nacionais. Porém, neste momento pós pandemia os eventos estão enfrentando grandes dificuldades aqui para se manterem rentáveis com a alta dos preços. Mas a cidade é muito hospitaleira com os artistas e tem bastante público com com um gosto mais conceitual apesar de sermos do interior.

Você atua como DJ há algum tempo com uma carreira bem consolidada, e em 2020, começou a trabalhar também como produtor. Como foi esse processo? Principalmente, levando em consideração que estávamos em meio a uma pandemia, isso influenciou você a se arriscar mais para a produção?

Pitros: É até meio ruim falar isso, mas a pandemia me salvou, me fez abrir os olhos e foi um grande divisor de águas. Minha carreira de DJ ia bem por conta de eu também ser produtor de eventos, mas ali pouco antes da pandemia já estava notando que a carreira começava a  estagnar. E aí, com todos trancados, não haviam mais desculpas pra eu me sabotar em começar a produzir. No começo foi bem ruim, porque como eu era DJ e já tinha um gosto mais apurado, me frustrava muito por não conseguir fazer/chegar na qualidade e estética que queria. Mas aí vem a importância de fazer no começo várias músicas do início ao fim com mix e master (mesmo que fiquem horríveis) pois no começo a quantidade de música finalizada que vai fazer você entender melhor seu processo e dominar as técnicas na DAW.

Nesses anos como DJ, você sempre se destacou bastante na cena, e como produtor, mesmo sendo um pouco mais recente, tem apresentado resultados muito positivos. Quais conquistas da sua carreira te fizeram vibrar mais, que eram um sonho se realizando?

Pitros: Por eu ter sido muito tempo DJ, acho que o que mais me marcou foi ter as primeiras músicas lançadas no Spotify. Mas veio de certa forma muito “rápido”. Meus primeiros suportes pelo Jay Mariani e Mochakk foram outro sonho realizado, ver minha música tocando pelo mundo inteiro e receber o suporte de um dos TOP 100 DJs. E recentemente fiz uma colaboração com um grande artista.

Você está lançando agora a primeira track de 2022, “House Party [Desce]” pela NuBaile, quais foram as suas maiores influências na hora de criar essa música e quais elementos você quis evidenciar e transformar?

Pitros: A faixa surgiu em um momento que eu estava na vibe de fazer sons mais acelerados então eu tinha um groove de kick e bass tom em 130 bpm, quando fui montar a bateria vi que o groove tava me lembrando um Funk, daí peguei um loop bem clássico e joguei por cima, o que acabou casando muito bem com o som e deu a origem do break principal onde tudo é filtrado e sobra apenas o Funk. 

E como tem sido essa parceria com a label NuBaile?

Pitros: Meus amigos me apresentaram pro A&R de lá, o Whighle, que toca 100% “Tech Funk” em seus sets, e aí acabei mostrando alguns sons nessa linha para ele. Ele sempre muito atencioso pegou esta faixa para o release e estou com boa expectativa para a track, pois ela funciona muito nos meus sets!

Para finalizar, quais são os seus próximos passos? Podemos esperar mais músicas para o segundo semestre de 2022? Além do seu trabalho como DJ e produtor, tem mais alguma atuação que você vislumbra para o futuro?

Pitros: No final do mês dia 29/07 já tenho um próximo lançamento da Bad Joke, com meu parceiro Igor Castro. Além disso teremos lançamentos todos os meses alternando originais e edits. Para o futuro próximo quero concretizar as maiores collabs que venho fazendo, atingir uma major label estrangeira e fazer estreia em eventos maiores na região. Além de DJ/Produtor, por hora não vislumbro nada, mas no futuro quem sabe abrir um próprio selo. Muito obrigado pelo convite, pessoal do B4B.

Acompanhe Pitros no Instagram.

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Descubra: Rodz

Artista 360, de Cuiabá pro mundo, Rodz é um multiartista que vem atuando como DJ, produtor e co-fundador da gravadora Under Waves Music.

Por Sofister

Através de diversos caminhos, Rodolpho Borges, a.k.a Rodz criou uma forte carreira de proeminência nacional. Natural de Cuiabá (MT), esse multiartista vem atuando como DJ, produtor e co-fundador da gravadora Under Waves Music, há 15 anos e tornou-se referência em técnica e versatilidade nas suas apresentações. Com muito empenho por meio de seu trabalho, Rodz busca fomentar a música eletrônica no Brasil e ser o expoente de grandes talentos, tanto daqui quanto de fora, garantindo igual oportunidade para artistas que estão começando e também trabalhar com DJs renomados.

E a expressividade desse trabalho se dá em números. Com a Under Waves, estamos falando de mais de 300 artistas lançados com assinatura da label e faixas sendo reproduzidas mundialmente em mais de 50 países. Além de operar diretamente com eventos, lançamentos em mídias sociais, podcasts no Soundcloud, gravadora, claro, e também uma marca de roupas. Toda essa troca de experiência garante a qualidade prezada por Rodz em suas contribuições e projetos.

Conversamos com o artista para entender mais sobre o início da sua trajetória até o momento atual, seu remix do Inner City e outros projetos relacionados a Under Waves. Vem saber mais:

Beat for Beat – Olá Rodz, obrigada por conversar conosco! Você começou a se envolver bem jovem com música eletrônica, aos 13 anos de idade. Conte como você desenvolveu essa maturidade e profissionalismo desde cedo.

Rodz – Olá pessoal, acho que essa maturidade veio de sempre estar no meio de gente mais velha que eu, meu irmão com 10 anos mais velho, fazia alguns eventos em nossa cidade, assim foi me levando desde muito novo, assim automaticamente, os amigos dele acabava sendo os meus. Logo comecei a tocar e já fui entendendo o que funcionava e não funcionava, isso me ajudou muito.

Seus pais te incentivaram no começo? Quem foi seu grande apoiador na carreira?

Rodz – Sinceramente meus pais no começo acharam meio estranho, mas como sempre confiaram em mim, eles acabaram relevando, mas não falavam nem que sim e nem que não, rs. Mas com 13 anos já me emanciparam para poder viajar e fazer minhas coisas sozinho, então acredito que foi um pequeno incentivo. Mas meu irmão foi uma peça bem importante, pois foi quem comprou meus primeiros aparelhos para treinar em casa, no qual eu ficava horas e horas. E também vários amigos sempre apoiaram essa minha “idéia”, claro que uns vem e vão, mas os bons sabem quem são e estão firmes até hoje.

Dessa época, como eram as festas organizadas por você e como são as festas de agora? O que mudou e evoluiu em relação ao som, público, espaço..?

Rodz – Sem dúvidas, não tinha tantos eventos como hoje, então os poucos que tinha, eram visados, assim tinha uma certa facilidade em pegar patrocínios, pois muita gente sabia do que ia ter na cidade, isso facilitava muito na produção das festas. Hoje devido ao aumento de eventos e até mesmo interferências indiretas como “Netflix, Redes Sociais, Smartphones junto com o conforto de ficar em casa” fazem as pessoas serem mais seletivas aos eventos, assim acaba diminuindo de certa forma o público, já em relação ao som, eu vejo um avanço imenso na qualidade das produções e espaço para novos DJs, acho que está a mesma coisa, pois se você quiser e correr atrás, as coisas vão acontecer, inevitavelmente.

Conquistar espaço e representatividade na cena eletrônica no Brasil e fora dela é de fato um sonho audacioso, mas que vale a pena. Fale um pouco sobre o trabalho de referência da Under Waves, atuando como gravadora, plataforma de mídias, e até mesmo com uma linha de roupas.

Rodz – A Under Waves foi uma coisa que foi acontecendo muito naturalmente, sei que quando mudei para Uberlândia, precisava de algum suporte que pudesse criar uma estabilidade na música, mas não que ia chegar onde chegou. Um grande responsável também foi meu sócio e amigo Lucas Caixeta (Lucke) no qual sempre não mediu esforços para as coisas acontecerem. Pois de uns anos pra cá, sabemos muito bem o que queremos, o que temos traçados para o nosso futuro e posso dizer que vai vim muita coisa boa por aí.

Qual a importância para você desse projeto e a atuação em diferentes frentes?

Rodz – Além da Under Waves eu trabalho com uma empresa em família e por mais que são dois negócios totalmente diferentes, muita coisa eu aproveito para a Under, como gestão, planejamento, estratégia, marketing e junta também com essa sede de aprender coisas novas, que é o que nos move.

A Under Waves Store tem como slogan ‘vista-se de música’ e cada lançamento vem com um conceito diferente, incluindo uma playlist própria com o tema. Você participa dessas criações? Quem faz a curadoria das playlists que vão junto nas camisetas?

Rodz – Sim, tento participar de ponta a ponta desse projeto, pois é algo que eu sempre tive muita vontade de trabalhar. Alguns modelos foram feitos por mim, outros pelo Lucas, todos seguindo um padrão de identidade que liga a música. E as playlists também sempre estamos incluindo coisas novas lá.

Para um DJ que vai do House ao Techno, e com 15 anos de estrada, como você costuma se preparar para cada gig?

Rodz – Sempre procuro saber antes: Olho sempre com muita atenção qual é o tipo de festa, quem vai tocar, qual horário que vou me apresentar, para daí sim montar meu set. Curto muito ir com uma base pronta que encaixe dentro da proposta e que siga minha identidade, gosto de ter um guia, mas também sempre antecipo até as mudanças que podem acontecer no decorrer do set, considerando o que foi tocado primeiro, a energia de como está aquele momento, se estava dentro do que eu esperava ou não, então tá tudo sempre muito planejado rs.

Atuando como produtor, conta mais sobre seu recente remix da música ‘Good Life’ do Inner City. Quais elementos você quis evidenciar e transformar nesta track?

Rodz – Essa é uma faixa que eu sempre curti, mas ela nunca casava nos meus sets, então quis fazer ela para poder tocar mesmo, logo decidi que queria lançar para outras pessoas poderem participar disso também. Muitos amigos já tocaram e já tive bons feedbacks dela na pista, fico muito feliz.

Rodz – 2022 sem dúvidas está sendo um ano muito próspero e com certeza o que teremos, é parceria com novas pessoas e projetos legais dentro e fora do país.

Rodz está no Instagram & Soundcloud.

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Descubra: Fel C

Conheça o projeto Fel C, do mineiro Felipe da Cunha, que une o melhor de diversos gêneros dance em seu formato live.

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Descubra: Cla$$ & JCult

O duo curitibano, Cla$$ & JCult, avança enquanto exprime ao mundo uma sondagem musical potente. Descubra esse talento em nossa coluna.

por Isabela Junqueira

Formado a partir da união entre Carlos Eduardo Santos e João Witor Pinheiro, os artistas dão vida à dupla Cla$$ & JCult, alcunha musical que usam para sondar os gêneros groovados inerentes ao house. Lançado em 2020, o duo se desenvolve lançamento após lançamento, demonstrando um crescimento sólido. Após lançamentos por selos como CUFF, MUSE, Rawthentic e Roush, o Cla$$ & JCult debuta na Dif Records, com um lançamento para lá de especial.

Good Girl‘ é a primeira composição autoral da dupla. Após a sequência de boas colaborações, nessa nova faixa, é possível sentir integralmente a assinatura musical do duo curitibano, que aposta em deep house abastecido por robusta linha de baixo. Na coluna Descubra de hoje, convidamos o Cla$$ & JCult para um papo.

Beat for Beat – Olá rapazes, sejam bem-vindos ao B4B! Como vocês se conheceram e como criaram o Cla$$ & JCult?

Cla$$ & JCult – Olá, pessoal! Nos conhecemos por amigos em comum, tínhamos nossos projetos separados antes da pandemia começar, no começo de 2020 lançamos a nossa primeira música juntos, a “Who Shot Me”, um tempo depois fizemos a “Woke”, assim que terminamos ela a pandemia estava começando de fato, com todos em casa o contato com grandes artistas ficou mais acessível e então entramos em contato com o Classmatic (que até então era contato de fã p/ ídolo) para fazer a mix/master. assim que ele a escutou, imediatamente disse que iria tocar ela na próxima edição do seu podcast, até então não éramos um duo, após uma ligação com o Classmatic, comentamos com ele sobre juntarmos as forças e criar o duo, ele nos apoiou e passou várias visões sobre o mercado.

Como sentem que fluiu a união musical de vocês? E como é o momento de vocês em estúdio?

Cla$$ & JCult – Foi totalmente natural, praticamente gostamos das mesmas coisas, então o processo criativo sempre foi “leve”, só sentamos na cadeira em frente ao pc e fazemos música!

Quais características formam o panorama musical da assinatura do Cla$$ & JCult?

Cla$$ & JCult – Procuramos sempre fazer o simples e objetivo, sem firula, mas acho que as duas características que mais dão cara a nossa sonoridade é o feeling “gangsta” e o groove sempre minimalista.

Pouco mais de um ano na ativa na produção e já rolaram lançamentos em selos como CUFF, MUSE, Rawthentic e Roush. Como foi essa caminhada até o debute na Dif Records?

Cla$$ & JCult – Deu pouco tempo até então, mas já realizamos alguns sonhos, dois deles foi lançar na CUFF e tocar no showcase da label. Acreditamos no nosso som e sempre buscamos evoluí-lo sem perder nossa essência, então digamos que só estamos começando.

Além de tudo, “Good Girl” é uma faixa super especial porque é o primeiro lançamento 100% autoral da dupla, sem colaboração. O que vocês procuraram apresentar nesta faixa?

Cla$$ & JCult – Somos reais na nossa arte, fazemos o que nós realmente gostamos, mas a “Good Girl” vai mais fundo nisso, ela é 100% do que amamos criar, 100% Cla$$ & JCult, não teria um lugar melhor que a Dif pra ela ser lançada, o nome já diz tudo, né? hahah.

Para finalizarmos, previsão de mais faixas assinadas somente por vocês? Valeu pelo papo, Cla$$ & JCult!

Cla$$ & JCult – Ainda tem algumas colaborações pra sair ainda esse ano… no nosso planejamento, no primeiro semestre do ano que vem começam a sair de fato faixas somente nossas, então aguardem os próximos capítulos!

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Descubra: Lemex

Jovem DJ e produtor, Lemex, que vem se destacando na cena paranaense, acaba de lançar ‘Never For You’, pela Deep Insane.

De um tio DJ, que tocava em festas de casamento no Paraná, surgiu a curiosidade em seguir carreira na profissão. O garoto de Curitiba, que queria ser militar, acabou se apaixonando pelo ofício, e aos 21 anos, desponta como um dos principais nomes da cena eletrônica de sua região. Esta é a história de Matheus de Sousa Costa, mais conhecido como Lemex, que lançou recentemente a track ‘Never For You’ pela Deep Insane. Ouça aqui.

Eu sempre frequentava as festas de casório em que meu tio tocava. Certo dia, ele me deu a oportunidade de tocar sozinho, e desde então eu amei incondicionalmente a música, por ver as pessoas felizes“, conta o artista, que já vem tocando e lançando material próprio há quase cinco anos.

Inspirado por nomes que vão de Purple Disco Machine e Louie Cut a Gigi D’Agostino e Vengaboys, Lemex encontrou sua sonoridade no escopo da bass house, caracterizando-se por graves macios e pegajosos, bem como pelo cuidado com os mínimos detalhes.

Seus principais resultados começaram a aparecer nos últimos dois anos, sobretudo com dois hits que tiveram mais de um milhão de plays no Spotify: ‘And To The’ e ‘Dangerous‘ — ambos lançados pela própria gravadora, Deep Insane, em 2020. Outro sucesso foi ‘Interference, collab de 2021 com o Almanac que abre o EP “Red Universe Vol.1“, da HUB Records.

Recentemente, ganhou a luz sua mais nova criação: ‘Never For You‘, também pela Deep Insane, com bass recheado, batidas marcantes e elementos sonoros discretos que preenchem os espaços de silêncio — outras das características marcantes do carismático produtor. A música ainda ganhou vídeo oficial, que você pode ver no player acima.

Além da HUB, teve a oportunidade de assinar com labels como UP Club, Muzenga Records, LowFreQ, Collective, Green Deep e Prophecy. Assim, colheu suportes de nomes como Ashibah, Chris Lawyer, Future Class, Pimp Chic e Hot Bullet, foi atração em clubes e eventos como Pimp Reset, Amazing Beats, Sunflower, The Place, Matahari, Field Club e Sungai, e teve a oportunidade de integrar o roster de uma das maiores agências do país: a Plusnetwork.

“Conquistei um público fiel com as minhas faixas. É surreal ser admirado, amado, e acolhido pelas pessoas através da sua arte“, declarou Matheus. Mas sua maior conquista, talvez, seja o fato de ter sua vida salva pela música.

Já fui muito inseguro e depressivo, e a música me salvou. Sou uma pessoa muito melhor hoje em dia graças aos amigos e às boas pessoas que ela me proporcionou“.

Escute agora ‘Never For You’, de Lemex.

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Descubra: RUBBIO

Conversamos com Rodrigo Lopes sobre seu novo projeto, RUBBIO, baseado em sonoridades do Progressive House.

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Descubra: GUGGA 

Do Heavy Metal e de sua noção musical proveniente da bateria, GUGGA criou sua identidade durante a pandemia e agora, vamos Descobrir juntos.

Por Maria Angélica Parmigiani

Com uma carreira formatada durante o isolamento social, GUGGA abdicou da Engenharia e da Administração para tentar o tão almejado sonho de uma profissão “lado b”, com a música eletrônica. Do Heavy Metal e de sua noção musical proveniente da bateria, ele deu início à jornada na Dance Music somente em 2020. Pouco tempo de estrada, mas quem está contando, afinal? Desde que começou o artista já encabeçou lançamentos na Warung Recordings, Fluxo, Transensations, Foursense e TheWav Records. 

Agora, ele se prepara para transcender a carreira criada na pandemia e busca levá-la às pistas de dança no Brasil. No último dia 26, o artista teve lançamento ao lado de RIKO, pela britânica Colorize, integrando o compilado Colorize 2022 Winter Sampler — a track recebeu até mesmo suporte do duo Cosmic Gate. Conversamos com ele para conhecer mais sobre sua história e entender seu momento de carreira. Vem ver! 

Beat for Beat – Oi GUGGA, tudo bem? Obrigada por essa entrevista. Como é a primeira vez que conversamos, conte-nos um pouco sobre como surgiu seu interesse pela música eletrônica. Soube que você tem um background formado no Rock, como foi a transição?

GUGGA – Oi, Maria e galera da B4B! É um prazer falar com vocês! Por aqui está tudo bem e espero que todos estejam bem e seguros por aí também. Meu interesse pela música, em geral, apareceu já quando era bem novinho. Lembro do meu pai trazendo discos para casa de gêneros variados e sempre ficava vidrado ao lado das caixas de som escutando cada detalhe e cada nuance das faixas tocadas. Quando eu tinha uns 5 anos, eu escutava muito Pink Floyd, Deep Purple, Peter Gabriel e pop dos anos 80 (Duran Duran, Tears for Fears, etc…) e eu lembro que não fazia muito tempo que a MTV tinha chegado no Brasil. Foi ali que a coisa me encantou de vez. Quando eu comecei assistir os videoclips das músicas que eu gostava, comecei a imitar os instrumentistas e o que mais me chamava atenção era a parte da batera. Do rock progressivo e pop, fui para o heavy metal através do Iron Maiden, que me introduziu no estilo e, a partir daí, comecei minha jornada como metaleiro e ganhei minha primeira bateria com 9 anos.

Fiz minha imersão na música ao longo dos anos e estudei muito, tanto técnica quanto pesquisa musical, dentro e fora do rock, pois precisava de diversos elementos para continuar minha evolução como instrumentista. Esse é meu background, e dando um grande pulo na minha história, meu contato com a música eletrônica começou  por acaso. Em 2019, em uma festa, um amigo meu perguntou se eu gostaria de aprender a discotecar, e foi ali, na hora, que eu comecei a fazer minhas primeiras mixagens que me apaixonei pela coisa. A partir desse momento, comecei a frequentar festas e pesquisar MUITO sobre o gênero e suas vertentes. Em 2020 comprei a minha primeira controladora e comecei a tocar em casa mesmo, por causa da pandemia. Mesmo com esse mundo novo , senti que estava faltando alguma coisa e lá para novembro, baixei o Ableton e comecei a rascunhar  algumas linhas instrumentais  no software (mas só desgraça até então…o começo foi difícil).

Logo no início de 2021, entrei no Fluxo e no Warung School e foi aí que comecei a estudar insanamente (e não parei mais) e dar forma a minhas primeiras tracks. Logo na sequência, entrei na comunidade do Salata para complementar mais minha parte técnica e em julho de 2021, larguei meu trabalho para focar 100% na música. Estou nessa de corpo, alma e a todo vapor. Tem bastante coisa legal para lançar agora em 2022 e não vejo a hora de dividir minhas tracks com as pessoas! 

Você transformou a ideia em realidade em 2020, como foi isso? Afinal, estávamos no auge da pandemia…teve alguma crise ou força que te levou a essa virada de chave para ingressar na carreira artística?

GUGGA – Eu sinto que fui meio forçado a me conectar com a música de uma maneira mais intensa. Na pandemia, ficou claro para mim o quão vazia estava minha vida. Era só trabalho-casa, casa-trabalho, imaginando quando seriam minhas próximas férias. Começar a produzir e tocar, mesmo que tenha começado no final de 2020, me tiraram de um buraco psicológico. Foi um processo forte e doloroso de autoconhecimento. Agora me sinto forte e conectado, com um objetivo bem claro na cabeça

Você tem um tempo de carreira curto, mas já avançou casas interessantes como a participação no VA da Fluxo do ZAC e o lançamento na Warung Recordings. Por que você acha que esse processo se antecipou?

GUGGA – Sim! Faz pouco tempo que estou na cena, de fato! Eu sinceramente não acredito nessa questão de antecipação de process. Eu ‘meti a cara’ nos estudos e continuo estudando muito, produzindo muito e mostrando meu trabalho para pessoas que eu confio. Eu tento manter uma fila de músicas em andamento, concluindo track por track e, por mais que eu não goste tanto do resultado final, eu deixo aquele material guardado para revisitar posteriormente, quando eu estiver com mais conhecimento, com alguma outra ideia ou mais técnico para deixar aquela track melhor. O que já me satisfaz, eu mando para as gravadoras.

Falando em catalisadores, eu acho que o acesso à informação e fazer parte das comunidades do Fluxo, Warung School e Salata, sem dúvida nenhuma, me ajudaram muito no processo de aprendizagem. Em um determinado momento do ano passado, fiz aulas particulares, também, com o Breno Mos, que é um DJ e produtor que admiro demais e acabamos nos tornando amigos do peito. Esse investimento em conhecimento foi crucial para entender mais sobre produção, discotecagem e o mercado da música eletrônica. Meu background musical e as pessoas que conheci ao longo desse ano como produtor, foram alicerces para a minha evolução, também! 

Como é seu workflow na produção? Tem um ritual para “entrar no personagem” ou é mais livre?

GUGGA – Eu, geralmente, faço músicas por camadas. Quando eu tenho alguma ideia de melodia, harmonia, ambiência, groove de bateria e baixo, eu escrevo essa ideia e começo a construção de um loop. Assim que o loop está sólido e com elementos que o deixem convincente, eu parto para a estruturação do arranjo. Assim que tenho o arranjo minimamente desenhado, eu parto para a timbragem dos elementos e encaixe das cenas da track.

Feito isso, eu parto para as automações e efeitos, finalizando com uma mix o suficientemente boa para testar nos PAs e mandar para pessoas que eu confio darem um feedback. Eu sou mais livre para produzir no que diz respeito a estilos e estética. Eu tento misturar coisas que eu gosto e sonoridades diferentes na mesma track. Um dia eu faço um african, no outro eu faço um indie dance (rs). Quanto mais coisa diferente eu faço, mais eu aprendo e quero construir essa versatilidade!

Você viveu a pista de dança em que momento mais especificamente? Quem você se espelha nessa safra? Algum novo nome que também surte esse efeito de influência em você?

GUGGA – Eu comecei a ir nas festas em 2019, para falar a verdade e foi bem viciante. Tem artistas que admiro demais, como Yotto, Cassian, Tinlicker, Jeremy Olander, Space Food, Sparrow and Barbossa, etc. Ver o D-nox ao vivo é uma aula de como ter uma pista nas mãos. É simplesmente bizarro. São tantas referências e tantos estilos de som, que é até difícil mencionar todo o espectro. Falando sobre caras novos, meus parceiros de jornada são uma fonte de inspiração para mim. O RIKO é um cara que eu encontrei na metade dos meus estudos, com quem aprendi muito e produzi várias coisas juntos. Baita produtor e baita DJ com quem tenho o privilégio de dividir vários trabalhos. O Gorkiz me acolheu como um mentor… me ajudou com feedbacks, fizemos collabs e é um monstro no segmento.

Tenho o Jukka, Fabian B, Massaki, Sensitive (It), V.Souza, Skapi, Jackks, Mariz, Carminatti, como pares profissionais buscando seus espaços, que admiro e me inspiro demais. Cada um no seu estilo, cada um com suas características. Sinto-me sortudo de fazer parte de uma cena onde tem tanta gente talentosa. E, provavelmente, eu esqueci de mencionar outros artistas, porque é muita gente mesmo!

E qual a dica para chegar junto em selos maiores e/ou selos gringos? O tal falado networking é mesmo importante, né? 

GUGGA – Olha, eu acredito que networking é super importante, pois abre portas. Porém, acredito mais ainda que a música fale por si só. Se você tem um trabalho que você acredita, se joga. Manda para as labels e serão 50 nãos para 1 sim, mas esse sim vai valer a pena! Para aumentar as chances, tenha uma mix e master boas, mande mais de uma opção de track, mande um e-mail com uma apresentação sua e sobre o material que você está enviando. Não é uma fórmula, mas tem ajudado em alguns casos.

Hoje vemos que a maior dificuldade para alguns artistas é se manter nos holofotes, especialmente a nível virtual.  Sabemos que o jabá é importante também, mas como é isso pra você?

GUGGA – Eu acredito que o relacionamento, networking e sua exposição como produto são os critérios essenciais para levar o artista para o próximo nível. Dito isto, sinto-me completamente livre para dizer que sou bem ruim e tenho muito o que evoluir nesse aspecto (rs). É difícil, porém necessário, conciliar o técnico, execução e a venda do seu negócio. Eu ainda estou aprendendo a fazer o terceiro ponto mencionado (rs). Gostando ou não, tem que fazer. Não tem jeito.    

Você lançou recentemente uma track em colaboração com o RIKO pela Colorize, conte-nos um pouco sobre como surgiu essa parceria e do que se trata a faixa em questão.

GUGGA – Sim! Essa track na verdade saiu na primeira vez que nos sentamos juntos para compor. E foi assim, simplesmente saiu e desde então dividimos vários trabalhos juntos. Essa faixa, para mim, simboliza a dualidade que vivi nesses tempos de pandemia e no meu começo na carreira artística. Tudo é muito tenso e incerto. O que me mantém de cabeça erguida é o sonho e a esperança que as coisas vão ficar bem e vão dar certo. O caminho é um só: é para frente! E para mim, essa é a vibe da track… é uma mistura de tensão com esperança. O RIKO se tornou um irmão para mim. Tenho orgulho desse trabalho que fizemos juntos e outros que estão por vir!  

E os planos do presente e futuro? O que você pode nos antecipar? Muito obrigada!

GUGGA – Tem coisa legal vindo por aí! Fechei recentemente um EP com a Transensations e outro com a Enormous Chills. Estou bem orgulhoso destes trabalhos e acredito que estarão disponíveis até o final do outono. Tenho mais uma track em collab com o RIKO que será lançada em breve, também. Entre fevereiro e março vou soltar um edit do Tears for Fears e tenho trabalhado em um EP com duas faixas com uma sonoridade mais indie, que está quase no ponto. Tem bastante coisa rolando no que tange a parte de criação. Bastante coisa para lançar e bastante coisa para concluir. Sobre o futuro, espero que minhas músicas toquem as pessoas e que eu esteja tocando por aí, fazendo a galera dançar e trocar essa energia única, que só a pista e o palco proporcionam. Muito obrigado pelo bate-papo! Foi um prazer!

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Descubra: SODREE

Brasileiro que está ganhando terreno na Europa, SODREE já emplacou hit no Top 10 Beatport e hoje, conversa com a gente na coluna Descubra!

por Rodrigo Airaf

Pouco tempo após sua faixa ‘For Respect’ entrar no Top 10 do Beatport no chart de Minimal e Deep Tech, o catarinense SODREE retorna com mais batidas dançantes, samples saudosos e grooves sintéticos com sua última track, ‘We Did’ — dica: lembra do vocal classudo daquele hit do HNQO?

O DJ e produtor de 29 anos, criado em Araranguá, já era figura ativa na cena de Santa Catarina — Place Lounge, Todai-ji, Villa13, Lebben, Luau Club, Lates, Secrett, Ludika e Local House eram rolês onde costumava tocar — e mudou-se para a capital da Escócia durante a pandemia.

Desde então, Sodré de Abreu Júnior vem curtindo um momento muito especial em sua carreira. Somente nos últimos meses, emplacou suas sonoridades nos selos Distance Music, Unnamed & Unknown e Habitat Label. Com a flexibilização dos protocolos pandêmicos, SODREE vem conquistando seu espaço no Reino Unido, apresentando-se em cidades como Londres, Liverpool e a própria Ebimburgo, além de uma mini turnê por Portugal, sem esquecer do seu intercâmbio natural com o Brasil.

Decidimos conversar um pouco com ele em celebração ao seu novo single, que você pode ouvir logo aqui embaixo — afaste logo a mesa da sala.

Beat for Beat – Oi, Sodré! O que te fez ir para Edimburgo? 

SODREE – Oi pessoal! Obrigado pelo convite pra esse bate-papo. Escolhi Edimburgo por dois motivos: o primeiro, e mais importante, foi a  influência de um amigo que mudou-se para Edimburgo e me deu o apoio necessário. O segundo foi a cena eletrônica underground no Reino Unido.

O que sei dos escoceses até o momento (com propriedade de causa) é que falam um inglês difícil e tendem a beber muito. Mas e aí, como é a cena eletrônica daí?

SODREE – Diferentemente da Inglaterra, a cena eletrônica na Escócia é mais voltada para o techno. Aqui há diversas casas, porém em sua grande maioria vemos DJs de techno. Já na Inglaterra, o tech house e minimal deep tech encontra um grande amparo. Há uma grande variedade de festivais e festas.

O que mais te faz sentir falta do Brasil?  

SODREE – Posso dizer que sinto muita falta da minha família, amigos, da nossa comida brasileira que não tem para bater e, claro, da energia que os brasileiros demonstram na pista.

Muitos começam na dance music pelos caminhos mais palpáveis mercadologicamente e depois rola uma “virada de chave” para gêneros mais underground. Como foi esse caminho pra você e quem foram os artistas e eventos fundamentais pra que isso acontecesse? 

SODREE – Nunca fui pelos caminhos mais palpáveis. Iniciei tocando o que eu já gostava de ouvir e tive suporte de casas underground onde eu passei de frequentador para DJ. Isso fez eu gostar cada vez mais do som que venho tocando e produzindo.

Como é o seu processo criativo no estúdio geralmente? Por onde começa, por onde termina, e o que te inspira?

SODREE – Não estou produzindo muito, mas tento pelo menos começar uma track por semana e terminar pelo menos duas por mês. O que me inspira é quando eu acho algum vocal que me chama atenção, daí eu pego firme e tento terminar a track o quanto antes para ver ela finalizada.

O mundo está “voltando” aos poucos… o que pretende atingir com sua carreira daqui em diante? 

SODREE – Pretendo estar me apresentando em alguns clubes e label que sonho em tocar aqui na Europa, mostrar cada dia mais o meu som para todo o mundo e também que um dia eu possa voltar para o Brasil e poder viver só da música.

Como você define sua identidade musical em três palavras?

SODREE – Carisma, humildade e amor.

SODREE está no Instagram e no Soundcloud.

 

 

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Descubra: Ziembik

Transitando entre o House e Techno, o clássico e o vanguardista, Ziembik é o novo personagem da nossa coluna Descobre. Conheça agora!

Por Maria Angélica Parmigiani

DJ, produtor, empreendedor, produtor de eventos, agitador cultural, esse é Bernardo Ziembik, ou apenas Ziembik, como é conhecido no meio artístico. Conhecido pela sua versatilidade musical, que equilibra bem os mundos entre House e Techno e entre o clássico e o vanguardista, ele ultrapassa a barreira da persona artista e desenvolve diversos outros projetos em prol do cenário eletrônico através da Ludos, sua agência de entretenimento.

Foi aos 14 anos que o artista, em uma visita à São Paulo, se encontrou com a música eletrônica e, desde muito cedo, passou a frequentar festas. Seis anos depois, Ber já era residente do antigo Rakenne e tempos depois, no Terraza em Floripa. Além disso, é um dos artistas da renomada D.Agency, do grupo do D-Edge.

Prestes a completar 13 anos de carreira, ele se prepara para um novo e grande projeto. Conversamos com ele para conhecer mais sobre o artista, sobre o produtor, o empreendedor e quem mais vier para este papo. Uma ótima pedida para quem tem desejo de se desenvolver tanto como artista, como produtor de eventos. Descubra abaixo:

Beat for Beat – Oi Bernardo, tudo bem? Obrigada por essa entrevista. Bom, antes de mais nada, como é sua primeira vez conosco, conte-nos um pouco sobre como surgiu seu interesse pela música eletrônica e quando você decidiu de fato se aventurar por este mundo…

Ziembik – Oi pessoal, tudo certo! Eu que agradeço pelo papo. Desde a época em que Summer Eletrohits aparecia na TV, música eletrônica já me chamava a atenção. Fui a SP em 2006, fiquei na casa do meu tio (que é do meio da moda e conhece bem da noite) e falei que queria muito ver um artista que tocaria em SP, pois ele também tocaria em Itajaí, cidade onde eu morava na época e voltei a morar recentemente. Esse artista era Sasha, o club era o D-edge e meu tio o amigo do dono, Renato Ratier. Não deu outra: Fui pra festa, fiquei do lado do Sasha e me emocionei.

Depois daquilo meu tio me deu uma grana, me jogou nas galerias de SP e falou: gosta de música? Então vai absorver o que essa cidade tem pra entregar. Daí em diante eu voltei pro Sul e não parei mais, comecei a me aprofundar no assunto, até que em 2008 tive minha primeira gig oficial como DJ.

Já diria o filósofo que definir é limitar, mas qual é o som do Ziembik? Um pouco de House, um pouco de Techno? Por que? Desde sempre sua ideia foi manter essa versatilidade?

Ziembik – Na verdade foi algo que aconteceu naturalmente. Primeiro pois eu fui residente de clubes muito diferentes: Beach Club, com som mais acessível, inferninho com som mais cabeçudo, warm ups, closing sets. Segundo que eu já morei em 8 cidades! Curitiba, mais fria, sombria, linear, Itajaí, mais animada, turística, rítmica. Isso molda o cara, sabe? Faz com que ele aprenda a ser adaptável.

E, claro, isso transpareceu no meu, no que gosto de tocar. Mas também tem a ver muito com o meu humor, meu estado de espírito, meu estilo de vida em cada período. Esse é o som do Ziembik, um mix de informações, uma salada bem feita.

Como artista você tem um currículo bastante interessante. Como suas parcerias com o club Terraza e o detroitbr, para você é importante ter bases sólidas visando estruturar uma carreira? Qual a importância de uma residência na sua opinião?

Ziembik – A residência traz muita maturidade ao artista. Ali o cara começa a ter “cancha de pista” mesmo, oportunidades em horários inusitados, apresentações ao lado de artistas diferentes e diferenciados. Acho que todo artista merece ter uma residência para se profissionalizar.

A recorrência e a constância de uma residência trazem o reconhecimento de mercado necessário. Ah, e se você não foi muito bem em uma data da residência, tudo bem. Logo tem outra, você pode se dedicar mais e mudar o jogo. Eu acho uma experiência muito legal.

Uma curiosidade interessante é que já morou em oito cidades, certo? Essas mudanças foram mais por necessidades ou por vontade própria? Você considera isso como uma coisa positiva pra sua carreira?

Ziembik – Exato. Como citei no texto acima, eu acho isso uma boa vantagem. Essas mudanças ocorreram boa parte na minha infância, enquanto eu morava com a minha mãe e a ela era transferida com certa frequência de trabalho. Na época era ruim, pois era dificil criar laços e amizades. Mas, com o tempo, comecei a ver o lado positivo.

Primeiro pois me tornei adaptável a várias situações. Segundo que trago de cada um desses lugares alguma experiência ou virtude que me moldam como pessoa e profissional. Assim como a residência, essa é outra experiência que desejo a todos os artistas.

E falando de produção musical, você sente que existe uma pressão indireta do mercado para artistas produzirem ou isso não deveria ser atrelado à figura do DJ?

Ziembik – Acho que a produção musical tem o poder de elevar a carreira dos artistas, destravar um número e volume de gigs interessantes. Mas vejo que a figura do DJ, principalmente o seletor, aquele que pesquisa incessantemente e sempre traz novidades, está muito em alta. Eu como fã da Sonja Moonear e do Ben UFO, por exemplo, levo muito esse perfil em consideração.

No meu caso, já produzi algumas coisas no passado e tenho no meu planejamento retomar no ano que vem, pois um DJ set pode mostrar muito de um artista, mas apenas um produção consegue captar totalmente sua essência.

Além da faceta artística, você também está envolvido na parte mais administrativa e se mostra bastante ativo frente à Ludos. Como surgiu a ideia de criá-la?

Ziembik – Ela surgiu justamente pelo meu duplo perfil de atuação no mercado (o Ziembik, artista, e o Prates, o produtor). Um deles é mais criativo, o outro mais operacional. Digo que são minhas personas. Hoje, elas se complementam. Quando criei, foi uma forma de deixar claro pro mercado essas duas facetas. Além disso, o grande papel da Ludos é desmistificar o nosso mercado e conseguir criar uma ponte entre o mercado mais formal e os independentes, que estão querendo se profissionalizar.

E como faz para conciliar tudo? Você busca dividir seus dias entre horários e tarefas específicas?

Ziembik – Durante a pandemia meu foco esteve muito na Ludos, até por uma questão de “pagar contas”. Nesse momento respondo essa entrevista pensando em como preciso equilibrar as coisas pra voltar a ter um fluxo legal para as duas facetas. No momento procuro uma nova forma de organizar o meu dia para poder criar “o momento do ziembik” e “o momento do prates”. Não é fácil!

Como foi ter uma produtora de eventos e ser artista na pandemia? O que você fez para se reinventar? Alguma lição tirada?

Ziembik – Foi punk, bem punk. Mas, aí volto na história de ser adaptável, graças a minha experiência. Fui atrás das marcas que me patrocinavam nos eventos, consegui fazer algumas ações com eles, desenvolvi algumas atividades com o mercado corporativo, e me dediquei muito a um projeto muito audacioso, a convite do Renato Ratier, que é o Surreal, onde pude participar desde a criação do conceito e agora estou dedicado a entrega-lo, a partir de dezembro.

A Ludos está envolvida com o Surreal, certo? Conte-nos um pouco sobre como está sendo este trabalho e em quais partes você está envolvido?

Ziembik – Me antecipei, né? Pois é, esse projeto faz isso comigo haha. Bom, como falei, desde que o Renato arrendou lá, eu já estou trabalhando com ele. Foi muito louco pois esse momento foi em março de 2020, quando iniciou a pandemia. Imagina fazer um projeto dessa magnitude durante uma pandemia, sem previsão sobre nada? Pois é. Mas, tem sido um processo incrível, de muito aprendizado.

Eu cheguei a quase bater prego na obra com a equipe, então, sei de cada detalhe de tudo. Aprendi sobre muitos tipos de materiais, apresentei estudo de impacto de vizinhança pra um conselho, tive contato com pessoas influentes, pude trazer muitas das minhas ideias guardadas. É massa que esse projeto seja feito pelo Renato, pois só um cara do perfil dele daria liberdade e pensaria fora da caixa para muitas das coisas que estão por vir lá.

E os planos para 2022 para a carreira artística? O que vem por aí? Sei que ano que vem você está preparando um documentário. É isso mesmo? Como será?

Ziembik – Então, esse documentário foi uma ideia durante a pandemia, justamente pra mostrar uma linha de tempo. Estou completando 30 anos de idade, 13 de carreira, e eu achei legal registrar um pouco do que foi feito até então, esse momento que foi a pandemia e mostrar o que está sendo planejado. A ideia é dividida em EPs, cada uma com um tema e um tom, para mostrar um pouco mais do meu sonho, do que faço da vida.

Como um profissional totalmente envolvido com o business: que conselho você daria para a galera da novíssima geração que vem aí?

Ziembik – Procurem se profissionalizar, tenham paciência, não desistam e respeitem o que está sendo feito pelos outros e quem vive do business.

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Descubra: Dani Borges

Do Heavy Metal para a música eletrônica, Dani Borges já emplacou tracks em importantes charts do Beatport. Descubra esse talento com a gente!

Por Maria Angélica Parmigiani

Com um background formado nas linhas pesadas do Rock, em especial o Heavy Metal, Dani Borges caiu na música eletrônica de pista quase que por acaso. Mas como acaso seria algo simplista demais, vamos colocar um fator “destino” por aqui. Se ele acredita nessas coisas, não sabemos, mas foi em um evento de sua escola de inglês com um DJ convidado que ele se apaixonou pela ideia e decidiu seguir carreira. Não só isso, começou a produzir sem parar.

Natural de São Paulo, ele viveu alguns anos nos Estados Unidos, onde moldou seu gosto musical, algo que ele também busca trazer em suas tracks. Na produção já encabeçou algumas posições importantes nas charts do Beatport, tendo o #6 lugar no Progressive House e #11 no Melodic House & Techno. Algo que não se vê com frequência quando alguém está “começando”.

Seu novo EP Uprise, sairá logo mais pela TRIP & Dream, mas já está sendo destaque no Beatport. Conversamos com ele para descobrir mais sobre sua história com a música. Chega mais!

Beat for Beat – Oi Dani Borges, tudo bem? Obrigada por essa entrevista. Bom, honrando o título dessa coluna aqui no Beat For Beat, vamos do começo. Como começou sua relação com a música? Sei que você tem bases em outras vertentes também…

Dani Borges –  Minha relação com música vem de longa data. Meu avô era apaixonado pelo pandeiro e sanfona. Nós éramos muito próximos e uma das histórias que ele me contou é que quando era jovem chegou a tocar na noite com os músicos dos Demônios da Garoa. Antes dele falecer ele me deu o seu pandeiro. Meus tios são percussionistas em escola de samba também.

E a música eletrônica? Como você a descobriu? 

Dani Borges – É uma história bem engraçada. Junto com minha esposa, Jéssica, eu tenho uma escola de Inglês. Todo ano fazemos uma festa de Halloween e em um dos anos o DJ que sempre contratávamos não estava disponível e não conseguimos mais ninguém no dia do evento. Resolvi que eu comandaria a festa e baixei um app em um tablet e fizemos uma festinha. Foi uma sensação incrível e me apaixonei imediatamente pela discotecagem. No próximo ano comprei uma controladora e fui descobrindo a música eletrônica aos poucos até decidir começar a produzir. Entrei em um curso no início de 2019 e desde então produzo todos os dias.

E quais são suas influências? O que você curte ouvir quando não está envolvido com os sons da pista? 

Dani Borges – Em grande parte da minha infância fui influenciado pelo rap e hip-hop. Na minha adolescência fui migrando para o rock, especialmente heavy metal. Nessa época tive minha primeira experiência com instrumentos, tocando guitarra. Uma das minhas grandes influências é Queens Of The Stone Age e Rage Against The Machine. Quando quero algo mais leve gosto muito de Pearl Jam e Red Hot Chilli Peppers.

Sabemos que você morou nos Estados Unidos por um certo tempo. Isso de alguma forma moldou seu estilo musical na profissão? Se sim, como?

Dani Borges – Com certeza! Minhas maiores influências vêm de fora. Lembro em uma entrevista Josh Homme, líder do  Queens Of The Stone Age falou que o som deles era um rock robótico com riffs repetitivos, basslines envolventes e sempre muita energia. Gosto de trazer essa cultura de mosh pit no meus sons, um som pesado que deixa você pulando o tempo inteiro. Gosto muito de incorporar vocal em inglês nas minhas tracks.

Agora você está no Brasil tem quanto tempo? Qual a sensação desse crossover de cultura? Tem algo que você já tenha agregado para seu trabalho e que seja essencialmente brasileiro?

Dani Borges – Já faz 13 anos que voltei pro Brasil. No início foi um pouco assustador, mas hoje não troco o Brasil por nada. Apesar de todas as dificuldades do nosso país aqui me sinto em casa. Em 2022, tenho um lançamento em um V.A de uma grande gravadora brasileira que tem um vocal em português muito especial. Aguardem (risos).

Você encabeçou algumas posições bem relevantes nas charts do Beatport. Como foi isso pra você? 

Dani Borges – Foi uma experiência incrível ter o trabalho reconhecido. Espero sempre alcançar resultados expressivos. A gravadora faz muita diferença. O Fluxo e a Explore fizeram um trabalho perfeito.

https://open.spotify.com/track/4TMlM1Z9wn2N4POS4iX5ax?si=b42df762274044a5

Ouvindo seu som, é perceptível que estamos falando de Progressive House e Melodic House & Techno, certo? Olhando por um panorama mais amplo, você acha que teremos um bom momento para essas esferas musicais no pós-pandemia? E por que?

Dani Borges – É um estilo que está em alta no mundo e o Brasil não está ficando atrás. Temos grandes produtores e clubs que investem nessa linha sonora. Vejo que vai ter muito espaço nas festas pós pandemia.

E quais são seus projetos recentes? Tem algo vindo por aí? 

Dani Borges – Meu EP ‘Uprise’ saiu recentemente nas plataformas digitais pela Trip & Dream, o braço melódico e progressivo da Trippy Code. O EP mostra bastante minha personalidade e influências trazendo um som progressivo e impactante.

Qual seu objetivo para o próximo semestre ou mesmo pra essa reta final do ano?

Dani Borges – Para finalizar o ano estou organizando uma festa na minha região junto com dois grandes amigos. A festa está em sua terceira edição e a minha primeira pós-pandemia. Minha meta para 2022 é crescer cada vez mais como produtor e me apresentar Brasil afora.

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Descubra: Quant

Brasileiro radicado em Portugal, Quant, que mistura Tech House, G-House e criatividade, é personagem da nossa coluna Descubra. Confira!

Nascido em Goiás e radicado em Lisboa, Rafael Prata Ramos aka Quant, vem mostrando que tem talento e criatividade de sobra quando o assunto é se comunicar através de uma linguagem que transcende as palavras. Com apenas 17 anos, o jovem produtor conquistou a atenção dos portais especializados aqui no Brasil quando lançou ‘YO 90′, uma faixa única independente, mas cheia de personalidade.

Misturando Tech House, G-House e criatividade, ele coloca o groove como a célula principal de sua persona musical. Inspirado em grandes nomes como Cloonee, Amine Edge & DANCE, Victor Lou e Classmatic temos um talento emergente que promete colocar  movimentos corporais sob seu controle. Mas, antes de dançar, que tal descobrir mais um pouco sobre ele? Segue o fio!

Beat for Beat – Olá Rafael, tudo bem? Obrigada por essa entrevista. Bom, acho que para você é normal ter as pessoas se surpreendendo com sua idade. Como e quando foi que você descobriu a música eletrônica? E quais são suas bases antes dela?

Quant – Olá, tudo ótimo! Eu descobri a música eletrônica quando era muito novo, um amigo sempre escutava esse gênero e eu escutava junto com ele e achava aquilo incrível e ficava muito curioso. As minhas bases musicais sempre foram o hip hop, jazz, soul, sempre gostei desses estilos.

Vi que você se inspira em Victor Lou e Classmatic, nomes fortes do cenário nacional. Fico imaginando que sua colaboração com eles pode estar próxima. É algo que você almeja? Quem são seus mestres musicais?

Quant – Sim claro! Acho que fazer uma collab com as suas referências é sempre um sonho para qualquer DJ e Produtor. É um pouco difícil citar todos mas tenho como mestres musicais artistas como FKJ, Jacob Collier, Masego, George Duke.

Sua track Yo 90 mistura algumas influências estilísticas, tem um vocal com uma pegada anos 90. Conte-nos sobre ela. Como foi o processo criativo?

Quant – Eu sempre procuro fazer as músicas de uma forma natural, não ficar quebrando a cabeça em frente o computador e tentando forçar alguma ideia e com a ‘Yo 90‘ não foi diferente, eu quando comecei a produzir ela tinha a ideia do que queria e fui passando essa ideia para o Ableton, também fui colocando as minhas referências e quando vi consegui chegar no resultado que queria.

Você mora em Portugal e com uma pandemia no meio, você ainda não conseguiu viver uma vida noturna de verdade, certo? Mas você já conseguiu mapear alguma coisa por aí para trabalhar seu estilo? O que você sente sobre o cenário de Lisboa?

Quant – Correto! Sim, consegui! Sinto que é um cenário pouco voltado ao tech house, não sinto que o tech house tenha tanto palco aqui, sinto que o Techno é muito forte em Portugal,  não só em Portugal mas na europa em si. Sinto que Portugal pode melhorar muito mais na cena do tech house.

Temos cada vez mais jovens ingressando na música eletrônica como uma profissão e começando cedo (olha você, risos!). Por que você acha que isso pode estar acontecendo? 

Quant – Acho que é por conta de uma quebra de tabus que vem acontecendo ultimamente, antigamente tinha muito aquela ideia de que, para ser alguém na vida, você ia precisar ser médico, advogado, professor… dentre outras coisas. Então sinto que muitos jovens estão se sentindo encorajados para começar neste meio pois o preconceito com esse tipo de trabalho está começando a ser rompido, mas claro, ainda há muito trabalho pela frente.

Ainda sobre esse tema: aqui no Brasil tem uma galera muito engajada começando também. Tem alguns nomes aqui da nova geração que você acompanha também?

Quant – Sim, o Brasil é uma “caixa de surpresas”, tem sempre talentos em todos os cantos, os nomes que eu acompanho fortemente da minha geração são os artistas como Jame C e Simas.

E os planos para o futuro? Alguma novidade vindo por aí?

Quant – Meus planos para o futuro é fazer lançamentos em labels da Europa, pois para mim é muito fácil aceder a estes países.  Tem novidades vindo sim, mas infelizmente ainda não posso contar, fiquem atentos!!

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Descubra: Nevrau

Conheça o projeto formado por Carlos Zampieri e Fabian Ventura, Nevrau, que é pautado nas linhas do Techno e já ganhou suporte de gigantes.

por Ágatha Prado

Uma dupla que ascendeu ouvindo Psytrance e se inspirou nos beats mais acelerados da eletrônica para hoje formar um projeto que integra suas raízes às esferas mais densas do Techno. Esse é o Nevrau, duo formado por Carlos Zampieri e Fabian Ventura e que desde 2018 vem trazendo um tom mais intenso para sua assinatura, conquistando suportes de ANNA, Wehbba e Tarter, e bons destaques nos charts do Beatport.

Para descobrir um pouco mais o que o Nevrau tem a oferecer, acompanhe a entrevista que fizemos com eles.

Beat for Beat – Olá meninos, tudo bem? Vimos que vocês estão inseridos no meio da música eletrônica já faz um bom tempo, desde 2004. Vocês já se conheciam desde então?

Nevrau – Olá pessoal, tudo ótimo por aqui. Primeiramente, obrigado pelo espaço. Sim, somos amigos de longa data, desde a adolescência. Nós praticamente começamos juntos a frequentar e ter o mesmo interesse pela música na mesma época, por volta de 2003/2004.

As raízes musicais de vocês são provenientes do Psytrance, e hoje vocês assumem um projeto voltado para o Techno. Ainda existe alguma relação com o Trance na assinatura de vocês?

Nevrau – Nosso primeiro contato com a Dance Music de uma forma geral foi na adolescência, nos clubes que frequentávamos na região. Mas com o boom do Psytrance nos anos 2000, essa paixão se intensificou e foi onde começamos a criar nossas raízes. Com o passar de todos esses anos, nossos gostos e ideias evoluíram, porém como tudo que faz parte da nossa formação, sempre teremos alguma influência disso, seja em um elemento da nossa música ou na forma como ele progride.

Apesar de vocês já terem começado a produzir desde 2005, o projeto Nevrau veio à luz somente em 2018. Durante esse período vocês estavam atrelados a algum outro projeto musical?

Nevrau – Podemos dizer que esse período todo foi um processo de incubação para o que viria a ser o Nevrau.

Quando começamos a ter interesse na produção musical, a informação era bem restrita e por conta disso começamos a estudar por conta própria. Em 2010 fizemos um curso de produção musical e nessa época nós já estávamos experimentando diferentes sonoridades, porém ainda não pensávamos em levar isso para um lado mais profissional.

Com o passar do tempo passamos por diferentes gêneros, assim como acompanhamos as diversas mudanças na cena eletrônica. Tivemos um período de hiato como duo (produzimos juntos desde o começo) e retornamos no início de 2018, e com toda a vivência desses anos acabamos dando vida ao Nevrau.

Embora o Nevrau ainda seja um nome novo para as pistas de dança, vocês conseguiram recentemente suportes da ANNA, Wehbba e do Tarter. Conta pra gente um pouco mais sobre cada um deles e como rolou?

Nevrau – Em 2020 nós iniciamos uma mentoria junto ao Tarter e com isso estreitamos bastante os nossos laços. Foi bem importante e motivador termos algumas tracks nossas sendo tocadas por ele e nós somos muito agradecidos por isso.

Com relação ao suporte da ANNA e Wehbba, nós participamos de um Contest do Anaweh Studio a uns meses atrás, em que era permitido enviar uma track por projeto. Foram selecionadas 15 músicas e o campeão teve um set publicado pela Awakenings Podcast. Nós ficamos entre os 15 finalistas e com isso eles tocaram nossa música em uma Live no estúdio deles em Julho. Posteriormente a ANNA tocou essa faixa no Junction 2 Festival em Agosto/2021.

Tanto a ANNA, quanto o Wehbba, são duas das nossas maiores referências na música eletrônica. Nós acompanhamos os seus trabalhos já a bastante tempo e temos muito respeito e admiração por tudo que conquistaram. Seremos eternamente gratos por isso.

E o que mudou dos primeiros lançamentos para os trabalhos atuais?

Nevrau – No início do projeto a nossa sonoridade era voltada para um lado mais melódico, porém estamos em um processo de transição. Apesar de não nos prendermos a rótulos, nossas músicas têm naturalmente se encaminhado para bpm´s mais altos. Com isso também surgiu um novo desafio, que é de tentar manter nossa identidade nesse novo momento.

Vocês também estão formatando um Live Act para as futuras apresentações. Quais são os elementos principais do setup de vocês?

Nevrau – Utilizamos Ableton Live como DAW, o core do nosso Live é a Roland MX-1, que serve basicamente como uma placa de som e mixer; APC 40 MKII e Push 2 para disparos das cenas e controles gerais.

Synths analógicos: Roland System-1, Korg Monologue e MAM-MB33 (Clone TB-303); Processador de efeitos: Korg Kaoss Pad KP3. Esse é o setup completo, porém estamos planejando diferentes versões para atender a diferentes cenários.

E quanto às referências, quais são os nomes que inspiram o Nevrau?

Nevrau – Referências de Live Act: Paul Kalkbrenner, Chemical Brothers, Richie Hawtin e Wehbba.

Referência de artistas: Richie Hawtin, Cirez D, Robert Hood, Anna, Wehbba, Dj Murphy.

Com certeza estamos sendo injustos, porque poderíamos citar vários outros artistas hahaha.

Alguns lançamentos programados ainda para esse ano?

Nevrau – Sim. Tivemos a honra de fazer um remix para o tarter, que vai sair na D-Edge Records Black, provavelmente em novembro! Valeu pelo papo e pelo espaço!

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